Sorriso maroto de uma Criança Especial

Fonte: Federação Médica Brasileira

Pasmem!!! Dá para acreditar que há, pelo menos, 93 milhões de crianças com deficiência no mundo e que os números podem ser muito maiores? No Brasil ainda temos um longo caminho de aprendizagem até, finalmente, aceitarmos, incluirmos e superarmos os tabus que associamos aos deficientes, sejam eles físicos ou mentais. Afinal de contas, em nosso país, segundo o IBGE, há mais de 45,6 milhões de portadores de deficiência – dos quais 3,5 milhões são crianças de 0 a 14 anos.

De acordo com a Biblioteca Virtual da Saúde, infelizmente estão entre os membros mais pobres da população, sendo menos propensas a frequentar a escola, a acessar serviços médicos ou a ter suas vozes ouvidas na sociedade. Suas deficiências também as colocam em maior risco de abuso físico e, muitas vezes, as excluem de receber nutrição adequada ou assistência humanitária em emergências.

Diante dessa triste realidade, o dia 9 de dezembro foi a data instituída para chamar a atenção para as crianças com necessidades especiais e entender o que se pode fazer para melhorar a qualidade de vida delas e garantir os seus direitos como cidadãos. Assim, torna-se necessário buscar informações para que possamos entender melhor sobre o universo delas, diminuindo o preconceito e sabendo como agir com relação às  suas necessidades.

É importante que todos saibam que muitas crianças especiais costumam levar consigo um sentimento de exclusão social, por serem vistas como diferentes. Desse modo, é de suma importância a convivência entre as pessoas, induzindo à reflexão em relação às formas de inclusão, uma vez ser relevante que as pessoas aceitem e entendam a diversidade como algo positivo, para que tenhamos uma sociedade mais inclusiva.

Fazem parte deste grupo, crianças com autismo, deficiência mental, auditiva e visual, Síndrome de Down e outras síndromes menos conhecidas, mas que também interferem no relacionamento com a sociedade. O autismo, por exemplo, é um transtorno de desenvolvimento que aparece nos três primeiros anos de vida e que compromete as habilidades de comunicação e interação social.

No entanto, através de tratamentos que avançam a cada ano, crianças autistas podem conviver sem barreiras na sociedade. Por outro lado, os portadores de Síndrome de Down, que têm 47 cromossomos em suas células, em vez de 46, no que diz respeito ao comportamento e aprendizado, não apresentam limitação, sendo capazes de exercer muitas atividades como qualquer pessoa dita normal faz.

Conforme a Federação  Médica  Brasileira (FMB), “toda família com uma criança especial desenvolve uma dinâmica particular. Em geral, eles são receosos, preocupados e ansiosos, pois temem a discriminação”, sendo este o maior desafio a ser superado, uma vez que ainda existe preconceito quanto ao deficiente, seja qual for o problema ou o grau de deficiência apresentado. Para a pedagoga Maria Fátima Silva, estes rótulos são difíceis de serem rompidos – mas não impossíveis, pois na sua opinião, “quando olhamos para as pessoas em situação de rua, falamos que são pessoas usuárias de drogas e quando olhamos para as pessoas com deficiência, dizemos que todas elas não podem. O rótulo é uma coisa muito complexa no nosso cotidiano e se desvencilhar disso é muito difícil”.

É comum que, em meio ao desconhecido, não saibamos como agir e que o medo e o preconceito falem mais alto do que a necessidade de respeitar. “O respeito à diversidade é fundamental para constituir e promover a inclusão”, completa Maria Fátima. Por isso, é fundamental entender a singularidade de cada criança especial.

Compartilhando na mesma linha de raciocínio, a psicóloga Flávia Parente destaca que a deficiência não é uma característica que minimize as habilidades das crianças especiais: “Não as chamamos de crianças com necessidades especiais, porque todos precisamos de atenção, amor, de um trabalho, de amigos, de escola. Também não falamos deficientes, porque isso confere a elas uma menor valia, como se não fossem capazes de nada. Essas crianças têm a deficiência como uma de suas características e ponto”. 

Ela enfatiza que a associação que fazemos entre a deficiência e a incapacidade de realizar tarefas é um exemplo de barreira atitudinal. Barreiras estas que se mostram como comportamentos e associações que julgam os deficientes como incapazes e dependentes, o que gera exclusão e segregação. Há também barreiras físicas, falta de acessibilidade e carência de uma estrutura que integre corretamente os deficientes à sociedade.

Nesse sentido, a FMB argumenta que felizmente, hoje, tenta-se minimizar os efeitos de tantos anos de exclusão, pois alguma evolução se percebe a partir da compreensão do que é a “deficiência”. Desse modo, substituir “deficiente” por “especial” modifica um pouco a situação da criança, pois altera a nossa atitude quando compreendemos que existem necessidades especiais, fazendo com que essa criança especial tenha a chance de se sentir reconhecida.

De fato, não podemos ignorar que, nos últimos anos, o Brasil vem apresentado diversos projetos de lei que buscam incluir, cada vez mais, as crianças e pessoas com deficiência à sociedade. Veja, a seguir, alguns destes projetos de lei e os direitos da pessoa com deficiência:

– Desde o ano 2000, deficientes, idosos e gestantes têm direito ao atendimento prioritário em serviços públicos e privados. Crianças e pessoas com diagnósticos de autismo, Síndrome de Down, deficiência mental, auditiva e visual também são resguardados pela lei.

– Em 2016 entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), que garante a crianças e pessoas com deficiência o acesso às tecnologias assistivas, à saúde pública, e à educação nas redes públicas e privadas. Desde então, nenhum colégio privado pode negar matricular alguém com deficiência, e ainda menos cobrar taxas extras por conta das necessidades dos seus filhos.

– A Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) garantem o direito ao educador especial em sala de aula. Todas as crianças especiais também têm direito ao AEE (Atendimento Educacional Especializado) para complementar o ensino regular, no turno contrário ao que a criança está matriculada. Exemplo: se a criança estudar de manhã, o AEE será no período da tarde.

– Empresas com 100 empregados ou mais devem fornecer de 2% a 5% de todas as suas vagas destinadas às pessoas com deficiência. Caso a quota não seja cumprida, a empresa pode ser multada!

Posto isso, considero ser de bom-tom termos em mente que não só o dia 9 de dezembro, mas todos os dias sejam dias de reflexão, sensibilização e luta de todos nós na construção de uma sociedade mais inclusiva e igual para todos, onde possa prevalecer o amor e o sorriso maroto de uma criança especial, que merece todo o nosso carinho e a nossa atenção! Vocês não concordam?

~ Dani ~

Cidades pela vida, cidades contra a pena de morte

Fonte: Palmela

Comentei no post anterior que as datas comemorativas têm sido a minha bússola para o planejamento dos diversos temas que venho escrevendo e ao procurar um assunto relevante para postar no final deste mês, acabei me deparando com este tema que, sinceramente, nem sabia que existia. Após algumas pesquisas e reflexões, vamos devanear sobre o Dia Internacional “Cidades pela Vida / Cidades contra a Pena de Morte”, que é comemorado anualmente no dia 30 de novembro. 

Trata-se de um movimento criado em 2002 pela Comunidade de Sant´Egídio, organização não-governamental italiana, com o objetivo de assinalar o aniversário da primeira abolição da pena de morte da História, que ocorreu no Grão-Ducado da Toscana, no norte da Itália, no dia 30 de novembro de 1786. Desde 2007, esta iniciativa tem o apoio da Coligação Mundial contra a pena de morte, da qual a Anistia Internacional faz parte, no intuito de  alertar a população sobre a importância do respeito internacional pelo Direito à Vida e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Segundo a Wikipedia, mais de 2000 cidades espalhadas por todo o mundo já aderiram a este movimento e declararam-se “Cidades pela Vida”, empenhadas na abolição da pena de morte. Deste modo, este dia global, conhecido como Cities for Life Day, tornou-se um importante evento para despertar a consciência e envolver as instituições na procura de um sistema judicial que não incite à morte e respeite a vida.

CitiesForLife_Comunita-di-SantEgidio_pena-di-morte

Acerca dessa grande mobilização mundial contra a pena capital, nos damos conta de que a  cultura do punitivismo tem crescido consideravelmente nos últimos anos, devido ao anseio social por penas mais severas sendo que, em alguns países, aplicam-se a pena de morte, na tentativa de resguardar a segurança e dias melhores para a população.    

De acordo com Dom Roberto Francisco Ferreria Paz, Bispo de Campos (RJ), “conceituar que certas pessoas são inimigas e temos o direito de eliminá-las, equivale acreditar naquele velho adágio latino: si vis pacem para bellum (se queres paz prepara-te para a guerra). Paradoxalmente, o Bispo de Campos (RJ) relembra as palavras do Papa João Paulo II que: “se queres paz prepara-te para paz, pois a paz não é apenas um resultado ou somente uma meta, mas um caminho que só pode ser alcançado pela não violência ou, se preferimos, pela justiça restaurativa”.

Desse modo, isso nos leva à reflexão de que enquanto reagirmos ao mal com o mal, estaremos alimentando incessantemente a espiral da violência. Como nos ensina Gandhi de que se levarmos “a ferro e fogo” o Código de Hamurabi do “olho por olho e dente por dente” ficaremos caolhos e banguelas, Dom Roberto Francisco infere que somente uma cultura de paz e reconciliação pode renovar o pacto civilizatório e humano, pois é na confiança e esperança na pessoa que geramos também uma convivência solidária e responsável, além de inclusiva. 

Assim, ele nos alerta de que “quando o Estado e o poder público mata a um ser humano cumprindo uma sanção penal, reproduz a violência e a multiplica ensinando o triste e perverso meio do extermínio”. O medo e o terror nos aterrorizam e nos tornam muito piores, pois na sua versão, “desumanizar e degradar aqueles que cometeram crimes é, sem dúvida, a falência da democracia, da sociedade e da dignidade humana”.

Diante dessa premissa, precisamos considerar que não faltam relatos do sofrimento físico e desumano causado pelas execuções. À vista disso, o movimento para a erradicação da pena de morte no mundo está a todo vapor, sob o comando da Anistia Internacional, afirmando que “não há justiça sem vida” e que “a pena de morte é a forma mais cruel, desumana e degradante de punição, uma vez que o direito à vida é inalienável e nenhuma autoridade pode decidir tirar a vida de um ser humano”.

A pena de morte é um sintoma de uma cultura de violência, mais do que uma solução para esta, visto não ter provas acerca do seu efeito dissuasor e negando qualquer possibilidade de reabilitação e reconciliação. Os erros judiciais podem acontecer mas a pena de morte é irreversível e pode ser aplicada a um inocente. Embasado nesta divergência, o direito internacional é favorável à abolição universal e encoraja todos os Estados a abolir a pena de morte, destacando que atualmente 58 países retêm esta forma cruel e desumana de punitivismo.

Fonte: Estremoz

Em homenagem à esta data, milhares de cidades em todo o mundo iluminam (muitas vezes com velas) um monumento histórico ou edifício público, em protesto contra a pena de morte. É um ato simbólico, com a luz da vida a vencer a escuridão da morte!!!

~ Bia ~

Segunda Sem Carne?

Fonte: Segredos do Mundo

Isso mesmo!!! Talvez você já saiba que se trata de um movimento que chegou ao Brasil em 2009, a partir de uma campanha da Sociedade Vegetariana Brasileira em parceria com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, com a ideia de que as pessoas deixem de consumir carne pelo menos uma vez por semana. O dia escolhido foi segunda-feira porque é o dia da semana que planejamos colocar em prática mudanças no melhor estilo “agora eu começo”. Então… que tal começarmos a nos alimentar de forma a tornar o mundo melhor? 

Cortar de vez a carne não é uma tarefa fácil para muita gente, mas você sabia que abrir mão dela, pelo menos, uma vez na semana já faz uma enorme diferença na saúde e no impacto ambiental? Prova disso é a criação da campanha Segunda Sem Carne, que começou em 2003 nos Estados Unidos com o propósito inicial de prevenir doenças causadas pelo excesso do consumo de carne. Atualmente a campanha está presente em mais de 40 países, objetivando conscientizar a população sobre os impactos que o consumo de produtos de origem animal têm sobre os animais, nossa saúde e nosso planeta.

Por que aderir a esse movimento?

Pelo planeta

Fonte: Awebic

O impacto socioambiental causado pela pecuária é assustador pois consome grande quantidade de água, grãos, combustíveis fósseis, pesticidas e drogas. Consequentemente, geram grande quantidade de excrementos, contaminam os mananciais, causam a erosão e a poluição atmosférica. Isso sem contar que a pecuária é a principal responsável pela destruição de florestas tropicais e outras áreas naturais. A seguir temos alguns dados encontrados no Awebic que considero importante compartilhar:

– Devido ao uso intensivo de água para produção de carnes, um consumidor médio de carne demanda indiretamente mais de 3800 litros de água por dia (Fonte: Bureau of International Information Programs);

– A produção de 1 quilo de carne bovina no Brasil emite cerca de 335 quilogramas de gás carbônico (CO2), o que equivale a dirigir um carro médio por cerca de 1600 quilômetros;

– A pecuária é responsável por 14,5% das emissões de gases causadores do efeito estufa oriundas das atividades humanas (Fonte: Food and Agricuture Organization);

– O setor pecuário é responsável por mais de 80% de todo desmatamento no Brasil (Fonte: Amazonia.org).

Diante desses dados, Imaginem multiplicar tudo isso pela quantidade de pessoas que comem carne todos os dias! Insustentável para o planeta, não é mesmo?

Pelos animais

Fonte: Awebic

Difícil acreditar mas durante um único ano, são mortos mais de 70 bilhões de animais terrestres em todo o mundo. Isso sem contar os animais marinhos que também são sacrificados para a alimentação. Segundo o último relatório do IBGE, são abatidos aproximadamente 1 boi, 1 porco e 190 frangos POR SEGUNDO no Brasil. Ao reduzir o consumo de carne, pelo menos, uma vez por semana, ajudamos a preservar não apenas a biodiversidade da nossa fauna, como também a vida desses animais. Afinal, se desejamos uma sociedade pacífica, mais justa e sem violência, um ótimo primeiro passo é tirar a violência do nosso prato, não acham?

Pela saúde das pessoas

Fonte: Awebic

Médicos e nutricionistas afirmam que uma alimentação centrada em vegetais diminui o risco de diabetes, de infarto e outras doenças cardiovasculares, além de reduzir o risco de alguns tipos de câncer, como o do intestino grosso. Pode não parecer, mas retirar alimentos de origem animal do prato por, pelo menos um dia, pode trazer muitos benefícios para a saúde. Conforme a Awebic, dietas sem carne são estimuladas pela Associação Dietética Americana e Nutricionistas do Canadá, bem como por renomadas instituições como o American Institute for Cancer Research, American Heart Association, Food and Drug Administration, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e muitas outras.

Através do quadro a seguir, é possível visualizar, de maneira mais sucinta, os impactos acima descritos.

Fonte: Sociedade Vegetariana Brasileira

O que podemos fazer?

Em um planeta com quase um bilhão de pessoas passando fome, as carnes apresentam-se como uma fonte precária de alimentos, demandando, como acabamos de ver, recursos escassos como água e terras que poderiam ser diretamente usados para a alimentação humana. Precisamos mudar padrões de consumo!!! Passar um dia da semana, pelo menos, sem carne é a mudança mais importante que cada um pode fazer, pois atinge com uma só “cajadada”, o cerne dos problemas políticos, éticos, ambientais e sociais. “É uma atitude que influencia não somente na busca por um planeta mais sustentável como também melhora a saúde, provê tratamento mais ético aos animais, combate a fome global e colabora com o ativismo político e comunitário”, como declara o ex-Beatle Paul McCartney, um dos embaixadores da campanha no Reino Unido.

Fonte: Sociedade Vegetariana Brasileira

Pesquisando no YouTube, achei muito interessante o vídeo do Átila Iamarino falando sobre a segurança alimentar e sustentabilidade. Se você tem compaixão, não só com o seu semelhante que está passando fome, mas também com a preservação do meio ambiente, vale a pena prestar atenção nos dados por ele apresentados.

Quando nos tornamos indivíduos responsáveis pelas nossas próprias ações, estaremos pensando coletivamente. Vamos participar e compartilhar desse movimento sustentável diante de tanta insustentabilidade! “Tô dentro”, e você?

~ Bia ~

Dia Internacional da Pessoa com Deficiência: “soluções transformadoras para desafios interligados”

bernadetealves.com

Não sei se vocês já perceberam, mas estamos postando diferentes assuntos tomando como referência as datas comemorativas, pois desta maneira conseguimos nos organizar a fim de executarmos um bom planejamento acerca dos temas que pretendemos abordar neste blog que, pelo menos para nós, está sendo muito prazeroso, uma vez que estamos tendo a oportunidade de expor os nossos pensamentos e transmitir nossa profunda gratidão por todas as pessoas que foram e têm sido importantes na nossa vida. Mas deixando o blá-blá-blá de lado, vamos ao tema de hoje. No início do próximo mês, mais precisamente no dia 03 de dezembro, comemoramos o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, que foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 14 de outubro de 1992 para que, a cada ano, seja estimulada uma reflexão sobre os direitos da pessoa com deficiência, tanto na instância nacional como na municipal.

Como comentamos anteriormente, no dia 21 de setembro comemoramos no Brasil, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência e naquele mês postamos um artigo alusivo ao Setembro Verde, que é uma campanha dedicada à inclusão social de pessoas com deficiência que, assim como este dia especialmente dedicado aos direitos e ao bem-estar das pessoas com deficiência, em todas as esferas da sociedade e do desenvolvimento, tem como objetivo a conscientização sobre a importância de inseri-las em diferentes aspectos políticos e sociais, até os econômicos e culturais.

Mas… o que é ser pessoa com deficiência? 

De acordo com o Decreto Lei nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, a deficiência humana pode ser definida como “toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano”.

As deficiências podem ter origem genética e surgir no período de gestação, em  decorrência do parto ou nos primeiros dias de vida do bebê. Na vida adulta, podem ser consequência de doenças transmissíveis ou crônicas, perturbações psiquiátricas,  desnutrição, abusos de drogas, traumas e lesões. Desta forma, são classificadas em:

– Deficiência física: é aquela que possui alterações que comprometem a realização de determinada atividade física. Essas alterações podem existir desde o nascimento ou serem adquiridas durante a vida. Nesse último caso, a violência e acidentes são fatores bastante relacionados com o aumento do número de deficientes físicos a cada ano.

– Deficiência visual: é aquela que apresenta cegueira ou baixa visão. No primeiro caso, o portador não consegue perceber imagens e nem mesmo a luz. O paciente com baixa visão, entretanto, consegue perceber algumas imagens, porém, necessita da ajuda de alguns instrumentos, como lupas ou então a ampliação de materiais. Pessoas que apresentam problemas como miopia, astigmatismo ou hipermetropia não podem ser consideradas deficientes visuais.

– Deficiência auditiva: é aquela que se caracteriza pela perda bilateral, parcial ou total da audição. Ela pode ser ocasionada por má-formação ou lesões nas estruturas que fazem parte da composição do aparelho auditivo.

Deficiência intelectual: é aquela que afeta o funcionamento intelectual do paciente, que é relativamente menor que o da média dos outros indivíduos. Nesse caso, o problema tende a aparecer antes dos 18 anos de idade.

– Deficiência múltipla: é aquela que afeta mais de uma das deficiências acima mencionadas.

Segundo a ONU, são 1 bilhão de habitantes no mundo com algum tipo de deficiência física ou intelectual, sendo que 80% vivem em países em desenvolvimento. Assim, com base em muitas décadas de trabalho da ONU no campo da deficiência, a cada ano, um tema é escolhido para a campanha de conscientização, sendo que em 2022, o tema do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência é: “Um momento decisivo: soluções transformadoras para desafios interligados” em reconhecimento de que o mundo está em um momento crítico na história das Nações Unidas, sendo que agora é o momento decisivo de agir e encontrar soluções conjuntas na construção de um mundo mais sustentável e resiliente para todos e para as próximas gerações .

Nesse sentido, o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU enfatiza que, “diante das crises complexas e interconectadas que a humanidade enfrenta atualmente, incluindo não só os agravos da pandemia do COVID-19, da guerra na Ucrânia e em outros países, mas a inflexão nas mudanças climáticas que vem apresentando desafios sem precedentes, com ameaças à economia global, as pessoas em situação de vulnerabilidade, como as pessoas com deficiência, são as mais excluídas e deixadas para trás. Em alinhamento com a premissa central da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável de “não deixar ninguém para trás”, é crucial que governos, setores público e privado encontrem soluções inovadoras de forma colaborativa para e com pessoas com deficiência, no intuito de tornar o mundo, um mundo mais acessível e equitativo”. 

Desse modo, a observância anual do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência visa promover a compreensão das questões da deficiência e mobilizar o apoio à dignidade, aos direitos e bem-estar das pessoas com deficiência. Essas atividades acontecem na Conferência dos países que fazem parte da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CRPD), sendo que o Brasil é signatário desde 2009. A comemoração esse ano será em Nova York, no dia 5 de dezembro de 2022  (9h00-12h00), através da Reunião Virtual Zoom e o prazo para se inscrever para o evento é 30 de novembro de 2022 à meia-noite (horário de Nova York).

As Nações Unidas destaca que “a observância global de 2022 para comemorar o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência será em torno do tema abrangente de inovação e soluções transformadoras para o desenvolvimento inclusivo, alicerçado em três diferentes diálogos interativos, dos seguintes tópicos temáticos:

– Inovação para o desenvolvimento inclusivo da deficiência no emprego (ODS8): este diálogo discutirá as ligações entre emprego, conhecimento e habilidades necessárias para acessar o emprego em um cenário tecnológico inovador e em rápida mudança para todos e como as tecnologias assistivas podem aumentar a acessibilidade ao emprego e ser integradas em o local de trabalho.

Inovação para o desenvolvimento inclusivo da deficiência na redução da desigualdade (ODS10): este diálogo discutirá inovações, ferramentas práticas e boas práticas para reduzir as desigualdades nos setores público e privado, que incluem a deficiência e estão interessados ​​em promover a diversidade no local de trabalho.

Inovação para o desenvolvimento inclusivo da deficiência: o esporte como caso exemplar: um setor onde todos esses aspectos se fundem; esporte como um exemplo de boas práticas e um local de inovação, emprego e equidade”.

Logotipo do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência representa duas pessoas que se dão as mãos, numa atitude mútua de solidariedade e de apoio em plano de igualdade, circundadas por uma parte do emblema da ONU

Segundo Romeu Sassaki, consultor e uma das maiores referências na área de inclusão, a iniciativa é um encorajamento para que nenhum de nós desista da construção de um mundo mais acessível e sustentável que inclua todas as pessoas com deficiência, ressaltando que a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiencia (CRPD) adotada pela Assembleia Geral em 13/12/2006 (em seu Artigo 9 – Acessibilidade), visa permitir que as pessoas com deficiência vivam de forma independente e autônoma e participem plenamente em todos os aspectos da sociedade, em igualdade de oportunidades (nos mesmos espaços ocupados pela maioria da população) e em equidade de condições (na medida justa da singularidade e especificidade de cada pessoa), identificando e eliminando os obstáculos e barreiras à acessibilidade.

Posto isto, vamos nos ater que o estatuto da pessoa com deficiência no Brasil foi instituído pela Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, com o objetivo de promover o direito à inclusão de forma igualitária para que o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais sejam realmente assegurados, cabendo ao Estado garantir esse bem-estar, principalmente por meio da formulação e implantação de políticas públicas, formuladas não só pelo poder público, como também pela sociedade civil e por aqueles que enfrentam as adversidades de viver em uma comunidade sem infraestrutura. Apenas assim, por meio do diálogo contínuo com esses indivíduos, nosso país será, de fato, acessível e inclusivo.

“Não basta que todos sejam iguais perante a lei. É preciso que a lei seja igual perante todos.” (Salvador Allende)

~ Bia e Dani ~

Não caia no “conto do vigário”

Fonte: SpaceMoney

A tão aguardada Black Friday, que em português quer dizer sexta-feira negra, é um evento que dá início à temporada de compras natalícias com significativas promoções oferecidas por milhares de empresas, em diversos países do mundo. É um evento tradicional que teve a sua origem nos Estados Unidos e que acontece toda sexta-feira após o Dia de Ação de Graças (quarta quinta-feira do mês de novembro), conhecido como Thanksgiving Day, feriado comemorado não só pelos americanos, mas também celebrado no Canadá e nas ilhas do Caribe, como o dia de gratidão a Deus, com orações e festas, pelos bons acontecimentos ocorridos durante o ano.

A primeira Black Friday do Brasil aconteceu no dia 28 de novembro de 2010 e foi totalmente online. Como o evento não tem regulamentação e nem organização centralizada, qualquer empresa, tanto virtual quanto física, pode fazer promoções com o nome Black Friday. A procura por esse termo levou muitas agências de publicidade a se colocarem como centrais oficiais do evento, de modo que ano após ano, a Black Friday brasileira vem batendo recordes de vendas, contemplando a negociação tanto de bens como imóveis, carros, artigos infantis, utilidades domésticas, quanto de serviços como turismo, festas infantis e comunicação.

No entanto, segundo pesquisa do PROVAR – Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA) – os preços de vários produtos vêm sendo “maquiados” na Black Friday, gerando indignação nos consumidores que começaram a usar a expressão “Black Fraude” para se referir ao evento. Houve até mesmo um movimento nas redes sociais, de posts de print screen dos preços e seu aumento, à medida que o dia da Black Friday Brasil se aproximava, devido ao comportamento de alguns lojistas que tentam iludir o público com ofertas “milagrosas”.

Além dos falsos descontos, tem muita gente mal intencionada querendo dar o golpe nos consumidores, de maneira que, com tantas promoções, torna-se difícil diferenciar a verdade da mentira em meio à euforia das compras. Por exemplo, houve casos em que uma televisão que custa, normalmente, R$ 3.000 era colocada por R$ 5.000 às vésperas da Black Friday. Quando chegava na hora H, era anunciada a R$ 2.500. A loja divulgava o desconto de 50%, mas, na prática, se comparado ao histórico, foi de 16%.

Mas esse não é o único golpe aplicado, sendo que atualmente o consumidor precisa ter muito cuidado ao fazer compras online e até mesmo presenciais. Então, pensando na segurança, o que é preciso saber na hora de comprar? Vamos ver, a seguir, os golpes mais comuns que, segundo o PagSeguro, acabam transformando a Black Friday em Black Fraude:

Mudança de valor no carrinho de compras. Viu um produto super barato no site, mas na hora de adicionar no carrinho o preço aumentou? Esse é um golpe que acaba enganando muita gente! Apresentar o preço de apenas uma parcela ou mostrar só o valor para PIX são formas de enganar o cliente e mascarar o real valor daquele produto.

Frete mais caro do que o produto. Alguns comerciantes “compensam” o desconto na cobrança do frete e o custo de envio encarece demais o valor final. Se você se deparou com esse caso, faça uma pesquisa em outras lojas que também comercializam aquele item para comparar os valores.

Prazo de entrega abusivo. Se você quer comprar uma televisão para assistir aos jogos da Copa (que começa alguns dias antes da Black Friday), não faz sentido demorar 45 dias para receber o produto, concorda? Infelizmente existem lojas que trabalham com prazo de entrega muito longo, algo que pode estar atrelado à falta de estoque do produto vendido. Muitas vezes esse golpe passa despercebido pelo consumidor, que não presta atenção no tempo que vai levar até o produto chegar (e vai ter que lidar com o problema depois que já realizou a compra).

Desconto falso: tudo pela metade do dobro. Esse é o principal e mais encontrado. Aquele em que os comerciantes aumentam o preço algumas semanas antes para no dia oferecer um “super desconto”. Ele pode acontecer tanto no e-commerce quanto nas compras físicas.

Sites falsos. Mais perigoso do que descontos falsos são os sites falsos, que já fizeram muitos clientes sentirem o gosto amargo da Black Fraude! Usando canais de comunicação, como e-mail marketing, WhatsApp e anúncios em redes sociais, os golpistas divulgam promoções muito vantajosas, mas levam o usuário para um site fraudulento. À primeira vista, ele parece idêntico, mas na hora de finalizar a compra, o dinheiro vai para a conta deles e não para a loja! O produto nunca será entregue e o consumidor fica com o prejuízo nas mãos. O segredo é sempre consultar a página oficial da loja associada ao anúncio recebido, para saber se a oferta realmente existe.

Fique também atento a essas atitudes simples para fugir dos golpes da Black Fraude:

Compare preços entre lojas e veja todo o histórico. Se o golpe mais conhecido é aquele que aumenta o preço antes para dar desconto depois, a primeira forma de fugir dele é através de sites como o Buscapé que indica os preços de cada produto nos últimos seis meses. Esse aplicativo pode responder ao consumidor se o produto realmente está no desconto da Black Friday ou se é mais uma pegadinha da “Black Fraude”. O Zoom é uma boa opção para quem quer comparar os preços dos produtos nos últimos meses e ainda receber parte do dinheiro de volta através de cashback. O aplicativo também tem a função de recomendar produtos com os menores preços e com maiores descontos. Também como opção para fugir da “Black Fraude”, o Compare TechTudo também é outro aplicativo atrativo para o monitoramento de preços. Com enfoque nos eletrônicos, a plataforma indica ao consumidor os produtos com os melhores valores.

Faça uma lista do que você pretende comprar na Black Friday 2022 e passe a acompanhar os valores com certa antecedência. Não deixe de analisar o valor do frete também! Assim você consegue encontrar o melhor custo-benefício. Aproveite para anotar ou tirar prints, assim será possível conferir se houve um aumento significativo de valor na véspera. Se esse for o caso, não pense duas vezes: denuncie a loja!

Compre em lojas com boa reputação. Opte por lojas que você já conhece ou que têm boa reputação. Se tiver comentários de outros clientes, melhor ainda! Para conferir se um estabelecimento é confiável, dê uma olhada no Reclame Aqui e na lista do Procon. Confira não só a nota dos antigos clientes como também o tempo de resposta da loja e sua “taxa de sucesso” para solucionar reclamações.

Fuja de links suspeitos. Recebeu uma promoção que parece boa demais para ser verdade por e-mail? Não clique! Se quer conferir a veracidade do desconto, abra uma nova aba, entre no site daquela loja e procure pelo produto. Caso não encontre, há chances de ser um golpe! Isso vale para mensagens SMS, mensagens diretas nas redes sociais e anúncios. Se chegou ao site e está em dúvida, dê uma olhada no cadeado verde que fica ao lado da barra de endereço para saber se ele tem o certificado SSL de segurança. Se tiver, o site é seguro!

Fique atento ao valor final da compra. Para não ter nenhuma surpresa quando chegar a fatura do cartão, revise o valor final da compra antes de finalizar. Assim, você foge dos golpes que mudam o preço quando você adiciona o item no carrinho!

Prefira pagar com cartão virtual. Quer fazer uma compra online? Então use o cartão virtual! Ele é uma versão digital do cartão físico, mas com número e CVV diferentes. A grande vantagem de usar este formato é que os dados mudam! Caso o site seja falso ou os dados sejam roubados, eles não podem ser usados novamente e você não corre o risco de encontrar compras desconhecidas na fatura. Se o pagamento for feito por boleto, é mais seguro que ele seja emitido no site oficial da loja. Evite os boletos enviados através de email ou Whatsapp. Não deixe também de conferir os dados do boleto: valor da compra, nome e CNPJ do beneficiário.

Caí na Black Fraude… e agora?

Mesmo com vários cuidados, é possível cair em fraudes da Black Friday. Por isso, esteja pronto para lidar com esses problemas. Caso aconteça, faça um boletim de ocorrência com prints e documentos que registrem o ocorrido. Porém, para evitar essa dor de cabeça, o ideal é seguir as dicas acima mencionadas e ficar “de olhos bem abertos” para não ser “enganado” por falsas promoções. Afinal de contas, a Black Friday está recheada com ofertas irresistíveis e nada melhor do que aproveitar esse evento para fazermos boas compras, não é mesmo? Mas… como diz o sábio ditado de que todo cuidado é pouco, vamos tomar o máximo de cuidado para não cairmos no “conto do vigário”, ok?

~ Bia ~

Outono é… outono no Japão!!!

Fonte: WeXpats Guide

Ué? Como assim? Outono não é outono em outros países? Claro que sim, mas como as quatro estações são muito bem delineadas no Japão, ao longo deste post, com certeza, você irá compreender porque o outono é literalmente outono nesse país. Então… vamos lá!

À medida que o calor do verão diminui e o frio do inverno começa a se instalar, as densas florestas começam a se transformar em impressionantes tons de laranja, amarelo e vermelho, propiciando um clima perfeito para caminhadas ao ar livre. Jardins e parques tradicionais exibem as cores de outono, atraindo milhares de visitantes ansiosos para se deleitarem com a mudança das folhagens. É esta combinação de clima frio e paisagens surpreendentes que tornam o outono uma das estações preferidas do povo do sol nascente.

O Equinócio de Outono (Shuubun no Hi) celebrado este ano no dia 23 de setembro, marca a entrada oficial do belo outono japonês, estação em que ocorre o fenômeno chamado “kouyou” (Koyo Gari ou Momiji Gari), quando as folhas das árvores ganham lindas tonalidades vermelho-amareladas, deixando a estação com um visual incrivelmente encantador.

Fenômeno kouyou em Hokkaido | Fonte: Japan Guide

O início da “metamorfose” das folhas ocorre em meados de setembro no norte do país, encerrando a mutação no começo de dezembro nas regiões mais ao sul, sendo que o auge do “kouyou” ocorre em novembro, período em que é possível contemplar a árvore que mais se destaca nesse espetacular cenário que é o “momiji”, também conhecida como bordo em português ou maple tree, em inglês.

Yamanaka-ko | Fonte: Caçadores de Lendas

Ao contrário da temporada da flor da cerejeira (sakura), que é bastante curta, podemos apreciar a beleza das folhas com mais tranquilidade, pois o período das folhas de outono é um pouquinho mais longo, sendo uma das melhores estações para passear nesse país. O clima é mais ameno, as comidas sazonais dominam os cardápios e a natureza oferece esplêndidos cenários de deixar qualquer um de “queixo caído”, ainda mais agora que o Japão acabou de reabrir suas fronteiras para o turismo internacional.

A apreciação dessa estação tem um lugar especial no coração dos japoneses, pois assim como a sakura, o outono também enfatiza a efemeridade, ou seja, que tudo é passageiro e precisamos aproveitá-los no momento certo. Desse modo, é interessante saber que existem duas palavras muito usadas nessa época do ano: kouyou (紅葉), que retrata o processo natural da mudança da cor das folhas verdes para o vermelho e o momiji (紅葉), que se refere às folhas avermelhadas, sendo o símbolo definitivo do outono japonês.

No entanto, não podemos omitir que a cor marcante do amarelo dourado de alguns destes cenários, são realçadas pelas folhas da árvore milenar “icho” (Ginkgo biloba), considerada um fóssil vivo, pois já existia no tempo dos dinossauros, há mais de 200 milhões de anos. Essa árvore, também conhecida como nogueira-do-japão, árvore-avenca ou simplesmente ginkgo, possui delicada beleza aliada à força e resistência, sendo o símbolo de paz e longevidade por ter sobrevivido às explosões atômicas no Japão. O dourado dessas exuberantes folhas podem ser apreciadas, em Tokyo, nas alamedas do Icho Namiki (Avenida de Ginkgo), próxima ao Meiji Jingu Gaien Park, considerada uma das avenidas mais populares durante a estação.

Fonte: Caçadores de Lendas

Esse maravilhoso espetáculo também pode ser vislumbrado, inclusive, ao anoitecer, pois assim como na capital japonesa, em diversas localidades como Nikko em Tochigi, Oirase em Aomori, Kyoto, Kamakura, Osaka, entre outras, recebem iluminação noturna em parques, templos e ruas arborizadas, destacando a coloração outonal das folhagens – um deslumbrante show da natureza enaltecido por luzes artificiais.

Kiyomizu-dera em Kyoto | Fonte: Caçadores de Lendas

Além das folhas, não podemos deixar de destacar as incríveis flores desta estação! Elas esbanjam formosura em parques e jardins por todo o país e são atrações imperdíveis para os amantes da natureza. Uma dessas flores é a cosmos, que pode ser vista em várias cores como rosa, amarelo, branco, laranja, entre outras. Crisântemos, jasmim do imperador (osmanthus), lírios-da-aranha-vermelha e arbusto de fogo (kochia), conforme foto a seguir, também ostentam sua beleza nessa época do ano.

Fonte: Wikimedia Commons

Com relação aos produtos típicos, um dos ingredientes mais usados é a batata-doce que aparece em doces, salgados e em praticamente todos os menus e rótulos de produtos por tempo limitado durante esta estação. Outra comida sazonal muito saborosa é o “sanma” grelhado, um peixe longo e esbelto, sendo tão apreciado no Japão que até recebe seu próprio festival, o Meguro Sanma Festival. Neste evento, que ocorre desde 1996, são distribuídos gratuitamente cerca de 7.000 peixes grelhados.

Fonte: Além do Sushi

Desse modo, o outono também é conhecido por ser uma temporada cheia de comidas deliciosas feitas com ingredientes típicos da estação. Além da batata-doce e do peixe sanma, outras frutas e vegetais sazonais que compõem a culinária japonesa são: cogumelo matsutake, abóbora kabocha, castanha (kuri), pera asiática, caqui, uva e maçã.

Fonte: WeXpats Guide

Com uma história rica em simbolismo, as impressionantes árvores multicoloridas representam o equilíbrio e por estarem associadas à paz e à serenidade têm sido, desde tempos antigos, inspiração para os poetas japoneses. Assim, os japoneses vêm preservando suas tradições e são agraciados com quase três meses de clima favorável a passeios e viagens em cenários de tirar o fôlego, não deixando “passar em branco” o belíssimo espetáculo a céu aberto da estação mais colorida do ano, neste fascinante país que também é, como expressa Caetano Veloso na música dedicada à cidade maravilhosa (Rio de Janeiro), cheia de encantos mil!!! Vale a pena planejar uma viagem nessa época do ano porque o outono é, como você acabou de ver, indescritivelmente outonal no Japão!!!

~ Bia ~

Gentileza gera gentileza

Fonte: Cidade Verde

Se tem um povo que, por tradição, se preocupa em promover a gentileza e está sempre tomando o máximo de cuidado para não causar transtornos às pessoas, esse povo, sem dúvida, é o povo japonês. Um aspecto importante da cultura japonesa é que o grupo vem antes do indivíduo, de modo que a harmonia dentro do grupo e da sociedade em geral deve ser mantida tanto quanto possível. Isso leva a práticas agradáveis, como por exemplo, trocar presentes com seus vizinhos, sendo que uma das piores coisas que você pode fazer para quebrar a harmonia é causar “meiwaku”, ou seja causar aborrecimentos, transtornos ou incômodos para outras pessoas. 

Desse modo, é comum observarmos que as mesas das praças de alimentação de um shopping ou até mesmo banheiros de locais públicos estão sempre limpos, pois existe a constante preocupação em não causar transtornos para a próxima pessoa que for usar. Assim, não é de se estranhar que o Dia Mundial da Gentileza (Bondade), comemorado no dia 13 de novembro, tenha surgido durante um congresso em Tóquio, em 1997. O grupo Movimento das Pequenas Gentilezas do Japão reuniu diversos grupos de diferentes países que propagavam a gentileza em suas nações e apresentou a proposta. Em 2000, foi oficializado o Movimento Mundial pela Gentileza (World Kindness Movement – WKM), com o objetivo de inspirar as pessoas a serem mais gentis e, consequentemente, tornar o mundo bem melhor. 

É óbvio que a gentileza deve ser praticada todos os dias, independente de ter ou não um dia especial, pois atitudes simples como cumprimentar, abraçar, sorrir ou proferir uma palavra positiva tem o poder de mudar a energia do ambiente, além de melhorar a convivência e motivar as pessoas. Quando alguém é recebido com um sorriso, naturalmente ele o retribui, gerando uma corrente do bem. Ter empatia e ser gentil engloba vários fatores como compreender os maus entendidos, não julgar, respeitar os variados pontos de vista, escolher as palavras certas para cada momento entre outras diversas atitudes.

Assim, a gentileza é um fator primordial na qualidade de vida, pois tanto quem a recebe, quanto quem a realiza, se sente mais feliz, ou seja, gentileza gera gentileza!!! Mas… você sabia que existe uma história por trás dessa frase?  

Simmm…nesta data tão peculiar, é impossível não trazer à tona um dos maiores expoentes deste tema: José Datrino, o Profeta Gentileza. Criador da frase “gentileza gera gentileza”, construindo a ideia de que atos de bondade podem ser cíclicos e que uma boa ação pode inspirar inúmeras outras, José Datrino passou a ser conhecido como Profeta Gentileza quando, em 17 de dezembro de 1961, um gigantesco incêndio no Gran Circus Norte-Americano, na cidade de Niterói no Rio de Janeiro, ceifou centenas de vidas.

Na antevéspera do Natal, Datrino acordou alegando ter ouvido “vozes astrais”, que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual. Desse modo, pegou um de seus caminhões e foi para o local do incêndio, plantando flores no local que um dia foi palco de tantas alegrias, mas também de muita tristeza. Aquela foi sua morada por quatro anos e lá incutiu nas pessoas o real sentido da palavra Gentileza, confortando os familiares das vítimas da tragédia com suas palavras de bondade. 

Após deixar o local que foi denominado “Paraíso Gentileza”, o Profeta começou a sua jornada como andarilho, fazendo sua pregação e levando palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza, a todos que cruzassem seu caminho. Aos que o chamavam de louco, ele respondia: – “Sou maluco para te amar e louco para te salvar“. A partir de 1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Gasômetro, que vai do Cemitério do Caju até o Terminal Rodoviário do Rio de Janeiro, numa extensão de aproximadamente 1,5 km, enchendo inscrições em verde-amarelo no intuito de incitar as pessoas a aplicarem gentileza em todo o planeta. No entanto, em 1990, a prefeitura do Rio de Janeiro “apagou” por engano as frases do Profeta  e apesar do pedido de desculpas, a restauração do legado de Datrino só ocorreu em 1999, três anos após a sua morte. 

O Profeta Gentileza foi homenageado na música pelo compositor Gonzaguinha e também pela cantora Marisa Monte que, além de incentivar os valores pregados pelo profeta, retrata os danos ocorridos contra os murais, como diz o trecho: “Apagaram tudo / Pintaram tudo de cinza / Só ficou no muro / Tristeza e tinta fresca”.

À vista desta célebre frase, o psicólogo Igor Teo aponta que há uma espécie de contágio saudável quando praticamos atos de gentileza, principalmente em épocas de intolerância como as que estamos vivendo atualmente no Brasil. Desse modo, um olhar mais doce, um sorriso afável e palavras de carinho e atenção, “desarmam” qualquer violência, proliferando um ambiente muito mais agradável. Consequentemente, as pessoas se sentem gratas por nossas ações e tendem a nos tratar da mesma maneira. É um efeito dominó, pois um ato leva a outro e pequenas ações podem fazer grande diferença, aumentando, por exemplo, questões de autoestima e sociabilidade. Segundo o psicólogo, quando as pessoas se sentem agradecidas e felizes, elas querem de alguma forma retribuir as pessoas que lhe fazem sentir assim. 

Acredito que essas pequenas ações devem ser aplicadas principalmente no convívio familiar pois no mundo conturbado em que vivemos atualmente, em muitos lares percebe-se que está faltando “tempo” para se exercer atos de gentileza e bondade com a própria família, vocês não concordam? A falta de carinho e atenção, principalmente do pai que está sempre ausente por conta do trabalho, tende  a causar sérios danos emocionais ao longo da vida de uma criança, de modo que, quando adulto, essa criança não sente a necessidade de retribuir “tudo” que seu pai fez por ele até a sua emancipação. 

Apesar da cultura japonesa se preocupar em não causar transtornos a terceiros e até mesmo ter proposto uma data para celebrar mundialmente a gentileza, é comum encontrarmos nesse país, relatos de crianças e jovens que convivem com o descaso do pai que está sempre tão cheio de afazeres e obrigações, deixando a educação dos filhos sob a total responsabilidade da esposa e, desse modo, não participando ativamente da vida cotidiana de seus filhos. 

Antagonicamente, não posso deixar de falar como meu sogro, Sr. Hiroshi, mesmo sendo japonês, era carinhoso e gentil, não só com os filhos mas com todas as pessoas que o cercavam. Assim como José Datrino representava a gentileza, meu sogro era sinônimo de pura bondade. Muitíssimo dedicado às questões religiosas, era amável, sereno e estava sempre com um belo sorriso estampado em seu rosto. Segundo Milton, meu marido, ele foi um pai extremamente participativo e jamais usou da agressão ou violência para educar os filhos, tratando-os com respeito e cordialidade. Desse modo, era gratificante presenciar o relacionamento entre pai e filho pois como gentileza gera gentileza, Milton também sempre nutriu imenso carinho por aquele que foi um grande exemplo de bondade para todos nós.

Diante de tantos aforismos alusivos à gentileza, chegamos ao veredito de que podemos ser gentis de várias maneiras. Ser gentil não engloba bondade, generosidade, amor e afeto apenas aos nossos semelhantes mas também com todo o meio em que vivemos como, por exemplo, não jogar papel e/ou lixo no chão, separar lixos recicláveis de lixos orgânicos e cuidar das plantas. Sejamos gentis com os animais, com a natureza e o meio ambiente em geral, com as crianças, com os idosos e com o próximo pois, segundo Harold Kushner, “quando você é gentil com os outros, isso não muda apenas você, mas também muda o mundo”, uma vez que retribuir com gentileza até mesmo nos momentos mais difíceis, pode ser a melhor resposta para alcançarmos os melhores resultados.

Afinal, nada melhor do que seguir o exemplo de Shakespeare: “Eu aprendi que ser gentil é mais importante do que estar certo”. Ou até mesmo nos conscientizarmos de que “as palavras gentis são breves e fáceis de dizer, mas o eco delas é eterno”, conforme profetizou Madre Teresa de Calcutá. 

~ Bia ~

A estrela guia de uma escola

Quem mais poderia ser a estrela guia de uma escola senão o profissional responsável pelo bom funcionamento de uma instituição educacional? Isso mesmo!!! O diretor da escola!!! Assim como celebramos no dia 15 de outubro o dia dos professores, os diretores escolares também têm, merecidamente, o seu dia. Em alguns estados brasileiros como em São Paulo, é comemorado no dia 18 de outubro e em outros, como no Paraná, no dia 12 de novembro.

Como a diretora que quero homenagear, representando todos os diretores escolares do Brasil, é de uma escola que está no estado do Paraná, vou aproveitar essa data pra falar sobre a importância desse profissional no contexto educacional. 

Quando se trata de falarmos sobre o diretor escolar, muitas vezes, o que logo vem em nossa mente é a figura daquele profissional super ocupado, com muitos documentos em sua mesa, resolvendo diversos problemas, corrigindo comportamento indisciplinado de alunos, conversando com pais e responsáveis, não é mesmo?  

Não sei se vocês sabem, mas o papel do diretor de escola vai muito além disso. Muitas pessoas não enxergam a verdadeira função deste profissional em uma instituição de ensino, tendo até mesmo uma visão distorcida de que é uma figura distante, que apenas distribui as funções aos colaboradores da escola e “castiga” os alunos que não são obedientes ou estudiosos.

Porém, por trás de todas as transformações educacionais que encontramos nas instituições de ensino, existe a cautelosa articulação, organizada e objetiva, de uma figura igualmente essencial nesse cenário: o diretor escolar. Além de administrar, cabe a ele incentivar, motivar e inspirar tanto a sua equipe quanto os seus alunos.

Desse modo, o diretor exerce um papel importantíssimo na rotina escolar e dentre suas principais obrigações, podemos destacar a gestão do setor administrativo e financeiro, o trabalho em prol do desenvolvimento pedagógico, da coordenação do corpo docente e até mesmo a integração entre família-escola.

Realmente, ser diretor não é uma tarefa fácil. Ele tem que estar preparado para diferentes situações, pois nem sempre tudo sai como planejado, de maneira que  driblar os desafios e os percalços da gestão escolar não é algo tão simples. Ainda mais agora, em tempos tecnológicos e de pandemia, o diretor escolar tem que acompanhar as constantes mudanças e estar sempre atento a tudo que acontece dentro e até fora da escola.

Diante de todas estas responsabilidades inerentes aos diretores de escolas, esse também é o papel que, com muito amor e dedicação, desempenha atualmente a diretora da Escola Bilíngue para Surdos de Maringá, Ana Dalva Arsiê Botion, que tem plena consciência de que, para alcançar um projeto pedagógico de qualidade, professores, coordenadores, alunos e responsáveis devem, antes de tudo, estar em sintonia com a gestão.

A Escola Bilíngue para Surdos de Maringá é fruto da criação, em 1981, de uma entidade assistencial voltada para o atendimento de crianças surdas na cidade, conhecida por ANPACIN (Associação Norte Paranaense de Áudio e Comunicação Infantil). Da data da sua fundação até 2010, a diretora era a Sra. Yara Felipe que trabalhou incansavelmente para proporcionar às crianças surdas um ensino de qualidade, de forma que pudessem crescer e serem capazes de vivenciar as evoluções do mundo. 

Transferiu seu cedro para a vice-diretora Ana Dalva que vem habilmente conduzindo uma equipe de colaboradores a fim de alcançar metas e objetivos que possam impactar positivamente na inclusão dos alunos surdos na organização sócio econômica do país. Assim, por ser diretora de uma escola voltada para a educação especial, são enormes os desafios que envolvem a gestão escolar, mas a Ana Dalva, extremamente comprometida com o seu trabalho, está sempre a postos para enfrentar as adversidades e demonstrando muita competência para atuar em diferentes cenários. 

Sua capacidade de inovação é admirável pois está constantemente buscando meios efetivos para solucionar problemas reais de maneira ágil e em conformidade com as necessidades da instituição de ensino. Por estar há mais de 30 anos se dedicando à essa escola, reconhece e acompanha as transformações sociais pelas quais a instituição tem passado ao longo dos anos, adaptando a rotina da escola às mudanças comportamentais, tanto da equipe de colaboradores como dos alunos, pais e responsáveis.

Nesse sentido, uma das suas prioridades é fortalecer os canais de comunicação com alunos e responsáveis, pois ela que, antes de ser diretora, foi durante muitos e muitos anos professora da escola, sendo a primeira professora da Dani, na antiga ANPACIN, é a maior defensora de que se a família e escola andarem sempre de mãos dadas, melhor será o desempenho dos alunos surdos para que possam ter uma gama maior de possibilidades na vida profissional e pessoal. Como ex-professora, não podemos deixar de ressaltar como era prestativa e gentil, tendo muita paciência com todas as crianças, sendo que até hoje, todos os ex-alunos, já adultos e de bem com a vida, têm muito carinho e orgulho dessa professora que hoje ocupa, incansavelmente, o cargo de diretora da escola.

Ana Dalva e Dani – antes e 28 anos depois

Como foi possível observar, ser diretora de uma escola bilíngue de surdos é um trabalho que demanda um esforço diário e contínuo, não existindo uma fórmula mágica para gerí-la, mas com muita, mas muita garra e disposição, Ana Dalva vem se dedicando à educação de crianças e jovens deficientes auditivos. Ela merece todo o nosso respeito e a nossa admiração pois, sem dúvida alguma, é a estrela guia da escola que é referência nacional de educação bilíngue no Brasil.  

Parabéns a todos os diretores de escola e, em especial a você, Ana Dalva, que continua iluminando a vida de todas as crianças e jovens surdos que são sempre calorosamente acolhidos por você e pela sua equipe de colaboradores! Como dizia Leon Tolstói: “Pode-se viver uma vida magnífica quando se sabe trabalhar e amar. Trabalhar por aquilo que se ama e amar aquilo em que se trabalha.” 

~ Bia e Dani ~

Prevenir é melhor do que remediar

Fonte: IOB

No dia 10 de novembro comemoramos o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez que foi instituído com o propósito de educar, conscientizar e prevenir a população brasileira para os problemas advindos da surdez que afeta, em algum grau, de acordo com o IBGE, mais de 10 milhões de pessoas, sendo que no mundo todo, a estimativa é de que 900 milhões de pessoas podem desenvolver a surdez até 2050, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Como vimos anteriormente, a surdez é o nome dado à impossibilidade ou à dificuldade de ouvir. Dependendo da causa, uma pessoa pode nascer ou se tornar surda e por existir vários graus de perda auditiva, ela pode impedir ou dificultar a percepção dos sons pelo indivíduo. A audição não tem relação apenas com o ouvido: na verdade ela é constituída por um sistema auditivo que capta as ondas sonoras acústicas e as transforma em códigos neurais, que serão interpretados pelo cérebro.

Quando ocorre um dano em qualquer uma das partes pelas quais o som atravessa, a capacidade auditiva pode ficar seriamente comprometida. Desse modo, a surdez pode ser congênita ou adquirida e afetar pessoas de qualquer idade sob diferentes maneiras, provocando alterações na comunicação com grande impacto na saúde e na qualidade de vida, no desenvolvimento acadêmico e nas relações de trabalho.

Principais causas e tipos de perda auditiva

1. Surdez de condução ou transmissão: ocorre quando a passagem de som para o ouvido interno é bloqueada. Em geral, ela tem causas curáveis, podendo ocorrer rompimento do tímpano, excesso de cera que se acumula no canal auditivo e até mesmo infecção do ouvido. Esse tipo de surdez pode ser tratada com medicamento ou cirurgia.

2. Surdez de cóclea ou do nervo auditivo (neurossensorial): ocorre quando o som não é processado ou transmitido ao cérebro. É desencadeada por viroses, meningites, uso de certos medicamentos ou drogas, propensão genética, exposição ao ruído de alta intensidade, presbiacusia (perda da audição provocada pela idade), traumas na cabeça, defeitos congênitos, alergias, problemas metabólicos, tumores, entre outros. Na maioria dos casos, o tratamento ocorre por meio de medicamentos, cirurgias e uso de próteses auditivas.

Esses são os dois principais tipos da surdez. Em alguns casos podem ocorrer tanto os sintomas da surdez de condução como da surdez neurossensorial. Nesse caso, chamamos de surdez mista.

Além disso, podem ocorrer outros fatores que se relacionam à perda de audição, como nascimento prematuro, baixo peso ao nascer, uso de antibióticos tóxicos e infecções, como sífilis e rubéola, que podem levar à surdez congênita (quando a surdez ocorre desde o nascimento).

Segundo o otorrinolaringologista Luiz Fernando Lourençone, do Instituto de Olhos e Otorrino de Bauru (IOB), a causa da surdez pode estar relacionada a diversos fatores, entre eles, o genético, os ambientais ou os decorrentes do envelhecimento. Nas crianças, as doenças infectocontagiosas, a exemplo da meningite e da rubéola, são potenciais desencadeadores da perda auditiva, de forma que a criança com dificuldade auditiva pode perder estímulos importantes para o seu desenvolvimento, que envolvem o aprendizado, a comunicação e a socialização. O médico aponta que quando a perda auditiva é congênita, é possível ser detectada e diagnosticada nos primeiros meses de vida, razão pela qual o Teste da Orelhinha, um exame rápido e indolor, é tão importante e não pode ser negligenciado. Ele também comenta que na terceira idade, devido ao envelhecimento natural dos órgãos, o problema aparece com certa frequência, sendo mais perceptível após os 65 anos e comprovado cientificamente que a perda auditiva no idoso é um dos fatores mais expressivos de desagregação social. 

Atualmente, com os elevados níveis de poluição sonora, a cultura da prevenção e a redução de exposição do ouvido a riscos desnecessários são essenciais para manter uma audição saudável, de maneira que devemos sempre buscar a prevenção da surdez. Podemos evitar a perda de audição, tomando algumas precauções como:

– No caso das gestantes, por exemplo, uma orientação médica pré-natal é essencial para evitar doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose, que podem provocar a surdez. Sem esse acompanhamento, as mulheres podem se tornar suscetíveis às doenças durante a gestação.

– Em bebês e recém nascidos, o teste da orelhinha é o exame mais indicado para identificar anormalidades na audição logo nos primeiros meses de vida. Com base nesse exame, o pediatra pode solicitar o auxílio de um otorrinolaringologista, por exemplo, para evitar maiores prejuízos.

– Também são recomendadas técnicas simples, mas muito eficazes, como o cuidado redobrado com objetos pontiagudos. Nunca insira canetas ou grampos, por exemplo, no ouvido, porque esses objetos podem causar sérias lesões. É por esse motivo que eles também devem ser mantidos longe do alcance dos pequenos. 

– Para trabalhadores expostos a ruídos por tempo prolongado ao longo dos anos, em setores como a indústria, construção civil, metalurgia e mineração, é imprescindível o uso de protetores auriculares, para atenuar o ruído e tornar o barulho confortável ao ouvido. Segundo a legislação brasileira, a distribuição do EPI é uma obrigação do empregador quando os níveis de ruído aceitáveis são ultrapassados. 

– Evite tomar remédios sem prescrição médica e tome cuidado especial com os fones de ouvido, porque o seu uso prolongado, com som acima do recomendado, também pode causar a perda auditiva. 

Deu para entender que a precaução é o melhor remédio para quem tem receio de comprometer a audição?

No entanto, se você  percebeu que tem algum grau de perda auditiva, tomar essas medidas não vai resolver o seu problema. É necessário buscar atendimento especializado para entender a dimensão da perda auditiva, realizar um diagnóstico personalizado e, aí sim, iniciar o tratamento. Contudo, antes de avaliar os tratamentos existentes, vale lembrar que a surdez não é um “bicho de sete cabeças”, sendo que uma pessoa com deficiência auditiva é plenamente capaz de realizar todas as funções de uma pessoa ouvinte, desde que respeitada a sua acessibilidade.

Encontrar uma forma de lidar com a perda auditiva pode ser um desafio, mas no momento em que há suspeita ou diagnóstico de deficiência auditiva, inicia-se um novo mundo de conceitos e informações. Quanto mais cedo reagirmos aos sinais da perda auditiva, ainda que seja leve, melhor será a qualidade de vida no longo prazo, não existindo, porém,  um tratamento único para a surdez. A escolha do método terapêutico depende de vários fatores como: idade, duração, tipo e grau de perda auditiva.

Pessoas com perdas condutivas podem ser tratadas através de medicamentos ou cirurgias. Já os casos de deficiências neurossensoriais quase sempre serão tratados com auxílio de dispositivos tecnológicos desenvolvidos para a reabilitação auditiva, sendo os mais comuns:

  • Aparelhos Auditivos
  • Implantes Cocleares
  • Implantes de orelha média
  • Próteses Auditivas Ancoradas ao Osso (surdez unilateral)

A boa notícia é que para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência auditiva, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a reabilitação com o auxílio do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) e implantes cocleares. Ainda no SUS, o paciente também tem acesso ao atendimento integral: diagnóstico, indicação do implante, preparação para cirurgia (consultas e exames), acompanhamento feitos por profissionais especializados e terapias após procedimento cirúrgico. Para mais informações, acesse o site: www.saude.mg.gov.br/deficiencia

Diante do exposto, o velho e bom ditado “prevenir é melhor do que remediar”, adequado a incontáveis situações no cotidiano das pessoas, aplica-se igualmente à manutenção de uma audição saudável. Deparamos diariamente com várias surpresas e a melhor coisa que existe é colocar a saúde em primeiro lugar. Só assim conseguiremos relaxar e desfrutar os prazeres da vida, não é mesmo?

~ Bia ~

Dona Akiko e o jogo do contente

Fonte: CEO do Futuro

Será que vocês já ouviram falar do jogo do contente? Quando eu tinha 13 anos, “caiu em minhas mãos”, uma obra clássica da escritora americana Eleanor H. Porter, intitulada Poliana. Publicado pela primeira vez em 1913, o livro narra a história da protagonista que consegue ver o lado bom em tudo que acontece… até que um obstáculo desafie seu Jogo do Contente que foi inventado por seu falecido pai, para que ela encontrasse diariamente motivos para sorrir. Com esse pensamento, ela enfrenta as dificuldades da vida e provoca os adultos a seguir pelo mesmo caminho, sem nutrir mágoas ou tristezas profundas.

Não sei dizer se Dona Akiko, minha mãe, chegou a ler esse livro mas depois que terminei a leitura dessa obra literária, cuja mensagem nos faz refletir sobre a importância de ser otimista e ver sempre o lado positivo de todas as situações, com exceção do funeral, já que “não há nada em um funeral que possa deixar alguém contente” segundo Poliana, o que mais me impressionou foi perceber como minha mãe jogava tão bem esse jogo no seu dia a dia.

Como comentei anteriormente, sou descendente de japoneses e reza os antigos costumes de meus ancestrais, o sistema patriarcal em que cada membro tem seu lugar definido na estrutura e na organização doméstica, assim como o compromisso com quem o comanda. Na hierarquia, cuja autonomia máxima era do pai, o primogênito (sexo masculino) tinha a responsabilidade de perpetuar o legado cultural e social da família, cabendo a sucessão do honrado nome da família. Digamos que, de certa forma, não deixava de ser um resquício de feudalismo que a tradição japonesa respeitava com muito orgulho.

Em outras palavras, meus avós imigraram para o Brasil e o meu pai, por ser filho único, era também o primogênito da família. Fortemente enraizado em seus costumes e tradições, meu avô paterno era o patriarca da família, de modo que quando meus pais casaram, minha mãe foi morar com meus avós, assumindo seus deveres previamente estabelecidos. Assim, eu e meus irmãos nascemos e passamos a nossa infância e adolescência convivendo não só com meus pais, mas principalmente com meus avós que estavam sempre presentes, transmitindo profundas lições de vida para todos nós. 

Onde entra a Dona Akiko nessa história toda? Meu avô, apesar de ser extremamente generoso, era o “senhor feudal do nosso clã” e, além de autoritário, era implacável em suas decisões, ou seja, quando ele falava, todos (meus pais e minha tia Zélia que é a única irmã de meu pai e era uma jovem adolescente quando eu nasci) tinham que “baixar as orelhas”, mesmo não concordando com as suas ações. 

Meu pai teve muitas dificuldades em “digerir” essas imposições, mas como era obrigação do primogênito zelar pelos familiares e respeitar os pais, mesmo contrariado acatava as ordens do meu avô. Minha mãe, por sua vez, não esquentava a cabeça e levava a vida numa boa, mesmo com 5 filhos, sendo corresponsável pelo preparo das refeições da família e ainda por cima, frequentando um curso superior por determinação do meu avô que considerava importante ela ser “letrada” para que tivesse o mesmo nível de conhecimento de meu pai, que era muito estudioso. Naquela época, mais de 50 anos atrás, pouquíssimas mulheres tinham acesso a um curso superior e, se não me engano, minha mãe foi uma das primeiras descendentes de japoneses na nossa cidade a concluir uma “faculdade” e se tornar, posteriormente, professora de geografia no ensino fundamental.               

Assim, minha mãe foi se dedicando à sua atarefada rotina, colocando em prática o seu jogo do contente, sem nutrir mágoas ou tristezas diante da autoridade do patriarca da família. Se por um lado meu avô era muito rígido, ela teve uma sorte incrível pois minha avó era muito, mas muito amável e compreensiva (acho que também conhecia o jogo do contente) e posso falar de “boca cheia” que nunca presenciei uma discussão entre essas duas mulheres que conviveram pacificamente por 45 anos. 

Somente após a partida de meu pai, meu avô e de minha avó, há 17 anos, Dona Akiko conseguiu se sentir livre como um passarinho e decidiu viver para ela mesma. Até então, sempre com o seu joguinho do contente a postos, tinha dedicado toda a sua vida em prol do bem estar da família. Para se ter uma ideia de como ela levava esse jogo tão a sério, eu dificilmente a vi reclamar e na minha “aborrescência”, quando eu ficava revoltada contra tudo e todos e ela, na tentativa de me acalmar, me dizia que tínhamos que “dançar conforme a música”, tenho que confessar que ficava irritada com o seu comportamento que, na época, eu entendia como “conformismo” e não como “resiliência”. 

Continuando… nesse período em que a minha mãe estava começando a sentir o gostinho da liberdade, teve que colocar novamente em prática seu velho jogo do contente para vencer uma dura batalha contra um câncer que veio incomodá-la. Após se libertar da doença, sentindo-se mais leve e solta, desta vez como uma borboleta que acaba de sair do casulo, resolveu seguir o conselho que Poliana dá para Tia Polly durante a reprimenda de um jogo do contente: Respirar apenas não é viver!”. 

Restabelecida após um período de debilitação, porém carregada de energia, coragem e entusiasmo, Dona Akiko decidiu não só respirar mas viver intensamente, participando de vários grupos sociais e religiosos e realizar o maior desejo de sua vida que era viajar e explorar, ao vivo e a cores, tudo que ensinara a seus alunos nas aulas de geografia. Totalmente descompromissada, resolveu se aventurar conhecendo vários lugares de norte a sul do Brasil e alguns países da Europa, além de visitar, eventualmente, a família de sua filha Célia, minha irmã, que mora no México e a família de seu irmão caçula Mário, que mora em Toronto, no Canadá.

Quando estava de malas prontas para passear no Japão, país que ela já tinha ido várias vezes, veio a pandemia e teve que cancelar a passagem pois a entrada de turistas não estava mais sendo permitida naquele país. Graças a Deus, tomando os devidos cuidados, não foi atacada pelo terrível vírus da COVID 19, mas no início do ano passado teve um súbito acidente vascular cerebral (AVC), ficando com os membros superiores e inferiores totalmente imobilizados.  Felizmente, o cérebro e os órgãos sensoriais não foram afetados e, mais uma vez, mentalizando o seu joguinho do contente, fazendo fisioterapia e acupuntura, está cada dia melhor. Apesar do seu braço esquerdo continuar imobilizado, consegue se locomover e já está fazendo a maior festa quando a turminha das cartas de baralho vai semanalmente visitá-la.

Hoje, dia 3 de novembro, Dona Akiko está completando 82 anos e agora que não está mais em condições de viajar mundo afora vai, enfim, curtir a partir deste mês, uma casa “novinha em folha” que foi construída especialmente para ela. Depois de passar mais de 60 anos na velha (mas bem conservada) casa onde morou desde que se casou, vai sentir, pela primeira vez, o gostinho de ter o seu lar, doce lar. 

Desse modo, nesta data tão especial, desejo profundamente que a Poliana que existe dentro dela continue firme e forte pois, melhor que ninguém, ela sabe que viver é fazer aquilo que se gosta, é ter um bom dia, é ler bons livros, dar boas gargalhadas e se divertir jogando “buraco” com seus bons e velhos amigos. Ainda mais agora na sua recém construída casa própria!!!

E como nem todos os dias o sol brilha em nossas vidas, tenho certeza que vai “tirar de letra” qualquer obstáculo, pois não conheço quem jogue tão bem esse jogo do contente como ela joga. Razão pela qual digo constantemente para meus familiares que ela é o exemplo de uma pessoa que está sempre, mas sempre mesmo, de bem com a vida. Parabéns, Dona Akiko, por mais um “aninho” de vida e que o seu jogo do contente continue nos inspirando (filhos, netos e bisnetos), a encarar os desafios e extrair o que há de melhor no dia a dia. 

Comemoração de 80 anos da Dona Akiko em 2020

Encerro este post com uma bela frase de Cora Coralina que, assim como minha mãe, era “expert” no jogo do contente: “Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos valores humanos e ser otimista.

~ Bia ~

Livros, livros e mais livros

Dia 29 de outubro é o Dia Nacional do Livro e vou aproveitar a data para falar sobre a minha intrínseca relação com os livros.

Assim como Jesus nasceu numa manjedoura, eu literalmente nasci (em casa) numa biblioteca. Meus pais eram professores e o que mais tinha na minha casa eram livros, livros e mais livros. Assim como comentei que minha tia Zélia é apaixonada por flores, os livros eram a “vida” de meu pai e seu enorme prazer era “investir” suas economias em verdadeiras obras do saber. Mas que tipos de livros? 

De tudo, um pouco! Como era professor de matemática, acho que tinha todos os livros de matemática que eram vendidos na livraria. Para se ter uma ideia, em casa também tinha várias enciclopédias, tais como Barsa, Mérito, Delta Larousse, Conhecer, Medicina e Saúde, Trópico, Os bichos evoluem e outras que não me vem à memória neste momento. Desse modo, quando tínhamos que fazer trabalhos escolares, não era necessário irmos (eu, meus irmãos e posteriormente minhas filhas), à biblioteca escolar ou municipal para fazermos as nossas pesquisas. Tinha também obras completas de vários escritores de literatura brasileira e quando as professoras de português nos orientavam para lermos um livro sobre determinado escritor, “tava” lá na prateleira pronto para ser consumido. 

Além desses livros, como minha mãe era professora de geografia, tinha um “monte” de mapas e livros dessa matéria e afins como, livros de história e educação moral e cívica (nem existe mais essa disciplina). Isso sem contar os livros voltados para crianças como a coleção Mundo Infantil, as obras completas de Monteiro Lobato, uma coletânea de livros sobre as lendas e o folclore brasileiro, livros de artesanato como a coleção Mãos de Ouro, livros de culinária, dicionários de vários idiomas e diversos outros livros.

Para que a gente não se sentisse perdido no meio de tanta “cultura”, estavam organizados nas estantes que meu pai pediu para o marceneiro fazer nas paredes do seu cantinho da sabedoria. Assim, cresci me sentindo “Tio Patinhas”, só que ao invés de mergulhar nas moedas de seu caixa forte, eu mergulhava na imensidão de letrinhas de livros e mais livros. E o que foi que aconteceu? Acabei me tornando bibliófila e os livros passaram a ser meus inseparáveis companheiros.

TioPatinhas

Oh! que saudades que tenho, da aurora de minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais” como expressava Casimiro de Abreu, não tínhamos na nossa infância tantos brinquedos e jogos eletrônicos como temos hoje e a nossa maior alegria era brincar ao ar livre de pega pega, esconde esconde, amarelinha, queimada, cabo de guerra e até mesmo de soltar pipas, sendo que, com exceção do Natal onde minha mãe nos provia com roupas e sapatos novos, os “presentes” que sempre ganhamos de meu pai eram “gibis”, que ele fazia questão de comprar semanalmente na banca de jornais que tinha na esquina de casa. 

Tenho certeza que foi a estratégia que ele usou para incentivar o nosso gosto pela leitura. As revistas em quadrinhos foram, sem sombra de dúvida, a porta de entrada para aguçar a minha curiosidade acerca dos livros que ‘’enfeitavam” as estantes lá de casa. À medida que fui crescendo, a leitura tornou-se um hábito e acabei pegando a mania de meu pai, “torrando” a mesada com livros e “engordando” cada vez mais as prateleiras, já sobrecarregadas de tanto peso.

Até a conclusão do Colegial (Ensino Médio), selecionei minhas leituras para que me levasse, ao prestar o vestibular, à aprovação do curso superior que eu pretendia fazer. Assim, aproveitei esse período para ler os livros dos principais autores da literatura brasileira da era nacional, começando pelos livros do Romantismo e perpassando pelos livros do Realismo até os do Pós-modernismo.

Somente após ingressar no curso superior, me dei ao luxo de “degustar” livros clássicos de escritores estrangeiros como Grandes Esperanças e Oliver Twist (Charles Dickens), O Velho e o Mar (Ernest Hemingway), Dom Quixote de La Mancha (Miguel de Cervantes), Os Irmãos Karamazov (Fiódor Dostoiévski), Os Três Mosqueteiros e o Conde de Monte Cristo (Alexandre Dumas), Orgulho e Preconceito (Jane Austen), O Corcunda de Notre Dame (Victor Hugo), Madame Bovary (Gustave Flaubert), O Morro dos Ventos Uivantes (Emily Brontë), Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley), O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry) e tantos outros, até mesmo mais modernos que, após suas valiosas publicações, alguns se tornaram campeões de bilheteria de todos os tempos.

Com o advento da internet, estamos no auge dos livros digitais, mas como eu adoro uma boa história, passando horas e horas lendo um livro, faço parte do time que ainda dá preferência pelos livros físicos, pois consigo me concentrar melhor e meus olhos, ah… eles agradecem! No entanto, tenho que “dar mão à palmatória”, pois os livros digitais têm as suas enormes vantagens: não ocupam espaço, são sustentáveis, são mais baratos e, principalmente, possibilitam a leitura em qualquer hora e em qualquer lugar. À vista disso, venho aderindo ao Kindle e “viajando” cada vez mais no mundo da cultura através desse dispositivo eletrônico.

Encerro este artigo fazendo uma reflexão sobre a paixão do meu pai por livros. Como eu disse no início deste post, ele era professor de matemática, mais especificamente de matemática financeira e o mais recomendável (talvez) seria que, ao invés de “gastar” tanto dinheiro com livros, tivesse investido seu “suado” dinheirinho em algumas aplicações financeiras que desse um “up” nas suas economias por conta dos juros compostos, que ele notoriamente ensinava para seus alunos universitários e que vem sendo muito exposto pelos “gurus” das finanças, nas redes sociais, de como se tornar milionário. No entanto, meu pai, na qualidade de educador, tinha plena convicção de que o maior legado que se poderia deixar não só para nós, seus filhos, mas para a humanidade era a educação. Esse foi o principal motivo pelo qual fez questão de investir em livros e mais livros, pois certamente compartilhava o mesmo pensamento de José Saramago: “Não existe vida sem livros.”

E… como dizia Walt Disney: “Há mais tesouros nos livros do que em todos os saques dos piratas na Ilha do Tesouro. Quem sabe até mais do que na caixa forte do Tio Patinhas, não é mesmo?

~ Bia ~

Dia do Saci ou Dia das Bruxas?

Fonte: Toda Matéria

Como comentei no post anterior, o Dia do Saci surgiu como uma alternativa ao Halloween, uma celebração baseada na cultura norte-americana que nada tem a ver com a cultura brasileira. 

Com o objetivo de resgatar, valorizar e conscientizar a população sobre a variedade cultural do folclore nacional, a Comissão de Educação e Cultura oficializou o Projeto de Lei Federal nº 2.479, de 2013, que institui o dia 31 de Outubro como sendo o Dia do Saci.

Assim, a comemoração passou a ser realizada no mesmo dia do Halloween e isso não é coincidência. Ao perceber que o Halloween no Brasil estava atraindo cada vez mais jovens e crianças, a criação do Dia do Saci no mesmo dia foi uma forma de oportunizar aos brasileiros a possibilidade de festejar as manifestações da própria cultura. Dessa forma, em contraposição a esse evento tradicionalmente americano que se espalhou mundo afora, o Dia do Saci acontece no dia 31 de outubro para celebrarmos a rica cultura brasileira.

Posto isso, a data homenageia o Saci Pererê e muitas instituições educacionais do país propõem atividades relacionadas a essa emblemática figura folclórica, visto que muitos não conhecem as lendas que envolvem o imaginário do nosso país. E você? Conhece a lenda do Saci Pererê? Se já conhece, que tal relembrarmos juntos a história desse intrigante ser mítico que habita as florestas e é conhecido por suas travessuras? 

Segundo alguns estudos, a lenda do Saci-Pererê surgiu na região Sul do Brasil. Lá havia histórias populares que narravam as travessuras de um pequeno índio de rabo, que assustava os animais e destruía plantações. A princípio, ele era conhecido no idioma tupi guarani como “çaa cy perereg”, mas a repercussão foi tão grande que se espalhou por todo o território brasileiro, incorporando elementos de lendas regionais que apresentam seres com características brasileiras.

Desse modo, quando a lenda chegou no Norte e no Nordeste do país, as características do personagem mudaram. Passou a ser negro, de pequena estatura e a fumar um cachimbo (por influência da cultura indígena e africana na região), tendo apenas uma perna e saltitando velozmente para se locomover. Porém, não podemos deixar de destacar que sua principal característica é, sem dúvida alguma, a carapuça vermelha.

De acordo com a lenda, o Saci-Pererê é um menino muito astuto e ágil que adora fazer travessuras tais como entrançar as crinas dos cavalos, desaparecer com objetos, assustar os animais, assobiar a noite para anunciar a sua presença, apagar lamparinas, trocar os recipientes de sal pelos de açúcar nas cozinhas, causar redemoinhos para levar sujeira às casas, dentre outras traquinagens. Há quem diga que o Saci é do mal, assim como tem muita gente que acredita que ele seja do bem. Nesse sentido, o historiador e antropólogo Câmara Cascudo (1898-1986) apresenta o Saci Pererê como uma “entidade maléfica em muitas, graciosa e zombeteira noutras oportunidades”. 

Achei super interessante ver a lenda do Saci Pererê em Libras. Se você também quiser ver, é só clicar no vídeo abaixo, ok?

Embora a cultura brasileira seja rica em contos com muita magia e fantasia, está cada vez mais forte o mês de outubro ser lembrado pelo Dia das Bruxas, cujo crescimento evidencia-se principalmente nos centros urbanos brasileiros. Diante desse impasse frente a essas duas comemorações, de acordo com a BBC News, não há um consenso de posicionamento entre os “saciólogos” pois o jornalista e geógrafo Mouzar Benedito, um dos criadores da Sociedade de Observadores de Saci (Sosaci), instituição fundada em 2003 para não deixar morrer a cultura do personagem, alega que “o Halloween foi imposto como uma coisa ideológica de propaganda, como marca do domínio da cultura dos Estados Unidos sobre nós” e prega que “arteiro que só ele, o saci quer dar um jeito de se apropriar das abóboras do Halloween. E, como propagam os “saciólogos” Brasil afora, devorá-las feito escondidinho de carne-seca, numa receita nacional”. 

Por outro lado, o fundador da Associação Nacional dos Criadores de Saci (ANCS), o tecnólogo José Oswaldo Guimarães diz não querer acabar com o Halloween e que “a ideia é reforçar a cultura do saci e não diminuir outras culturas”, sendo que o Dia do Saci não deveria ser na mesma data que o Dia das Bruxas pois na sua versão à BBC News, “justificar uma data matando outra é inócuo e acaba realçando ainda mais o Halloween.”

A jornalista, poeta e gestora de projetos educativos e culturais Tatiana Fraga, uma das curadoras da exposição #OcupaSacy compartilha da mesma opinião, argumentando à reportagem que não luta contra o Halloween pois ele chegou ao Brasil da mesma maneira como muito da cultura americana chega ao país, alegando ter um movimento antropofágico em relação à essa questão. Ela sugere comemorar o Halloween e também o Saci, pois toda brincadeira fantasiosa é muito legal e os “mitos podem conviver” pacificamente. Prossegue, inclusive, afirmando que faz mais sentido para nós a brincadeira do saci por ter uma verdadeira relação com o folclore do nosso país e que se depender “do saci, por ser uma figura anti-imperialista, vai mesmo comer a abóbora”.

Na visão do professor Pereira, especialista em Cultura Brasileira do Mackenzie, os grupos que se esforçam para resgatar figuras do folclore fazem um trabalho “fundamental e imprescindível”. Ele também deu o seu parecer à BBC News de que não acha que festas como o Dia das Bruxas precisam ser combatidas, declarando não ser refratário à introdução de outros elementos em nossa cultura e que o Brasil sempre foi uma “mistureba” mas que a sua preocupação se resume no fato de que “um elemento puramente comercial supere manifestações folclóricas, nascidas do imaginário popular e de tradições”, ressaltando que “pais e professores têm um papel fundamental na preservação de nossos valores culturais e de nossas tradições. Não que o novo seja proibido, mas não podemos esquecer o antigo”.

Após todas essas divergências, chegamos à conclusão que comemorar o Dia do Saci é realmente enaltecer os costumes de nosso país e mesmo diante de tantas controvérsias, ficou perceptível a importância de se legitimar essa lendária figura que é um dos ícones do nosso inestimável folclore brasileiro. Mas… nem por isso precisamos “queimar” as bruxas na fogueira, não é mesmo? 

Eu, particularmente, aprecio a decoração do Halloween e a minha casa fica toda enfeitada no mês de outubro com adereços alusivos à essa festividade. Como também valorizo a rica cultura de nosso país, acho propício destacar a figura do Saci Pererê no dia 22 de agosto, ocasião em que celebramos oficialmente o Dia do Folclore Brasileiro. No entanto, como gosto é gosto e todos nós temos o direito ao livre arbítrio, uma vez que o saci tem o dia especialmente dedicado a ele, quem não gosta de bruxas, tem a opção de fazer as travessuras com o menino serelepe de uma perna só, não é mesmo? Neste frágil momento em que vivenciamos conflitos armados, que os sacis não tenham que se confrontar com as bruxas pois, mais do que nunca, precisamos celebrar a união e nutrir a paz no coração de toda a humanidade, vocês não concordam?

~ Bia ~

Socorro… A bruxa está solta!!!

Fonte: Freepik

O Dia das Bruxas, ou Halloween, está chegando… É comemorado no dia 31 de outubro, principalmente nos Estados Unidos e também em diversos outros países, inclusive no Brasil. Crianças e adolescentes saírem fantasiados de porta em porta pedindo doces, ou espalhando pela casa enfeites e adereços assustadores como abóboras esculpidas e iluminadas, ou ainda participando de festas à fantasia, são hábitos cada vez mais populares. No entanto, sua origem não tem muito a ver com o significado moderno que essa festa foi adquirindo ao longo dos tempos.

O Halloween tem suas raízes no Reino Unido e seu nome deriva de “All Hallows Eve”. O termo “Hallow” é um termo antigo para “santo”, e “eve” é o mesmo que “véspera” porque designava a noite anterior ao Dia de Todos os Santos, celebrado no dia 1º de novembro, véspera de Finados no Brasil.

Pressupõe-se que as primeiras comemorações do Halloween teriam origem há mais de 2,5 mil anos com o povo celta (múltiplas tribos indo-europeias que se espalharam pela maior parte do Oeste da Europa a partir do II milênio a.C), por conta de um festival chamado “Samhain”, cuja festa durava 3 dias (com início no dia 31 de outubro), em agradecimento a abundância das colheitas e também porque era a véspera de um novo ano no calendário celta.

Eles acreditavam que nessa data os mortos e os espíritos malignos saíam de suas tumbas para atormentar os vivos. Para tentar se proteger dos “mortos-vivos”, os celtas acendiam fogueiras, utilizavam máscaras para não serem reconhecidos, decoravam as suas casas com objetos macabros, como ossos e caveiras, acreditando que com isso poderiam afugentar o “mau espírito”.

Porém, a relação entre essa data e as bruxas ocorreu na Idade Média quando havia a perseguição a homens e mulheres que eram considerados curandeiros. Os que fossem suspeitos dessa prática eram chamados de bruxos e como punição eram levados a julgamento e, consequentemente, à fogueira. Quando essa cultura foi levada aos Estados Unidos pelos emigrantes irlandeses, antigo povo celta, ficou conhecida como “Dia das Bruxas”.

Hoje, o que prevalece em relação ao Dia das Bruxas é a referência aos mortos, mas com características bem mais distintas. Desse modo, os símbolos usados nesta festividade são sempre assustadores: bruxas, vampiros, morcegos, aranhas, fantasmas, caveiras, gatos pretos, zumbis e as cores laranja, preto e roxo se destacam como símbolos alusivos à comemoração.

Uma lenda sobre um ferreiro chamado Jack que conseguiu ser mais esperto que o diabo e vagava como um morto-vivo, deu origem às luminárias feitas com abóboras que se tornaram a “marca registrada” do Halloween americano. A tradição moderna de sair às ruas da vizinhança perguntando de porta em porta “Trick or Treat?” (Gostosura ou travessura?) também é americana e se as crianças não ganham doces nesse dia, têm permissão para fazer travessuras na casa dos vizinhos, como se fossem “anjinhos do mal”. Assim, jogar papel higiênico nas árvores costuma ser a “traquinagem” mais comum durante essa comemoração.

Esse é o maior feriado não cristão dos Estados Unidos, sendo que nesse dia há festas temáticas para adultos e crianças e além das fantasias, as pessoas costumam se maquiar, no intuito de ficarem com o aspecto mais assustador possível. Atualmente esse evento tem diferentes finalidades, celebrando os mortos ou até mesmo a época de colheita e o fim do verão, e também o início do outono no hemisfério norte. O Halloween abre uma brecha para que adultos brinquem com seus medos e fantasias, permitindo subverter normas sociais como evitar contato com estranhos ou explorar o lado sombrio do comportamento humano. Talvez seja esse o principal motivo de sua crescente popularidade por todo o planeta.

Fonte: Brasil Escola

No Brasil esta comemoração é mais recente e acontece devido à grande influência americana presente em filmes e séries de TV e por meio dos cursos de inglês, que exercem significativa importância desse festival no país, no sentido de propagar a vivência da cultura estrangeira pelos alunos. Entretanto, há uma certa resistência em algumas regiões brasileiras sobre a comemoração desta data pois algumas pessoas argumentam que o nosso país tem uma cultura popular muito rica que precisa ser valorizada e que não devemos ignorar a nossa própria história e identidade. Em função dessa polêmica, também se comemora na mesma data o Dia do Saci, um menino travesso de uma perna só, fruto de um projeto de lei que busca resgatar figuras do folclore brasileiro em contraposição à cultura americanizada do Dia das Bruxas.

Em razão desse impasse, no próximo post vou falar sobre a controvérsia entre o Dia das Bruxas e a emblemática figura do folclore brasileiro, o Saci Pererê. Aguardem!!!

~ Bia –

Dia Mundial da Alimentação – “Não deixe ninguém para trás”

Fonte: FAO

O Dia Mundial da Alimentação é comemorado no dia 16 de outubro e foi criado com o objetivo de desenvolver uma reflexão a respeito do atual cenário da alimentação mundial e sobre a fome no planeta. A data marca a fundação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 1945, mas a cerimônia oficial só foi estabelecida em novembro de 1979 pelos países membros na 20ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.

Esta celebração, que ocorre em cerca de 150 países, traz temas que nos levam a refletir sobre a população carente, sua segurança alimentar e nutrição. A cada ano um tema é escolhido, sendo que diversas campanhas educativas, palestras e ações são realizadas ao redor do mundo com relação ao tema proposto. A primeira comemoração da data ocorreu no ano de 1981, quando o tema abordado foi “A comida vem primeiro”.

Neste ano, o tema é “Não deixar ninguém para trás”, estando ancorada em quatro pilares: melhor nutrição, melhor produção, melhor ambiente e melhor qualidade de vida. A partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Dia Mundial da Alimentação de 2022 traz o desafio da redução das desigualdades, incluindo a segurança alimentar e nutricional no mundo, sobretudo no período pós pandemia agravado pela guerra entre Ucrânia e Rússia.

De acordo com o site oficial da FAO, embora tenhamos progredido na construção de um mundo melhor, muitas pessoas foram deixadas para trás. Pessoas que não podem se beneficiar do desenvolvimento humano, inovação ou crescimento econômico. E se formos analisar, é aterrador que milhares e milhares de pessoas em todo mundo não tenham uma dieta saudável, conduzindo-as em alto risco de insegurança alimentar e desnutrição. No entanto, ironicamente, são produzidos alimentos suficientes para alimentar todos no planeta, de modo que acabar com a fome não é uma questão de oferta. Então, vem a pergunta: – Por que tanta fome no mundo?

O grande dilema é o acesso e a disponibilidade de alimentos nutritivos, cada vez mais agravados por diversos desafios globais, incluindo a pandemia de COVID-19, desigualdade, mudanças climáticas, conflitos, aumento de preços e tensões internacionais que estão afetando drasticamente a segurança alimentar de todos os povos deste planeta. Como resultado, o que nos permeia é a triste realidade de nos confrontarmos diariamente com milhares e milhares de pessoas sendo afetadas por esse efeito dominó de desafios que não conhecem fronteiras.

Segundo o relatório “O Estado de Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo” da Organização das Nações Unidas (ONU), o número global de pessoas afetadas pela fome subiu para 828 milhões em 2021, um aumento de 150 milhões desde 2019, sendo que cerca de 3,1 bilhões de pessoas não podem ter uma alimentação saudável.

Assim, diante dos dados acima mencionados, é importante lembrarmos que um dos objetivos globais para o desenvolvimento sustentável (ODS), é acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e a melhoria da nutrição e, não menos importante, promover a agricultura sustentável. Infelizmente, os números atuais demonstram que o mundo está se afastando cada vez mais desse objetivo pois muitas pessoas padecem sem ter o que comer. 

De acordo com o Diário do Comércio, a fome sempre foi um problema grave no Brasil, mas com a Covid-19, a situação piorou muito. São quase 117 milhões de pessoas nessa situação, sem acesso pleno e permanente a alimentos. Além deles, há ainda 19,1 milhões de brasileiros que efetivamente passam fome, em um quadro de insegurança alimentar grave. Antes da pandemia, havia 57 milhões de pessoas vivendo em insegurança alimentar no País, sem acesso pleno e permanente a alimentos. Os dados fazem parte do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN).

Se por um lado, não só o Brasil mas o mundo enfrenta o aumento da fome, vivemos ainda um alto desperdício de alimentos, sendo esta uma das contradições mais preocupantes da vida moderna. Relatórios da FAO apontam que anualmente 1,3 bilhão de toneladas de comida são desperdiçadas. E com um quarto desses números, é possível alimentar 842 milhões de pessoas em todo o mundo. 

Posto isso, acredito ser de bom senso aproveitar essa data para refletirmos sobre nossos hábitos alimentares, o desperdício e como podemos ajudar diante desse deplorável cenário. Assim, nada melhor do que começarmos com pequenas atitudes individuais que podem fazer uma enorme diferença e tornar o mundo bem mais justo. Vamos, então, ver algumas dicas de Gina Marini, gerente de segurança e saúde no trabalho do Serviço Social da Indústria (SESI) de como evitar o desperdício de alimentos em nossa casa:

  1. Planeje as refeições. O desperdício acontece quando se perde o alimento por guardá-lo de forma errada ou, ainda, quando se faz mais comida do que o necessário no dia a dia.
  2. Faça uma lista para ir ao supermercado conforme o cardápio ou o consumo habitual da família, considerando os alimentos que já estão disponíveis na despensa.
  3. Utilize o alimento de forma integral. Cascas, talos e folhas são ricos em nutrientes e podem ser utilizados em preparações como caldos, sopas e ensopados.
  4. Arrume a sua despensa, colocando na frente alimentos que estão com a validade mais próxima do vencimento para evitar perda.
  5. Congele as sobras de alimento. O arroz que sobrou hoje pode ser utilizado em uma refeição futura.

Evitando o desperdício estaremos participando de um mundo sustentável em que todos (governos, setor privado, sociedade civil e indivíduos) possam trabalhar juntos, em solidariedade, para priorizar o direito de todas as pessoas à alimentação, nutrição, paz e igualdade. Diante de crises globais, a FAO enfatiza que “soluções globais são necessárias mais do que nunca e que ao almejarmos melhor produção, melhor nutrição, um ambiente melhor e uma vida melhor, podemos transformar os sistemas agroalimentares e avançar progressivamente através da implementação de soluções sustentáveis ​​e holísticas que considerem o desenvolvimento a longo prazo, crescimento econômico inclusivo e maior resiliência.”

De fato, todos nós podemos trabalhar para um futuro inclusivo e sustentável, mostrando maior empatia e bondade em nossas ações em prol daqueles que sofrem com a fome, garantindo uma alimentação saudável para todos e não deixando ninguém para trás.  Está mais do que na hora de sermos a mudança e criarmos um futuro melhor e mais sustentável onde todos, em todos os lugares, tenham acesso regular a alimentos nutritivos . Afinal, o Dia Mundial da Alimentação (#World Food Day 2022) é o meu, o seu e o nosso dia e não queremos que ninguém seja deixado para trás, não é mesmo? Acredito ser uma boa reflexão para todos nós!!!

~ Bia ~

Dia do professor “especial”

O “Dia do Professor” é comemorado no Brasil em 15 de outubro, sendo que esta data faz referência ao Imperador Dom Pedro I, que no dia 15 de outubro de 1827 criou no país uma Lei Imperial sobre o Ensino Elementar no Brasil – conhecida como Escola de Primeiras Letras. No mesmo mês, no dia 5, é celebrado o “Dia Mundial do Professor”, sendo que esta data foi criada em 1994 pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), com o objetivo de ressaltar a importância e o papel fundamental dos professores na sociedade.

Para mim é uma data muito especial porque, especificamente neste dia, todos nós que já fomos (ou somos) alunos, temos a oportunidade de expressar nossa sincera gratidão por todos os mestres que um dia foram (ou são) os educadores de nossas vidas. Eu, particularmente, tive excelentes professores que foram essenciais à minha formação acadêmica e na construção da ética, de forma que a consolidação desta base de conhecimento possibilitou que eu adquirisse experiências de vida, além do âmbito intelectual. Meu eterno carinho para todos eles!

Mas… sendo hoje a data oficialmente criada para homenagear, com mérito, esses profissionais que dedicam suas vidas à transmissão do conhecimento e ao desenvolvimento da educação de todos os povos do mundo, vou homenagear especialmente os professores de crianças com necessidades educacionais especiais, cujas crianças demandam recursos e serviços educacionais diferenciados. Estou ciente de que o dia 22 de agosto é o dia do educador especial, mas quero me dirigir ao educador que, na qualidade de atuar profissionalmente como professor, tem a nobre missão de fazer a diferença na vida dessas crianças. 

Para começar, é preciso “tirar o chapéu” e dizer como é fantástico o “show” desses professores que tomam para si a responsabilidade de direcionar o processo pedagógico, desenvolvendo caminhos “especiais” para que esses alunos adquiram o conhecimento. Além de estarem constantemente auxiliando para que eles avancem tanto intelectual quanto socialmente, de forma que possam superar as expectativas e as barreiras que lhe são impostas, esses heróicos professores excluem a visão de incapacidade, compreendendo que os erros desses alunos podem ser considerados como um aspecto relevante para a aprendizagem e não como um fracasso. Desse modo, eles enxergam em cada criança o potencial que ela tem, promovendo constantemente atividades que valorizam o respeito às diferenças e às inteligências múltiplas.

Por conseguinte, mesmo com toda a disposição para se “doarem” nessa árdua missão, é comum vê-los enfrentando desafios como a falta de recursos materiais, infraestrutura insuficiente, superlotação das salas de aulas, entre outros. Ao longo do processo pedagógico, os professores também se deparam com diversas dificuldades e na intensa busca por soluções e estratégias para entender as necessidades de cada criança, estão sempre se especializando, pois sabem o quanto a qualificação profissional é importante para a efetiva inclusão delas na sociedade.

Acredito ser esse o real panorama que reflete o esforço e a dedicação da maioria dos professores de crianças com deficiência que, com muita mas muita paciência e uma dose infindável de amor, enfrentam “mundos e fundos” para oferecer uma educação adequada às diferenças e às necessidades de cada criança, criando novos caminhos e recursos para que todas possam conquistar um” lugar ao sol”. 

Esse envolvimento psicopedagógico, os desafios e as dificuldades enfrentadas pelos professores que acabei de descrever, baseiam-se fundamentalmente na minha convivência com os professores do Colégio Bilíngue para Surdos de Maringá (Anpacin) onde a Dani cursou do Ensino Fundamental até o Ensino Médio. É impossível falar sobre a relevância de um único professor, pois todos, sem exceção, tiveram um papel marcante não só na vida da Dani, mas de todas as crianças surdas da escola.

Cada qual à sua maneira, mas com pensamento uníssono em abrir a mente das crianças surdas para que buscassem conhecimento, era impressionante ver a garra e a determinação com que esses professores se dedicavam à arte de ensinar, encorajando-os a conquistarem seus sonhos  através do saber. 

Assim, neste dia especialmente dedicado a todos os professores do Brasil, minha honrosa homenagem é para esses “amadores” de pessoas que, com presteza e comprometimento, mesmo deparando diariamente com situações tão complexas e adversas, olham seus alunos com os olhos da alma, conscientes de que ensinar é, sobretudo, um ato de AMOR!!! 

Com toda certeza causaram enorme impacto na vida dessas crianças, sendo que algumas se inspiraram nesses professores para também se tornarem professores. É o caso da Dani e de alguns amigos surdos que são, atualmente, professores de Libras. Por ironia do destino, agora esses adultos surdos têm a oportunidade de ensinar a sua língua natural, não só para crianças surdas mas para adultos ouvintes que têm interesse em aprender a língua de sinais. Estendo para vocês também a minha homenagem, pois motivados por esses professores, quebraram o estigma da incapacidade e foram em busca de uma jornada de aprendizado e crescimento pessoal.

E simmm… vocês merecem todos os aplausos do mundo pois a empatia, a coragem e o entusiasmo com que compartilham valores e promovem a autoestima de cada uma dessas crianças “especiais”, só podem vir do orgulho que sentem pela profissão. PARABÉNS!!!

Há quem diga que a Vida ensina, mas eu prefiro dizer que Deus coloca pessoas em nossas vidas, professores especiais, que tem como missão nos ensinar que a Vida pode ser melhor vivida se for com sabedoria, compaixão e respeito ao próximo e a nós mesmos. (Desconhecido)  

~ Bia ~

Ser criança “para a vida toda”

O Dia das Crianças no Brasil é comemorado no dia 12 de outubro, sendo que na maioria dos países do mundo, as celebrações são realizadas em 20 de novembro por conta da oficialização, em 1959, da Declaração Universal dos Direitos da Criança, em 1959. Entretanto, mais do que programações especiais e festividades, vou aproveitar a oportunidade para fazermos reflexões sobre a importância de ser criança.

A primeira palavra que provavelmente faz referência à infância é crescer. Crescer e aprender!!! Mas eu acho que a palavra que melhor contextualiza essa fase da vida é “viver”. Viver o momento presente, viver as descobertas, viver os conhecimentos e viver as experiências. 

Afinal, é uma fase marcada pelas “vivências”, ou seja, pelas aprendizagens. É nesta fase que a criança descobre o mundo na qual está inserida e aprende sobre regras de convívio social, cooperação, comunicação e até mesmo a resolver os conflitos. 

No entanto, muitos de nós, passamos a infância e a adolescência ansiosos por nos tornarmos adultos, acreditando que seríamos muito mais livres e felizes, mas isso nem sempre acontece, não é mesmo? A fase da infância, “vapt vupt” desaparece como num passe de mágica e daí é comum encontrarmos adultos dizendo que não viveram o seu tempo de criança. É o caso de Orson Welles, famoso ator norte americano ao declarar: “Lutei para escapar da infância o mais cedo possível. E assim que consegui, voltei correndo pra ela”. Por esse motivo, penso ser importante conscientizar a criança sobre a importância de ser criança, de viver o presente, mostrando-lhe que esta é a verdadeira chave para que seja o adulto que quer e merece ser!

Assim, nada melhor do que ensiná-la que a fase da infância tem o seu tempo e que a essência de uma vida feliz vem de sabermos aproveitar o momento presente da melhor forma possível. Nesta fase, ao saber brincar, ela poderá desenvolver inúmeras competências e habilidades, tais como a imaginação, atenção, raciocínio, criatividade e socialização, que irão estimular a maneira de ser e agir na fase adulta. 

Viver no mundo da fantasia é estimular a imaginação e a criatividade e deve ser vivida intensamente enquanto criança. A fantasia tem um papel importante no desenvolvimento emocional, permitindo que ela veja realidades diferentes  e o mundo com “outros olhos”. Além disso, a fantasia proporciona um contato maior entre a criança e seus sentimentos e emoções, melhorando as habilidades de comunicação. Conforme ela vai se sentindo mais confiante e segura, os problemas de comunicação tendem a diminuir e ela poderá se transformar em um adulto capaz de expressar seus pensamentos e solucionar os impasses com muito mais facilidade. 

Viver na infância é também ensiná-las a desenvolver a responsabilidade. A criança, embora pequena, precisa aprender a cuidar de seus pertences, a responder por seus atos e a cumprir obrigações – todas, é claro, de acordo com a idade que possuem. Criança só com direitos e sem deveres pode se tornar “criança mimada” e, ao longo dos anos, pode desenvolver uma crença de que realmente não têm obrigações. Ao se tornar adulto, terá mais problemas em lidar com os desafios e as frustrações da vida. 

Desse modo, saber viver tudo isso e muito mais na infância é a chave para que ela seja “criança feliz para a vida toda”. E essa criança que brincou quando precisou brincar, que fantasiou quando precisou fantasiar, aprendeu a cuidar de seus pertences e “vivenciou” tantas outras coisas legais para se “curtir” na infância, é a essência do adulto que será quando crescer.

Por isso, precisamos ensiná-la o valor de ser criança “para a vida toda”. E nada melhor do que saber qual é a nossa essência para que possamos, também, ser crianças “para a vida toda”, não é mesmo? Feliz Dia das Crianças para todos nós!!!

 “O segredo da genialidade é carregar o espírito da infância na maturidade.” (Thomas Huxley)

~ Bia ~

Dia da Natureza abençoado por São Francisco de Assis

Fonte: A12

O Dia da Natureza é comemorado no dia 04 de outubro, e foi criado com o intuito de conscientizar a população a respeito da importância da preservação do meio ambiente. Essa data foi escolhida em homenagem a São Francisco de Assis, um frade católico que ensinou a enxergar os animais como irmãos e a amar a natureza em todas as suas manifestações.

Onde quer que a gente viva, seja numa grande metrópole, no litoral ou no campo, a natureza é imprescindível para o nosso bem estar, pois é dela que retiramos os recursos necessários para a nossa sobrevivência, tais como a água, o alimento, a energia, o ar puro e até mesmo para os momentos de lazer, além dos benefícios psicológicos e espirituais que ela nos proporciona.

A natureza também garante o desenvolvimento econômico, fornecendo as matérias primas naturais, cuja exploração exagerada e irracional vem causando gravíssimos impactos ao meio ambiente como, por exemplo, a perda da biodiversidade por conta das queimadas, da poluição de rios, do solo e do ar, da caça predatória e dos desmatamentos.

Em razão desses impactos de alta escala causados pelo homem, pode parecer que nossas ações não são tão importantes, pois somos apenas uma pessoa ou uma comunidade entre tantos outros bilhões de pessoas neste mundo. Porém, a preservação da natureza exige apenas alguns cuidados básicos para que seja efetiva. Se cada um fizer a sua parte, por meio de pequenas ações, podemos ajudar a preservar o planeta e incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo.

Talvez seja, até mesmo, o conselho de São Francisco de Assis, pois certamente está estupefato ao ver como a Mãe Natureza vem sendo cada vez mais “mutilada” pela espécie humana. Ele tinha, há mais de setecentos anos atrás, uma verdadeira relação fraternal com tudo que via à sua volta, compreendendo desde aquela época a importância da preservação do meio ambiente. Preconizava que quando destruímos ou desrespeitamos a natureza, são ações contra a própria família, pois para ele o sol, a lua, as estrelas, a terra e todas as criaturas e elementos da natureza eram seus irmãos e suas irmãs.

Segundo São Francisco de Assis, todos nós dependemos dos rochedos, das montanhas, do mar, do vento, da água, dos vegetais, das flores porque Deus criou tudo isso para que a vida se tornasse possível. Ele amava as abelhas que fornecem o mel e todos os insetos, a ponto de afastá-los do caminho para não serem esmagados.

Referência espontânea de uma atitude ecológica que se confraterniza com todos os elementos do nosso planeta, São Francisco de Assis nos dá uma sábia lição de que não devemos nunca deixar de nos encantar com a beleza, harmonia e perfeição da natureza e que precisamos tratar os animais com respeito.

Diante desse preceito, as nossas atitudes, por menores que sejam, podem contribuir para um mundo melhor, mais harmônico, equilibrado e sustentável. É importante conhecer o lugar onde moramos e os principais problemas que causam o desequilíbrio ambiental, pois as nossas interferências no ecossistema colocam em risco a sustentabilidade e, consequentemente, comprometem as futuras gerações.

Desse modo, dentre algumas dicas que podemos seguir para promover a proteção ambiental, destacam-se:

– Sempre que possível, separar adequadamente o lixo reciclável, para que possa ser recolhido pela coleta seletiva. Caso a coleta não esteja disponível em sua cidade, é importante entregar aos catadores e cooperativas responsáveis pela reciclagem do material;

–  Evitar o consumo exagerado de energia, desligando os aparelhos eletrônicos quando não estiverem sendo utilizados;

–  Evitar tomar banhos demorados. Além de consumir muita energia, o gasto de água é de assustar;

– Procurar diminuir o consumo de carnes, uma vez que grandes criações de animais causam muitos impactos, além de utilizar uma grande quantidade de água para a produção;

–  Sempre que possível, reaproveitar a água da máquina de lavar roupas para lavar pisos e limpar calçadas. A água da chuva também pode ser utilizada para esse fim, além de ser benéfica para regar as plantas;

–  Comprar apenas o necessário e procurar adquirir produtos de empresas envolvidas em programas de responsabilidade socioambiental;

–  Evitar andar apenas de carro, uma vez que a queima de combustíveis fósseis está diretamente relacionada com o aumento da poluição atmosférica. Sempre que possível, andar a pé ou de bicicleta;

 –  Jamais comprar animais silvestres sem certificação do IBAMA;

–  Ficar atento com vazamentos e equipamentos que consomem muita energia.

Aplicando essas pequenas dicas, podemos alcançar grandes mudanças e pleitear um futuro no qual a natureza vai florescer cada vez mais forte.

Assim, ao seguirmos as pegadas (descalças) de São Francisco de Assis, podemos ter esperanças de que ainda há sinais do paraíso terrestre que não se perdeu completamente. Para tanto, precisamos ficar “antenados” acerca da preservação da natureza, procurando viver sem desperdício e sem o consumismo desvairado que agride o meio ambiente e procurando, acima de tudo, proteger e cuidar do nosso ecossistema. E isso depende de mim, depende de você e de todos nós!

“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.” (São Francisco de Assis)

~ Bia ~

Perda de visão após a surdez

Fonte: Usher 1F

Os portadores da Síndrome de Usher nascem surdos e, por conta de uma doença chamada retinose pigmentar, acabam perdendo a visão. Alguns surdos convivem com a certeza de que sua visão vai, mais cedo ou mais tarde, se perder…

Então, de que forma esse surdo poderá interagir com o mundo na ausência ou diminuição significativa de dois dos principais sentidos que possuímos? É sobre isso que falaremos agora. 

​A surdocegueira é, provavelmente, uma das deficiências que mais causa incredulidade entre as pessoas sem deficiência, de modo a questionarem:

–  Como uma pessoa vai viver sem ouvir e nem enxergar? 

–  Como vai aprender e cursar uma graduação? 

À primeira vista parece impossível, não é mesmo? No entanto, como vimos no post anterior, nem sempre a pessoa não vê nada e nem escuta nada. Há pessoas que têm resíduo auditivo e/ou visual mas também tem pessoas que, por não terem nenhum resíduo, seja na visão ou na audição, são totalmente surdocegas. Mas, vamos destacar novamente que ser surdocego não significa ser totalmente cego ou surdo.

E como as pessoas com surdocegueira se comunicam? 

A forma de comunicação depende do resíduo que elas têm. Havendo resíduo visual, elas podem fazer a leitura labial, usar a linguagem oral e a língua de sinais (Libras), de acordo com a sua comunicação. No entanto, caso não haja resíduo da visão, a pessoa com surdocegueira pode utilizar outros meios de comunicação, com a mediação do guia-intérprete, que além de dominar a Libras-tátil e outros métodos de comunicação, auxilia o surdocego no seu deslocamento, descrevendo todas as informações visuais e contextuais que são importantes para a sua compreensão. 

Acessibilidade à pessoa com surdocegueira 

A comunicação é a principal barreira enfrentada pelo surdocego, de maneira que a não utilização dos sentidos remanescentes (resíduos da visão e audição, se existirem e, especialmente, o tato), pode culminar em grandes perdas, geralmente, cognitivas. 

Desse modo, é interessante conhecer algumas formas de comunicação dos surdocegos, entre elas: 

Formas de comunicaçãoDescrição
Libras TátilConsiste em uma forma de comunicação baseada na língua de sinais. É realizada com a mão do interlocutor e por sua vez interpretados pelas mãos do surdocego fluente em Libras.
Braille TátilTrata-se de um método alfabético baseado no sistema Braille tradicional de leitura e escrita adaptado para surdocego que interpreta os pontos Braille através do tato.
Alfabeto datilológicoSistema manual de letras do alfabeto que se formam palma da mão do surdocego.
Língua de sinais em campo reduzidoTrata-se de línguas de sinais para surdocegos com surdez profunda e baixa visão. Nesse caso, o comunicador precisa estar de frente, e se adequar o espaço de sinalização ao campo visual do surdocego.
TadomaComunicação em que o surdocego coloca uma das mãos no rosto (maxilar, boca, bochecha) e pescoço do falante para sentir a vibração da voz e assim conseguir interpretar.
Placas alfabéticasFabricadas em plástico sólido, as letras e os números são representados em alto relevo. Alguns modelos tem cores contrastantes para auxiliar pessoas com baixa visão e outros são para pessoas surdocegas que pelo seu tato, tocam com o dedo de outra pessoa estabelecendo uma comunicação.
Placas alfabéticas em BrailleSemelhante a anterior, sendo que as letras e números são em Braille e assim a pessoa surdocega percebe a mensagem explorando pelo tato os pontos referentes.
Fala ampliadaSistema feito para surdocego que usa aparelho de amplificação sonora (AASI). A comunicação é feita por meio da língua oral, ao pé do ouvido e num volume de som mais alto.
Escrita ampliadaCom aumento no tamanho das letras e no contraste, evidenciando a relação palavra/fundo, para surdocegos com baixa visão.
Fonte: Síndrome de Usher Brasil

Além dessas formas de comunicação, você sabia que os surdocegos também podem ter acesso à internet através do computador?  Você pode estar se perguntando: – Mas como uma pessoa que talvez nem têm resíduos visuais ou auditivos consegue utilizar o computador? Existe uma tecnologia chamada Linha Braille, ou Display Braille, que é um hardware que exibe dinamicamente em Braille a informação da tela. Pode-se, desse modo, definir Display Braille como um dispositivo de saída tátil para visualização das letras no sistema Braille, ou seja, esse dispositivo é útil para a pessoa surdocega, que pode superar a ausência ou dificuldade de audição e visão através do tato. Infelizmente, é pouco usado no Brasil devido ao seu altíssimo custo, sendo que os mais simples e baratos ultrapassam os cinco mil dólares.

Quando encontramos, por acaso, uma pessoa com deficiência (auditiva, visual, física, intelectual ou mental) necessitando de algum auxílio, a primeira atitude é sempre perguntar: – Como posso ajudar? Essa pergunta se faz necessário porque dependendo do tipo da deficiência, existem regras específicas para ajudá-la. Para que possamos ser mais assertivos ao oferecer ajuda a um surdocego, segue abaixo algumas dicas importantes que devemos saber. São elas: 

ItemDescrição
1.Ao aproximar-se de um surdocego, deixe que ele perceba sua presença com um simples toque.
2.Qualquer que seja o meio de comunicação adotado, faça-o gentilmente.
3.Combine com ele um sinal para que ele o identifique.
4.Aprenda e use qualquer que seja o método de comunicação que ele saiba. Se houver um método, conheça-o, mesmo que elementar.
5.Se houver um método mais adequado que lhe possa ser útil, ajude-o a aprender.
6.Tenha a certeza de que ele o percebe, e que você também o está percebendo.
7.Para os que têm resíduos auditivos é importante encorajá-los a usar a fala se conseguirem, mesmo que eles saibam apenas algumas palavras.
8.Se houver outras pessoas presentes, avise-o quando for apropriado para ele falar.
9.Avise-o sempre do que o rodeia.
10.Informe-o sempre de quando você vai sair, mesmo que seja por um curto espaço de tempo. Assegure-se que ele fique confortável e em segurança. Se não estiver, vai precisar de algo para se apoiar durante a sua ausência. Coloque a mão dele no que servirá de apoio. Nunca o deixe sozinho em um ambiente que não lhe seja familiar.
11.Mantenha-se próximo dele para que ele perceba sua presença.
12.Ao andar deixe-o apoiar-se no seu braço, nunca o empurre à sua frente.
13.Utilize sinais simples para avisá-lo da presença de escadas, uma porta ou um carro.
14.Um surdocego que esteja se apoiando no seu braço, perceberá qualquer mudança do seu andar.
15.Seja cordial, exerça sua consideração e senso comum.
16.Escreva na palma da mão do surdocego.
17.Qualquer pessoa que saiba escrever letras maiúsculas pode fazê-lo na mão do indivíduo surdocego, além de traços, setas, números, para indicar a direção, e do número de pancadas na mão, que podem indicar quantidades.
18.Escreva só na área da palma da mão e não tente juntar as letras. Quando quiser passar a escrever números, faça um ponto com o indicador na base da palma de sua mão, isso lhe indicará que dali em diante virá um número.
Fonte: Blog Surdocegueira

Menos barreiras, por favor…

​É necessário alertar que o pior problema dos surdocegos é a falta de motivação, principalmente dos surdos, em se comunicar com os que também têm problemas de visão.

Rebecca Atkinson, jornalista britânica que tem a síndrome de Usher, em entrevista à BBC News, declara que “os surdos sabem muito bem como é ser tratado com indulgência por pessoas que não têm problema de audição mas, muitas vezes, é exatamente esse tratamento que os surdocegos recebem dos surdos. Uma cruel ironia!”

Segundo a jornalista, há maneiras para que os surdos se comuniquem com os surdocegos de modo mais fácil, sugerindo, por exemplo, conversar em lugares iluminados, assim como falar a uma distância mais próxima para que os surdocegos possam ver, tanto o rosto (e ler os lábios) como as mãos (para ver os sinais). É uma comunicação que precisa de tempo, paciência e compreensão!!!

De acordo com William Mager, produtor da série da BBC “See Hear”, muitos surdocegos que sofrem com essa doença contam que nem tudo é complicado e que a vida pode ser feliz e com amigos, mas que seria bem mais fácil se as barreiras de comunicação não fossem tão grandes. Ele cita, por exemplo, o caso do surdocego Des Matterson que percebeu uma certa hostilidade dos amigos surdos por ele estar perdendo a visão, sendo que muitos deles nem se esforçam mais para conversar com ele.

Desse modo, podemos verificar que a inclusão do surdocego algo tão simples, necessitando maior envolvimento e comprometimento, não só da sociedade mas principalmente dos familiares e amigos. Os surdocegos querem e precisam de mais acesso à comunicação dentro do contexto em que vivem pois, como desabafa a surdocega Molly Watt à BBC News: “Todo mundo quer conversar. Ninguém quer ser deixado de lado, excluído.”

Assim, para que eles não se sintam isolados, é importante a participação em organizações como, por exemplo, comunidades de surdocegos, no sentido de buscar a conscientização e discussão das melhorias na educação, na saúde e na acessibilidade necessária para uma plena inclusão na sociedade.

Agora que já sabemos um pouco mais sobre a surdocegueira, vamos quebrar as barreiras que os surdocegos enfrentam no dia a dia e apoiá-los, compartilhando e divulgando informações, tanto nas redes sociais como no grupo de amigos e familiares. Desta forma, estaremos fazendo a nossa parte e contribuindo para um mundo mais justo e humano!

~ Bia e Dani ~

Surdocegueira: surdo e cego ao mesmo tempo

A visão é essencial para os surdos, principalmente quando eles querem conversar com outras pessoas. Assim, muitos deles usam a língua de sinais e a leitura labial para se comunicarem. Por serem aguçadamente visuais, ver uma pessoa surda com um guia-intérprete ou andando com uma bengala é a materialização daquilo que mais temem: a surdocegueira!!!

Mas… O que é Surdocegueira?

A surdocegueira, também chamada de “perda sensorial dupla” ou “comprometimento multissensorial” é o conjunto simultâneo de perda ou comprometimento auditivo e visual. 

Assim, é importante esclarecer que “ser surdocego não significa ser totalmente cego ou surdo”, mas se ambos os sentidos são reduzidos, tendem a causar dificuldades na vida da pessoa, afetando significativamente a comunicação, a socialização, a mobilidade e a vida diária dos indivíduos com essa dupla perda sensorial.

Segundo o portal da Síndrome de Usher Brasil, embora a surdocegueira e a deficiência visual e/ou auditiva compartilhem muitas das mesmas características, existem diferenças profundas entre elas. Um importante exemplo em relação ao contexto escolar é que, sendo o surdocego um indivíduo com deficiência multissensorial, a privação do uso dos seus sentidos espaciais, fará com que ele processe informações de maneira diferente do aluno cego e/ou surdo e, portanto, as estratégias para obter resultados também são diferenciadas.

Desse modo, o aluno surdocego precisa de apoio especializado para atender às suas necessidades educacionais, além daquelas que são fornecidas a alunos com perda visual e auditiva. Com esse apoio, o aluno pode se beneficiar de programas escolares e comunitários integrados.

TIPOS E CLASSIFICAÇÃO DE SURDOCEGUEIRA

Conforme exposto no portal da Síndrome de Usher Brasil os tipos podem ser:

  • Cegueira congênita e surdez adquirida
  • Surdez congênita e cegueira adquirida
  • Cegueira e surdez congênita
  • Cegueira e surdez adquirida
  • Baixa visão com surdez congênita
  • Baixa visão com surdez adquirida

Segundo o portal, sob contexto educacional a surdocegueira é classificada como:

Surdocegueira congênita: É a condição daquele indivíduo que nasce surdocego ou adquire a surdocegueira em tenra idade, antes da aquisição de uma língua.

Surdocegueira adquirida: É a condição daquela pessoa que ficou surdocega após a aquisição de uma língua, seja esta oral ou sinalizada.

SURDOCEGUEIRA CONGÊNITA

A surdocegueira congênita ocorre quando uma pessoa nasce com deficiência visual e auditiva. Dependendo do nível de perda auditiva ou visual e de outros fatores, como outras deficiências, pode afetar bastante as habilidades de comunicação e os cuidados básicos.

​Embora seja desconhecida a causa da maioria das deficiências de origem congênita, sabe-se que existem determinados fatores genéticos e ambientais que aumentam o risco da surdocegueira.

​Alguns desses riscos são evitáveis e, portanto, o pré-natal é estritamente necessário para a prática de vida saudável. Já em outros fatores, muitos defeitos congênitos são causados por anomalias cromossômicas ou mutações genéticas na criança e, neste caso, a avaliação deverá contar sempre com apoio de profissional especializado e com aconselhamento genético.

​Para as mulheres, a maior probabilidade de terem filhos surdocegos congênitos são:

  • Fatores de risco associados ao nascimento: desnutrição, obesidade, diabete, entre outros. Todos ligados, principalmente, à falta de acompanhamento pré-natal;
  • Prematuridade (nascimento antes das 37 semanas de gravidez);
  • Idade avançada ou precoce da mãe; 
  • Problemas associados ao trabalho do parto, como por exemplo, atraso do nascimento da criança, posição e apresentação anormal do feto (o feto está em uma posição que não é a mais segura para o parto), nascimentos múltiplos (gêmeos, trigêmeos…), etc.;
  • Infecção durante a gravidez, como rubéola, catapora, toxoplasmose, citomegalovírus (CMV), vírus Zika entre outros;
  • Infecções por doenças sexualmente transmissíveis;
  • Síndrome alcoólica fetal causados ​​pelo consumo de álcool na gravidez;
  • Consumo de drogas, alguns medicamentos e exposição de radiação durante a gravidez;
  • Condições genéticas como por exemplo, síndrome de CHARGE.

Sinais e sintomas precoces de surdocegueira congênita

Crianças surdocegas podem ter olhos e ouvidos parecidos com os de todos os outros. Muitas vezes, o comportamento ou a maneira como ela usa a audição e a visão é que revelam o diagnóstico.

​Os bebês surdocegos NÃO conseguem:

  • Virar a cabeça para ouvir de onde vem um som, reagir a ruídos altos, vozes ou sons. O ideal é começar agir assim a partir de 4 meses, e bebês com comprometimento auditivo podem levar um tempo extra para reagir quando se fala com eles;
  • Fazer contato visual com os pais ou outras pessoas, o que seria normal entre 4 e 5 semanas de idade;
  • Emitir sons. O atraso na fala pode ser resultado de surdez, entretanto, também pode ser causado quando os pais não estimulam a fala do bebê. Bebês costumam emitir sons entre 4 e 6 meses;
  • Segurar objetos, sentar, rastejar e engatinhar. Ideal: Entre o sexto e nono mês de vida. Caso ainda não tenha desenvolvido esses movimentos nesta idade, é preciso ficar atento.

​Esses bebês também podem:

  • Dormir bastante;
  • Chorar só um pouquinho;
  • Balançar para frente e para trás, bater a cabeça ou cutucar os olhos.

SURDOCEGUEIRA ADQUIRIDA

É um termo usado quando uma pessoa tem perda visual e auditiva mais tarde na vida. A pessoa pode se tornar surdocega a qualquer momento por doença, acidente ou como resultado do envelhecimento.

​Uma pessoa com surdocegueira adquirida pode nascer sem problemas de audição ou visão e depois pode ter perda parcial ou total dos 2 sentidos. Sendo assim, alguém pode nascer com um problema de audição ou visão e depois perde parte ou todo o outro sentido posteriormente.

​A surdocegueira adquirida afeta mais comumente aos idosos, embora possa afetar pessoas de todas as idades, inclusive bebês e crianças pequenas.

​Nos idosos, ela pode se desenvolver gradualmente e a própria pessoa, no início, pode não perceber que sua visão e/ou audição estão piorando.

Os problemas que podem contribuir para surdocegueira adquirida incluem:

  • Perda auditiva relacionada à idade; 
  • Problemas oculares associados ao avanço do tempo, como degeneração macular relacionada à idade (DMRI), catarata e glaucoma;
  • Retinopatia diabética: uma complicação da diabetes em que as células que revestem a parte posterior do olho são danificadas por altos níveis de açúcar no sangue;
  • Danos no cérebro, como meningite, encefalite, acidente vascular cerebral (AVC) ou traumatismo craniano grave.
  • Doenças genéticas (síndrome de Usher, Síndrome de Alport, Síndrome de Stickler, Doença de Norrie, etc)

Observação:

O conceito surdocegueira de origem genética nem sempre é aplicado logo no início da infância, como é o caso, por exemplo, da Síndrome de Usher, porque os sintomas da perda visual somam-se aos auditivos somente quando aparecem ao longo da vida das pessoas. Portanto, a Usher é classificada como surdocegueira adquirida.

Características iniciais de indivíduo surdocego adquirido são:

  • Necessidade de aumentar o volume da televisão ou do rádio;
  • Dificuldade em acompanhar uma conversa;
  • Necessidade de que os outros falem alto, lenta e claramente;
  • Necessidade de segurar livros muito próximo dos olhos ou sentar-se perto da televisão;
  • Dificuldade em enxergar em locais escuros ou de muita luminosidade;
  • Dificuldade em se deslocar em lugares desconhecidos.

Posto isso, onde acabamos de ver a classificação muito bem detalhada da surdocegueira congênita e adquirida que consta no portal da Síndrome de Usher Brasil, cuja revisão do texto foi feita por Telma Nunes de Luna, é preciso ressaltar que apesar de avanços tecnológicos e das mídias, a surdocegueira ainda é uma deficiência pouco conhecida em suas necessidades comunicacionais. Saber da trajetória das pessoas com esta condição e os inúmeros desafios que elas enfrentam, causa espanto e, ao mesmo tempo, admiração.

Como este é um tema que merece ser melhor apreciado e divulgado, no próximo post falaremos sobre as formas de comunicação, como ajudar e como é a comunidade de surdocegos. Aguardem!!!

~ Bia e Dani ~

Afinal de contas, o que é Síndrome de Usher?

No post anterior, falei que a Dani é portadora da Síndrome de Usher mas como não dei explicações sobre essa doença, hoje vou colocar, na íntegra, uma das páginas do portal da Síndrome de Usher Brasil, voltado para pessoas com Síndrome de Usher e a seus familiares, profissionais e amigos, ok?

Segundo o portal, a Síndrome de Usher é uma doença hereditária caracterizada pela perda parcial ou total da audição e diminuição progressiva da visão. Portanto, pessoas com Usher são também conhecidas como surdocegas.

​Nesta síndrome, os problemas auditivos são resultados de uma mutação genética que afeta as células nervosas da cóclea, órgão do ouvido interno que também é responsável pelo equilíbrio.

A diminuição gradativa da visão é causada por uma doença que afeta a retina chamada retinose pigmentar (RP). Umas das características iniciais da retinose é a cegueira noturna e com o tempo perde-se a visão periférica (lateral). Conforme a retinose progride, o campo visual se estreita e apenas a visão central permanece, conhecida como visão de túnel.

Qual é a causa?

A síndrome de Usher está relacionada a herança genética, sendo transmitida de pais para filhos. Se ambos os pais tiverem este gene, a chance de ter um filho com Usher é de 1 em 4 a cada gravidez.

Os pesquisadores acreditam que existem cerca de 15 genes que podem causar esta síndrome. 

Quais são as características da Síndrome de Usher?

As características da Usher se diferenciam de pessoa para pessoa afetada: existem 3 tipos de Síndrome de Usher que distinguem-se pela gravidade da perda auditiva, pela presença ou ausência de problemas de equilíbrio e pela idade em que os sintomas da retinose pigmentar aparecem. Os tipos são divididos em subtipos com base em sua causa genética.

​Para saber mais sobre os tipos e subtipos da Síndrome de Usher clique aqui.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito pelo médico por meio de exames clínicos e testes. O teste da orelhinha, por exemplo, ajuda muito a detectar precocemente a surdez.

​Se constatado a surdez, dependendo da gravidade da perda da audição da criança, os testes genéticos poderão fornecer mais detalhes, apesar de não ser comum a indicação deste exame. Se os resultados indicarem genes da Usher, o médico poderá solicitar exames de equilíbrio e de visão.

​Muitas vezes os estágios iniciais da progressão são despercebidos e também são confundidos com outras doenças, e por isto muitos têm o diagnóstico tardio. 

Qual é a incidência da Síndrome de Usher no mundo?

Apesar de ser considerada uma doença rara, a síndrome é a maior causa de surdocegueira no mundo. A frequência é estimada de três a dez em 100.000 pessoas em todo o mundo. Ela afeta pessoas de todas as origens étnicas.

Apesar da incidência exata da síndrome de Usher ter sido difícil de determinar, foram encontrados números mais altos do que a média entre os judeus asquenazita, alemães de Berlim, população do norte da Suécia e Finlândia, nos Países Baixos e Bélgica, franceses da costa do Atlântico, canadenses de origem francesa, americanos de Louisiana, argentinos de ascendência espanhola e africanos nigerianos. 

Existe tratamento?

Embora os pesquisadores estejam trabalhando em terapias genéticas e testes científicos para reparar ou reverter a perda de visão, no momento, não há cura.

​Existem alternativas terapêuticas para atenuar os efeitos da síndrome de Usher que são:

Para a audição:

  • Para a surdez desde a leve a moderada, há a indicação de uso de aparelhos auditivos. E para perda profunda da audição há possibilidade de usar aparelhos auditivos mais potentes ou em último caso, implante coclear.
  • Nos primeiros anos de vida, a criança também pode se beneficiar com treinamento de habilidades de comunicação, como por exemplo a leitura labial com fonoaudiólogo.

Para o equilíbrio:

  • Terapia física e/ou ocupacional pode ajudar a ter controle do equilíbrio. 

Para os olhos:

  • No caso da retinose podem aparecer problemas associados, como catarata e edema macular que podem ser operados, permitindo que a pessoa enxergue melhor por mais tempo.
  • Os óculos de sol polarizados, podem ajudar em locais ensolarados ou com muita luminosidade;
  • Aprender a usar dispositivos e técnicas para baixa visão como software de leitura de tela para usar no computador. 

Mais alternativas:

  • Fazer curso de orientação e mobilidade, como uso de bengala (branca e vermelha que simboliza a surdocegueira) ou ter um cão-guia, aprender Braile, Libras Tátil etc. para ter vida independente.
  • Há evidências preliminares de que fatores ambientais e dietéticos podem aumentar a longevidade da visão utilizável. Portanto, muitas pessoas com retinose pigmentar podem ter alguma visão central durante toda a vida. Para isto as sugestões são: exercícios físicos, dieta alimentar rica em vitamina A, B, C, luteína e ômega-3 e ter também bem-estar pessoal, sem estresse.

Ter Usher…

É importante saber que as pessoas com Usher podem estudar até as mais altas graduações acadêmicas, ter um bom emprego, ter seu próprio imóvel, casar e ter filhos. A Usher não vai impedi-los de ter aventuras como viajar pelo mundo, esquiar ou fazer um “bungee jump”… 

​É importante que as pessoas com Usher estejam preparadas e se adaptem às novas mudanças que estão por vir. Apesar de não existir a cura, é preciso enfrentar os desafios, aceitar a Usher e… ter esperança!

Essas são as principais informações sobre a Síndrome de Usher que constam no portal. 

Vale destacar que, para quem não escuta, a visão é extremamente importante. Assim, tentem imaginar o que pode acontecer quando, além de surda, uma pessoa começa a ficar cega! No próximo post vamos explorar um pouco mais sobre esse assunto e falarmos sobre a Surdocegueira e os desafios que enfrentam os surdocegos na luta pela acessibilidade e inclusão social.

~ Bia e Dani ~