Mãe de gêmeos especiais

Fonte: Metrópoles

Quando o primeiro ultrassom aponta a chegada de filhos gêmeos, certamente o universo familiar se inunda de alegria, sonhos e até mesmo, de medos. Afinal, criar um filho não é tarefa fácil, imagina o trabalho e tempo direcionados à criação e cuidados com dois ou mais bebês ao mesmo tempo? Será que tudo vem realmente em dobro? Embarcando na onda do dia mundial dos gêmeos, que é celebrado anualmente no dia 18 de março, não vou falar especificamente sobre irmãos gêmeos, mas de duas mães que tiveram filhas gêmeas e ambas, portadoras de necessidades especiais. 

Para começar, é preciso dizer que quando escrevi o post Meio litro de lágrimas, narrando como foi “impactante” descobrir que, além de uma deficiência, tivemos que “driblar” mais uma outra deficiência que apareceu na vida da Dani e que, apesar da nossa dor e do meu profundo sentimento de culpa, não poderíamos ficar chorando pelo “leite derramado”, pois existem pessoas que estão passando por situações muito mais complicadas, como o caso da Aya Kito que, diagnosticada com degeneração espinocerebelar aos 15 anos, teve que enfrentar a dura e cruel realidade de, em sã consciência, ver seu corpo sendo dizimado, até não conseguir mais comer, andar ou conversar, falecendo ao 25 anos, na ocasião acabei não comentando que também tem mães que, num misto de imensa alegria mas de muita preocupação, dão à luz não só a um, mas a dois ou até mais filhos especiais. Se, por natureza, sabemos que não é fácil criar um filho, se ele for especial, é fato que vai exigir mais cuidados. Dois filhos gêmeos especiais, então, é algo inimaginável para muita gente, não é mesmo?

Mas não é que tem gêmeos cegos, autistas, surdos, com Síndrome de Down e também com paralisia cerebral? Difícil acreditar mas tem!!! Estes dias atrás fiquei muito emocionada ao ler um artigo do blog Crianças Especiais que conta como Ayla Martins, mesmo com tantas dificuldades financeiras, mergulhou de “cabeça” num novo mundo cheio de dúvidas, medos e incertezas, ao descobrir que as suas filhas, gêmeas idênticas, Manuella e Gabriella, tinham paralisia cerebral e Síndrome de West, que é uma epilepsia de difícil controle. Apesar de aceitar e compreender que as meninas iriam precisar de infindáveis cuidados, carinho e do amor incondicional dos pais por toda a vida, muito mais do que qualquer outra criança dita “normal”, ela diz que o que mais “doeu” foi ter que lutar por acessibilidade e contra o preconceito, para dar o mínimo de dignidade possível para suas filhas.   

Porém, mesmo diante de tantas intempéries, Ayla conta que suas filhas fizeram com que ela e seu marido Tiago enxergassem a vida com outros olhos, acreditando nas coisas boas da vida e declarando, inclusive, que mesmo enfrentando tantos infortúnios, suas filhas são felizes. Apesar de não pronunciarem uma única palavra, elas conseguem transmitir coisas incríveis com seus expressivos olhos de “jabuticaba” e seus sorrisos abertos e cheios de inocência. Ela agradece a Deus todos os dias pela vida e saúde das filhas e por serem assim, exatamente como elas são, pois o que pode parecer supérfluo para algumas famílias em relação ao desenvolvimento dos filhos, para ela e seu marido, cada conquista é uma grande vitória. Lindo depoimento dessa mãe que, nadando contra a correnteza, está sempre de bem com a vida, “fazendo das tripas coração” para oferecer uma vida digna para suas princesinhas Manu e Gabi, vocês não acham?

Pois é! Mas agora vou falar de uma outra mãe que teve duas filhas gêmeas surdas e que, de certo modo, teve uma expressiva repercussão na minha vida. No post Resultado da Audiometria: seu filho é surdo (a) comentei que para nós, pais ouvintes que não têm a menor noção do que é ter um filho surdo, ao depararmos com o resultado da audiometria, diagnosticando que nosso filho tem algum grau de surdez, ficamos “sem chão” diante desta nova realidade que se apresenta à nossa frente. Na época em que ficamos sabendo que a Dani era surda, nós morávamos em São Paulo e eu me recordo claramente que quando fui passar as férias na casa dos meus pais, em Maringá, ainda no período de “luto”, como define a psicóloga Larissa Vendrusculo, enfatizando que a descoberta de uma deficiência traz uma ideia de morte não real, mas simbólica, ou seja, morte dos planos, sonhos e projetos que se tinha para a criança, meu pai, na tentativa de me confortar, contou-me que sua colega de trabalho havia dado à luz a trigêmeos, sendo um menino e duas meninas e que elas eram surdas. Saber que tinha uma mãe que estava numa situação duplamente “pior” que a minha, me deixou um pouquinho mais conformada mas, ainda assim, precisava de tempo para “digerir” uma nova situação na minha vida. 

Ao saber que em Maringá havia uma escola oralista (atualmente escola bilíngue) para crianças com deficiência auditiva, à procura por uma qualidade de ensino que fosse favorável à Dani, acabei voltando para a minha cidade natal e meu pai, sempre que surgia uma oportunidade, no intuito de me acalentar ou incentivar, gostava de me contar do empenho da sua colega Clélia em relação às suas duas filhas gêmeas surdas. À medida que o tempo foi passando, ao conviver com minhas filhas e observar como a Dani exigia atenção e cuidados especiais, meu pai passou a admirar ainda mais a Clélia que, assim como ele, também era professora de Matemática na Universidade Estadual de Maringá. Além de lecionar, ela tinha que dar conta, não só das duas crianças surdas, mas de outros 3 filhos pequenos, sendo um deles da mesma idade das meninas, pois como citei um pouco antes, eles eram trigêmeos. 

Não tenho muita noção de como meu pai atuou profissionalmente, pois ele era uma pessoa muito reservada e na sua discrição, não tinha o costume de falar sobre seus colegas de trabalho, abrindo uma única exceção para tecer elogios à mulher “guerreira” Clélia, que era a sua fonte inspiradora para me “elucidar” que tinha mães enfrentando “em dobro” as mesmas dificuldades que, porventura, eu tivesse que encarar. 

Dani com a Marília

Alguns anos depois, Dani conheceu a Marília e a Beatriz, as filhas gêmeas da professora Clélia. Participando, atualmente, da comunidade surda de Maringá, Dani e Marília são, por enquanto, as únicas “doutoras” surdas da cidade. Pai… talvez nem em sonho você pudesse imaginar que a sua neta Dani e a Marília dariam continuidade à tão nobre missão de ensinar que, tanto você como a professora Clélia, abraçaram incansavelmente durante décadas e mais décadas. E quem diria que um dia, lá no futuro, elas seriam amigas, hein, meu querido pai?

Professora Clélia… talvez você não saiba, mas não foram poucas as vezes que meu pai, nutrindo imensa admiração pela sua família, se inspirou na sua garra e determinação, para me dar forças na minha incessante busca por uma vida digna para a Dani. Nesta data, em que o mundo comemora o dia dos gêmeos, é com imensa emoção que presto a minha sincera homenagem às mães que, assim como você, Clélia Maria Ignatius Nogueira, Ayla Martins, Vanessa de Paiva, mãe das gêmeas Clara e Alice, portadores de síndrome de Down, Rose Barossi, mãe dos gêmeos autistas Gigi e Rafa, Fabiana Clarck, mãe adotiva dos gêmeos Raíssa e Benjamin que nasceram com paralisia cerebral e tantas outras mães, têm filhos gêmeos especiais.

Vocês realmente sabem o que é ter que, em dose dupla, mover “mundos e fundos” a que todas nós, mães de crianças especiais, nos empenhamos diariamente em prol da inclusão social e, de quebra, insistindo e persistindo pelo direito de ir e vir como cidadãos. No arbitrário “show da vida”, vocês nos contemplam com verdadeiras lições de superação e cientes de que “o essencial é invisível aos olhos”, conforme sacramentou o escritor Antoine de Saint-Exupéry, não se prendem às superficialidades, valorizando a beleza interior, que toca lá no fundo do coração. Vocês merecem, mais do que ninguém, aplausos e mais aplausos da platéia mundial. “Tiro o meu chapéu” para vocês. Parabéns!!!

~ Bia ~ 

Obesidade não se mede só na balança

Fonte: Unimed

Dando continuidade ao post anterior, onde falamos sobre Sedentarismo, como no início deste mês, mais precisamente no dia 4 de março, foi o Dia Mundial da Obesidade, achei por bem trazer esse assunto, pois ambos, na quase totalidade das vezes, costumam andar de mãos dadas.  

Mas, o que é obesidade? 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), por  definição, a obesidade é uma doença crônica, com o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo que pode prejudicar a saúde. A caracterização da obesidade depende de um parâmetro muito importante: o Índice de Massa Corporal (IMC) que é um índice simples que considera o peso e a altura da pessoa, comumente utilizado para classificar sobrepeso e obesidade. Apesar de ser um método prático e rápido, o IMC nem sempre é o mais preciso, pois desconsidera a distribuição de gordura no corpo e as proporções corporais, indicando que uma das formas de controlar essa limitação é também analisar, além do IMC, a circunferência abdominal. Nesse caso, medida igual ou superior a 94 cm em homens e 80 cm em mulheres são sinais de alerta, principalmente para doenças do coração.

No entanto, combater a obesidade não é só uma corrida contra a balança e a fita métrica pois, apesar de muita gente achar que ela está associada apenas ao sedentarismo, a obesidade não pode ser simplesmente vista apenas como uma questão de “vencer a preguiça e a gula” ou até mesmo da “falta de vontade” em  praticar atividades físicas. Por conta de uma série de fatores (hormonais, inflamatórios, medicamentosos e genéticos), pessoas obesas geralmente não se satisfazem com a mesma quantidade de comida que as pessoas de peso considerado adequado e, muitas vezes, se elas emagrecem, o cérebro entende que o corpo precisa poupar energia,  o que acaba fazendo com que elas voltem a ganhar peso novamente. Estudos científicos também mostram que, nos últimos vinte anos, o número de crianças e adolescentes com obesidade e sobrepeso quase dobrou no mundo. Se essa tendência continuar, poderemos, daqui a alguns anos, ter mais casos de obesidade infantil do que crianças com baixo peso corporal.

Por que será que isso está acontecendo?

Além dos fatores acima mencionados, outros fatores também interferem na obesidade, como a situação socioeconômica e o ambiente em que vivemos, onde é possível verificar as drásticas mudanças causadas pela tecnologia no estilo de vida, principalmente dos mais jovens. As atividades e brincadeiras ao ar livre, por exemplo, perderam espaço para smartphones e jogos eletrônicos; e os hábitos alimentares também mudaram radicalmente, sendo que o estilo de vida “moderno” está levando milhões de pessoas a consumirem cada vez mais alimentos processados e os famosos “fast-foods”, mais e mais acessíveis ao consumidor. Deste modo, não é raro encontrarmos adultos, crianças e adolescentes consumindo cada vez menos alimentos saudáveis.

Quais são as causas da obesidade?

De acordo com a Sabin, a obesidade é uma doença que pode ser influenciada por múltiplos fatores, como a alimentação, hábitos de vida (tabagismo e consumo de álcool, por exemplo), sedentarismo, fatores psicológicos e sociais sendo, portanto, considerada uma doença multifatorial.

A causa fundamental da obesidade é um desequilíbrio energético entre as calorias consumidas e as calorias gastas. Ou seja, a pessoa ingere mais calorias do que seu corpo consegue gastar, fazendo com que o corpo, ao longo do tempo,  vá armazenando toda essa caloria na forma de gordura, aumentando o peso corporal.

A partir desse conceito, fica bem mais fácil compreender que o principal fator influenciador para o desenvolvimento da obesidade é o sedentarismo (falta de atividade física) aliado ao consumo excessivo de alimentos calóricos e com excesso de gordura. Razão pela qual, diz-se que o desenvolvimento da obesidade está diretamente ligado a questões comportamentais e de estilo de vida.

No entanto, fatores genéticos que facilitem o acúmulo de gorduras também podem influenciar no desenvolvimento da obesidade. Afinal, nem toda pessoa sedentária e com uma má alimentação torna-se obesa. 

Fatores psicológicos e ambientais também exercem influência, especialmente questões emocionais como o estresse, baixa autoestima, preconceito, depressão, ansiedade e insatisfação com o corpo podem desencadear uma compulsão alimentar, prejudicando a manutenção do peso corporal.

Alterações glandulares em crianças e adolescentes como, por exemplo, deficiência do hormônio de crescimento ou alterações na tireoide, também propiciam o aumento de peso. Por fim, a utilização de alguns remédios como antidepressivos, antipsicóticos e corticoides (recomendados contra alergias e inflamações) podem levar ao ganho de peso.  

Desse modo, o excesso de gordura no corpo acaba desencadeando ou agravando muitas doenças, atingindo o coração, fígado, rins, articulações e sistema reprodutivo. Isso leva a uma série de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e várias formas de câncer, bem como problemas de saúde mental, sem considerar que pessoas com obesidade também têm três vezes mais chances de serem hospitalizadas devido à COVID-19. 

Diante de todos esses “males”, a chave para prevenir a obesidade é agir cedo, de preferência antes mesmo de o bebê ser concebido. Uma boa nutrição na gravidez, seguida de amamentação até os seis meses de idade e continuada até dois ou mais anos, é ideal para todos os bebês e crianças pequenas, pois uma das formas mais eficazes de combater a obesidade é a mudança no estilo de vida, com hábitos saudáveis, ressaltando-se que intervenções medicamentosas só devem ser consideradas quando medidas não farmacológicas não surtem efeito, contribuindo para o controle da doença e diminuição das comorbidades. Se você, assim como eu, está acima do peso, vale a pena conferir algumas dicas legais para mudar o estilo de vida, clicando no site Saúde Não Se Pesa que é um movimento para conscientização sobre obesidade, organizado pela Novo Nordisk.

Como não existe uma fórmula mágica para tratar o excesso de peso sem adotar um estilo de vida saudável, com menos consumo de alimentos calóricos, prática regular de exercícios físicos e atividades de lazer que auxiliam na redução do estresse e, consequentemente, na perda de peso, caso seja necessário, é aconselhável consultar um profissional da saúde para uma avaliação de possíveis fatores que possam estar contribuindo para a obesidade e a busca por um tratamento e orientações que possam  reduzir o fator causal do problema. Assim, se você tem interesse em saber se está acima do peso, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) disponibiliza uma calculadora de IMC, que calcula o resultado de acordo com peso e altura fornecidos e indica a sua classificação, bem como o peso ideal seguindo a tabela de referência. É só clicar aqui para fazer uma autoavaliação. Caso o resultado esteja alterado, é recomendável procurar um médico especialista para uma avaliação mais criteriosa e iniciar o tratamento mais indicado para seu caso.

Como acabamos de ver, falar sobre a obesidade vai muito além dos números da balança. A obesidade é realmente uma doença complexa, de origem multifatorial, com diversas causas envolvidas em seu surgimento, que podem ser de natureza individual, coletiva, social, econômica, cultural e ambiental, não estando relacionada apenas a atitudes e comportamentos individuais. Porém, vale lembrar que dentre as estratégias de prevenção e cuidado da obesidade para deter o avanço ou reduzir a prevalência da doença, é preciso manter hábitos saudáveis como alimentação adequada e uma vida mais ativa fisicamente, gerando maior qualidade de vida. Afinal, a prevenção sempre foi, é e será a melhor estratégia, e isso vale para qualquer doença!!!

~ Bia ~

Sedentarismo: o mal do século 21

Fonte: Dignus

Você sabia que no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um em cada cinco adultos e quatro em cada cinco adolescentes não praticam atividade física?

E você? Faz parte dessa estatística? Honestamente, esse post é para mim mesma, pois eu faço parte das milhões de pessoas que (até agora) não se movem, literalmente, em busca de uma vida mais saudável. Justamente para alertar pessoas que, assim como eu, são sedentárias, é que se comemora, no dia 10 de março, o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo, cujo objetivo é colocar em pauta a importância de práticas saudáveis, como atividades físicas e alimentação adequada.

Para se ter uma ideia, conforme a Revista Suplementação, uma pessoa é considerada sedentária quando não “queima” 2.200 quilocalorias em qualquer tipo de atividade ao longo de uma semana, ou seja, quando os movimentos que realiza no dia a dia não se encaixam nesse patamar. Assim, causando diversos prejuízos para o corpo, o sedentarismo pode se manifestar em 4 diferentes níveis:  

 • No primeiro nível, estão as pessoas que fazem eventuais caminhadas durante a semana, mas não consideram a prática como algo que deve fazer parte da rotina;

• Já no segundo, estão aqueles que só se movimentam para separar o lixo, lavar a louça e, eventualmente, ir ao supermercado;

 • O terceiro nível é composto por quem evita qualquer tipo de esforço físico, por mais sutil que ele seja;

 • Por fim, no nível quatro, estão as pessoas que dificilmente se lembram quando foi a última vez que caminharam e, geralmente, passam o dia sentadas em frente ao computador, assistindo televisão ou em repouso (deitadas).

Considerado o mal do século, embora o sedentarismo esteja diretamente associado à obesidade, ao contrário do que muita gente pensa, ele pode provocar outros  problemas ligados à saúde que não estão necessariamente relacionados ao aumento de peso. Não praticar atividades físicas pode contribuir para a elevação do colesterol ruim, além do aparecimento de outros males, como: 

• Doenças cardiovasculares: a falta de atividade física pode causar aumento da pressão arterial, entupimento de veias ou artérias, infarto ou acidentes vasculares. Além da alimentação saudável, é importante cuidar do coração movimentando o corpo;

 • Diabetes: o sedentarismo dificulta o  equilíbrio entre a produção ideal de insulina e seu consumo, levando o organismo a desenvolver um quadro de diabetes e demandar, consequentemente,  o uso de medicamentos para controle da doença;

 • Ansiedade: quando exercitamos, nosso corpo passa a produzir maiores quantidades de hormônios da “felicidade”, como a dopamina e a endorfina. Em contraposição, o sedentarismo estimula a produção de cortisol, hormônio do estresse e da ansiedade;

 • Problemas nos ossos e músculos: o fortalecimento do tecido ósseo e muscular depende da prática regular de atividade física. Quem é sedentário prejudica a fixação de cálcio e proteínas nesses órgãos, podendo levar à osteoporose, entre outras doenças relacionadas.

Desse modo, de acordo com o depoimento da médica Rosylane Rocha à Agência Brasil, a prática de atividade física traz diversos benefícios à saúde; favorece a normalização dos níveis de colesterol, triglicerídeos e glicemia; previne doenças cardiovasculares e atenua a evolução da osteoporose. Além disso, também libera endorfinas, os famosos hormônios da felicidade, fazendo com que o indivíduo se sinta com mais energia para as atividades diárias e de trabalho, bem como melhorando a qualidade do sono e o próprio humor.

Porém, para quem está sedentário e quer começar a praticar alguma atividade física, a médica recomenda que quem queira começar, deve procurar um médico para ver o padrão cardiorrespiratório e, posteriormente, um profissional de educação física que possa orientar as atividades de acordo com as condições físicas. Ela também alerta para os cuidados de se realizar a atividade com regularidade, pois há quem queira fazer atividades muito desgastantes num curto período de tempo e isso pode causar uma lesão ou um trauma, ao invés de trazer benefícios.

Assim, após uma avaliação médica antes de iniciar qualquer atividade física, combinar uma alimentação equilibrada à prática regular de exercícios como, por exemplo, caminhada diárias de 30 minutos é uma boa opção para começar. A hidratação e a escolha da roupa adequada também ajudam nesse processo. A boa notícia é que não é preciso se matricular em uma academia para deixar de ser uma pessoa sedentária.

Para começar a se mexer, a recomendação é adotar pequenos hábitos no dia a dia. O primeiro passo é encontrar algo que a gente gosta, assim teremos mais chances de nos manter ativos com essa atividade. Além disso, simples ações podem ser inseridas no dia a dia para ajudar a ter uma vida mais saudável. Algumas dicas são:  

Com a atribulada realidade vivenciada pela grande maioria da população mundial, o tempo se tornou o maior empecilho para a prática de uma atividade física. Entretanto, precisamos (pelo menos, eu preciso) nos conscientizar de que a adoção de um estilo de vida mais saudável, com menor ingestão de calorias e aumento das atividades físicas é extremamente necessário para evitarmos os inconvenientes riscos do sedentarismo. 

Como existem muitas opções de atividades, desde uma simples caminhada até a natação, passando pela musculação e outros esportes, planejar demais, esperar por isso ou por aquilo pode nos desmotivar e fazer com que a gente nunca comece. O jeito é não dar margem às indecisões, vestir um agasalho, calçar um tênis confortável e começar fazendo uma bela caminhada. Eu, pelo menos, não tenho mais desculpa para procrastinar!! E você, já praticou alguma atividade física hoje? “Bora” se mexer, pois tudo leva a crer que “quem não se movimenta, se trumbica”!!! Rs.

~ Bia ~

Mais do que flores e chocolates

Fonte: Guia da Semana

Se tem uma data comemorativa que se destaca no mês de março, ela é, sem dúvida, o Dia Internacional da Mulher. O dia 8 de março é celebrado mundialmente para reconhecer as conquistas sociais, políticas e culturais das mulheres, sendo a data escolhida pela ONU para chamar a atenção sobre a necessidade de acelerar os movimentos em direção à igualdade de direitos e de condições em relação aos homens, visto ainda levar, de acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial, mais de 100 anos para que a equidade em áreas como participação econômica, educação, saúde e empoderamento político, realmente aconteça.

Embora ainda tenhamos que enfrentar os resquícios das heranças do sistema social patriarcalista, com o passar das décadas, graças às conquistas heróicas de muitas mulheres que lutaram bravamente pelo direito ao voto e pelo fim da discriminação, especialmente no trabalho, a mulher vem conseguindo ampliar o seu espaço nas estruturas sociais, deixando de lado a figura de mera dona de casa e assumindo cargos importantes, tanto em empresas como nas estruturas governamentais de diversos países.

No entanto, apesar da presença cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho, ainda há uma desigualdade no que se refere à diferença de gêneros. A mulher, em muitos perfis familiares, acumula as funções trabalhistas, domésticas e até maternais, ficando, muitas vezes, extremamente sobrecarregada diante de tantas responsabilidades. Além disso, convenhamos que o número de mulheres ocupando cargos de nível superior nas empresas ainda é bem menor, sem levar em consideração que o salário é proporcionalmente inferior à remuneração dos homens na sociedade atual.

É por conta dessa desigualdade ainda latente, fruto de um passado que ainda deixa os rastros, que se faz necessário continuar lutando pelos direitos femininos. Não por acaso, a influência do feminismo vem se expandindo cada vez mais, apesar do fato de muitas pessoas “torcerem o nariz” acerca desse movimento, acreditando que feminismo é o oposto de machismo ou que as mulheres feministas lutam contra os homens, entre outros equívocos. Não!!! A luta feminista é pela igualdade entre mulheres e homens na sociedade, é contra o machismo e o patriarcalismo, buscando acima de tudo, a liberdade individual pois, dentre os problemas vivenciados pelas mulheres, a violência continua firme e forte pairando em muitos lares mundo afora. Ainda que leis específicas como a “Lei Maria da Penha” e as Delegacias da Mulher tenham sido criadas no Brasil, são numerosos os casos de agressões no ambiente domiciliar, assédio, estupro, assassinatos, entre outros. 

Diante dessa polêmica, você sabia que o Dia Internacional da Mulher tem, anualmente, um tema específico para homenagear essa data? Esse ano o tema é: “DigiALL: Inovação e tecnologia para a igualdade de gênero” pois, de acordo com a ONU,  37% das mulheres não utilizam a Internet e 259 milhões têm menos acesso ao universo tecnológico do que os homens, apesar de representarem quase metade da população mundial. 

Desse modo, como nossas vidas dependem de uma forte integração tecnológica, tais como assistir a um curso, ligar para entes queridos, fazer uma transação bancária ou marcar uma consulta médica, onde tudo passa por um processo digital, trazer as mulheres para a tecnologia resulta em soluções mais criativas e têm maior potencial para inovações que atendam às necessidades das mulheres e promovam a igualdade de gênero. 

Neste sentido, segundo a ONU Mulheres, “uma abordagem sensível ao gênero para inovação, tecnologia e educação digital pode aumentar a conscientização de mulheres e meninas sobre seus direitos e engajamento cívico”, uma vez que os avanços na tecnologia digital oferece imensas oportunidades para enfrentar os desafios humanitários e de desenvolvimento e para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. Infelizmente, as oportunidades da revolução digital também representam um risco de perpetuar os padrões existentes de desigualdade de gênero, de forma que essas crescentes desigualdades tornam-se cada vez mais evidentes no contexto das competências digitais e do acesso às tecnologias, com as mulheres a serem deixadas para trás como resultado desta divisão digital de gênero. Assim, a necessidade de tecnologia inclusiva e a educação digital é, sobretudo, crucial para um futuro sustentável.

Por todos esses motivos, não obstante as mulheres venham se projetando cada vez mais no cenário socioeconômico e político mundial, sendo uma centena delas, conforme a Revista Forbes, listadas como as mulheres mais poderosas do mundo, existem ainda muitos e muitos obstáculos a serem enfrentados. É preciso combater a cultura machista e aqui faço uma ressalva, pois isso não quer dizer, de forma alguma, “combater os homens”, mas sim melhorar o acesso das mulheres a postos de trabalho e cargos elegíveis, promover melhores salários, efetivar o direito da mulher sobre o seu próprio corpo e sobre a sua liberdade individual, além de promover a proteção de muitas mulheres que continuam sendo ameaçadas no seu dia a dia. Como podemos verificar, os desafios são gigantescos, mas quanto menor for a resistência das pessoas no sentido de questionar ou combater as pautas femininas, mais ampla será a efetivação de uma sociedade mais igualitária. Trata-se de uma missão a ser concluída por toda a sociedade, tanto pelas mulheres quanto pelos homens.

Posto isso, como comemorar o Dia Internacional da Mulher? Apesar de não ser uma data comercial, o Dia Internacional da Mulher deve, sim, ser comemorado. Afinal, quem não conhece uma mulher especial? Por isso, além de receber flores e/ou chocolates, a maioria das mulheres apreciam serem reconhecidas, porque todo dia, na verdade, é Dia da Mulher e clamamos, sim, por justiça, respeito e dignidade!!! 

~ Bia ~

O Poder da Oração

Fonte: Conhecimentos do Pai

Já estamos no final do primeiro trimestre do ano e nos deparamos com mais uma data comemorativa que leva à reflexão. Celebrado na primeira sexta-feira de março em mais de 170 países, o Dia Mundial da Oração ajuda a fortalecer a importância da religião no cotidiano das pessoas, além de promover o aumento de obras missionárias e doações de civis a entidades religiosas que desempenham projetos sociais. Porém, é relevante destacarmos que essa data não é direcionada apenas a uma religião, mas para todos os credos que se utilizam das orações para a realização de obras benéficas para toda a humanidade.

Segundo o Calendarr, o Dia da Oração teve a sua origem no século XIX, através de um grupo de mulheres cristãs dos Estados Unidos e do Canadá que se propuseram a conscientizar as pessoas de que o ato de orar ia além de proferir palavras ou fazer penitências, mas também agir efetivamente no auxílio de causas sociais. Compartilhando dos mesmos ideais, grupos femininos de diversas outras denominações cristãs como batistas, anglicanos e presbiterianos, também foram estabelecendo dias para orar pelas missões de suas próprias igrejas. Entretanto, após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), diante da caótica realidade de que o mundo estava sofrendo dos mesmos problemas, muitas associações femininas se uniram para criar um dia especial onde se orasse por todos aqueles que necessitavam de auxílio, surgindo-se, assim, na década de 20, o Comitê do Dia Mundial da Oração, que ficou encarregado de elaborar uma liturgia específica para este dia. Em 1968, ficou estabelecido que a cada quatro anos o Comitê Internacional do Dia Mundial de Oração se reuniria, em prol da expansão desse movimento. 

Após esses esclarecimentos que justificam a criação de uma data comemorativa, vamos divagar sobre a oração propriamente dita. Afinal, o que é orar? Orar é falar com Deus, de sermos sinceros sobre nossas preocupações e necessidades, ainda que Ele já saiba o que se passa em nossa vida e em nossos corações. Aqueles que, assim como eu, conversam diariamente com Ele, também têm a liberdade de pedir em favor dos outros, pois temos a fé de que Ele pode intervir e transformar toda e qualquer situação.

No entanto, para muitos, a oração é simplesmente um ritual religioso. Às vezes, a visão da oração pode ser bastante limitada, não levando em conta uma série de benefícios que a conexão diária com Deus pode nos proporcionar. Mas, qual a importância da oração? Por que é necessário orar? 

Porque quem busca forças na oração, renova-se diariamente, consciente de que, mesmo em meio à imensidão de compromissos profissionais e pessoais, ter contato com Deus por alguns minutos é fundamental para construir uma vida plena em todos os sentidos, seja mental, física ou espiritual. Assim, quando criamos o hábito de orar, devemos orar sempre com o espírito de gratidão por tudo que temos, pois ao sermos gratos, o cérebro cria novos neurotransmissores que nos dão mais motivação, mais bem estar e serenidade. Afinal, ter uma postura de gratidão, como já mencionado em um dos posts anteriores, é a chave para viver uma vida feliz e abençoada.

Quando oramos de forma sincera e autêntica, renasce dentro de nós a esperança, o otimismo e a vontade de viver, pois a oração tem o poder de nos levar a um profundo sentimento de alegria e satisfação, capaz de trazer Deus ao cenário de nossa existência, reconhecendo que Ele ajuda a superar os sofrimentos, os infortúnios e as contrariedades da vida. 

A oração faz sim, um bem “danado”, fortalecendo nossa fé e a nossa caminhada neste mundo, proporcionando-nos inúmeros benefícios, principalmente para a nossa saúde. Isso mesmo!!! A oração reflete no corpo humano e segundo Dr. Don Colbert, médico cristão e pesquisador, “a oração pode ter um efeito a longo prazo positivo, chegando realmente a reprogramar e reconstruir o cérebro”. Ele ainda afirma que os pesquisadores, por meio da ressonância magnética, têm conseguido “observar mudanças fisiológicas que ocorrem nos cérebros daqueles que oram regularmente”. De acordo com as pesquisas da Dra. Lisa Miller, diretora do Instituto de Espiritualidade para o Corpo e Mente, da Universidade Columbia (Estados Unidos), pessoas que costumam orar com frequência tendem a ter um córtex cerebral mais espesso, que é associado ao menor risco de depressão, ansiedade e estresse. Até mesmo diversos outros cientistas concordam que orar ou meditar tem o poder de aliviar as preocupações, pois como nossa “alma” se alimenta daquilo que oferecemos, ao orarmos, fortalecemos nossa vida contra os vírus que querem a todo custo destruir nosso sistema imunológico espiritual.

Neste sentido, a oração realmente nos fortalece e nos ajuda a superar as dificuldades da vida, pois ela tem o poder de acalentar, apaziguar, encorajar e despertar novas esperanças. Quando iniciamos uma vida de oração, descobrimos que a felicidade é fruto do amor infinito de Deus por nós e como ela tem o poder de restaurar corações e transformar vidas. Da mesma forma, quando deixamos de orar, nossa alma desfalece e, gradativamente, nossa fé diminui. Quanto mais oramos, mais estamos unidos a Deus e maiores são os efeitos da oração em nossa vida.

Ainda que muitos enxerguem a oração dentro de uma doutrina, não é necessário seguir uma religião para orar. Para Bruno Gimenes, cofundador da instituição Luz da Serra, não importa o caminho religioso que a pessoa tenha escolhido, a oração é um meio universal de se conectar com o planeta, com um Deus ou, até mesmo, um momento de introspecção e autoconhecimento. “Palavras que proporcionam alívio para um sofrimento ou com o objetivo de ter paz interior são bem-vindas, independentemente de credo. Há religiões que seguem ritos, mas o que importa é a busca interior por respostas que, muitas vezes, vêm em momento de oração e meditação.”

Enfim, diante do exposto, verificamos que a oração, tem sim, o poder de  nos ajudar de diversas maneiras, mas eu acredito que o verdadeiro benefício da oração não é a saúde, nem a paz interior, nem o equilíbrio, tampouco a eficiência no trabalho ou a prosperidade econômica. Tudo isso pode nos beneficiar em determinadas circunstâncias; todavia, a essência da oração, é a profunda gratidão à Deus pela nossa existência, pois sem Ele, nenhum benefício se reverte para o nosso bem. Os milagres divinos se manifestam diariamente em nossas vidas e quando agradecemos, Deus, em sua onipotência, nos presenteia com muito mais do que esperamos.

Encerro este post com o pensamento de Mahatma Gandhi: “Orar não é pedir. Orar é a respiração da alma. Como o corpo que se lava não fica sujo, sem oração se torna impuro”. Portanto,  não vamos deixar para amanhã, a oração que podemos fazer hoje! Afinal, o Ministério da “Criação Humana” adverte: orar faz muito bem para a saúde e não é proibido para menores de 125 anos!!!

~ Bia ~

“Hinamatsuri”: Dia das Meninas no Japão

Fonte: Caçadores de Lendas / Japão

Assim como o Dia dos Namorados (Valentine’s Day e White Day) é comemorado separadamente, o Dia das Crianças também é celebrado em diferentes datas no Japão. Desse modo, a festividade alusiva ao Dia dos Meninos (“Kodomo no Hi”) é no dia 5 de maio e hoje, 3 de março, é o dia em que os holofotes estão direcionados exclusivamente às meninas.

Simmm! Hoje é o Dia das Meninas, conhecido por “Hinamatsuri” e também como “Momo no Sekku” (Festival de Flores de Pessegueiro), por coincidir com a primeira floração dessas árvores, indicando o término do inverno e o início da primavera, cujas belas e delicadas flores simbolizam um matrimônio feliz para as futuras donzelas. É uma das tradições mais bonitas do Japão, pois é o dia que as famílias que têm filhas pequenas, pedem às divindades por saúde e boa sorte, vestindo-as com kimono, para receberem suas amiguinhas para um lanche, para cantarem e se divertirem.

Fonte: Caçadores de Lendas / Japão

Neste festival, as famílias costumam decorar suas casas com bonecas típicas chamadas “hina ningyo” pois muitas creem que essas bonecas têm o poder de proteger as meninas de doenças, acidentes e espíritos malignos. Essa antiga crença de que os infortúnios podem ser transferidos para as bonecas começou no Período Heian (794 – 1185), onde o ritual consistia em colocar uma boneca feita de palha ou papel no corpo da menina, para que o “mau-olhado” passasse para a boneca sendo, então, colocada em um pequeno barco de palha e enviada às águas do rio. Através dessa prática, conhecida como “Hina Nagashi”, acreditava-se que todos os maus fluidos seriam levados pela correnteza. 

No entanto, durante o Período Edo (1603 – 1868), ao invés de cultuarem o “Hina Nagashi”, as famílias optaram por colocar as bonecas “Hina” em exposição por um curto período de tempo em suas próprias casas, fazendo oferendas e orando pelo crescimento saudável e pela felicidade das meninas. Com o passar dos tempos, as bonecas de palha foram substituídas por luxuosos bonecos de cerâmica, considerados atualmente como herança de família, cujas valiosas peças são cuidadosamente embaladas e guardadas para serem novamente expostas no próximo ano. 

De modo similar aos presépios que são montados na época do Natal, em meados de fevereiro, monta-se um “altar” forrado preferencialmente com um tecido de seda vermelha, onde um sofisticado conjunto de bonecos ficam expostos sobre uma plataforma de cinco a sete degraus (Hina-dan), que representam a antiga Corte Imperial japonesa. Além dos bonecos, pequenos utensílios e peças de mobiliário são dispostos nos andares inferiores do altar, assim como pequenas árvores “Ukon no Tachibana”, uma miniatura de laranjeira, que fica sempre à direita e a  “Sakon no Sakura”, árvore de cerejeira, que fica à esquerda sendo, muitas vezes, substituída por um pessegueiro, posto que seja a estação do desabrochar de suas flores, o que faz desta exibição uma verdadeira produção artística.

Fonte: Coisas do Japão

A disposição dos bonecos segue uma hierarquia que representa o Palácio Imperial, sendo expostas na seguinte ordem:

• O topo é reservado ao Imperador (O-Dairi-sama) e a Imperatriz (O-Hina-sama) ricamente trajados, sentado diante de um biombo dourado e iluminado por duas lanternas (bom-bori); 

• Na sequência figuram três damas da corte, representando a aristocracia;

• O terceiro nível  é composto por cinco músicos que representam os artistas e literatos;

• Em seguida, dois ministros que representam os funcionários do governo, religiosos e as oferendas;

• No quinto nível,  três samurais simbolizam a classe guerreira e os domínios feudais;

• No sexto nível são dispostos objetos usados na Corte, como miniaturas laqueadas de móveis, baús para quimonos, penteadeira, caixa de costura, utensílios para a cerimônia do chá, entre outros;

• Por fim, no sétimo nível encontram-se os objetos usados pelo povo em geral, tais como miniaturas laqueadas de carroça de boi, palanquim, caixas empilháveis, carroça de flores, etc.

Fonte: Yawataya Ningyo Center

No entanto, manter-se em dia com essas tradições está ficando cada vez mais difícil para muitas famílias japonesas. Devido à falta de tempo, altíssimo valor das delicadas peças (o conjunto completo de bonecos custa de 3 a 5 mil dólares) e também pela falta de espaço, muitas famílias vêm optando por modelos compactos com 5 ou 3 plataformas ou menores ainda, contendo apenas a Imperatriz e o Imperador. Porém, qualquer que seja a escolha, os bonecos devem ser guardados imediatamente após o festival, mais precisamente no dia 4 de março, pois existe a superstição de que manter os bonecos por mais tempo resultará em um casamento tardio para as filhas.

Fonte: Kodawari Times

Como em muitos outros feriados, no “Hinamatsuri” as famílias japonesas também apreciam pratos especialmente elaborados para essa ocasião. Um dos mais populares é o Chirashizushi, que é uma tradicional iguaria japonesa composta por arroz levemente ácido, com uma variedade de ingredientes, incluindo vegetais como raízes de lótus, omelete em tiras e frutos do mar que são espalhados por cima do arroz. 

Fonte: Kodawari Times

Outro prato muito apreciado é o “Hamaguri Ushio-jiru”, uma sopa que contém mariscos como ingrediente principal, cujas conchas simbolizam a união e a tranqüilidade de um casal, pois apenas duas conchas simétricas podem se encaixar perfeitamente. Dizem que, assim como os flocos de neve, não há dois mariscos iguais. 

Fonte: Japankuru

Cremoso e levemente adocicado, oAmazake é uma bebida quente japonesa muito popular durante o Hina Matsuri como uma opção não alcoólica ao “shirozake”, ​​um saquê branco doce, que é tradicionalmente servido neste dia.

Coisas do Japão

Para a sobremesa, não podem faltar doces com tema de primavera, como o “Sakura Mochi”, bolinho de arroz recheado com feijão doce e enrolado em uma folha de cerejeira.

Fonte: Nippon.com

Outra sobremesa que também compõe o cardápio desta festividade é o “Hishimochi”, que é um bolinho de arroz com três camadas coloridas, em formato de diamante. Antigamente (Período Edo), acreditava-se que este doce estava associado à fertilidade.

Fonte: Coisas do Japão

No lanche da tarde, as crianças aproveitam para “beliscar” o “Hina Arare” que são  biscoitinhos coloridos à base de arroz, revestidos com açúcar, mas não muito doces e com  textura crocante. 

Fonte: Caçadores de Lendas / Japão

Diante de tanta formosura e gostosura, é inegável que o Dia das Meninas no Japão é um evento marcado pela graça e beleza, tanto da homenageada, vestindo o tradicional kimono, como dos preciosos bonecos em seus riquíssimos trajes cerimoniais. E… como não poderia deixar de ser, tudo alinhado às delicadas flores, que representam os traços femininos de gentileza, serenidade e tranquilidade, indispensáveis neste dia. Apesar de estar tão distante da minha princesinha Lia, que acabou de completar 7 meses, escrevi este post dedicado à ela pois, mesmo não estando presente neste momento, chegará o dia em que farei uma linda festa para comemorarmos juntas o “Hinamatsuri”!!! 

Você já conhecia esse belíssimo festival? Que tal homenagear todas as meninas, ouvindo a antiga e popular canção alusiva à essa data? A canção é ‘Ureshii Hinamatsuri’ (Feliz Dia das Meninas) e, para acessá-la, é só clicar neste link, ok?

~ Bia ~

“Não sois máquinas, homens é que sois…”

Fonte: Pulsar

É com essa indelével frase de Charles Chaplin que vou começar a discorrer sobre o Dia Mundial de Combate às Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort). Hoje, 28 de fevereiro, é a data escolhida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT),  agência multilateral da Organização das Nações Unidas (ONU), especializada nas questões do trabalho, para chamar a atenção para esses distúrbios que têm relação direta com o trabalho e que atingem milhões de trabalhadores.

Mas, você sabe o que é LER/Dort?

Para entendermos melhor, é preciso esclarecer que em relação ao trabalho propriamente dito, quando algumas precauções não são tomadas, alguns distúrbios podem aparecer, como a LER (Lesões por Esforços Repetitivos), que está inclusa em um grupo de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort). Apesar de ser menos conhecido do que a LER, o termo Dort foi introduzido para substituí-la, pois existem outros tipos de sobrecarga no trabalho que podem ser prejudiciais, como excesso de força, vibração constante de algum objeto de trabalho e as posturas inadequadas para a execução das tarefas, que também são nocivas ao trabalhador.

Fonte: Suzanclin

Dentre alguns distúrbios mais frequentes estão as tendinites (principalmente na região do ombro, cotovelo e punho), as lombalgias (dores na região lombar) e as mialgias (dores musculares em vários locais do corpo), podendo afetar pessoas de diferentes idades e passíveis de acometê-las em qualquer tipo de trabalho que seja executado de forma inadequada ou que não respeite os limites do corpo. A constituição física também é um fator de risco, precisando ser investigados cuidadosamente, uma vez que podem ser resultado de condições relacionadas ao trabalho somadas às condições extra laborais.

Apesar dos sinais de LER serem identificados desde a Antiguidade, foi a partir da Segunda Revolução Industrial, em 1850, ocasião em que os trabalhadores começaram a adquirir importância socioeconômica, que seu “adoecimento” começou a ser objeto de estudo por parte da ciência, proliferando-se assim, descrições de trabalhadores com casos de LER/Dort.

Neste contexto, o filme Tempos Modernos (1936) retrata extraordinariamente a condição do homem naquele período, como uma peça dentro de um mecanismo industrial, em que Carlitos, o personagem de Charles Chaplin, passa longas horas desempenhando uma mesma tarefa na linha de produção e mostrando que a não adaptabilidade ao ritmo da esteira, simboliza a submissão do homem ao ritmo imposto pela máquina. Ao mesmo tempo, no momento em que ele sai do ambiente de trabalho, reproduzindo o mesmo movimento realizado na esteira fabril, mostra como a especialização do trabalho impõe uma repetição que anula completamente o significado do trabalho em sua vida. Em outros termos, o homem se transforma em uma mera extensão da máquina.

Fonte: Viewpoint Magazine

Mesmo sendo bastante cômicas as situações encenadas no filme, podemos ver que a sátira está atrelada a uma forte e consciente mensagem que desafiou a lógica do trabalho industrial, expondo que, dentre diversos problemas que o desenvolvimento capitalista e seu processo de industrialização trouxeram à classe trabalhadora, evidenciou-se a prevalência cada vez maior das LER/Dort, acometendo trabalhadores de diversos setores em todo o mundo onde, segundo o Ministério Público do Trabalho, registros de epidemias foram constatados na Inglaterra, países escandinavos, Japão, Estados Unidos, Austrália e Brasil. Conscientizar trabalhadores sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento é o remédio mais eficiente para minimizar essa “doença” profissional, de forma que, desde 2000, o último dia do mês de fevereiro é lembrado em vários países como o Dia Internacional de Conscientização sobre as LER/Dort.

Considerando que esses distúrbios pode atingir qualquer pessoa que execute determinado movimento repetidamente, como limpar a casa, carregar peso, tricotar, jogar videogame e, em voga, a digitação intensa que vem, atualmente, contribuindo para o aumento do número de casos de doenças ocupacionais, é interessante sabermos que dentre os principais sintomas de LER/Dort estão:

  • Dor localizada, especialmente nos membros superiores e dedos;
  • Dificuldade de movimentação;
  • Fraqueza, cansaço, peso, dormência, formigamento, sensação de diminuição, perda ou aumento de temperatura e sensibilidade;
  • Redução na amplitude do movimento;
  • Dificuldades para o uso dos membros, particularmente das mãos e, mais raramente, sinais flogísticos e áreas de hipotrofia ou atrofia.

De acordo com a Escola Paulista de Medicina, esses sintomas podem ser exacerbados ao realizar determinados movimentos, mas também é importante observar quanto tempo duram, quais atividades o agravam, qual a sua intensidade e se há sinais de melhora com o repouso, nos feriados, fins de semana, férias, ou não. Normalmente os sintomas iniciam de forma leve e pioram apenas nos momentos de pico de produção, no final do dia, ou no final da semana, mas se o tratamento não for iniciado e se não forem tomadas medidas de prevenção, existe uma piora do quadro e os sintomas se tornam mais intensos e a atividade profissional fica prejudicada.

Fonte: Freepik

Vale ressaltar que a demora em tratar do problema pode trazer um problema ainda maior, exigindo, em alguns casos, fisioterapia, intervenção cirúrgica ou, até mesmo, a troca do posto de trabalho pode ser uma opção para que a cura seja alcançada. Na fisioterapia, algumas orientações para o dia a dia envolvem opções de alongamentos, movimentos que devem ser evitados e o que se pode fazer em casa para se sentir melhor. Inclusive, uma boa estratégia caseira é colocar uma compressa de gelo sobre a articulação dolorida, deixando atuar por 15 a 20 minutos.

O tratamento em caso de LER/Dort é demorado, havendo períodos de grande melhora ou de estagnação, e por isso é preciso ter paciência e cuidar da saúde mental durante esse período para evitar o quadro depressivo, de modo que atividades ao ar livre como caminhada e corrida, exercícios como Pilates e hidroginástica são as opções mais recomendadas. Entretanto, o combate à LER/Dort é uma via de mão dupla, pois além dos ajustes no ambiente e da adoção de medidas preventivas como equipamentos adequados ergonomicamente por parte da empresa, as ações individuais também fazem a diferença. Como exemplo de cuidados, a fisioterapeuta Ana Fraga, professora do curso de Fisioterapia da Estácio, sugere boas práticas como:

  • Pausar as tarefas e fazer alongamentos nos períodos que não prejudiquem sua produção;
  • Trocar de tarefas ao longo do dia, evitando assim os esforços repetitivos;
  • Fazer pausas de 15 a 20 minutos a cada três horas, a fim de poupar os músculos e tendões;
  • Ingerir líquidos para que todas as estruturas corporais sejam bem hidratadas, o que diminui o risco de lesões.

Além desses cuidados, a Escola Paulista de Medicina recomenda manter sempre uma postura apropriada durante o horário de trabalho, com as costas eretas e bem apoiadas no encosto da cadeira, respeitar os limites do corpo, utilizar apoios ergonômicos para os punhos e pés durante a utilização do computador, manter o monitor na altura dos olhos para não ter que forçar o pescoço para baixo, utilizar cintas e outros acessórios de proteção fornecidos pela empresa ao executar tarefas que exigem força física, praticar exercícios físicos regularmente e manter um estilo de vida saudável.

Fonte: CIEE/PR

Assim, como forma de prevenção e contribuição para a qualidade de vida no ambiente de trabalho, a instituição aponta que a ginástica laboral também deve (ou deveria) ser executada no próprio local de trabalho, tendo como principais objetivos a prevenção das LER/Dort, a diminuição do estresse, dores musculares, fadiga, tensão muscular, aumento da consciência corporal, melhora do condicionamento físico, flexibilidade, coordenação e resistência, atuando de forma preventiva e terapêutica.

Diante do exposto, a falta de informação, tanto do empregador como do trabalhador, ainda é um forte obstáculo contra a prevenção das LER/Dort. Se de um lado, temos a falta de investimento em melhores condições de trabalho e do outro, o medo de perder o emprego, muitas vezes ocultando a dor até chegar à incapacidade laboral, precisamos ter em mente que, acima de tudo, não somos máquinas, mas pessoas “de carne e osso”. Como vivemos numa sociedade que busca evoluir de modo mais eficiente e produtivo, é fundamental “blindar” o nosso corpo e a nossa mente acerca dos processos mecânicos e repetitivos onde, vira e mexe, acabamos trabalhando como complemento de uma máquina. Vale a pena refletirmos sobre essa questão pois, como já comentei anteriormente, prevenir ainda é melhor do que remediar!!!

~ Bia ~

Você já ouviu falar sobre a Síndrome de Asperger?

Fonte: CNN Brasil

Estava procurando um tema sobre inclusão para postar este mês e, ao consultar o calendário das datas comemorativas, deparei-me com o Dia Internacional da Síndrome de Asperger, que é comemorado no dia 18 de fevereiro. Como sou portadora da Síndrome de Usher (Dani), fiquei curiosa pois, leiga no assunto, não tinha conhecimento sobre essa síndrome e resolvi, então, pesquisar para ver do que se tratava. 

De acordo com a nova versão da Classificação Internacional de Doenças (CID), houve uma alteração no que, até então, é conhecido por Síndrome de Asperger, sendo agora incluso no chamado Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) que, segundo o site Drauzio Varella, “engloba diferentes condições marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo”.

Assim, compreendendo o autismo na condição de espectro, é interessante sabermos que ele recebe esse nome (spectrum) porque envolve situações e apresentações muito diferentes umas das outras, que vai numa gradação da mais leve à mais grave. Todas, porém, relacionadas, em menor ou maior grau, com as dificuldades de comunicação e relacionamento social.

Segundo a Associação dos Amigos do Autista (AMA), estima-se que 1 em cada 160 crianças tenha um TEA, sendo essa estimativa um valor médio, uma vez que a prevalência observada varia consideravelmente entre os diferentes estudos, como demonstra, por exemplo, o levantamento mais recente do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos, onde números significativamente maiores foram registrados, indicando a prevalência de 1 caso para cada 44 crianças. A AMA também informa que, segundo estudos epidemiológicos realizados nos últimos 50 anos, a prevalência global desses transtornos parece estar aumentando e dentre as explicações possíveis para este aparente aumento da prevalência, inclui maior conscientização, expansão de critérios diagnósticos, melhores ferramentas de diagnóstico e melhor comunicação.

Como a Síndrome de Asperger varia muito de pessoa para pessoa, algumas dificuldades podem não ser reconhecidas e diagnosticadas até a idade adulta. As causas ainda não são totalmente compreendidas, existindo apenas algumas informações que levam a pensar que seja provocada por um conjunto de fatores neurobiológicos que afetam o desenvolvimento cerebral. Diferente do autismo clássico, as pessoas com Síndrome de Asperger não apresentam comprometimento intelectual e atraso cognitivo. Por isso, os primeiros sintomas e sinais podem aparecer nos primeiros anos de vida da criança, mas raramente são percebidos pelos pais como algo negativo, especialmente se as manifestações forem leves. A grande maioria dos diagnósticos é feita na fase escolar, quando a dificuldade de socialização, considerada a característica mais significativa do distúrbio, manifesta-se com maior intensidade, juntamente com o desinteresse por tudo que não se relacione com o hiperfoco de atenção.

Porém, é preciso entendermos que os autistas, incluindo aqueles com Síndrome de Asperger, têm dificuldade em interpretar a linguagem verbal e as sutilezas da linguagem não verbal como gestos ou tom de voz, não conseguindo compreender quando as pessoas utilizam uma determinada palavra com segunda interpretação. Por exemplo, quando alguém utiliza a expressão “aquela mulher é uma gata”, para eles é muito difícil compreender que gata, nesse contexto, significa beleza e não o animal. 

Desse modo, apesar de terem boas habilidades linguísticas, os portadores da Síndrome de Asperger podem ter muitas dificuldades para entender metáforas, piadas, ironias, expressões faciais e conceitos abstratos, sendo essencial comunicarmos de forma clara e consistente, dando-lhes o tempo necessário para processar o que foi dito. Podem repetir o que a outra pessoa acabou de dizer (ecolalia) ou conversar extensamente sobre seus próprios interesses.

Eles também têm dificuldade em reconhecer ou entender os sentimentos e intenções de outras pessoas e, até mesmo, em expressar suas próprias emoções, de forma que para eles é difícil a interação no mundo social. Eles podem parecer insensíveis, podem buscar o  isolamento quando sobrecarregados por outras pessoas e se comportar  “estranhamente” ou de uma maneira considerada, por outros, como socialmente inapropriada. Alguns podem desejar interagir e fazer amigos, mas podem não ter certeza de como realizar isso, de forma que o mundo pode parecer um lugar imprevisível e confuso para pessoas com Síndrome de Asperger. 

Muitos preferem ter uma rotina diária pré-estabelecida, como por exemplo, seguir o mesmo trajeto para a escola ou trabalho e comer os mesmos alimentos todos os dias. Nesse sentido,  pode ser difícil aceitar algo diferente, uma vez que eles tenham aprendido a maneira “certa” de fazê-lo. Podem não se sentir confortáveis ​​com a ideia de mudança, mas podem lidar melhor com uma abordagem, desde que avisados com antecedência, não apresentando, como dito anteriormente, dificuldades de aprendizagem que muitos autistas têm. 

Possuem inteligência média ou acima da média e costumam ter interesses muito específicos e intensos ainda na infância, que podem mudar ao longo do tempo ou manter-se inalterados ao longo da vida, como por exemplo, o interesse por artes, música, astronomia, insetos, carros, computadores, entre tantos outros. Muitos aprofundam seu interesse a tal ponto que esse hiperfoco se transforme em uma habilidade fundamental para seu bem-estar.

Pessoas com Síndrome de Asperger também podem experimentar maior ou menor sensibilidade a sons, toques, gostos, cheiros, luz, cores, temperaturas ou dores. Por exemplo, eles podem identificar certos tipos de sons que outras pessoas ignoram ou sentir dores físicas com sons que, para eles, possam parecer insuportavelmente altos. Da mesma forma, luzes ou objetos giratórios podem deixá-los fascinados.

Como podemos observar, é mais difícil para quem tem a Síndrome de Asperger, se relacionar com outras pessoas, participar da vida familiar, escolar, social e corporativa. Pessoas “normais” parecem saber, intuitivamente, como comunicar e interagir uns com os outros, mas as pessoas com essa síndrome se questionam porque são “diferentes” e percebem que suas diferenças sociais significam que as pessoas não as entendem.

É o que relata a escritora Kenya Diehl, à CNN Brasil. Autora de três livros sobre o assunto, ela também atua como digital influencer ao falar abertamente sobre a vivência com autismo no Instagram. Na obra “Autismo é vida – Por dentro do meu cérebro autista”, ela narra a sua história de vida, as dificuldades e abusos sofridos, afirmando que as experiências negativas transformaram a forma como ela busca se inserir na sociedade: “eu entendi que eu podia me adaptar ao mundo e que eu não iria ser igual às outras pessoas. Passei a me preservar, sabendo que determinados locais não são ideais pra mim. A função sensorial pode ser prejudicada por muito barulho, por exemplo. Antes eu ia para ser igual aos outros, não faço mais coisas que me machuquem e me coloquem em risco”.

Diante do exposto, não temos como negar que o diagnóstico de TEA pode trazer angústia, não só para a família mas principalmente para o portador desse transtorno. Por isso é imprescindível que as pessoas envolvidas – pais, irmãos, parentes e amigos – conheçam as características do espectro e aprendam as técnicas que facilitem a autossuficiência e a comunicação da criança e até mesmo do adulto autista, além do relacionamento entre todos que com eles convivem. Embora as famílias possam encontrar fontes de apoio como a AMA (Associação dos Amigos dos Autistas) e a AAMPARA (Associação de Atendimento e Apoio ao Autista), a psicopedagoga Márcia Queiroz aconselha os pais a enfrentar as dificuldades e as limitações de seu filho, sem jamais desistir, orientando para que compreendam que mesmo longe daquilo que sonharam para seus filho, a vida pode ser linda e cheia de aprendizado. Ela ressalta que as pessoas autistas que alcançaram êxito tiveram, na maioria das vezes, apoio incondicional de suas familias.

A nível de curiosidade, dentre os famosos com Síndrome de Asperger, a Vittude cita: Bill Gates, Vincent Van Gogh, Albert Einstein, Isaac Newton, Nikola Tesla, Steven Spielberg, Tim Burton, Woody Allen, Keanu Reeves, Lionel Messi, Michael Phelps e Ludwig Van Beethoven. Por ser menos severo que grande parte dos casos de autismo, como podemos verificar, o Asperger permite que muitos portadores levem uma vida normal e, em muitos casos, até com certas habilidades acentuadas.

Posto isto, uma vez que também sou portadora de uma síndrome, posso autenticar que para nós, pessoas com deficiência, quaisquer que elas sejam, a vida se torna mais leve e mais fácil de ser “conquistada”, quando temos o apoio e o incentivo da nossa família e dos nossos amigos, que buscam conosco, um lugar ao sol. 

~ Dani ~

“Tem maior presente que o amor de um gato?”

Fonte: Freepik

Talvez sim, talvez não! Mas é com essa pergunta proferida pelo famoso romancista inglês Charles Dickens (1812-1870), que abro o post de hoje. Não é à toa que ele era apaixonado por esse “bichano” pois, com sua postura aristocrática, os gatos são conhecidos pela delicadeza, olhar profundo, espírito cúmplice e brincalhão. De natureza independente, são excelentes companheiros, com a vantagem de não exigirem muita atenção, pois adaptam-se facilmente ao estilo de vida moderno, mantendo-se sempre limpos e asseados. 

Fonte: Petz

Como tudo no gato é exclusivo, existindo até mesmo o mito de que possui sete vidas, muito provavelmente é um dos poucos animais no mundo que tem o privilégio de ser homenageado mais de uma vez por ano. Desse modo, segundo o Calendarr, o Dia Mundial do Gato é comemorado anualmente em 17 de fevereiro, com o objetivo de ajudar a promover uma campanha contra os maus tratos. Nos Estados Unidos, comemora-se no dia 29 de outubro e por lá também tem o Dia Nacional do Gato Preto, celebrado no dia 17 de novembro, além de ser o protagonista do Dia de Abraçar Seu Gato, em 4 de junho. Internacionalmente, é comemorado em 8 de agosto, criado em 2002, por iniciativa da International Fund for Animal Welfare (IFAW), objetivando debater e conscientizar sobre a importância e o papel desse animal de estimação em todo o planeta.

Fonte: Meus Animais

Qualquer que seja a data a ser comemorada, vale ressaltar que ao longo da história, os gatos eram considerados animais de proteção, tornando os ambientes mais seguros. Suas habilidades em caçar roedores e outros insetos capazes de transmitir doenças, sempre gerou confiança naqueles que os escolhiam como animais de estimação. Até mesmo nos dias atuais, eles continuam “conquistando” os ambientes familiares, graças à sua autonomia, independência e beleza, dignas de admiração.

Fonte: Petlove

Assim, adotar um gato é um lindo gesto de amor e carinho, sendo que muitos tutores dizem que não foram eles que o escolheram, mas que foi o gato que o adotou. Por terem comportamentos muito peculiares, será que ele tem mesmo o “poder” de escolher seu tutor? Apesar de muitas pessoas acharem que gatos são menos apegados a seus donos por serem independentes, uma pesquisa (Vínculo de apego entre gatos domésticos e humanos) concluiu que 64% dos gatos se sentem seguros com seus donos, taxa semelhante ao nível de segurança de cachorros e bebês recém-nascidos. Desse modo, como os gatos são sociáveis, buscam alguém para conviver, escolhendo seus donos por se sentirem confortáveis e por receberem boas condições de vida. Vocês já devem ter percebido como é comum os gatos de rua se aproximarem ou ficarem na porta da casa de alguém esperando comida. Isso acontece porque eles sentem segurança nessa pessoa e acham que ela vai ajudá-los.

Fonte: Sonhos da Alma

Porém, se o ambiente for desconfortável ou não se sentir à vontade, o gato simplesmente vai embora, pois sabe muito bem se virar sozinho. Se um deles decide continuar na sua casa, pode ter certeza que é porque confia em você e se sente amado. No meu caso, foi a Dolly, uma linda gata frajola, que me adotou e me ajudou a superar uma fase difícil da minha vida. Na época, estava morando na casa da minha mãe e até a gata se aproximar, ficou durante vários dias me observando, em cima do muro. Na medida que fui deixando água e ração no quintal, ela foi sorrateiramente se aproximando e logo me encantei com seu jeitinho meigo e delicado. Da mesma forma, a gatinha malhada Tika apareceu, de mansinho, na casa da minha tia Zélia, tentando confortá-la num momento em que ela estava muito triste, sentindo enorme saudade da sua, até então, inseparável e dócil boxer Lilica, que lhe fizera companhia durante tantos e tantos anos.

Léo brincando com a Tika na casa da tia Zélia (Dez/2022)

Posto isso, não é de se estranhar que a presença dos gatos seja repleta de espiritualidade e existem muitas crenças associadas a esses animais. Acredita-se que eles são capazes de perceber boas energias e que se aproximam de pessoas que emanam vibrações positivas. Diz-se também que são dotados de um sexto sentido e não só sentem as energias negativas, mas absorvem-nas e as eliminam de dentro de casa.

Fonte: Pet Pillow

Entretanto, seja pelo significado místico ou pelo amor que sentimos por esse adorável bichano, sua presença é sempre benéfica. De acordo com pesquisas da Universidade de Minnesota, em Minneapolis, nos Estados Unidos, a presença de gatos é relaxante, reduz o estresse, atenua a depressão, tem efeito terapêutico em pessoas com problemas de comunicação ou socialização e diminui o risco de problemas cardiovasculares, sem contar que a interação das crianças com os gatos, contribui para o seu desenvolvimento cognitivo, motor, emocional e social, diminuindo a insegurança e ansiedade. A boa notícia é que todos esses benefícios estão comprovados em um estudo publicado no periódico Frontiers in Veterinary Science que descobriu, inclusive, que crianças com autismo que crescem interagindo com gatinhos apresentam comportamentos bem mais sociáveis, pois os felinos têm a capacidade de  propiciar um valioso apoio emocional. 

Fonte: Vet Quality

Além disso, a médica veterinária comportamentalista Carolina Rocha, adiciona que crianças em contato, não só com gatos mas também com outros animais de estimação, têm menos riscos de tosse e questões respiratórias, como a asma infantil, explicando que “crianças em constante interação com animais possuem menos chance de ter problemas de saúde, se comparadas àquelas que não convivem com pets”. Bom saber, né? Afinal, meus netinhos Yan e Lia convivem, desde o nascimento, com os lhasas Billy e Bobby e o Léo adora brincar e correr atrás do gatinho preto Neguinho e das gatinhas Babí e Nina, quando vai visitar a vovó Carmo e o vovô José Roberto.

Léo correndo atrás do Neguinho na casa dos avós Carmo e José Roberto (Dez/2022)

Depois de tantas apologias a essas incríveis criaturas, quem foi “adotado” por um, dois ou mais gatinhos, compreende que tê-los por perto é tudo de bom! Com seu jeitinho carinhoso, fofo e divertido, os bichanos sempre levam alegria por onde passam e quem realmente é “um gateiro de carteirinha” concorda com Charles Dickens de que não há presente melhor do que o amor de um gato por nós!!!

Fonte: National Geographic

Encerro o post exaltando Fernando Pessoa ao nos levar à seguinte reflexão: Feliz quem não exige da vida mais do que ela espontaneamente lhe dá, guiando-se pelo instinto dos gatos, que buscam o sol quando há sol“. 

~ Bia ~

Valentine’s Day e White Day no Japão

Fonte: Arakaki Sensei

Não faz parte da cultura japonesa celebrar a Páscoa, de modo que muitos japoneses nem fazem ideia que nós, brasileiros, apreciamos os chocolates que enfeitam os tradicionais corredores de ovos de Páscoa nos mercados e as chocolaterias, no período alusivo à essa comemoração. 

Entretanto, no final de janeiro até meados de fevereiro, temos a sensação de que a Páscoa chegou mais cedo neste país, pois uma grande variedade de chocolates com diferentes sabores e designs, embelezam as gôndolas das lojas de departamentos e afins, onde podemos encontrar chocolates de tudo quanto é tipo, preço e formato, com exceção, é claro, dos ovos de Páscoa que por aqui só encontramos nas lojas de produtos brasileiros, no período em que esta data é comemorada no Brasil. 

Mas, vocês sabem o motivo de tantos chocolates serem vendidos nesta época do ano?    

Ledo engano se vocês acham que é por causa do Dia do Chocolate!!! Se no Brasil o Dia dos Namorados é comemorado no dia 12 de junho, no Japão, seguindo a tradição européia e americana, comemora-se o Dia dos Namorados (Valentine’s Day), no dia 14 de fevereiro. Porém, inusitadamente neste país, essa data é comemorada em dose dupla, sendo que em fevereiro somente as mulheres oferecem chocolates aos homens (Valentine’s Day) e em março, mais precisamente no dia 14, conhecido por White Day (Dia Branco), é a vez dos homens retribuírem chocolates para as mulheres.

Fonte: JR Tower

Essa “mania” dos chocolates é meramente comercial e foi introduzida pela confeitaria Morozoff, na cidade de Kobe, no ano de 1936, sendo posteriormente popularizada por meio de boas estratégias de marketing, de modo que, atualmente, as empresas de chocolates vendem mais da metade de seus estoques anuais durante as semanas que antecedem essas duas datas comemorativas.

Fonte: Gourmet Watch

O que chama a atenção é que, diferente do nosso costume, onde só os casais se presenteiam, por aqui é comum as mulheres oferecerem chocolates no Valentine’s Day, não só para os namorados, mas para os amigos, colegas do trabalho e/ou da escola e também para os familiares, existindo até mesmo uma classificação de qual chocolate comprar, dependendo do grau de relação com a pessoa a ser presenteada.

Fonte: Dia a Dia

Assim, o “honmei-choco” é o chocolate oferecido à pessoa “especial”, por quem a mulher está apaixonada, e se ainda não estão juntos ou o amor é “platônico”, é uma forma de declarar seu sentimento. Muitas mulheres optam, inclusive, por fazer o chocolate artesanalmente, pois através desse gesto, esperam demonstrar o quanto a pessoa é importante para ela. 

Já o “giri-choco” é o chocolate da convivência social e é oferecido aos chefes, professores, clientes e colegas no trabalho, como demonstração de amizade ou gratidão. Nas vésperas desta data comemorativa, é comum ver as mulheres comprando dezenas de caixas de chocolates, tomando o cuidado em escrever a palavra “giri” na embalagem, para não dar margem às interpretações equivocadas.

De uns tempos para cá, para alavancar ainda mais a venda de chocolates neste período, as empresas de chocolates criaram, estrategicamente,  o “family-choco” para as mulheres presentearem os homens da família (marido, filho, pai, irmão, tio, primo e avôs) e o “tomo-choco” que é chocolate oferecido para os amigos e para as amigas, como demonstração de carinho e também pra ninguém ficar de fora no dia que mais parece dia do chocolate do que dia dos namorados, não é mesmo? Mais recentemente, criaram o “gyaku-choco” como uma opção para os casais apaixonados trocarem chocolates no mesmo dia, ou seja, no Valentine’s Day. 

Independente desta classificação, a data é bastante aguardada pelas mulheres japonesas, especialmente pelas mais jovens e solteiras, que aproveitam a ocasião para se declarar à pessoa amada, oferecendo-lhe o “honmei-choco”.

Desse modo, envoltos neste clima romântico ou de gratidão, um mês após o Valentine’s Day, no dia 14 de março, conhecido por White Day, é a vez dos homens “devolverem” os presentes.  Por que White Day?

 

Fonte: Binus University

Tudo começou em 1978, quando uma confeitaria japonesa lançou o “Dia do Marshmallow” como forma de promover seus marshmallows, especificamente para os homens, incentivando-os a retribuir os presentes recebidos no Valentine’s Day. Essa iniciativa inspirou a Associação Nacional da Indústria de Confeitaria do Japão a implementar, em 1980, o “White Day” (Dia Branco) como resposta ao Dia dos Namorados. O nome “White Day” foi escolhido, tanto pela cor do marshmallow que é branco, como também por ser o símbolo da pureza, estando intimamente associada à inocência do amor adolescente na cultura japonesa. Bela sacada, vocês não acham? 

Fonte: Moshi Moshi Nippon

Embora os marshmallows tenham sido o presente original do White Day, outros doces como biscoitos, “macarons” e chocolates brancos são atualmente mais populares, sendo que, no final do mês de fevereiro, as lojas de departamentos e afins, intensificam suas campanhas publicitárias oferecendo uma enorme variedade de doces, apresentados em lindas embalagens, incluindo até mesmo itens de luxo, como perfumes, jóias e bolsas. 

Fonte: Live Japan

O interessante nesta história toda é que, no caso do homem ter recebido uma declaração de amor, a mulher que lhe ofereceu o “honmei choco” só saberá se é correspondida, no White Day. Se ele oferecer um presente superior a três vezes o valor do presente recebido (“sanbai gaeshi”), a resposta é óbvia, né? No entanto, como é considerado uma desfeita o homem não retribuir, ao “devolver” com um “presentinho” proporcional ao valor recebido, é sinal de que não está interessado num relacionamento mais sério. 

Como acabamos de ver, o hábito de presentear chocolates no Valentine’s Day e White Day está enraizado na cultura japonesa sendo, muitas vezes, vista como uma obrigação social. Não participar da troca de chocolates pode ser interpretado como deselegância, mas muitas mulheres japonesas vêm, recentemente, se opondo ao que consideram uma prática estressante de “doação obrigatória”.

A contrariedade é direcionada ao “giri-choco”, pois muitas delas sentem-se pressionadas a gastar milhares de ienes em chocolates, para evitar ofender chefes e colegas de trabalho. No intuito de minimizar essa percepção de assédio trabalhista, muitas empresas estão, atualmente, proibindo tal prática no ambiente de trabalho. Desse modo, ao invés de dar “giri-choco”, muitas japonesas aderiram ao “jibun-choco”, ou seja, estão mais propensas a se auto-presentear com sofisticados chocolates. Nada mau, heim? 

Fonte: Nippon.com

Aproveitando-se deste comportamento, um número crescente de homens japoneses vêm optando cada vez mais pelo “gyaku-choco”, preferindo dar chocolates e/ou presentes para suas esposas, namoradas ou  “crushes” no Valentine’s Day e não mais no White Day. E aí, o que vocês acham? 

Apesar desses dois eventos serem atípicos aos nossos olhos, os japoneses levam muito a sério esse festival de chocolates. Eu, particularmente, acho que o dia dos namorados, qualquer que seja a data, deve ser comemorada apenas entre casais, pois é uma data especial em que podemos celebrar a união, a cumplicidade, o respeito e a dedicação entre ambos, durante o decorrer do ano.

Fonte: Divvino

Depois de tanta conversa, encerro este post  parabenizando a Dani e o meu genro Murilo pois, coincidentemente, casaram no Dia de São Valentim e hoje, 14 de fevereiro, estão comemorando as bodas de marfim (14 anos). Aproveitem para celebrar, curtindo um jantar especial, de preferência à luz de velas, num bom restaurante da cidade. Que romântico, heim? Como estou no Japão, pra não deixar a data passar em branco, vou já já degustar o meu “jibun-choco”, ou seja, o delicioso chocolate da Godiva que eu, merecidamente, comprei para mim mesma, rs. 

~ Bia ~

Feijão é tudo de “bão”?

Fonte: Sou Mamãe

Não!!! A expressão correta é: feijão é tudo de bom e aí, sim, podemos concordar que, informalmente falando, essa leguminosa é tudo de bão!

Aforismo à parte, por que falar sobre o feijão? 

Muitos brasileiros comem feijão todos os dias e talvez não saibam que esta e outras leguminosas fazem um bem danado para a nossa saúde. Razão pela qual a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu, em 2018, o Dia Mundial das Leguminosas, que é celebrado no dia 10 de fevereiro e tem como principal objetivo incentivar o consumo dos grãos e alertar a população sobre a sua importância em uma alimentação saudável.

Além de compor uma dieta rica em proteínas, fibras e minerais, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, FAO, as leguminosas são essenciais para enfrentar os desafios da pobreza, segurança alimentar, saúde humana, qualidade do solo e meio ambiente, contribuindo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Mas o que são leguminosas? 

São as sementes comestíveis que se desenvolvem em vagens (grãos) e que costumam ser usadas como acompanhamento do nosso prato favorito. Em muitos países fazem parte do patrimônio cultural e são consumidos de forma regular ou mesmo diária. Em outras partes do mundo, são pouco utilizadas, sendo consumidas em sopas, nos gélidos dias de inverno. Como exemplos, temos todos os tipos de feijões, grão-de-bico, soja, amendoim, lentilha, fava, ervilha, tremoço, entre outros.

Fonte: Unimed

Por que elas são importantes na nossa alimentação?

Segundo uma pesquisa realizada pelo Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), o consumo de leguminosas pode diminuir em 22% o risco de doença arterial coronária, melhorando o perfil lipídico e, consequentemente, reduzindo a pressão arterial, dentre outros benefícios. Os resultados da pesquisa também indicam que a quantidade mínima de 100 gramas de determinados grãos podem suprir até 30% da ingestão diária recomendada de fibras, 19% de proteínas e no caso da soja, até 30% da ingestão em zinco, magnésio e fósforo, reduzindo os níveis de colesterol e auxiliando, inclusive, no tratamento de doenças como diabetes. Caso você tenha interesse em saber, com mais detalhes, porque as leguminosas têm sido consideradas um dos alimentos mais nutritivos da natureza, vale muito a pena ler o artigo da FAO, listando as 10 razões para escolher estas sementes nutritivas.

O Brasil é, indiscutivelmente, referência na produção de diferentes leguminosas, como a soja, o feijão, o grão-de-bico e tantos outros grãos consumidos diariamente em diversos países. A clássica mistura de feijão com arroz é um dos pratos mais populares e presentes na alimentação dos brasileiros, sendo uma excelente fonte de proteína vegetal. O consumo do feijão varia de acordo com a região do país, sendo que o feijão carioca – Phaseolus vulgaris – é o mais comum e conta com ampla aceitação nacional. O feijão preto, por sua vez, está mais presente nas refeições dos cariocas e sulistas, enquanto o feijão de corda faz parte do dia a dia dos nordestinos.

Fonte: Business Insider

Muito presente na alimentação de veganos e vegetarianos, a soja é a leguminosa mais produzida no mundo, sendo utilizada tanto para consumo humano, quanto para o consumo animal. Assim como o feijão, é uma das principais fontes de proteína, além de ser rica em fósforo, manganês e cobre, auxiliando na prevenção de doenças cardíacas, reduzindo as inflamações nos vasos sanguíneos e aumentando sua elasticidade

Apesar do consumo de lentilha pelos brasileiros se limitar às ocasiões especiais como o Ano Novo, introduzi-la na alimentação diária apresenta uma melhora significativa no funcionamento do intestino, no fortalecimento dos ossos, na imunidade e na prevenção de doenças cardíacas. O amendoim, por sua vez, é rico em proteínas e gorduras monoinsaturadas, diminui as inflamações no corpo, é uma fonte saudável de energia, auxilia no aumento do colesterol bom, combate o envelhecimento precoce e previne doenças como a anemia e diabetes.

Como podemos observar, o consumo dessas e demais leguminosas ajudam na prevenção de várias doenças, mas você sabia que elas contêm compostos naturais chamados de antinutrientes?

Isso mesmo! Se você faz parte do time que consome grãos no dia a dia, precisa saber que as leguminosas contêm antinutrientes que prejudicam a digestão e a absorção de nutrientes, podendo também provocar gases e desconforto intestinal. O fitato (ácido fítico) atua como “sequestrador” de nutrientes, dificultando a absorção de minerais como cálcio, ferro, magnésio e zinco pelo organismo. 

Como reduzir os antinutrientes no feijão?

Como as panelas de pressão aceleram o processo de cozimento do feijão e demais grãos, muitas pessoas abandonaram o hábito de colocar os grãos de molho. Porém, diversas pesquisas revelam que o simples cozimento não elimina os antinutrientes, percebendo-se maior redução de fitatos nos casos em que foi feito o remolho, seguido do descarte da água. Apesar desse procedimento provocar a perda de parte dos minerais, pesquisadores avaliam que os minerais restantes apresentam maior biodisponibilidade, ou seja, estes serão mais facilmente absorvidos e aproveitados pelo organismo.

Fonte:  CyberCook

Então, como fazer o remolho?

Após lavar e escorrer os grãos, deixá-los totalmente submersos em um recipiente. A água deve ficar no dobro da altura dos grãos, pois eles incham durante a hidratação. Devem ser deixados de molho pelo tempo médio de 8 a 12 horas, com uma ou duas trocas de água, antes do cozimento. Apesar de não ser uma boa recomendação, se esquecer de deixar o feijão, por exemplo, de molho, a dica é fazer o remolho em água quente por, pelo menos, uma hora.

Dá um trabalhinho, né? Mas… é a maneira mais saudável de dizer que, aí sim, os grãos, principalmente o feijão nosso de cada dia, é tudo de “bão”. Depois é só cozinhá-los até que fiquem macios, abusar da criatividade elaborando receitas deliciosas, dando o retoque final com temperos naturais como a pimenta-do-reino, orégano, cebolinha, salsa, louro, alecrim, entre outros, que são excelentes opções para aromatizar os pratos que agradam o nosso paladar.

Fonte: Marie Claire

Hummm…como está muito frio aqui no Japão, fiquei com vontade de comer a tradicional feijoada que muitos de nós, brasileiros, gostamos de apreciar no almoço de sábado. Vou já deixar o feijão preto de molho porque hoje é sexta feira e nada melhor do que aquecer o corpo, saboreando esse delicioso prato (pra quem não é vegetariano, é claro!), no almoço de amanhã, vendo a neve que cai, suavemente, lá fora. 

Que tal aproveitarmos o Dia Mundial das Leguminosas, mantendo o impulso positivo em torno desses alimentos tão saudáveis, nutritivos e ricos em proteínas? Afinal, eles também são nossos grandes aliados para alcançar a segurança alimentar, reduzir a má nutrição e acabar com a fome no nosso planeta!!!

~ Bia ~

Juntos por uma internet melhor

Fonte: CryptoID

O Dia Internacional da Internet Segura, também conhecido como Safer Internet Day, é comemorado no dia 7 de fevereiro em mais de 200 países, com o tema “Juntos por uma internet melhor”. Criado na União Europeia, em fevereiro de 2004, através da Rede Insafe, tem como objetivo promover atividades que conscientizem as pessoas sobre os riscos de segurança que podem ser encontrados ao utilizarmos a internet e ajudar no combate aos crimes cibernéticos.

A internet, sem sombra de dúvida, passou a ser ainda mais importante com a pandemia, pois trabalhar em casa (home office) tornou-se uma necessidade para muitos profissionais de diversas áreas, além daqueles que já lidam com a tecnologia em geral. As mudanças de comportamento das pessoas e o contínuo desenvolvimento tecnológico ampliaram o uso da internet, fazendo com que o computador e o celular passassem a ser as ferramentas mais utilizadas no dia a dia. 

Com o aumento de pessoas conectadas, os ciberataques se tornaram um problema recorrente em todo o planeta. Para se ter uma ideia, de acordo com o relatório de segurança da Symantec, mais de 44 milhões de brasileiros já foram vítimas de ataques cibernéticos e só no ano de 2021, o Brasil foi o quinto país que mais sofreu ataques de hackers, com um total de 9,1 milhões de ocorrências.

Como podemos observar, esse crescimento exponencial de comunicação trouxe uma preocupação com a segurança da informação que circula na rede. O cartão de crédito, por exemplo, tornou-se moeda virtual e muitas vezes, quando utilizado, a senha não é solicitada, sendo um chamariz para os hackers que criam sites e e-mails, para roubarem nossos dados. 

Fonte: TI do Brasil

Por conta dessa insegurança, para nos protegermos e diminuir os riscos de ataques, algumas orientações básicas são essenciais para navegarmos, de forma segura, na internet:

1. A primeira recomendação é manter o antivírus e o sistema operacional do computador atualizados, protegendo a rede sem fios com senha segura, tendo um tamanho ideal de 14 caracteres com letras maiúsculas, minúsculas, símbolos e números. 

2. Ao realizar compras online, é imprescindível verificar se eles possuem o famoso cadeado verde, pois é uma forma segura de saber a integridade do e-commerce. Isso significa que sua comunicação com ele é realizada de forma segura. Entretanto, vale ressaltar que até mesmo endereços maliciosos podem utilizar essa verificação. Para diminuir os riscos é aconselhável, sempre que possível,  navegar em sites com domínio seguro (https).

3. Falando em compras online, quando preenchemos o cadastro num site de comércio eletrônico, normalmente pulamos a leitura do texto descritivo em letras pequenas e automaticamente marcamos a opção “Concordo com os termos e condições de uso”, né? Embora essa prática seja comum entre os usuários da internet, é prejudicial à segurança, porque esse documento funciona como um contrato entre o comprador e a loja virtual, sendo essencial para a segurança do empreendimento. Na “Política de Privacidade”, a empresa demonstra como tratar as informações privadas cadastradas pelos clientes em seu banco de dados, sendo de suma importância não concordar com os termos de uso antes de saber do que se trata tais condições. Essa regra também se aplica a download de aplicativos ou registros de jogos ou redes sociais, nunca dando “aceite” antes de ler o material apresentando. A pressa e a falta de atenção para acessar alguns conteúdos podem trazer muita dor de cabeça.

4. Não é difícil recebermos em uma conversa ou e-mail, links que nos levam para outras páginas, não é mesmo? Precisamos ficar atentos com o recebimento de e-mails com conteúdo governamental, atualização de dados bancários ou cadastros pela internet. Pelo fato de termos, atualmente, encurtadores de URLs, que facilitam na diminuição na nomenclatura dos links, os hackers se aproveitam dessas ferramentas para redirecionar usuários a sites maliciosos, uma vez que, ao diminuir, fica mais difícil identificar para onde somos direcionados. Para verificar a precisão do e-mail, se a comunicação contém um anexo com a extensão “.exe.”, é provável que esses arquivos contenham vírus ou spyware. Não devemos abrir e a mensagem deve ser excluída o mais rapidamente possível, ok?

5. Não se conectar a redes Wi-Fi desconhecidas ou sem senha pois os cibercriminosos podem criar redes falsas de WiFi que parecem ser legítimas, usando a palavra “grátis” para que as pessoas tentem se conectar. Uma vez conectados, eles podem analisar o nosso tráfego (incluindo a captura de nomes de usuário, senhas, informações de cartão de crédito, entre outros).

6. Salvar as senhas no navegador é muito prático, vocês não acham? Porém, é importante sabermos que os criminosos podem ter acesso aos nossos dados e extrair as senhas salvas facilmente. Uma boa prática é utilizar um cofre de senhas (preferencialmente de forma offline). Assim, diferentes senhas ficam salvas em um local centralizado, bastando apenas se lembrar da senha mestre.

7. Na internet, é fundamental respeitar a privacidade, sendo necessário a autorização das pessoas para a publicação de fotos ou vídeos. Se o cadastro envolver crianças ou jovens, deve-se obter autorização do responsável, mas é prudente evitar a superexposição, tanto nossa como de nossos filhos, uma vez que, inadvertidamente, postamos fotos, vídeos e até locais de forma excessiva, dando margem a muitas informações pessoais.

8. A senha de segurança tem que ter, preferencialmente, mais de oito caracteres e combinar números e caracteres especiais. A dica é criar uma senha forte usando números aleatórios e caracteres especiais, evitando palavras muito comuns, “strings” numéricas, data de nascimento, nome de familiares ou números sequenciais. Também é importante adotar senhas diferentes para cada conta de e-mail, e-commerce e rede social que  visitamos regularmente. Se o site ou aplicativo oferecer opções, devemos incluir a verificação em duas etapas no registro, pois esse recurso foi desenvolvido para dificultar o indevido acesso, ou seja, quando um usuário digita uma senha, o serviço relacionado automaticamente envia um PIN ou algum outro código para confirmar a identidade.

9. Não deixar as crianças usarem computadores sem controle dos pais é, de longe, a melhor garantia de uma navegação segura. Embora a atual geração de crianças e jovens sejam denominados de  “nativos digitais”, a supervisão dos pais é essencial e nesse sentido, as ferramentas de controle dos pais podem ajudar os responsáveis ​​a proteger a privacidade das crianças.

Fonte: Pumpkin

Essas são apenas algumas dicas das boas práticas que podem ajudar a garantir uma navegação mais segura na internet. Levando-se em consideração que nos próximos anos, principalmente com o advento do 5G, haverá o aumento do volume de dados e informações sensíveis que estarão circulando no mundo digital, precisamos priorizar o uso seguro, ético e responsável da internet em nosso cotidiano.

Para finalizar, acho legal reforçar que não devemos, de maneira alguma, facilitar a tarefa para os hackers: com o acesso a uma senha simples ou a falta de alguns procedimentos de segurança como, por exemplo, fornecer informações confidenciais, milhões de e-mails já foram enviados para enganar pessoas, informações foram sequestradas e milhões foram roubados. 

Diante de tudo isso, todo cuidado é pouco na hora de navegar na internet, pois os hackers estão sempre sofisticando seus golpes e criando novas estratégias de ataques.

~ Bia ~

Somos todos irmãos

Fonte: Insustentável Leveza

A que ponto chegamos? No mês de dezembro, no post Fazer o bem, não importa a quem, faz bem, comentei que, por causa de diversos conflitos sociais que eclodiram em alguns países da Europa durante a Revolução de 1848, a fraternidade cedeu seu espaço à solidariedade, fazendo parte do cenário político como uma bandeira dos movimentos sociais. Entretanto, diante dos desafios que vivenciamos atualmente nas sociedades ditas “desenvolvidas”, em que os tempos são de contradição, de mudanças muito aceleradas e de crescentes desigualdades socioeconômicas, em que tudo parece estar se reduzindo ao materialismo e que nada tem valor, se não houver alguma contrapartida, nunca foi tão urgente refletir e aprofundar novamente esta ideia de Fraternidade e o seu papel na construção de uma sociedade melhor.

Além disso, discursos de ódio que minam o espírito da tolerância e do respeito pela diversidade, agravadas num momento em que o mundo continua respondendo à pandemia, fez com que a Organização das Nações Unidas (ONU) adotasse em 2020, o Dia Internacional da Fraternidade Humana. A data escolhida foi o dia 4 de fevereiro porque foi exatamente nesta data, em 2019, que o Papa Francisco e o Grão-Imã Ahmed Al-Tayeb, assinaram em Abu Dhabi, o documento “Fraternidade Humana para a Paz Mundial e para a Coexistência”, que busca primordialmente sublinhar a importância de compreensão de diferentes culturas, religiões, credos e da promoção da tolerância, que inclui a aceitação social do que é diferente.   

De acordo com o Vatican News, “o caminho para construir uma autêntica fraternidade entre povos de diferentes religiões tem suas raízes na Gaudium et spes, onde o trabalho das instituições internacionais é apreciado como um instrumento de desenvolvimento e reconciliação e se expressa ajuda, tanto aos que acreditam em Deus quanto aos que explicitamente não o reconhecem, para que possam tornar o mundo mais conforme à dignidade eminente do homem, aspirar a uma fraternidade universal apoiada em bases mais profundas, e responder, sob o impulso do amor, com um esforço generoso e unido aos apelos mais urgentes de nosso tempo”. 

O portal também destaca que “enquanto as experiências desumanas de pobreza e guerra – geradas por um terreno fértil para a degradação social, ética e política onde se alastra o terrorismo – assolam o tempo presente, através do Documento da Fraternidade assinado em Abu Dhabi, os dois líderes convidam todos os fiéis a trabalharem juntos em prol de uma cultura do respeito”.

Infelizmente, é uma questão bastante preocupante porque não se trata de uma vaga expressão literária de tragédia. É a dura e cruel realidade do que está diante de nossos olhos: as pequenas guerras, nesta fragmentada terceira guerra mundial, os povos sendo dizimados na pandemia, milhares de pessoas não tendo o que comer, toda essa desumanidade que nos deixa cada dia mais assustados, pois somos todos irmãos!!! 

Somos, sim, diferentes uns dos outros, mas iguais em dignidade e, onde quer que a gente more, da cor da pele, da religião, da classe social, do sexo, da idade, das condições sócioeconômicas, querendo ou não, estamos vivendo “debaixo do mesmo céu”, sendo a fraternidade o alicerce das relações entre os povos deste planeta.

Assim, o Papa Francisco reforça que o percurso da fraternidade é longo e difícil, mas é a âncora de salvação para a humanidade, convidando todas as pessoas a caminharem lado a lado, “fratelli tutti”, para serem artesãos de paz e de justiça, na harmonia das diferenças e no respeito da identidade de cada um. 

Mas como “fraternizar” em um mundo tão polarizado, que prega o individualismo acima do bem comum?

Antes de mais nada é preciso lembrarmos que fraternidade é um termo oriundo do  latim, “frater”, que significa irmão. Sermos irmãos implica em termos algo em comum. Podem ser os mesmos pais biológicos, a mesma comunidade, a mesma nacionalidade, o mesmo movimento ideológico mas, acima de tudo, a boa relação entre os seres humanos, em que se desenvolvem sentimentos positivos e de afeto, que são próprios dos irmãos de sangue.

Desse modo, para compreendermos o verdadeiro sentimento da fraternidade, precisamos primeiramente nos ater a esse algo em comum, porque ao reconhecermos nosso semelhante como irmão, isso nos leva a ter mais paciência, tolerância e resiliência em reatar os laços, alicerçados no sentimento de confiança e respeito mútuo. 

Como podemos observar, é uma questão de posicionamento mental diante da vida e para a socióloga Lúcia Helena Galvão, viabilizar a fraternidade pode ser possível quando formos capazes de deixar o coração carimbado em tudo que fizermos, mentalizar a vivência de um dia nobre e inspirador, caminhar na velocidade que  permita lembrar quem somos e a quem servimos, sem pressa e sem pausa, cultivando uma predisposição positiva que não nos incomode ao depararmos com pessoas estressadas ou mal educadas, visto sermos todos duais, ou seja, temos qualidades e defeitos, cabendo a cada um de nós compreendermos as pessoas que, direta ou indiretamente, estão presentes no nosso dia a dia.

A socióloga nos incita, inclusive, a pensar nas palavras de José Saramago, ao afirmar que o egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, as pequenas covardias do cotidiano, “contribui para essa perniciosa forma de cegueira mental, que consiste em estar no mundo e não ver o mundo. Ou só ver dele o que, em cada momento, for suscetível de servir aos nossos interesses”. Assim, ela esclarece que ao limparmos o vidro de uma janela, por exemplo, percebemos maior transparência que permite enxergar melhor a beleza do outro lado e que isso também acontece conosco: fazendo a limpeza espiritual, tendo a humildade de tratar nossos semelhantes como irmãos, poderemos enxergar a beleza exterior. 

Diante desta premissa, a  ideia de bem-comum só é possível com o reconhecimento da existência do outro e não devemos, de maneira alguma, forçar a fraternidade. Podemos, sim,  assumi-la por meio de uma educação voltada para uma cidadania mais empática, fraterna e solidária, conscientes da interdependência entre as pessoas, numa atitude mais aberta, cooperativa, menos desconfiada e sem preconceito, em conformidade com o pensamento de Paula Serpa de que “não há Eu sem um Tu. Eu e Tu formamos um Nós, por mais diferente que esse Tu seja de um Eu que o estranha,  porque não há existência possível sem encontro e sem diálogo”.

Neste sentido, vale ressaltar que diversas pesquisas no campo da neurociência têm revelado que nenhuma sociedade sobrevive sem a coesão social, demonstrando que a preservação e evolução da espécie humana depende sobretudo da reciprocidade e da solidariedade.  E é justamente através deste parâmetro, nos colocando no lugar do outro, no respeito pela dignidade humana, na igualdade e liberdade, tão “proclamada” na Revolução Francesa, que devemos refletir acerca da mensagem do Papa Francisco, no evento alusivo ao II Dia Internacional da Fraternidade Humana, realizado no ano passado (2022), ocasião em que ele propagou que a fraternidade é o único caminho possível para a humanidade ferida por guerras, alertando e pedindo uma mudança de rota: “Ou somos irmãos ou tudo desaba”!!!

~ Bia ~

Saudade…

Fonte: Catho

Dá pra acreditar que até a saudade consta no calendário de comemorações? Simm… Hoje, 30 de janeiro, é o Dia da Saudade no Brasil. Mas, para que serve esta data? Para recordar a memória das pessoas que partiram, das que estão distantes, dos tempos bons, das lembranças da infância, entre outros.

A saudade é, sem dúvida, um sentimento marcante na vida de todo ser humano, pois demonstra como as pessoas que mais gostamos são importantes e essa data é justamente oportuna para homenagearmos as pessoas queridas que se foram ou para “matarmos a saudade” de entes queridos que estão distantes, nos remetendo à falta que algo ou alguém nos causa, bem como o sofrimento que essa privação pode, momentânea ou permanentemente, nos afetar. 

Desse modo, a palavra saudade, que pode levar ao sentimento misto de saudosismo e melancolia, está ligada a duas palavras do latim, com significados diferentes, porém contextualmente similares. A primeira se refere à palavra “solitate”, que significa solidão, ou seja, a sensação de estar sozinho, com lembranças daqueles que estão longe, ou mesmo a ausência de pessoas, objetos ou situações, podendo-se dizer que é, até mesmo, um sentimento nostálgico daquilo que não voltará mais. A segunda é a palavra “solitude” que está relacionada à saudade daqueles que esperam por alguém ou algo que partiu, porém que voltará um dia.

Segundo a psicóloga Zenilce Bruno, em depoimento ao portal O Povo, apesar de semelhantes, os sentimentos de saudade e nostalgia não são iguais e precisam ser entendidos para melhorar o autoconhecimento. Ela esclarece que a saudade assume caráter afetivo e pessoal. O termo é usado para descrever a falta que sentimos de ex-namorados, amigos, parentes e entes queridos que não estão mais conosco. A nostalgia costuma ser usada para relembrar uma época de vida, uma fase, viagens, uma música.

Como acabamos de ver, a definição de saudade é bem ampla, podendo significar tanto a nostalgia de uma comida que saboreamos no passado e sentimos falta, uma viagem que fizemos a um determinado lugar, como um sentimento mais profundo, quando nos referimos a algo mais pessoal como um ente querido que está longe ou alguém que amávamos mas que se foi.

Esse sentimento que aperta o peito, nos transportando para um tempo em que fomos felizes, trazendo, às vezes, até mesmo lembranças dolorosas, pode ser resgatado com um abraço, uma fotografia, uma lembrança, um encontro, uma ligação ou uma mensagem de carinho, pois como dizia o poeta Mario Quintana, “o tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo.”

E o que nos faz parar no tempo?

Para mim, as boas lembranças das pessoas que, nas diversas fases da minha vida, foram cruciais para a construção da minha existência. Se fosse enumerá-las, a lista seria enorme, mas no topo estão meus avós paternos. Convivi com eles até os meus dezessete anos e tê-los por perto durante toda a minha infância e adolescência, recebendo imenso carinho e afeto, foi um enorme privilégio. Razão pela qual tenho muitas e muitas saudades dos bons tempos que passamos juntos.

Obviamente, sentimos falta de tudo que nos faz bem e como dizem que a saudade está relacionada a afetividade, dias atrás, ao ler o comentário da Carmo, mãe do meu genro Murilo, no post Rir é o melhor remédio e é de graça, citando seu pai, Sr. Henrique, fiquei muito emocionada pois ele, que sempre nos cativou pela sua alegria, candura e generosidade, partiu há dois anos, deixando uma enorme lacuna em nossos corações. Tenho certeza que a saudade que sente pelo seu querido pai, Carmo, é infindável, mas sabemos que ele continua presente em sua vida, apoiando e te protegendo, sempre com seu amável sorriso, te fazendo refletir acerca de toda sabedoria que ele te deixou e incentivando você a sorrir, principalmente nos momentos difíceis de sua vida.  

Assim, a saudade também me leva a navegar nas lembranças dos agradáveis bate-papos com o Sr. Henrique; do abraço aconchegante que só a Elisa Mieko conseguia dar; do olhar terno da doce lhasa Maggie que esteve tão presente na minha vida; da deliciosa coxinha de frango que só a Dona Teru, minha sogra, sabia fazer; da primeira vez que fui à praia e entrei no mar com o meu pai; da inesquecível viagem ao Japão com meus avós, enfim… de tudo aquilo que desponta em mim uma lágrima de tantos momentos felizes!!!

Sem contar que continuo sentindo saudades dos meus amigos e familiares, dos meus netinhos e das minhas filhas que moram longe, das viagens em família e de tantas coisas e de tanta gente que alimentam a minha eterna gratidão ao Universo por fazerem parte da  minha vida. E você? De quem e/ou do que tem saudades? 

Afinal, Fernando Pessoa declarava que “não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram”.

~ Bia ~

O Japão se veste de branco no inverno

Templo Kiyomizu-dera, em Kyoto | Fonte: Mundo-Nipo

Quando as últimas folhas do outono caem anunciando o início do inverno, os japoneses se preparam para “curtir” ou “descurtir” a estação mais fria do ano. À medida que o inverno se aproxima (meados de dezembro), a temperatura começa a cair e em diversas regiões, onde o inverno é mais rigoroso, observa-se anualmente uma enorme quantidade de neve.

Para a maioria de nós, brasileiros, que vivemos num clima tropical e raramente temos a oportunidade de ver a neve, contemplar o manto branco em todo o seu esplendor é, sem dúvida, um colírio para os nossos olhos. Muitos turistas viajam grandes distâncias para ver esse lindo espetáculo da natureza e como o Japão é um país densamente montanhoso, possuindo muitos picos para a prática de esportes de inverno, é um dos principais destinos de esqui e snowboard do mundo.

Remoção de neve | Fonte: Audrey Kletscher Helbling

No entanto, na mesma proporção que causa fascinação, a neve pode se tornar extremamente indesejável. Essa semana, mais precisamente no dia 24 (terça-feira), várias regiões do país foram duramente castigadas por uma forte nevasca, causando muitos transtornos para a população. Centenas de voos e trens foram cancelados e o tráfego nas rodovias ficou paralisado, gerando um verdadeiro caos no sistema de transporte público. Sem contar que, para evitar acidentes, é preciso tomar muito cuidado para remover a neve acumulada no telhado, não derrapar ao dirigir e, até mesmo, não escorregar caminhando nas calçadas.

Hokkaido | Fonte: Japão com Tsuge

Mas… como diz o velho ditado que “depois da tempestade vem a bonança”, após as turbulências, tudo volta ao normal e convenhamos que a neve possui, sim, um caráter lúdico que proporciona momentos de lazer, diversão e alegria para crianças e adultos. 

Tomamu Resort Hokkaido | Fonte: Hoshino Resorts

Neste sentido, a possibilidade de praticar esqui, snowboard e outras modalidades esportivas tem atraído cada vez mais turistas para as montanhas de Hokkaido (província situada no norte do país), principalmente pela excelente qualidade da neve powder, trazida pelos ventos da Sibéria que varrem a ilha nesta época do ano, proporcionando uma abundante neve fresca. Na região, um dos destinos preferidos é Sahoro, que oferece uma boa variedade de pistas para iniciantes e avançados, caminhadas de inverno, snowmobile e atrações para crianças. Entretanto, no Tomamu Resort Hokkaido, um dos destaques é a prática do esqui noturno, modalidade ainda pouco existente em outros lugares do mundo.

Festival de Neve de Sapporo | Fonte: Hokkaido.a4jp

Desse modo, Hokkaido é a “queridinha” do Japão quando se fala em neve. Aliada à paisagem cênica de deixar qualquer um de queixo caído, um dos maiores festivais de inverno do mundo – Sapporo Snow Festival – transforma os gélidos dias da estação em uma divertida e calorosa festividade. Localizado no Parque Odori, no centro da cidade, no evento que neste ano será realizado entre os dias 4 a 11 de fevereiro, será possível se encantar com um fascinante mundo de neve e gelo que se estenderá por aproximadamente 1.5 quilômetros. Segundo os organizadores, os visitantes poderão desfrutar de uma variedade de atrações, como as gigantescas esculturas de neve, os deliciosos pratos típicos da região, uma pista de patinação e muito mais!!! 

Pinguins em Asahikawa | Fonte: Você na neve

Também vale a pena conhecer o Zoológico de Asahiyama, onde dá pra acompanhar de pertinho a marcha diária dos pinguins e ver esses simpáticos animais nadando a partir de um tubo submerso. Os animais em exibição incluem a vida selvagem nativa de Hokkaido, veados, águias e grous, bem como vários animais de todo o mundo, como ursos polares, macacos, felinos, hipopótamos e girafas. No evento “Asahiyama Zoo by Snow Light” realizado anualmente no início de fevereiro, velas de gelo são acesas para dar ao zoológico uma atmosfera especial, sendo uma ótima oportunidade para conferir como os animais se comportam nas noites de inverno, principalmente as espécies noturnas.

Gelo à deriva | Fonte: Japan-guide.com

Ainda no norte do Japão, uma das melhores maneiras de ver o gelo à deriva (drift ice) é participando de passeios de barco na costa japonesa de Abashiri. Para os caçadores de emoção, algumas agências de turismo também oferecem passeios para caminhar no gelo, sendo possível observar os animais que vivem sobre e sob o gelo e até mesmo nadar no mar com trajes de banho de proteção. Os passeios permitem explorar os fenômenos de perto, enquanto se caminha nos grandes pedaços de gelo flutuantes, sob a orientação atenta de um especialista local. Congelante, não é mesmo? 

Se andar no gelo não é uma boa pedida, que tal pescar no gelo? 

Pesca no gelo | Fonte: Você Na Neve 

Isso mesmo! Difícil acreditar mas milhares de turistas acampam próximos a rios e lagos congelados e se divertem com essa prática, fazendo um buraco no gelo, jogando a isca e esperando a mágica acontecer. Hokkaido é um dos destinos mais procurados para esta modalidade de pesca e está repleta de locais adequados como o Lago Sahoro e Onuma Koen, localizado em Hakodate. 

Vilarejos Shirakawa-go e Gokayama | Fonte: Japão com Tsuge

Imperdível no inverno é visitar os antigos e charmosos vilarejos Shirakawa-go e Gokayama, localizados na região central do Japão. Pelo belíssimo cenário, com as montanhas ao fundo, as casas com telhado de palha (gassho-zukuri) e as árvores cobertas com muita neve, lembrando um conto de fadas, os vilarejos foram tombados como Patrimônio Cultural Mundial da UNESCO em 1995.

Monte Fuji | Fonte: Painel Global

Por outro lado, o inverno é a melhor época para admirar o icônico Monte Fuji, a montanha mais alta do arquipélago japonês, localizada entre as províncias de Shizuoka e Yamanashi. Com a queda da neve, é possível apreciar uma bela coroa branca, que se estende até bem perto do sopé. Só vendo para crer a imponência desta “sagrada” montanha, mundialmente conhecida como símbolo nacional do Japão!!!

Macacos silvestres | Fonte: Japan National Tourism Organization

Pelo fato da província de Nagano, localizada na mesma região, concentrar as montanhas mais altas do Japão e possuir algumas das melhores estações de esqui do país, tornando-a muito atrativa para os turistas, foi a sede das Olimpíadas de Inverno de 1998. Essa província abriga também um dos espetáculos mais inusitados do mundo. O Jigokudani Yaen Koen (Snow Monkey Park) é o habitat de uma tropa de macacos japoneses onde os visitantes têm a oportunidade de vê-los, durante o inverno, mergulhando e relaxando nas fontes termais para se aquecerem. É uma visão excêntrica que pode ser, ao mesmo tempo, surpreendente!!!

Vale de Biwako | Fonte: Living Nomads

Até mesmo nas imediações de Osaka, Kyoto, Nara e Kobe, onde nem sempre neva, é possível a criançada “escorregar” no Biwako Valley, montanha ao norte do Lago Biwa que, por sinal, fica bem próximo de onde estou morando atualmente. Mas… como sou friorenta, ao invés de esquiar, prefiro esquivar-me de lugares que são “branquinhos como a neve”, hehe.

Águas termais | Fonte: Jalan.net

Assim como os macaquinhos de Nagano, adoro curtir as famosas fontes de águas termais, chamadas de onsens. Graças a vasta quantidade de vulcões presentes no Japão, muitas montanhas dão origem a incríveis fontes ricas em minerais, podendo ser encontradas tanto em ambientes internos como casas de banho, hotéis, spas e ryokans (pousadas tradicionais japonesas), como em áreas externas, em meio à natureza e com uma belíssima paisagem.

Sukiyaki | Fonte: Quickly Travel

No inverno japonês, não podemos deixar de saborear o nabemono, que é um dos pratos mais populares da estação. Nabemono é uma palavra composta, onde “nabe” se refere a panela e “mono” significa coisas, de modo que nesse prato os ingredientes (mono) são colocados em uma panela especial (nabe), sendo preparados e servidos na mesa. Alguns dos pratos do nabemono incluem Sukiyaki, Shabu Shabu e Oden. Outra iguaria muito apreciada pelos japoneses são os caranguejos que, ao contrário do Brasil, não são servidos nas praias. Para acompanhar esses pratos quentes, por aqui o costume é beber o saquê, tradicional bebida alcoólica preparada a partir da fermentação do arroz.

De um modo geral, assim é o inverno japonês. Existem as pessoas que são apaixonadas pelo frio e aproveitam o período para se divertirem nas estações de esquis e outras que preferem apenas relaxar nas fontes de águas termais. Há quem prefira descansar nos dias de folga em casa mesmo, debaixo de um cobertor, comendo pipoca e assistindo as séries da Netflix ou tomando chocolate quente enquanto lê um livro. Para os amantes do vinho, não deixa de ser um bom momento para explorar novas uvas, esquentar o corpo, relaxar e degustar deliciosos fondues.

Qualquer que seja a opção, tudo é perfeitamente possível neste adorável país onde, como acabamos de ver, se veste de branco no inverno. Como cada estação tem seus encantos, concordo com Alice Ruiz ao declarar que “neve ou não neve, onde há amigos a vida é leve”. 

~ Bia ~

Respeitar o próximo é cultivar a paz

Fonte: Bolívia Cultural

Gente… religião continua sendo um tema polêmico, mas vou falar sobre esse assunto pois hoje, 21 de janeiro, é o Dia Mundial da Religião e a celebração dessa data é um convite às religiões do mundo todo para uma convivência pacífica e fraterna, de forma a refletirmos sobre a situação das nossas tradições e crenças e o quanto podemos colaborar para um mundo melhor, pois uma das acusações mais comuns feitas às religiões é que elas mais causam violência do que paz. Por essa ótica, pode até parecer que o mundo seria um lugar melhor sem elas e suas rixas, visto que os conflitos religiosos atravessam continentes, épocas e ainda hoje influenciam a política, a economia e as comunidades, resultando em combates ou até mesmo em atos de violência.

Assim, contracenando com esta divergência religiosa, na mesma data, o Brasil comemora o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, como um reforço ao objetivo proposto pelo Dia Mundial da Religião, cujo preceito, independente de ser monoteísta (crer em um deus) ou politeísta (crer em vários deuses e entidades), busca em essência o mesmo objetivo: a paz e o respeito entre os seres humanos e a natureza.

Neste contexto, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Francisco Biasin, defende que para alcançar uma convivência mais fraterna entre as religiões é necessário, antes de tudo, desvincular o conhecimento de um caminho de fé de qualquer influência ideológica e política.

Para o bispo, um caminho de fé pressupõe uma sincera busca de Deus, que nasce da consciência do ser humano, e a partir daí o leva a construir relacionamentos com a natureza e com os outros seres humanos que harmonizam com tal busca, reforçando as palavras do Papa Francisco de que “não pode ser chamada religião, a que justifica a eliminação e a morte de outros seres humanos”.

Segundo o escritor e médium espiritualista Odil Campos, essa “convivência harmônica entre os seres humanos só será possível quando conseguirmos aparar as arestas que surgem da relação entre as pessoas. Para muitos, isso é difícil de aceitar ou fazer. Para outros, no entanto, a visão humana e espiritual permite restabelecer as divisas do bom senso, convivência e respeito à dignidade compartilhada”.

Não irei aqui buscar uma definição para religião ou percorrer os caminhos que nos levam a crer em Deus, mas convém lembrarmos que a Medicina já vem demonstrando que aquele que tem fé se cura mais rápido dos males físicos. Muitos psicólogos também alertam que quem crê tem mais condições de se curar dos chamados males psicológicos ou males da alma. A fé é dom de Deus. Dom significa dádiva, presente recebido de Deus. Fé é o fermento da boa religião. 

Contudo, somos cercados por inúmeras religiões e quando se fala em combate à intolerância religiosa, o assessor da Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e subsecretário adjunto de pastoral da entidade, padre Marcus Barbosa, destaca que a intolerância é o comportamento de não aceitar o que é diferente de mim, do que eu penso, do que eu creio e do que eu faço, enfatizando que “a intolerância dá o braço ao fundamentalismo, à discriminação, ao preconceito e a toda forma de fechamento em si mesmo ou no seu grupo”.

Padre Barbosa também ressalta que esta data é um convite à reflexão de como andam as relações entre as religiões, de como anda o respeito e proteção do direito à liberdade religiosa e também das ações concretas que estão sendo realizadas a favor do diálogo e da paz entre as religiões, destacando o pensamento mais recente da Igreja Católica, expresso na Encíclica Fratelli Tutti do Papa Francisco: “Existe um direito humano fundamental que não pode ser esquecido no caminho da fraternidade e da paz: é a liberdade religiosa para as pessoas que creem de todas as religiões. Esta liberdade manifesta que podemos encontrar um bom acordo entre as culturas e as religiões diferentes; testemunha que as coisas que temos em comum são tantas e tão importantes que é possível identificar um caminho de convivência serena, ordenada e pacífica, na aceitação das diferenças e na alegria de sermos irmãos porque somos filhos de um único Deus”.

Desse modo, temos que convir que o combate à desinformação é uma das principais ferramentas na luta pelo fim da intolerância religiosa. Por meio do conhecimento é possível romper as barreiras do preconceito e assegurar a todos o livre exercício dos cultos, pois respeitar as diferenças e compreender o ponto de vista do outro – que é diferente do seu – é fundamental. Quando fazemos isso com diálogo e serenidade, os conflitos diminuem e evoluímos em fraternidade mútua, uma vez que o preconceito, a discriminação e a intolerância continuam sendo os principais motivos de desrespeito às religiões.

Infelizmente, a intolerância religiosa está presente no cenário mundial, sendo palco de infindáveis discórdias em diversas épocas da humanidade. Crenças que perseguem ou são perseguidas, em razão da dificuldade em aceitar a existência de um Deus diferente do seu, foi, e ainda é, motivo de grandes tragédias. Desse modo, como vivemos em um mundo formado por pessoas diferentes, com posicionamentos, crenças e interesses diferentes, somente o respeito mútuo pode garantir uma convivência saudável em sociedade. 

À vista disso, o Observatório Racial Dom José Maria Pires, articulado pela Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP) nos leva à reflexão de que “há datas para celebrar fatos que nos orgulham como nação e outras para comemorar feitos que nos edificam enquanto brasileiros, mas também existem aquelas, como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, que nos convocam à luta pela igualdade, por uma sociedade mais fraterna, em que o respeito seja imperativo a uma convivência entre os diferentes, que assim tornam-se unidade no amor. Afinal, RESPEITAR O PRÓXIMO É CULTIVAR A PAZ!!!

Encerro este post acreditando ser este um momento propício para refletirmos acerca da sábia mensagem de Mahatma Gandhi: “As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo?”

~ Bia ~

Rir é o melhor remédio e é de graça

Fonte: Freepik

Você já percebeu como nos sentimos bem mais leves quando damos boas gargalhadas? Justamente pelo fato de nos proporcionar essa agradável sensação de alegria, o riso deveria estar presente diariamente em nossas vidas, mas como estamos sempre atarefados, as atividades que promovem as deliciosas risadas acabam sendo deixadas para trás, não é mesmo? 

O sorriso, como sabemos, é a primeira linguagem não-verbal que aprendemos, sendo muito eficaz, não só para melhorar o estado de espírito das pessoas que nos rodeiam, como também por ser uma forma segura de nos relacionarmos com desconhecidos, tendo o poder “mágico” de nos conectar com todos os nossos semelhantes. 

Não por acaso, o riso também ganhou uma data para ser lembrada. Isso mesmo! Hoje, 18 de janeiro, é o Dia Internacional do Riso, que foi instituído em 1995 pelo médico indiano Madan Kataria, fundador do movimento Yoga do Riso, cujo objetivo principal é promover laços entre as pessoas sem que existam quaisquer julgamentos. 

Partindo do princípio de que a mente é muito complexa, mas o corpo é bem mais fácil de compreender, ao observar o comportamento das pessoas tristes e deprimidas, Dr. Kataria percebeu que a linguagem corporal era semelhante ao estado de espírito, ou seja, menos efusiva e mais arrastada. Ao verificar que forçar o corpo a alterar a postura, seria possível obter um efeito positivo para a mente, fundou o movimento Yoga do Riso, que cria um estado mental positivo, promovendo uma atitude de esperança e de otimismo, uma vez que, ao sorrir, o organismo libera os chamados hormônios da felicidade (endorfina e serotonina), que geram no corpo os efeitos de alívio da dor e na mente, a sensação de bem-estar.

Esse movimento terapêutico, capaz de curar a depressão sem precisar de remédios, consiste na combinação de pranayama (respiração de ioga) e incontroláveis risadas fictícias. Isso porque, segundo estudos científicos, o cérebro não consegue diferenciar o riso verdadeiro do falso, proporcionando os mesmos benefícios.

Fonte: Notícias ao Minuto

Desse modo, nada melhor do que sorrirmos sem moderação, pois ele não tem contra-indicação!!! Além de ajudar a manter o equilíbrio emocional, aumentando, consequentemente, a autoestima e o alto astral, o sorriso diminui a intensidade de emoções negativas como assegura a psicóloga Silvia Cury Ismael, ao concordar com o médico indiano que “rir é importante para a saúde mental, pois diminui o risco de doenças psicossomáticas, como a depressão, ansiedade e estresse”.

Sem contar que, segundo Dr. Abrão Cury, cardiologista do HCor, rir faz um bem “danado” para o coração, ajudando no bom funcionamento do sistema cardíaco pois “quando você sorri, seu fluxo sanguíneo aumenta, auxiliando no controle da pressão arterial e protegendo contra ataques cardíacos e outros problemas cardiovasculares”.

Fonte: Holmes Place

Assim, dar risadas ou apenas sorrir é, sem dúvida, um ótimo método preventivo e terapêutico, pois ao fortalecer o sistema imunológico e reduzir o risco de desenvolvimento de doenças relacionadas ao estresse, ajuda na diminuição de prescrições médicas. Para se ter uma ideia, para que possamos sorrir, o corpo humano precisa movimentar aproximadamente 80 músculos. O riso “mexe” com o cérebro, garganta, coração, tórax, pernas, pés, além do rosto, é claro! 

Essa maravilhosa forma de expressar alegria, além de trazer inúmeros benefícios acima mencionados, promove a queima de calorias, melhora a qualidade de sono, fortalece o abdômen, melhora a respiração e a digestão, atua na prevenção de doenças como diabetes, artrites e enxaquecas, estimula a criatividade, induz ao fortalecimento de laços com outras pessoas e o melhor de tudo é que retarda o aparecimento das indesejadas rugas durante o processo de envelhecimento.

Infelizmente, à medida que nos tornamos adultos, vamos “desaprendendo” a dar risadas, impondo, às vezes, condições que limitam o riso. Imagine se todos nós continuássemos sorrindo, na mesma proporção que as crianças soltam gargalhadas, sem nenhum motivo aparente, só de caminhar ao lado uma das outras? Com o tempo, vamos perdendo o hábito do riso espontâneo, do riso que vem do compartilhamento de momentos felizes, de compreender que tudo acontece em seu tempo, momentâneo, breve, passageiro…

Fonte: Acorda Cidade

Mas, como sorriso é de graça e está sempre disponível para utilizarmos a qualquer momento, os especialistas afirmam que é possível “reaprender” a dar risadas através do condicionamento neurológico, apontando que se exercitarmos os músculos do riso, estes irão responder de modo mais natural, sempre que nos depararmos com algo divertido. Afinal, rir todos os dias é um truque em deixar de procurar a felicidade e aprender a cultivar a alegria.  

Inclusive, alguns médicos utilizam a terapia do riso para melhorar o humor dos pacientes, sendo que um dos grupos mais conhecidos atualmente são os Doutores da Alegria, uma organização sem fins lucrativos que introduziu a arte do palhaço no universo da saúde, intervindo junto a crianças, adolescentes e outros públicos em situação de vulnerabilidade e risco social em hospitais públicos.

Fonte: Direção Cultura Produções

Uma dose diária de sorriso é contagiante e quem está sempre bem humorado, consegue olhar para as situações de risco de modo mais realista e menos ameaçador. Assim, nada melhor do que estarmos sempre criando oportunidades para rir como, por exemplo, assistindo filmes de comédia, cercando-se de pessoas felizes e participando de entretenimentos engraçados. 

Diversas pesquisas também comprovam que, ao sorrir, você automaticamente gera mais empatia e confiança nas pessoas à sua volta, visto ser muito mais fácil se identificar com alguém que está sempre com um sorriso no rosto, não importando ser um desconhecido ou alguém muito próximo. Seja no trabalho, na escola ou no ambiente familiar, a característica solta e transitória do sorriso também nos ajuda a olhar para a vida com menos peso pois, ao sorrirmos, ficamos mais resilientes, tal qual dizia William Shakespeare que “é mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada”.

Fonte: Eu sem Fronteiras

Sorrir tende a atrair pessoas para perto de nós, pois ficamos mais atraentes quando sorrimos. Prova disso é sair um dia na rua sem mostrar os dentes para ninguém e, no outro, sorrir para todas as pessoas que encontrarmos. Muito provavelmente nosso sorriso vai contagiar e gerar experiências inusitadas pois “sorrir um para o outro, sorrir para a sua esposa, sorrir para o seu marido, sorrir para os seus filhos, sorrir um para o outro – não importa quem seja – ajudará a crescer um amor maior de um pelo outro”, como orientava Madre Teresa de Calcutá.

Então, que tal buscarmos tudo aquilo que nos faz sorrir e usar esses recursos sempre que for possível? Como expressava nosso grande humorista Chico Anísio: “Sorrir é e sempre será o melhor remédio”!!! Sorria… mesmo que você não esteja sendo filmado, hehe…

~ Bia ~

Obrigado!!!

Fonte: Jornal da Madeira

Estamos no início de mais um ano e, ao consultar o calendário oficial das datas comemorativas, verificamos que todo dia é dia de comemorar alguma coisa importante. Seja uma data histórica ou uma data simbólica, celebrar é preciso. Você sabia que existe até mesmo o dia internacional para comemorarmos o ato de agradecer? Simmm… Hoje, 11 de janeiro, festejamos o Dia Internacional do Obrigado.

Nos primeiros dias do ano, enquanto preparava o artigo sobre a Gratidão, minha prima Cláudia me lembrou que em janeiro também temos o dia do “obrigado” e ficamos questionando porque esses dois temas, aparentemente tão similares, eram comemorados em datas tão próximas. Após algumas pesquisas sobre o significado das palavras Obrigado e Gratidão, nos deparamos que, apesar de ambas expressarem agradecimento, existe uma sutil variação que faz toda diferença.

Desse modo, se olharmos no dicionário, a palavra obrigado significa: “que se sente devedor de um favor, de uma amabilidade; agradecido, grato”. Quer dizer que você está agradecendo e está se sentindo devedor de um favor. Mesmo que nunca seja cobrado, vem o sentimento de que você deve algo ou uma obrigação.

Já a palavra gratidão significa: “sentimento experimentado por uma pessoa em relação a alguém que lhe concedeu algum favor, um auxílio ou benefício qualquer; agradecimento, reconhecimento”. Você demonstra sentimento e respeito pelo gesto da pessoa, sem o sentimento de que “deve algo em troca”. Ser grato, como mencionado no post anterior,  é um modo saudável de trazer para a vida mais positividade, razão pela qual é importante exercitar a gratidão.

Uma vez esclarecida a diferença entre essas duas palavras, vale destacar que o Dia Internacional do Obrigado surgiu por iniciativa dos usuários das redes sociais e sua origem é desconhecida. Mesmo parecendo insignificante, esta palavra de oito letras faz toda a diferença para quem a recebe, assim como deixa feliz quem a profere. Por isso, neste dia, basta sabermos que é uma data dedicada à reflexão sobre a importância de agradecer às pessoas, sejam desconhecidas ou próximas. Distribuir um pouquinho de simpatia com um simples “obrigado”, com certeza fará com que qualquer um de nós se sinta bem melhor! Afinal, quem faz o favor sente-se bem em ter contribuído, assim como quem o recebe, não é mesmo?

Por que dizer “obrigado”?

Estamos acostumados a agradecer às pessoas no “automático”, proferindo o clássico “obrigado”. Mas você sabe a origem desse termo? Pode até parecer, mas não tem nada a ver com a ideia de ser forçado ou coagido. O termo obrigado vem de obligatus que, em latim, é o particípio do verbo obrigare, cujo sentido é ligar por todos os lados; amarrar. Quer dizer que estamos ligados a alguém pelos laços de agradecimento, por causa de uma gentileza ou um favor, expressando um reconhecimento por isso. Na verdade, é uma redução da expressão: “fico-lhe obrigado”, ou seja, “estou ligado a você pelo favor que me prestou”, de forma que um elo passa a existir entre as pessoas que se sentem obrigadas umas para com as outras.

Fonte: Freepik

Entretanto, o sentido do agradecimento vai além do reconhecimento de uma ação. Ele alcança a conexão moral formada entre as partes, existindo o comprometimento de quem recebeu o favor, ainda que momentaneamente. Deste modo, com um simples “obrigado” costumamos agradecer por algo que nos foi benéfico, seja uma atitude humana ou até mesmo algo que cremos ter recebido de uma força superior, fruto de nossos pedidos. Assim, deixar de dizer obrigado, ou obrigada, é visto como falta de educação pela nossa sociedade.

Motivo pela qual, desde pequenos, somos educados a dizer “obrigado” como resposta para qualquer tipo de gentileza que nos seja direcionada. Entretanto, na vida adulta, diante de tantas adversidades, muitas pessoas acabam por ofuscar o verdadeiro significado deste sentimento, tornando a palavra “obrigado” sem o verdadeiro sentido de gratidão, passando a usá-la de forma inconsciente, apenas por educação ou por regras que nos fazem viver em comunidade. Assim, ao dizermos “obrigado”, é essencial agradecermos de “coração” pois a gratidão, essa sim, é um sentimento poderoso e verdadeiramente transformador em nossas vidas, sendo a forma mais elevada de amadurecimento psicológico.

Portanto, ao inserirmos o hábito de dizer obrigado, de forma consciente, reconhecendo o desprendimento do outro, interfere positivamente em nossos níveis de generosidade e compaixão, indispensáveis à construção de relacionamentos mais saudáveis. Quando sentimos gratidão, este sentimento fortalece as relações interpessoais, pois demonstra que somos capazes de reconhecer a importância e o potencial do outro. Quem tem o costume de agradecer, tende a sentir menos inveja, ressentimento, arrependimento e outros sentimentos que geram estresse e descontentamento, uma vez que, ao encararmos as dificuldades com gratidão, lapidamos o nosso ego e crescemos como seres humanos.

Principalmente nos dias atuais, em que o “marketing” vigora fervorosamente nas redes sociais, muitas pessoas anseiam por objetos e status que nem sempre lhes pertencem, lamentando não terem “sorte” e, até mesmo, deixando-se levar pela frustração por não reconhecerem o bem em suas próprias vidas. Neste contexto, o sentimento de gratidão transcende a necessidade do ganho, de modo que viver agradecido eleva nossos olhos acima da materialidade e nos conduz por caminhos mais amenos, blindando nossos desejos contra a efemeridade do mundo consumista em que vivemos. É preciso, acima de tudo, agradecer e dizer “obrigado” ao universo por tudo que temos e somos!!! 

Fonte: Sonho Astral

Como vimos, a gratidão é mais que uma atitude corriqueira de nos mostrarmos satisfeitos com um favor. Ela é uma emoção, um valor que provém da ação gratificante, de um ganho inesperado ou de um pedido atendido. Sentir-se grato é algo que nos coloca em conexão com a prosperidade espiritual e emocional pois, sentindo gratidão pela vida e pelo que ela nos proporciona, nos distanciamos da escassez. Assim, agradecer pelas mínimas coisas nos transborda de abundância: quanto mais gratos nos sentimos, mais coisas boas fluem em nossas vidas! 

Fonte: O Subconsciente tem Poder

Em suma, a gratidão também é um ato voluntário que beneficia as duas partes. Não deixa de ser um bem despretensioso, sem interesses ou cobranças, pois quem faz o favor sente-se bem em ter contribuído, assim como quem o recebe. Sendo assim, jamais devemos fazer um favor almejando algo em troca. O obrigado, o ficar-lhe obrigado, não exige retribuição, pois descaracteriza o bem pelo bem.

Posto isso, vale ressaltar que dizer “obrigado” com o espírito de gratidão, além de ser um sinal de boa educação, é uma forma de partilhar a alegria e o reconhecimento por algo que nos foi concedido, oferecido ou facilitado. Um “obrigado” pode fazer toda a diferença para quem a recebe, ainda mais quando acompanhado do sentimento de gratidão que mostra consideração, respeito e, acima de tudo, humildade. 

A gratidão desbloqueia a abundância da vida. Ela torna o que temos em suficiente, e mais. Ela torna a negação em aceitação, caos em ordem, confusão em claridade. Ela pode transformar uma refeição em um banquete, uma casa em um lar, um estranho em um amigo. A gratidão dá sentido ao nosso passado, traz paz para o hoje e cria uma visão para o amanhã.” (Melody Beattie)

E, como o tema de hoje é sobre a importância do agradecimento, encerro este post agradecendo, do fundo do meu coração, a todos vocês que têm a enorme paciência de ler os nossos artigos (meu e/ou da Dani) e vêm nos incentivando a dar continuidade neste projeto, que é a concretização do nosso sonho. Muito, muito obrigada!!!   

~ Bia ~

Todo dia é dia de gratidão!

Fonte: Divertidosos

Como já dizia Esopo que a “gratidão é a virtude das almas nobres”, em muitos países celebra-se o Dia da Gratidão, em diferentes datas, de acordo com as suas respectivas culturas. No Brasil, a gratidão é comemorada hoje, 6 de janeiro, mas é celebrada, internacionalmente, no dia 21 de setembro. Todavia, nos Estados Unidos, no Canadá e nas ilhas do Caribe, a data para manifestar a gratidão é no Dia de Ação de Graças (Thanksgiving Day), na 4ª quinta-feira do mês de novembro, sendo um dos feriados mais importantes desses países, ocasião em que os familiares e os amigos se reúnem para agradecer pelas dádivas recebidas.

No entanto, qualquer que seja a data, é interessante sabermos que existe um dia para que possamos refletir que é a gratidão que possibilita a celebração da vida como um todo (famíla, amigos, paixões, conquistas, animais de estimação, moradia e o trabalho) e, nem sempre, recebem o merecido reconhecimento. Imperceptivelmente, devido à “corrida dos ratos”, não dispomos de “tempo” para valorizarmos o quanto esses elementos que compõe a nossa vivência diária são essenciais para o nosso bem-estar-bem nesta existência.

Mas… antes de discorrermos sobre esse tema, é preciso esclarecer que  a gratidão só se manifesta por causa de outros sentimentos como amor, generosidade, amizade, solidariedade, entre outros, que fortalecem nossos vínculos interpessoais e têm o poder de produzir múltiplos benefícios individuais, coletivos e ambientais, favorecendo a manutenção da nossa saúde física e mental. 

Desse modo, inúmeras pesquisas científicas comprovam que pessoas gratas têm mais disposição para realizar exercícios físicos e cuidar melhor da saúde, realizando check-ups ou buscando ajuda para curar suas enfermidades. A gratidão também aumenta a probabilidade de acordarmos com mais vigor e energia, uma vez que, por ativar a região cerebral do hipotálamo, promove um sono diário mais profundo e mais saudável. Além disso, fortalece o sistema imunológico pois, pelo fato de nos ajudar a buscar alternativas para conquistar o bem-estar, pode até mesmo evitar a evolução de inflamações e/ou doenças crônicas.

Fonte: Minha Vida

No entanto, muito provavelmente, o maior benefício da gratidão está relacionado à saúde mental pois ela tem a capacidade de influenciar o cérebro a identificar boas experiências e, neste sentido, a neurociência aponta que as pessoas que expressam gratidão ativam no sistema cerebral, as sensações de prazer, de bem-estar e de alegria, liberando a dopamina, hormônio que melhora a motivação e a disposição, neutralizando sentimentos negativos como a angústia e tristeza. Segundo o Eu sem Fronteiras, entre os benefícios que a gratidão traz para a saúde mental, temos:

1. Acalma a mente, levando à reflexão e oferecendo a oportunidade de reconhecer as coisas boas da vida.

2. Estimula o autoconhecimento e promove a reflexão sobre crenças, valores e capacidades.

3. Permite valorizar as coisas que já se tem, em vez de pensar sobre aquelas que podem criar expectativas infundadas e frustrações.

4. Melhora o humor, afastando pensamentos negativos, incertezas e inseguranças.

5. Desperta a consciência para os momentos de felicidade e para sentimentos nobres, como bondade, generosidade, compaixão, gentileza, perdão e amor ao próximo. Além disso, apoia o desenvolvimento da espiritualidade.

6. Aumenta a resiliência diante das adversidades e a capacidade para lidar com desafios. Favorece focar nas boas oportunidades e na possibilidade de aprender e evoluir.

7. Ajuda a lidar com a ansiedade e com a depressão, favorecendo sentimentos de felicidade, esperança e superação.

8. Eleva o amor-próprio e a capacidade de enxergar conquistas, sem, contudo, fomentar narcisismo, assim como auxilia a superar traumas.

9. Favorece ressignificar uma decepção e transformá-la em amadurecimento, ajudando a se libertar de sentimentos tóxicos.

10. É energizante e leva a enxergar as dádivas e as possibilidades de ir além, assim como de reconhecer tudo com bondade e respeito, sejam pessoas ou sentimentos dos quais é necessário se desapegar.

Fonte: Vittude

Outrossim, por estar relacionada à reciprocidade e à empatia, a gratidão melhora a sociabilidade pois, enquanto sentimento nobre de reconhecimento por algo que alguém faz de bom ao outro, também diz respeito à percepção geral de dádivas e oportunidades, inclusive relacionadas à natureza, como acordar e observar com alegria o dia ensolarado. Independente da forma como a gratidão é percebida, ela desperta gentileza, generosidade, respeito e acolhimento às diferenças individuais, uma vez que a manifestação da gratidão diz respeito a sentimentos e valores humanitários que extrapolam paradigmas sociais.

Fonte: Pixabay

Ser grato também melhora a autoestima, visto promover a autoconfiança e a crença nas possibilidades de sucesso e na própria capacidade para atingi-lo. Permite feedback positivo, pois uma pessoa pode não ter a percepção do quanto foi importante na vida da outra, até receber a gratidão dessa pessoa. A gratidão estimula uma atitude otimista diante da vida, ajudando a romper crenças limitantes, possibilitando reflexão e ressignificação, a partir de uma visão mais positiva e libertadora, fortalecendo a ideia do aprendizado e do amadurecimento.

Demonstrar gratidão também nos leva a conectar com a espiritualidade, fazendo com que a vida seja mais leve, alegre e fluida, pois ao produzirmos uma atitude positiva que mude o padrão vibracional, elevamos a confiança, emergindo valores e crenças como o equilíbrio à paz e ao bem-estar. Desta maneira, sermos gratos significa abraçar, aceitar, acolher as experiências e aprender com elas, abrindo o coração para percebermos as riquezas que gentilmente chegam para todos nós!!!

Neste contexto, como a gratidão não nasce com a pessoa e só pode ser adquirida a partir da infância, as crianças precisam ser orientadas a agradecer não somente pelas coisas que ganham mas, principalmente, pelos gestos que recebem. E, ao realizarem algo positivo, também devem ser reconhecidas, de modo a desfrutarem da sensação de bem-estar e de encorajamento que a gratidão produz. Elas ainda podem e devem ser estimuladas a demonstrar a gratidão por meio de gestos como sorrisos, beijos e abraços, sendo incentivadas a desenvolver esse hábito, de modo a compreenderem que esse é um comportamento gratuito  pelo qual não se deve esperar algo em troca.

Fonte: Guia Infantil

Contudo, mesmo cientes dos vários benefícios que a gratidão pode nos trazer e da importância de dar bons exemplos às crianças, a gratidão não é algo tão rotineiro e abrangente quanto se deseja. Muitas pessoas não tem o hábito de expressá-la e, quando o fazem, normalmente acreditam que um simples “obrigado” é suficiente para fazer essa demonstração. Porém, ela representa muito mais do que isso e deveria ser uma atitude permanente.

Assim, é comum que no dia a dia, até mesmo por uma questão de despreparo, a maior parte das pessoas acabem dando muito mais atenção às coisas ruins do que às boas. Com isso, a tendência é reclamar muito mais do que agradecer. Dessa forma, para criarmos uma atitude de agradecimento, é importante fazermos um balanço das nossas “contas” de gratidão, analisando se existe alguma circunstância, pessoa ou situação pela qual nunca agradecemos, pois só pelo fato de fazermos essa reflexão, estaremos emanando energia de gratidão e de vibrações positivas para os envolvidos. 

Essa atitude de colocar a “mão na consciência” nos leva a exercitar diariamente a gratidão com nossos pais, irmãos, parentes e amigos, abrangendo todas as nossas relações. Tem alguém da sua família, amigo, colega de trabalho ou da escola que te apoiou e você não expressou gratidão? Ao Incorporarmos o ato de agradecer, fazendo dela um hábito, somos capazes de descobrir que o mundo é bem melhor e mais leve quando aprendemos a vê-lo através dos olhos da gratidão. Expressar esse sentimento por meio de  pequenas atitudes, não deixa de ser uma prática terapêutica, funcionando como um remédio de efeito imediato para tornar qualquer relação mais agradável.

Ações aleatórias de bondade como faz a Paty, minha filha, que adora fazer bolo e distribuir para os vizinhos, dar flores, livros ou qualquer outro mimo, mesmo que não seja uma data especial, são representações simbólicas de afeto e reconhecimento, capazes de proporcionar uma enorme e agradável sensação de paz e alegria entre as pessoas. Mesmo que a vida seja corrida, é importante priorizarmos, de vez em quando, um tempo para entrarmos em contato com a pessoa querida, perguntando como ela está ou como foi seu dia, ainda que não pessoalmente. Ligar ou escrever uma mensagem de gratidão para alguém que tenha feito algo bom, mostra que demonstramos interesse e isso contribui para manter a relação saudável com as pessoas que são realmente importantes na nossa vida.

Fonte: Português

Estas atitudes tão simples podem trazer melhoras incríveis, tanto para as relações interpessoais como para a forma como lidamos com nossos próprios sentimentos. Então, que tal abraçarmos a prática da gratidão cada vez mais nas nossas vidas, seja nas relações familiares, profissionais ou sociais? Afinal, quem demonstra gratidão revela grandeza, maturidade e sabedoria! E o mais importante de tudo é que praticar a gratidão faz bem à nossa alma e ao nosso coração. Traz uma imensa paz interior e funciona como um imã que atrai energias positivas para nós mesmos. Nada mau, não é mesmo?

“A gratidão não é o simples ato de dizer “obrigada”, é algo muito maior! Gratidão é entender que temos uma conexão profunda com o universo, e tudo que espalhamos, ele nos devolve em forma de gratidão. Se somos gratos à ele, ele também é, e nos retribui com energias e pessoas incríveis em nossos caminhos!” (Surama Jurdi)

~ Bia ~

Paz aqui na Terra!!!

Fonte: 10Wallpaper

Não sem motivo, no primeiro dia do ano também comemoramos o Dia da Confraternização Universal e o Dia Mundial da Paz. Afinal, nada é mais prazeroso do que começarmos o ano numa convivência pacífica, não é mesmo?

Mas… como descrever a paz? 

Segundo a Infopédia, paz pode ser definida como:

1. Ausência de guerra

2. Fim de uma situação de conflito armado; armistício

3. Relação de concórdia ou harmonia entre pessoas ou grupos

4. Tranquilidade; serenidade

5. Ausência de ruído ou agitação em certo lugar ou momento

Assim, à primeira vista, paz é aquele sentimento profundo que invade a nossa alma quando estamos de bem conosco mesmo e com todas as pessoas, de modo a nos proporcionar uma agradável sensação de bem-estar-bem.

No entanto, é preciso reiterar que a paz está inserida num conceito muito mais amplo e polissêmico (palavra que tem dois ou mais significados) e, no caso do Dia Mundial da Paz, não celebramos apenas a busca pela paz relacionada à tranquilidade e ausência de conflitos, mas principalmente à paz que minimize a realidade de muitas pessoas que sofrem com as desigualdades, a violência, a fome e a miséria. 

Desse modo, a paz também representa uma transformação social que incite à inclusão universal das pessoas. Todavia, temos que convir que a luta pela paz no mundo atual ainda é irrisória, pois além dos vários conflitos étnicos, territoriais e de outras ordens pelo mundo, como a guerra entre a Russia e a Ucrânia e os frequentes confrontos entre judeus e palestinos no Oriente Médio, existe também a necessidade urgente de se combater a miséria, as epidemias e a fome em vários cantos do planeta. Para se ter uma ideia, segundo dados do Banco Mundial, 3,4 bilhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. Dá para acreditar?

Em razão desta triste realidade, é óbvio que para promovermos a paz, seja necessário algo muito mais promissor do que uma simples data comemorativa. Neste sentido, o Papa Paulo VI (1897-1978), ao proclamar em 1967 uma mensagem, no qual foi instituído o 1º dia do ano como sendo a data oficial para celebrarmos a paz mundial, não desejou que a comemoração se restringisse apenas aos católicos, uma vez que para ele, a verdadeira celebração da paz só estaria completa se envolvesse todos os homens, não importando a religião. Na ocasião, ele expressou o anseio de que esta iniciativa ganhasse adesão ao redor do mundo e fosse celebrado pelos “verdadeiros amigos da Paz”, independente de credo, etnia, posição social ou econômica.

Contudo, por ser uma data religiosa vinculada à Igreja Católica, o Vaticano realiza anualmente uma cerimônia oficial, propondo um tema para o Dia Mundial da Paz, escolhido pelo próprio Papa, a fim de tocar o coração das pessoas, tornando-as mais humanas e interessadas no bem comum, na paz entre os homens. Até hoje foram abordados 56 temas, expostos nos discursos dos papas durante a ceia de Natal, sendo que as questões levantadas abordam assuntos relacionados à solidariedade, conflitos mundiais, pobreza, infância e adolescência, educação, direitos humanos, perdão, entre outros.

Fonte: Paróquia de São Francisco Xavier

Deste modo, a mensagem para a celebração deste ano tem como tema ‘Ninguém pode salvar-se sozinho. Juntos, recomecemos a partir da Covid-19 para traçar sendas de paz’, estabelecendo uma ligação entre a pandemia e a guerra na Ucrânia. Na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco elogia os esforços, por vezes heróicos, que permitiram enfrentar a pandemia, mas sublinha que “o vírus da guerra é mais difícil de derrotar”. Convida o mundo a “mudar o coração” no pós-pandemia, destacando que o impacto causado pela Covid-19 tenha que reforçar o “sentido comunitário” e de fraternidade, na humanidade.

Ele também nos leva à reflexão com a seguinte pergunta: – O que, de fato, aprendemos com esta situação de pandemia?

A mensagem papal, adaptada pela Agência Ecclesia, considera que a confiança posta no progresso, na tecnologia e nos efeitos da globalização gerou uma “intoxicação individualista e idólatra”. Papa Francisco sustenta que “não podemos ter em vista apenas a nossa própria proteção, mas é hora de nos comprometermos em prol da cura de nossa sociedade e do nosso planeta, criando as bases para um mundo mais justo e pacífico, seriamente empenhado na busca de um bem que seja verdadeiramente comum”.

Referindo-se à atual situação na Ucrânia, o Papa ressalta que “esta guerra, juntamente com todos os outros conflitos espalhados pelo mundo, representa uma derrota, não só para as partes diretamente envolvidas, mas também para a humanidade”. E, numa reflexão dedicada ao mundo pós-pandemia, lamenta que o mundo enfrente agora “uma nova e terrível desgraça”, indicando que “assistimos ao aparecimento de outro flagelo – uma nova guerra – comparável em parte à Covid-19, mas pilotado por opções humanas culpáveis”.

Assim, ele destaca que a guerra na Ucrânia “ceifa vítimas inocentes e espalha a incerteza, não só para os que são diretamente afetados por ela, mas de forma generalizada e indiscriminada para todos, mesmo para aqueles que, a milhares de quilómetros de distância, estão sentindo os seus efeitos colaterais“. Indica que precisamos “desenvolver, por meio de políticas adequadas, o acolhimento e a integração, especialmente em favor dos migrantes e daqueles que vivem como descartados nas nossas sociedades”, defendendo que “só a paz que nasce do amor fraterno e desinteressado pode ajudar a “superar as crises pessoais, sociais e mundiais”.

Posto isso, o Papa Francisco anseia para que todos nós possamos “caminhar juntos, valorizando tudo o que a história possa ensinar”. Ao encerrar a mensagem, ele formula votos para que todos os homens e mulheres de boa vontade possam, como artesãos de paz, construir, dia após dia, um ano feliz!!!

Neste sentido, Dom Julio Endi Akamine, Arcebispo da Arquidiocese de Sorocaba, expressa que “fomos criados para a paz e não para a guerra e mais do que um projeto desejado pelas pessoas, a paz é primeiramente um atributo do próprio Deus, de forma que optar por práticas e por políticas que evitem o conflito significa ser coerente com a própria natureza humana”.

Ele enfatiza que a paz só é possível através da reconciliação e mesmo não sendo fácil perdoar, principalmente quando temos que enfrentar as feridas da guerra, da criminalidade e dos conflitos, sem a reconciliação com o passado, sem atingir a justa reparação – nunca a vingança, mesmo que controlada –, sem o perdão reciprocamente oferecido e recebido, a cultura da paz não lança raízes nos tratados, na sociedade e nos corações. A paz, como ele a define, “é um bem indivisível e só pode ser imposta com a própria paz”.

Por tudo isso, ao orarmos pela paz, qualquer que seja a crença, Dom Júlio Akamine esclarece que só “estaremos abrindo o nosso coração para a relação com Deus e para o encontro com o próximo sob o signo do respeito, da confiança, da compreensão, da estima e do amor. A oração infunde coragem e dá apoio a todos os verdadeiros amigos da paz”.

Após essas explanacões, nada melhor do que encerrar este post, ouvindo uma bela canção de Roberto Carlos sobre a essência da Paz aqui na Terra!!!

Paz na Terra – Roberto Carlos

Paz aqui na Terra às crianças, aos homens e mulheres de bom coração!!!

~ Bia e Dani ~