“Tem maior presente que o amor de um gato?”

Fonte: Freepik

Talvez sim, talvez não! Mas é com essa pergunta proferida pelo famoso romancista inglês Charles Dickens (1812-1870), que abro o post de hoje. Não é à toa que ele era apaixonado por esse “bichano” pois, com sua postura aristocrática, os gatos são conhecidos pela delicadeza, olhar profundo, espírito cúmplice e brincalhão. De natureza independente, são excelentes companheiros, com a vantagem de não exigirem muita atenção, pois adaptam-se facilmente ao estilo de vida moderno, mantendo-se sempre limpos e asseados. 

Fonte: Petz

Como tudo no gato é exclusivo, existindo até mesmo o mito de que possui sete vidas, muito provavelmente é um dos poucos animais no mundo que tem o privilégio de ser homenageado mais de uma vez por ano. Desse modo, segundo o Calendarr, o Dia Mundial do Gato é comemorado anualmente em 17 de fevereiro, com o objetivo de ajudar a promover uma campanha contra os maus tratos. Nos Estados Unidos, comemora-se no dia 29 de outubro e por lá também tem o Dia Nacional do Gato Preto, celebrado no dia 17 de novembro, além de ser o protagonista do Dia de Abraçar Seu Gato, em 4 de junho. Internacionalmente, é comemorado em 8 de agosto, criado em 2002, por iniciativa da International Fund for Animal Welfare (IFAW), objetivando debater e conscientizar sobre a importância e o papel desse animal de estimação em todo o planeta.

Fonte: Meus Animais

Qualquer que seja a data a ser comemorada, vale ressaltar que ao longo da história, os gatos eram considerados animais de proteção, tornando os ambientes mais seguros. Suas habilidades em caçar roedores e outros insetos capazes de transmitir doenças, sempre gerou confiança naqueles que os escolhiam como animais de estimação. Até mesmo nos dias atuais, eles continuam “conquistando” os ambientes familiares, graças à sua autonomia, independência e beleza, dignas de admiração.

Fonte: Petlove

Assim, adotar um gato é um lindo gesto de amor e carinho, sendo que muitos tutores dizem que não foram eles que o escolheram, mas que foi o gato que o adotou. Por terem comportamentos muito peculiares, será que ele tem mesmo o “poder” de escolher seu tutor? Apesar de muitas pessoas acharem que gatos são menos apegados a seus donos por serem independentes, uma pesquisa (Vínculo de apego entre gatos domésticos e humanos) concluiu que 64% dos gatos se sentem seguros com seus donos, taxa semelhante ao nível de segurança de cachorros e bebês recém-nascidos. Desse modo, como os gatos são sociáveis, buscam alguém para conviver, escolhendo seus donos por se sentirem confortáveis e por receberem boas condições de vida. Vocês já devem ter percebido como é comum os gatos de rua se aproximarem ou ficarem na porta da casa de alguém esperando comida. Isso acontece porque eles sentem segurança nessa pessoa e acham que ela vai ajudá-los.

Fonte: Sonhos da Alma

Porém, se o ambiente for desconfortável ou não se sentir à vontade, o gato simplesmente vai embora, pois sabe muito bem se virar sozinho. Se um deles decide continuar na sua casa, pode ter certeza que é porque confia em você e se sente amado. No meu caso, foi a Dolly, uma linda gata frajola, que me adotou e me ajudou a superar uma fase difícil da minha vida. Na época, estava morando na casa da minha mãe e até a gata se aproximar, ficou durante vários dias me observando, em cima do muro. Na medida que fui deixando água e ração no quintal, ela foi sorrateiramente se aproximando e logo me encantei com seu jeitinho meigo e delicado. Da mesma forma, a gatinha malhada Tika apareceu, de mansinho, na casa da minha tia Zélia, tentando confortá-la num momento em que ela estava muito triste, sentindo enorme saudade da sua, até então, inseparável e dócil boxer Lilica, que lhe fizera companhia durante tantos e tantos anos.

Léo brincando com a Tika na casa da tia Zélia (Dez/2022)

Posto isso, não é de se estranhar que a presença dos gatos seja repleta de espiritualidade e existem muitas crenças associadas a esses animais. Acredita-se que eles são capazes de perceber boas energias e que se aproximam de pessoas que emanam vibrações positivas. Diz-se também que são dotados de um sexto sentido e não só sentem as energias negativas, mas absorvem-nas e as eliminam de dentro de casa.

Fonte: Pet Pillow

Entretanto, seja pelo significado místico ou pelo amor que sentimos por esse adorável bichano, sua presença é sempre benéfica. De acordo com pesquisas da Universidade de Minnesota, em Minneapolis, nos Estados Unidos, a presença de gatos é relaxante, reduz o estresse, atenua a depressão, tem efeito terapêutico em pessoas com problemas de comunicação ou socialização e diminui o risco de problemas cardiovasculares, sem contar que a interação das crianças com os gatos, contribui para o seu desenvolvimento cognitivo, motor, emocional e social, diminuindo a insegurança e ansiedade. A boa notícia é que todos esses benefícios estão comprovados em um estudo publicado no periódico Frontiers in Veterinary Science que descobriu, inclusive, que crianças com autismo que crescem interagindo com gatinhos apresentam comportamentos bem mais sociáveis, pois os felinos têm a capacidade de  propiciar um valioso apoio emocional. 

Fonte: Vet Quality

Além disso, a médica veterinária comportamentalista Carolina Rocha, adiciona que crianças em contato, não só com gatos mas também com outros animais de estimação, têm menos riscos de tosse e questões respiratórias, como a asma infantil, explicando que “crianças em constante interação com animais possuem menos chance de ter problemas de saúde, se comparadas àquelas que não convivem com pets”. Bom saber, né? Afinal, meus netinhos Yan e Lia convivem, desde o nascimento, com os lhasas Billy e Bobby e o Léo adora brincar e correr atrás do gatinho preto Neguinho e das gatinhas Babí e Nina, quando vai visitar a vovó Carmo e o vovô José Roberto.

Léo correndo atrás do Neguinho na casa dos avós Carmo e José Roberto (Dez/2022)

Depois de tantas apologias a essas incríveis criaturas, quem foi “adotado” por um, dois ou mais gatinhos, compreende que tê-los por perto é tudo de bom! Com seu jeitinho carinhoso, fofo e divertido, os bichanos sempre levam alegria por onde passam e quem realmente é “um gateiro de carteirinha” concorda com Charles Dickens de que não há presente melhor do que o amor de um gato por nós!!!

Fonte: National Geographic

Encerro o post exaltando Fernando Pessoa ao nos levar à seguinte reflexão: Feliz quem não exige da vida mais do que ela espontaneamente lhe dá, guiando-se pelo instinto dos gatos, que buscam o sol quando há sol“. 

~ Bia ~

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