A estrela guia de uma escola

Quem mais poderia ser a estrela guia de uma escola senão o profissional responsável pelo bom funcionamento de uma instituição educacional? Isso mesmo!!! O diretor da escola!!! Assim como celebramos no dia 15 de outubro o dia dos professores, os diretores escolares também têm, merecidamente, o seu dia. Em alguns estados brasileiros como em São Paulo, é comemorado no dia 18 de outubro e em outros, como no Paraná, no dia 12 de novembro.

Como a diretora que quero homenagear, representando todos os diretores escolares do Brasil, é de uma escola que está no estado do Paraná, vou aproveitar essa data pra falar sobre a importância desse profissional no contexto educacional. 

Quando se trata de falarmos sobre o diretor escolar, muitas vezes, o que logo vem em nossa mente é a figura daquele profissional super ocupado, com muitos documentos em sua mesa, resolvendo diversos problemas, corrigindo comportamento indisciplinado de alunos, conversando com pais e responsáveis, não é mesmo?  

Não sei se vocês sabem, mas o papel do diretor de escola vai muito além disso. Muitas pessoas não enxergam a verdadeira função deste profissional em uma instituição de ensino, tendo até mesmo uma visão distorcida de que é uma figura distante, que apenas distribui as funções aos colaboradores da escola e “castiga” os alunos que não são obedientes ou estudiosos.

Porém, por trás de todas as transformações educacionais que encontramos nas instituições de ensino, existe a cautelosa articulação, organizada e objetiva, de uma figura igualmente essencial nesse cenário: o diretor escolar. Além de administrar, cabe a ele incentivar, motivar e inspirar tanto a sua equipe quanto os seus alunos.

Desse modo, o diretor exerce um papel importantíssimo na rotina escolar e dentre suas principais obrigações, podemos destacar a gestão do setor administrativo e financeiro, o trabalho em prol do desenvolvimento pedagógico, da coordenação do corpo docente e até mesmo a integração entre família-escola.

Realmente, ser diretor não é uma tarefa fácil. Ele tem que estar preparado para diferentes situações, pois nem sempre tudo sai como planejado, de maneira que  driblar os desafios e os percalços da gestão escolar não é algo tão simples. Ainda mais agora, em tempos tecnológicos e de pandemia, o diretor escolar tem que acompanhar as constantes mudanças e estar sempre atento a tudo que acontece dentro e até fora da escola.

Diante de todas estas responsabilidades inerentes aos diretores de escolas, esse também é o papel que, com muito amor e dedicação, desempenha atualmente a diretora da Escola Bilíngue para Surdos de Maringá, Ana Dalva Arsiê Botion, que tem plena consciência de que, para alcançar um projeto pedagógico de qualidade, professores, coordenadores, alunos e responsáveis devem, antes de tudo, estar em sintonia com a gestão.

A Escola Bilíngue para Surdos de Maringá é fruto da criação, em 1981, de uma entidade assistencial voltada para o atendimento de crianças surdas na cidade, conhecida por ANPACIN (Associação Norte Paranaense de Áudio e Comunicação Infantil). Da data da sua fundação até 2010, a diretora era a Sra. Yara Felipe que trabalhou incansavelmente para proporcionar às crianças surdas um ensino de qualidade, de forma que pudessem crescer e serem capazes de vivenciar as evoluções do mundo. 

Transferiu seu cedro para a vice-diretora Ana Dalva que vem habilmente conduzindo uma equipe de colaboradores a fim de alcançar metas e objetivos que possam impactar positivamente na inclusão dos alunos surdos na organização sócio econômica do país. Assim, por ser diretora de uma escola voltada para a educação especial, são enormes os desafios que envolvem a gestão escolar, mas a Ana Dalva, extremamente comprometida com o seu trabalho, está sempre a postos para enfrentar as adversidades e demonstrando muita competência para atuar em diferentes cenários. 

Sua capacidade de inovação é admirável pois está constantemente buscando meios efetivos para solucionar problemas reais de maneira ágil e em conformidade com as necessidades da instituição de ensino. Por estar há mais de 30 anos se dedicando à essa escola, reconhece e acompanha as transformações sociais pelas quais a instituição tem passado ao longo dos anos, adaptando a rotina da escola às mudanças comportamentais, tanto da equipe de colaboradores como dos alunos, pais e responsáveis.

Nesse sentido, uma das suas prioridades é fortalecer os canais de comunicação com alunos e responsáveis, pois ela que, antes de ser diretora, foi durante muitos e muitos anos professora da escola, sendo a primeira professora da Dani, na antiga ANPACIN, é a maior defensora de que se a família e escola andarem sempre de mãos dadas, melhor será o desempenho dos alunos surdos para que possam ter uma gama maior de possibilidades na vida profissional e pessoal. Como ex-professora, não podemos deixar de ressaltar como era prestativa e gentil, tendo muita paciência com todas as crianças, sendo que até hoje, todos os ex-alunos, já adultos e de bem com a vida, têm muito carinho e orgulho dessa professora que hoje ocupa, incansavelmente, o cargo de diretora da escola.

Ana Dalva e Dani – antes e 28 anos depois

Como foi possível observar, ser diretora de uma escola bilíngue de surdos é um trabalho que demanda um esforço diário e contínuo, não existindo uma fórmula mágica para gerí-la, mas com muita, mas muita garra e disposição, Ana Dalva vem se dedicando à educação de crianças e jovens deficientes auditivos. Ela merece todo o nosso respeito e a nossa admiração pois, sem dúvida alguma, é a estrela guia da escola que é referência nacional de educação bilíngue no Brasil.  

Parabéns a todos os diretores de escola e, em especial a você, Ana Dalva, que continua iluminando a vida de todas as crianças e jovens surdos que são sempre calorosamente acolhidos por você e pela sua equipe de colaboradores! Como dizia Leon Tolstói: “Pode-se viver uma vida magnífica quando se sabe trabalhar e amar. Trabalhar por aquilo que se ama e amar aquilo em que se trabalha.” 

~ Bia e Dani ~

Dia do professor “especial”

O “Dia do Professor” é comemorado no Brasil em 15 de outubro, sendo que esta data faz referência ao Imperador Dom Pedro I, que no dia 15 de outubro de 1827 criou no país uma Lei Imperial sobre o Ensino Elementar no Brasil – conhecida como Escola de Primeiras Letras. No mesmo mês, no dia 5, é celebrado o “Dia Mundial do Professor”, sendo que esta data foi criada em 1994 pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), com o objetivo de ressaltar a importância e o papel fundamental dos professores na sociedade.

Para mim é uma data muito especial porque, especificamente neste dia, todos nós que já fomos (ou somos) alunos, temos a oportunidade de expressar nossa sincera gratidão por todos os mestres que um dia foram (ou são) os educadores de nossas vidas. Eu, particularmente, tive excelentes professores que foram essenciais à minha formação acadêmica e na construção da ética, de forma que a consolidação desta base de conhecimento possibilitou que eu adquirisse experiências de vida, além do âmbito intelectual. Meu eterno carinho para todos eles!

Mas… sendo hoje a data oficialmente criada para homenagear, com mérito, esses profissionais que dedicam suas vidas à transmissão do conhecimento e ao desenvolvimento da educação de todos os povos do mundo, vou homenagear especialmente os professores de crianças com necessidades educacionais especiais, cujas crianças demandam recursos e serviços educacionais diferenciados. Estou ciente de que o dia 22 de agosto é o dia do educador especial, mas quero me dirigir ao educador que, na qualidade de atuar profissionalmente como professor, tem a nobre missão de fazer a diferença na vida dessas crianças. 

Para começar, é preciso “tirar o chapéu” e dizer como é fantástico o “show” desses professores que tomam para si a responsabilidade de direcionar o processo pedagógico, desenvolvendo caminhos “especiais” para que esses alunos adquiram o conhecimento. Além de estarem constantemente auxiliando para que eles avancem tanto intelectual quanto socialmente, de forma que possam superar as expectativas e as barreiras que lhe são impostas, esses heróicos professores excluem a visão de incapacidade, compreendendo que os erros desses alunos podem ser considerados como um aspecto relevante para a aprendizagem e não como um fracasso. Desse modo, eles enxergam em cada criança o potencial que ela tem, promovendo constantemente atividades que valorizam o respeito às diferenças e às inteligências múltiplas.

Por conseguinte, mesmo com toda a disposição para se “doarem” nessa árdua missão, é comum vê-los enfrentando desafios como a falta de recursos materiais, infraestrutura insuficiente, superlotação das salas de aulas, entre outros. Ao longo do processo pedagógico, os professores também se deparam com diversas dificuldades e na intensa busca por soluções e estratégias para entender as necessidades de cada criança, estão sempre se especializando, pois sabem o quanto a qualificação profissional é importante para a efetiva inclusão delas na sociedade.

Acredito ser esse o real panorama que reflete o esforço e a dedicação da maioria dos professores de crianças com deficiência que, com muita mas muita paciência e uma dose infindável de amor, enfrentam “mundos e fundos” para oferecer uma educação adequada às diferenças e às necessidades de cada criança, criando novos caminhos e recursos para que todas possam conquistar um” lugar ao sol”. 

Esse envolvimento psicopedagógico, os desafios e as dificuldades enfrentadas pelos professores que acabei de descrever, baseiam-se fundamentalmente na minha convivência com os professores do Colégio Bilíngue para Surdos de Maringá (Anpacin) onde a Dani cursou do Ensino Fundamental até o Ensino Médio. É impossível falar sobre a relevância de um único professor, pois todos, sem exceção, tiveram um papel marcante não só na vida da Dani, mas de todas as crianças surdas da escola.

Cada qual à sua maneira, mas com pensamento uníssono em abrir a mente das crianças surdas para que buscassem conhecimento, era impressionante ver a garra e a determinação com que esses professores se dedicavam à arte de ensinar, encorajando-os a conquistarem seus sonhos  através do saber. 

Assim, neste dia especialmente dedicado a todos os professores do Brasil, minha honrosa homenagem é para esses “amadores” de pessoas que, com presteza e comprometimento, mesmo deparando diariamente com situações tão complexas e adversas, olham seus alunos com os olhos da alma, conscientes de que ensinar é, sobretudo, um ato de AMOR!!! 

Com toda certeza causaram enorme impacto na vida dessas crianças, sendo que algumas se inspiraram nesses professores para também se tornarem professores. É o caso da Dani e de alguns amigos surdos que são, atualmente, professores de Libras. Por ironia do destino, agora esses adultos surdos têm a oportunidade de ensinar a sua língua natural, não só para crianças surdas mas para adultos ouvintes que têm interesse em aprender a língua de sinais. Estendo para vocês também a minha homenagem, pois motivados por esses professores, quebraram o estigma da incapacidade e foram em busca de uma jornada de aprendizado e crescimento pessoal.

E simmm… vocês merecem todos os aplausos do mundo pois a empatia, a coragem e o entusiasmo com que compartilham valores e promovem a autoestima de cada uma dessas crianças “especiais”, só podem vir do orgulho que sentem pela profissão. PARABÉNS!!!

Há quem diga que a Vida ensina, mas eu prefiro dizer que Deus coloca pessoas em nossas vidas, professores especiais, que tem como missão nos ensinar que a Vida pode ser melhor vivida se for com sabedoria, compaixão e respeito ao próximo e a nós mesmos. (Desconhecido)  

~ Bia ~