2023: Ano do Coelho no Horóscopo Japonês

Fonte: Japão em Foco

Feliz Ano Novo!!!

Vamos começar o primeiro post deste ano, emanando pensamentos positivos!!! Então… nada melhor do que lembrarmos que o horóscopo japonês, ou Juunishi, uma versão adaptada do horóscopo chinês, compreende um ciclo de doze anos, representado por doze animais: Rato, Boi, Tigre, Coelho, Dragão, Serpente, Cavalo, Cabra, Macaco, Galo, Cão e Javali, sendo que cada animal é responsável por reger as características de cada ano. Hoje, 1º de janeiro de 2023 inicia-se, no Japão, o ciclo sob a influência do Coelho, de modo que diplomacia, sensibilidade, indulgência e criatividade para lidar com as situações, segundo Adriana Di Lima, são as principais características que delimitam esse signo.

Assim, na terra do sol nascente, o respectivo animal do ano frequentemente adorna os nengajo” que são cartões postais usados apenas no Ano Novo para enviar saudações por escrito, como forma de expressar gratidão e/ou manter contato com amigos, parentes, colegas e conhecidos, pelo menos, uma vez por ano.

Fonte: Tokyo Weekender

Em se tratando de Ano Novo, como a maioria das empresas permanecem fechadas durante os três primeiros dias deste feriado (Sanganichi), muitos japoneses aproveitam para voltar para suas cidades natais a fim de passar esses poucos dias com seus familiares. Assim, no ganjitsu (primeiro dia do ano), muitos têm o costume de levantar bem cedo para apreciar o Hatsuhinode, o belíssimo espetáculo do primeiro amanhecer do ano.

É costume tradicional as famílias se reunirem no café da manhã para saborear o ozooni, uma vez que o mochi (bolinho de arroz) que é o principal ingrediente desta sopa, por ser mastigado e puxado várias vezes, simboliza a longevidade. O osechi ryori, conforme descrito no post anterior, pode ser consumido em qualquer uma das refeições (café da manhã, almoço e/ou jantar) nos três primeiros dias do ano.

Fonte: Kokoro Media

Outra tradição é o Otoshidama, um envelope com uma certa quantia de dinheiro, destinado especialmente às crianças e adolescentes. Esses envelopes, pequenos e ricamente ilustrados, são entregues pelos pais, avós e/ou parentes no Ano Novo, sendo que a quantia ofertada tende a ser proporcional à idade da criança, mas se houver mais crianças na família, são igualmente rateados.

Coisas do Japão

Hatsumode é o termo designado para a primeira visita do ano a um templo e nessa ocasião é comum ver mulheres e homens em trajes típicos japoneses, como kimono e hakama, fazendo uma prece para que o ano seja repleto de saúde e prosperidade. Nestes locais é possível adquirir plaquinhas de madeira chamadas “ema”, nas quais as pessoas sacramentam para que seus desejos se realizem no decorrer do ano que está iniciando.

Fonte: Kumon Brasil

Além disso, muitos japoneses aproveitam para comprar um oráculo chamado Omikuji que descreve se você terá boa sorte em questões relacionadas à dinheiro, saúde, relacionamentos e assim por diante. Após a leitura, costumam colocar os bilhetinhos em locais previamente estabelecidos do santuário como, por exemplo, galhos de árvores ou estacas de madeira.

Fonte: Kumon Brasil

Outro costume muito interessante é o fukubukuro, sacolas contendo uma variedade aleatória de produtos e vendidos com um desconto substancial durante períodos especiais de vendas no Japão, principalmente no ano novo. Cada “sacola da sorte” contém produtos específicos como alimentos, vestuários ou acessórios de computador. É uma tradição de longa data entre os japoneses e ainda hoje essas sacolas são vistas como ótimas oportunidades para adquirir ótimos produtos com valores bem mais acessíveis e convidativos.

Fonte: Live Japan

Como deu pra perceber, Ano Novo no Japão é uma celebração tranquila, familiar e espiritual. Para a maior parte das famílias japonesas é um momento de reflexão sobre o ano que passou, de renovar as energias para o ano que vai começar, de modo que para eles é muito importante terminar o ano em paz, com aquele gostinho de dever cumprido, pois esse sentimento ajuda a trazer, não só prosperidade econômica, como sorte em todos os aspectos da vida no ano que se inicia.

Embarcando nesta onde de bons fluídos, André Mantovanni reforça que o Ano do Coelho será um ano cheio de emoções positivas e excelentes circunstâncias para qualquer tipo de relação. Como o Coelho simboliza paciência e sorte, tudo indica que ele trará o que faltou no último ano: paz e sucesso! Um ano de diplomacia e graça, em total oposição ao cansativo ano do Tigre (2022). Promete ser um ano de sucesso profissional mas para que isso aconteça, requer esforço e compromisso sério, uma vez que, com seriedade, poderemos realizar tudo que planejarmos fazer. 

Vamos, então, focar para que os novos desafios despertem o nosso melhor nesses 12 meses que virão, pois o Ano do Coelho tem tudo para ser maravilhoso!!! Só depende de nós mesmos acreditar nos sonhos e jamais desistir das nossas metinhas, metas e metazonas, porque só assim, seremos capazes de transformar cada dia deste novo ano em um página memorável do livro de nossas vidas!!!

Feliz Ano Novo!!! Que seja um ano abençoado para todos nós!!!

~ Bia e Dani ~

Preparativos para o Réveillon Japonês

Fonte: Elite Resorts

Como já estamos na contagem regressiva do Ano do Coelho (2023), vamos compartilhar como o povo japonês se despede do ano velho e dá as boas-vindas ao ano novo.

O Ano Novo Japonês – Oshougatsu – é a principal celebração no calendário de festividades do país, comemorado entre os dias 31 de dezembro e 3 de janeiro. Repleta de tradição e costumes, cada prática tem um significado especial, no sentido de buscar a renovação, saúde e prosperidade para o ano que vai chegar.

Assim como no Brasil, no final do ano, os japoneses também têm o costume de enviar presentes para seus amigos, gerentes, clientes e professores, a fim de expressar a gratidão. No entanto, ao invés das tradicionais cestas de Natal e dos panetones, dentre os itens mais populares de presentes, conhecidos por Oseibo, estão alimentos frescos (frutos do mar, embutidos, carne e frutas), condimentos, cerveja, chá, café, alimentos enlatados e alguns tipos de sobremesas.

Fonte: Umamama

Nas duas últimas semanas de dezembro, os japoneses começam a fazer uma verdadeira faxina em suas casas, escritórios e empresas, conhecida por Oosouji, “grande limpeza”, como forma de dar um adeus definitivo ao ano que se encerra, porque só então, depois de tudo muito limpo e organizado, será possível começar o ano com o pé direito. Por outro lado, o Susuharai é um ritual de limpeza executado nos santuários e nos templos, acreditando-se que, ao remover as fuligens e as poeiras acumuladas durante o ano, remove-se também as “sujeiras espirituais”, deixando o ambiente purificado para trazer boas energias às pessoas que ali frequentam. 

Fonte: Nishinomiya Shrine

Mais do que os tradicionais enfeites de Natal, a milenar tradição japonesa incita a enfeitar as casas com as decorações conhecidas como oshogatsu-kazari. O Kagami-mochi é um adorno normalmente colocado sobre a mesa de jantar, composta por dois bolos feitos de arroz (mochi) sobrepostos em um pedestal, com uma laranja, chamada daidai, no topo. O arroz utilizado vem da colheita feita no outono e acredita-se que este ingrediente conserva seu espírito puro, trazendo bênçãos e boa fortuna.

Fonte: Kokoro Media

Outro elemento decorativo é o Shimenawa, uma corda trançada feita de palha de arroz ou cânhamo. Estas cordas podem ser decoradas com serpentinas de papel em formato zigue-zague, laranjas japonesas e até mesmo um tipo de samambaia. Embora sejam mais vistas em santuários xintoístas como forma de demarcar um espaço sagrado, durante o Ano Novo é comum encontrá-las enfeitando a fachada das casas.

Fonte: Muza-chan

O Kadomatsu, por sua vez, é colocado em ambos lados dos portões das casas para receber a entidade do Ano Novo, sendo feito a partir da junção de galhos de pinheiro, talos de bambu e muitas vezes flores de ameixeira, para trazer longevidade, prosperidade e perseverança.

Fonte: Muza-chan

O Réveillon, que aqui é conhecido por Omisoka, é o dia em que os japoneses preparam-se espiritualmente para o ano que vai chegar. Na virada do ano, as famílias saboreiam o Toshikoshi soba, um macarrão feito à base de trigo sarraceno, desejando que suas vidas e as de seus familiares sejam duradouras, como os fios longos deste macarrão. 

Fonte: Savor Japan

Outro ritual muito comum é o Moti Tsuki, no qual são preparados bolinhos de arroz conhecidos como mochis, que serão usados em alguns pratos como o Ozooni, uma sopa com mochi, que deve ser consumida no primeiro dia do ano.

Fonte: Conhecendo o Japão

No entanto, a comida típica do ano novo japonês, que costuma ser encomendada ou preparada na véspera do ano novo, é o Osechi Ryori, um conjunto de pequenos pratos tradicionais servidos em belas caixas de “marmita” decoradas em laca de duas ou três camadas chamadas de jubako. Cada item escolhido para compor a jubako contém um significado especial e a seleção varia muito de acordo com as preferências da família ou de cada região. O camarão, por exemplo, representa a longevidade, pois o seu formato lembra as costas “curvadas” dos anciões. A soja preta (kuromame) destaca o desejo de uma vida saudável e as ovas de arenque (kazunoko), simbolizam a fertilidade e a prosperidade dos descendentes.

Fonte: Nippon

Com relação ao jantar de Réveillon, o cardápio é bem diversificado, incluindo pratos populares como sushi, sashimi e hot pot como sukiyaki, yosenabe e shabu-shabu. Em algumas regiões do Japão, as pessoas até começam a comer osechi ryori na véspera de Ano Novo.

Após o jantar, muitas famílias japonesas aguardam o maior evento musical do Japão, o NHK Kouhaku Utagassen que é um tradicional programa televisivo japonês, realizado anualmente na véspera do ano novo, com apresentações dos artistas que mais se destacaram no decorrer do ano, onde há uma competição entre as equipes masculina (shirogumi) e feminina (akagumi). No final do show, pouco antes da meia-noite, os jurados e o público em geral decidem qual grupo teve melhor desempenho.

E, para fechar com chave de ouro o Réveillon japonês, mais do que brindar a chegada do Ano Novo com os famosos fogos de artifícios, tradicional em vários cantos do planeta, no Japão os templos budistas começam a tocar, pouco antes da meia-noite, gigantescos sinos para anunciar a entrada do novo ano. As 108 badaladas dos sinos conhecidas por  joya no kane  representam a dispersão dos pecados ou desejos mundanos do homem, no intuito de purificar a sua  alma. 

Fonte: Photozou

Assim, nos penúltimos dias que antecedem o novo ano, até o último minuto do dia 31 de dezembro, os japoneses cumprimentam os amigos e familiares através de uma expressão típica dessa data, que nós também vamos usar para nos despedirmos de todos vocês neste último post deste ano: yoi otoshio!, que significa “tenha um bom começo de ano!”.

Fonte: Marley de Lima

A gente se vê em 2023. YOI OTOSHIO!!!

~ Bia e Dani ~

Boas lembranças…

Fonte: Spirit Fanfics

Hoje, 26 de Dezembro, é o Dia da Lembrança. Segundo o calendário.com, não existe uma explicação clara para que essa data tenha sido escolhida, mas na versão de alguns historiadores, por ser instituída um dia após o Natal, data que nos leva a muitas recordações, a ocasião tenha sido oportuna para comemorarmos o ato de lembrar. 

Por que as lembranças são tão importantes na nossa vida?

A partir do momento em que nascemos, começamos a registrar memórias que serão utilizadas para o nosso desenvolvimento cognitivo. Prova disso é que a fala pelos bebês, por exemplo, é resultado de meses de observação, assimilação e recordação do material linguístico acessado por meio da interação diária com os pais.

Embora estudos científicos indiquem que só começamos a guardar memórias de longo prazo a partir dos 3 ou 4 anos de vida, até mesmo os acontecimentos anteriores a esse período são essenciais para moldar quem seremos no futuro. Inclusive, constata-se que muitos transtornos psicológicos derivam de lembranças inconscientes e experiências da primeira infância, de forma que as recordações possam impactar nosso estado de espírito de tal modo que, não raramente, o cérebro bloqueia memórias traumáticas, como um mecanismo de defesa natural. 

Fonte: Sesc-SC

Neste contexto, o filósofo alemão Schopenhauer, aponta que a memória é capaz de moldar experiências e a percepção da realidade, destacando que, assim como recordações ruins podem levar a traumas intensos e definitivos, as lembranças boas conseguem revolucionar o estado de espírito, renovar esperanças e nos proporcionar uma agradável sensação de bem-estar. 

Como somos construídos a partir de lembranças, temos um baú repleto de memórias, tanto boas como ruins, fazendo com que as experiências e os conhecimentos adquiridos ao longo da vida nos levem a ser quem somos. Manter vivas as recordações que nos deixaram felizes no passado é um ótimo exercício para fugir da melancolia, pois quando lembramos de algo bom que aconteceu, podemos sentir a sensação daquela circunstância, apaziguando os momentos tristes pelos quais também estamos fadados a passar neste mundo em que vivemos.

Fonte: IBC

Deste modo, as boas lembranças, sendo o alicerce para a construção de uma vida emocional mais saudável, tendem a funcionar como um porto seguro quando precisamos, por exemplo, enfrentar momentos de luto pela perda de pessoas queridas. Elas permitem que façamos uma “viagem no tempo”, uma vez que reviver as lembranças pode nos dar a sensação de ter, por perto, a pessoa querida que se foi. 

É o que estou fazendo neste exato momento. Viajando no tempo… Com os olhos marejados e sentindo a saudade que já bate forte no meu peito, despeço-me de você, querida Elisa Mieko que, com o seu jeitinho carismático de ser, nos deixou alguns dias atrás. Você foi muito especial para mim pois quando, aos 17 anos, saí de casa para estudar na capital paulista, você estava lá, sempre me recebendo de braços abertos, me abraçando e me acalentando no período mais solitário da minha vida. As lembranças dos bons momentos que passamos juntas, estarão para sempre guardadas no fundo do meu coração!

Assim, compartilhar com amigos e familiares os bons momentos vividos com o ente querido, além de ser uma linda forma de homenageá-lo, pode ajudar a ver a passagem de quem se foi, de uma forma menos dolorosa. Neste sentido, acredito que para preservarmos preciosas lembranças, nada melhor do que vivermos intensamente cada momento, ainda mais quando estivermos ao lado das pessoas que tanto amamos. Como a memória é facilmente resgatada através de recordações, registrar em fotos e vídeos também é uma ótima sugestão para termos um acervo dos bons momentos com nossos amigos e familiares, vocês não concordam?

Fonte: Facilita Seguros 

Sabendo-se que as lembranças são registradas, assimiladas e acessadas em nosso cérebro, não podemos, de forma alguma, negligenciar alguns hábitos que favorecem a saúde mental e evitam o esquecimento. É imprescindível estar com a saúde em dia, alimentando-se bem, bebendo muita água e praticando exercícios físicos regularmente, pois como diz o célebre ditado, “mente sã, corpo são”, quanto melhor cuidarmos da nossa saúde, maior será a fixação das boas lembranças em nossas mentes. 

Fonte: IPASEMAR

Encerro este post, em concordância com frazes.com.br, ao mencionar que as lembranças são registros fotografados pelos nossos olhos e ficam eternamente gravados na nossa memória. Quando nos lembramos desses lindos registros, nossos corações se enchem, não só de saudade, mas também de conforto por ter algo tão bonito guardado na memória. Vamos, então, guardar o que tem que ser guardado: boas e boas lembranças!!!

~ Bia ~

Fazer o bem, não importa a quem, faz bem

Fonte: Observatório do 3° Setor

Coincidência ou não, o Dia Internacional da Solidariedade Humana também é celebrado, todos os anos, no mesmo mês em que a Magia do Natal desperta no coração das pessoas, o espírito da solidariedade

Exatamente hoje, 20 de dezembro, é a data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para destacar a solidariedade como um dos valores humanos fundamentais para o desenvolvimento adequado das relações nacionais e internacionais entre todos os tipos de pessoas. Este dia promove o auxílio às pessoas que têm menos benefícios por aqueles que possuem melhores recursos, principalmente econômicos. A maior ênfase dada à esta celebração é a erradicação da desigualdade e da pobreza. 

Mas… o que é solidariedade? Por que dizemos que a sociedade precisa ser solidária ou que nós precisamos ser solidários uns com os outros? 

O conceito de solidariedade é bastante complexo e aberto a inúmeras interpretações, que dependerão muito das experiências pessoais que cada um de nós vivenciamos no dia a dia. Conforme André Bakker do Instituto Aurora, “solidariedade é tanto um desejo quanto uma atitude. Um desejo ou atitude de uma pessoa ou grupo com o objetivo de ajudar ou apoiar outras pessoas, grupos ou causas. Esse desejo ou atitude é motivada por um sentimento de vínculo com essa pessoa, grupo ou causa”. 

Vocês sabiam que por trás desse conceito, existe uma história de lutas sociais por direitos humanos? Segundo Baker, a fraternidade, que foi um dos ideais da Revolução Francesa (1789) através do famoso lema “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, é o primeiro nome associado à solidariedade. É nesse momento histórico que a versão que conhecemos dos direitos humanos começa a se estruturar, sendo que o princípio da fraternidade era que todas as pessoas fossem tratadas com igual respeito, para que a vida na sociedade fosse possível. Todavia, por conta de diversos conflitos sociais que eclodiram em alguns países da Europa durante a Revolução de 1848, conhecido por Primavera dos Povos, a fraternidade cedeu seu espaço à solidariedade, que passou a fazer parte do cenário político como uma bandeira dos movimentos sociais. 

Assim, em razão das transformações que o mundo vem passando ao longo das décadas, não há hoje um conceito único acerca da solidariedade, podendo ter várias origens e significados, inclusive atribuindo à ela a responsabilidade que todos têm uns para com os outros. E, também, a responsabilidade que as nações têm uma para com as outras. Nesse sentido, ao instituir o Dia Internacional da Solidariedade Humana em 2005, a ONU destaca a importância de valorizar o papel das ações coletivas na superação de questões que ultrapassam as barreiras de cada país, como as doenças, as questões ambientais e climáticas e, em razão da globalização econômica, a pobreza e a miséria que afetam milhões de pessoas ao redor do mundo. 

Diante desse ideal trazido pelas Nações Unidas, assumir a solidariedade como um princípio ou um valor para pensar a sociedade, é compreender que o ser humano não está sozinho. Vivemos em um sistema social que exige a participação de todos, tanto na política como na economia, que nos levam às relações de cooperação e reciprocidade. Nessa perspectiva,  pelo fato de não vivermos isoladamente, desconectados uns dos outros, a solidariedade, conforme Franz Kafka, “é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana”.

Fonte: Internacional da Amazônia

À vista disso, querendo ou não, precisamos uns dos outros para sobreviver e o principal motivo que nos leva, muitas vezes, a não inserir práticas de solidariedade na rotina é a velha desculpa da falta de tempo. No mundo turbulento em que vivemos, parece impossível encaixar no dia a dia, mais uma atividade no meio do trabalho, dos cuidados com a família, filhos e amigos, dos projetos pessoais, da vida social, entre outros.

Mesmo sabendo que não é preciso mais do que algumas horas do fim de semana para visitar um asilo e compartilhar alguns momentos com quem precisa ou visitar um lar de crianças carentes e doar roupas, alimentos ou brinquedos, o que nos conforta é que também podemos praticar a solidariedade dentro dos ambientes em que estamos inseridos, como no trabalho, no condomínio ou no bairro onde moramos, pois em todo lugar existe um jeito de ser solidário.

A grande sacada, entretanto, é encontrarmos uma causa que nos inspire e que nos impulsione a continuar. Podemos começar adotando pequenos gestos que, pode não parecer, mas são extraordinariamente eficazes para transformar as pessoas e as circunstâncias em que elas se encontram. Até nas nossas escolhas diárias, como os alimentos que consumimos e os produtos que utilizamos, é um ato de solidariedade. Talvez, sem perceber, algumas ações solidárias já estão incorporadas no nosso cotidiano, tais como:

  • Ajudar algum familiar em uma questão prática;
  • Recolher o lixo de parques ou outros ambientes que frequenta;
  • Ser doador de órgãos;
  • Visitar doentes e idosos;
  • Adotar um animal;
  • Dedicar seu tempo a alguém que precisa;
  • Juntar-se a grupos voluntários;
  • Ajudar alguém a largar um vício;
  • Doar roupas, alimentos, livros ou qualquer outro item para uma instituição;
  • Ceder o seu lugar em transportes públicos;
  • Consumir mais produtos de vendedores do seu bairro;
  • Oferecer para fazer compras para alguém que não pode sair de casa;
  • Dar aulas gratuitas sobre um assunto que você domina;
  • Rezar e interceder pelo próximo;
  • Ligar para alguém que está passando por dificuldades.

Deu para perceber que fazer o bem sem olhar a quem, não precisa estar relacionado com uma religião ou filosofia? Revigorar esse sentimento de empatia com todas as pessoas, independente se as conhecemos ou não, nos leva a crer que ajudar uns aos outros é condição sine qua non para o nosso bem-estar neste planeta. Afinal, como sabiamente expressa Alvaro Granha Loregian, “ninguém é tão pobre que nada possa dar e ninguém é tão rico que não precise receber”.

Para isso basta simplesmente “arregaçar as mangas” e começar!!! À medida que praticamos atos solidários, somos capazes de perceber o quanto agir pelo outro faz bem pois nos deixa mais alegres e motivados, melhorando a saúde física e mental, promovendo a autoconfiança e impulsionando o movimento do bem pelo bem. 

Fonte: Estudar Na Prática

Face a face com desafios globais sem precedentes, onde nos deparamos com drásticas mudanças climáticas e ecológicas, crises financeiras e econômicas, fome e doenças infecciosas, terrorismo e guerras que nos deixam instáveis e confusos, acreditamos que agora é a melhor hora para mostrarmos o lado bom da natureza humana: o lado do amor e da compaixão. Mesmo sendo impossível fazer tudo por todos, sempre podemos fazer o bem por e para alguém, pois certamente isso também nos fará um grande bem. Que os anjos digam amém!!!

~ Bia e Dani ~

A Magia do Natal está no ar!

Fonte: Bora nessa Trip

Quando a gente menos percebe, o ano está chegando ao fim e as festas de confraternização começam a ser organizadas, assim como os preparativos para as festas em família. Afinal, nada melhor do que comemorar o final do ano rodeado de pessoas queridas, não é mesmo?

Sem dúvida, o Natal é a data comemorativa que mais faz parte do imaginário de todos nós, encantando crianças e fazendo adultos voltarem à infância, pois tudo se transforma num mundo mágico com muitas luzes, enfeites e personagens lendários como o Papai Noel e os duendes. É impressionante como esta data, em que os cristãos comemoram o nascimento de Jesus Cristo, contagia os povos de todos os cantos do planeta, quaisquer que sejam suas crenças, neste período de festas.

Fonte: iStock

Eu, particularmente, adoro esse clima natalino que me leva a resgatar as preciosas lembranças das pessoas mais importantes da minha vida. Além disso, o Natal para mim, como declara Júlio César Cardoso, é a “época mágica de desembrulhar esperanças, de dar de presente, carinho, compreensão e amor, de construir e fortalecer a paz e a fé, de engavetar a saudade. Aquela saudade pequena, que vai ficando maior e que vai doendo um pouquinho mais à medida que o Natal vai chegando. Saudade de almas queridas, inquilinos vitalícios de nossos corações”.

Assim, passar o mês de dezembro decorando a minha casa com enfeites alusivos à essa festividade, resplandece a minha existência. Ouvir as músicas natalinas, ver as ruas e os monumentos iluminados, os shoppings lotados de crianças para tirar fotos com o Papai Noel, apreciar as árvores enfeitadas, assistir o nosso netinho Léo participando do Auto de Natal na escola é tudo muito lindo, é tudo muito mágico, não é mesmo Maria do Carmo?

Participação do Léo no Auto de Natal (Dez/2022)

No entanto, acredito que a essência de um Natal genuinamente mágico acontece quando incluímos toda a família, principalmente as crianças, a participarem dos preparativos, de forma a manter as tradições natalinas ainda mais significativas. Longe da loucura dessa época do ano em que o consumismo exagerado é surreal, fazer enfeites de Natal com o que se tem em casa é uma ótima opção para decorar inserindo toques de personalidade e, ainda, economizar. 

Sendo a solidariedade um dos sentimentos mais exacerbados nessa época do ano, a ocasião é propícia para que as crianças aprendam desde cedo a compartilhar um pouco do que têm com pessoas que pouco ou nada têm para a mesa de Natal. Explicar a importância de dividir aquilo que se tem, ajudando quem mais precisa, é um dos gestos mais nobres da época natalina, sendo uma excelente oportunidade para mostrar aos pequenos que mais gratificante do que receber, é dar. Afinal, isso sim, condiz com o verdadeiro espírito natalino!!!

Uma caixa de presente sendo presenteada - Foto: Syda Productions/ShutterStock.com
Fonte: Guia do Bebê

Outro sentimento que aflora nessa época do ano é desejarmos, de alguma forma, demonstrar nosso carinho e a nossa gratidão, não só aos nossos familiares, mas aos nossos amigos e colegas de trabalho ou de escola que, durante o decorrer do ano, nos apoiaram, proporcionando momentos de muita alegria e satisfação. 

Nesse sentido, fiquei encantada ao saber que a Cláudia, a filha mais velha da minha tia Zélia, e sua filha Mariana, deixando-se envolver pela magia do Natal, tiveram a brilhante ideia de utilizar a técnica do “origami” (arte japonesa que ensina, através da dobradura de papel, muito sobre paciência e a busca pela transformação), para fazer meias natalinas. Por ser uma forma diferente e criativa de presentear, juntamente com a família, despenderam dedicadamente várias horas aos finais de semana, fazendo as lembrancinhas para alegrar o Natal dos amigos e colaboradores do seu ambiente de trabalho.

Origami de meias natalinas

Mas… por que meia? Não sei se vocês sabem, mas a meia de Natal não serve apenas para decorar. Ela também carrega consigo uma simbologia especial: prosperidade, riqueza e boa sorte. Assim, na intenção de transmitir harmonia e vibrações positivas, elas optaram pelas meias de papel, recheando-as com deliciosos chocolates. Uma ótima sugestão, vocês não acham?

Além dos enfeites e das lembrancinhas, o Natal também passa pela cozinha, com pratos típicos saborosos que não podem faltar nesta época do ano. Envolver a família na preparação destas delícias, dando asas à imaginação para criar um cardápio temático é, certamente, uma atividade que vai tornar o Natal ainda mais mágico. Que tal preparar deliciosas receitas de Natal em família? As crianças irão adorar participar desses preparativos!!!

biscotti-di-natale
Fonte: NostroFiglio

Para fechar com chave de ouro um inesquecível Natal mágico, é claro que não poderia faltar um dos maiores símbolos que é a árvore toda decorada. Este é um dos momentos mais especiais que antecedem o Natal e é comovente ver a alegria das crianças separando ou até mesmo ajudando a fazer os enfeites para serem colocados na árvore!

decoracao-natalina-neoenergia-pernambuco.jpg
Fonte: Neoenergia Pernambuco

Criar boas lembranças que ficarão para sempre guardadas no coração dos pequenos, significa alimentar a doçura e ingenuidade que só se tem na infância e que poderão ser resgatados no nosso eu-criança em algum cantinho, na vida adulta. Afinal, qual é a primeira imagem que vem à cabeça quando pensamos no Natal? Independente da lembrança, ela vem acompanhada de muitos elementos: luzes, bolinhas de natal, presentes, presépios e vários outros adereços que tornam tudo mágico! 

Deste modo, envolver a família em todos estes preparativos para a festa de Natal é uma forma de fazer com que as lembranças venham acompanhadas da magia natalina, pois ela não está apenas nos detalhes, mas principalmente nos sentimentos que a data intensifica, criando uma atmosfera diferente que, por vezes, não conseguimos explicar, mas sabemos que é algo único e típico dessa época, que tem o poder mágico de nos deixar encantados diante da beleza das luzes coloridas, das árvores enfeitadas, das músicas temáticas, das confraternizações com amigos e da família toda reunida. 

Simmm… O Natal tem esta capacidade incrível de tocar os nossos corações, despertando princípios como a solidariedade, a inclusão e o respeito pelo próximo e pelo meio ambiente. Princípios que andam “hibernados” pela pressa do mundo contemporâneo e que clamam, cada vez mais, pela necessidade de orações em agradecimento pela vida, pela saúde e pela família.

Fonte: Nei Alberto Pies

Que neste período de festas, a contagiante magia do Natal aqueça nossas almas, espalhando sorrisos e abraços, fazendo com que a luz desta época brilhe cada vez mais forte de esperança e bondade! Como também expressa Charles Dickens, “Natal é um tempo de benevolência, perdão, generosidade e alegria. A única época do ano em que homens e mulheres parecem, de comum acordo, abrir livremente seus corações”. 

FELIZ NATAL MÁGICO PARA TODOS NÓS!!!

~ Bia ~

Uma luz que brilha na escuridão

Fonte: Grito do Livro

Hoje, dia 13 de dezembro, comemoramos o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, conhecido como “Dia do Cego”. A data mudou de nome porque a deficiência visual não se trata apenas de cegueira, mas também de baixa visão, sendo instituída em 1961 com o intuito de sensibilizar a população contra o preconceito e a discriminação, além de mostrar que ainda existem muitos desafios a serem enfrentados na busca pela garantia de direitos e pela inclusão das pessoas com deficiência visual na sociedade.

Porém, antes de mais nada é preciso entendermos que a deficiência visual pode ser definida como a perda total ou apenas parcial da visão. Pode ser congênito ou adquirido, representando para muitos, uma grande limitação. Contudo, diversas técnicas de aprendizagem e de inserção no mercado de trabalho fizeram com que a deficiência visual se tornasse apenas um pequeno detalhe diante da capacidade de seus portadores. Assim, podemos classificar a deficiência visual como:

– Cegueira: quando a pessoa não possui capacidade de enxergar ou possui esse sentido bastante limitado, com percepção mínima de luz. As pessoas cegas não conseguem visualizar nenhum material, sendo necessário, portanto, o uso de outros sentidos. A leitura e a escrita, por exemplo, é feita através do sistema braille, que permite a identificação de códigos pelo tato.

– Baixa visão: quando a pessoa consegue enxergar, por exemplo, com as letras ampliadas ou através de lentes de aumento. Algumas pessoas com baixa visão podem ter dificuldades para verificar objetos distantes, outras podem apresentar campo visual restrito, existindo até mesmo aquelas que possuem dificuldade com a distinção de determinadas cores ou, ainda, aquelas que apresentam sensibilidade exagerada à luz. 

Como podemos verificar, existem diferentes condições visuais, sendo que cada caso deve ser tratado individualmente. Entretanto, é importante ressaltarmos que pessoas que podem ter a visão corrigida por meio do uso de lentes ou cirurgias, tais como, miopia, astigmatismo ou hipermetropia, não são consideradas pessoas com deficiência visual.

Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 6,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência visual, sendo que aproximadamente 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados, pois resultam de causas previsíveis ou tratáveis.

Abril Marrom - prevenção cegueira
Fonte: Freepik

Diante desses dados, é necessário compreendermos que dentre as principais causas de cegueira temos o glaucoma, catarata, diabetes e a degeneração macular relacionada à idade. O oftalmologista Hilton Medeiros destaca que a maioria dos brasileiros não têm o hábito de fazer check-up preventivo no oftalmologista e costumam procurar um especialista para tratar destas doenças quando já está em estágio avançado ou de difícil regressão. A catarata, por exemplo, é a doença que mais causa cegueira no mundo, porém ela é cirurgicamente tratável, podendo recuperar a visão em qualquer estágio, mesmo se a pessoa já estiver ficando cega. O glaucoma, por sua vez, é a segunda maior causa de cegueira no mundo, sendo um dos distúrbios mais traiçoeiros, pois afeta a visão lentamente, sem apresentar sintomas. O oftalmologista alerta que é uma doença que evolui muito rapidamente e pode causar cegueira irreversível, pois o paciente só percebe a perda de visão quando mais de 90% das fibras já estão comprometidas.

No caso da degeneração macular relacionada à idade (DMRI), é uma doença degenerativa da retina que provoca uma perda progressiva da visão central nas pessoas acima de 50 anos. O diabetes causa alterações oftalmológicas em 40% dos portadores da doença e a retinopatia é uma das principais ameaças à visão dessas pessoas, uma vez que a doença afeta o sistema circulatório da retina, onde há células receptoras responsáveis por perceber a luz, enviando as imagens ao cérebro. O comprometimento desses vasos provoca vazamento de fluido ou sangue, causando fibrose e desestruturando a retina. À vista disso, o paciente enxergará imagens distorcidas ou borradas, podendo perder totalmente a visão.

A recomendação é a de que, se nada for detectado, o bebê vá ao oftalmologista aos três e seis meses
Fonte: R7

No que diz respeito à cegueira em crianças, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica afirma que 60% das causas de cegueira ou de grave sequela visual infantil podem ser prevenidas ou tratadas quando detectadas precocemente. Conforme o presidente da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa (ABCCR), Carlos Gabriel de Figueiredo, vários exames no bebê realizados na maternidade ― como o Teste do Olhinho ― são capazes de diagnosticar doenças que exigem tratamento imediato, como o retinoblastoma — tumor na retina — e a catarata congênita, tratados com cirurgia. A recomendação é a de que, se nada for detectado, o bebê vá ao oftalmologista aos três e seis meses para verificar sinais de má formação ocular ou estrabismo. Segundo o especialista, a partir desse momento, as consultas devem ser anuais.

Feita as devidas explicações acerca das causas que comprometem a visão, por outro lado, em algum momento você já parou para pensar como é a vida das pessoas com deficiência visual? Pois é… quando encontrarmos e tivermos que interagir socialmente com pessoas cegas, algumas atitudes devem ser adotadas, tais como:

– Falar com a pessoa de frente para ela, tocando no ombro ou braço para que possa se localizar melhor.

– Falar num tom normal de voz. A cegueira não é igual à perda de audição.

– Quando se aproximar, identificar-se; ao ir embora, avisar que está saindo.

– Ao explicar direções, ser o mais claro e específico possível; de preferência, indicar as distâncias em metros (uns vinte metros à nossa frente, por exemplo).

– Apresentá-la a outras pessoas que estejam no grupo para facilitar a integração.

– Perguntar do que ela precisa antes de tomar alguma atitude.

– Avisar sobre os obstáculos como degraus, pisos escorregadios, buracos e postes.

– Se você for guiar, oferecer o cotovelo dobrado.

– É correto dizer: pessoa com deficiência visual, cego, pessoa cega, pessoa com baixa visão.

– Ficar à vontade para usar palavras como “veja” e “olhe”, pois as pessoas com deficiência visual as empregam com naturalidade.

Fonte: The Vision Braille Centre

Caso você se interesse por mais detalhes, a Fundação Dorina Nowill que trabalha há mais de 75 anos para incluir pessoas cegas e com baixa visão, dispõe em seu site, o post “Como ajudar uma pessoa com deficiência visual sem constrangimento“. Vale muito a pena dar uma “olhadinha” pois eles demonstram como algumas atitudes simples são fundamentais para a construção de ambientes mais inclusivos.

Além disso, se a pessoa estiver acompanhada de um cão-guia, algumas recomendações do Instituto Federal Catarinense, que possui um Centro de Formação de Treinadores e Instrutores de Cães-Guia e pela iniciativa Alesc Inclusiva, da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, são extremamente importantes com relação ao animal:

  • Não brinque.
  • Não toque.
  • Não acaricie.
  • Não ofereça alimentos.
  • Não o distraia ou perturbe.
  • Fale com o dono e não com o cão.
Fonte: Brasil Escola

Dito tudo isso, é fundamental que todos percebam que as pessoas com deficiência visual podem realizar praticamente todas as atividades que uma pessoa “normal” realiza no seu dia a dia. Estudar e trabalhar, por exemplo, não são empecilhos e elas devem ser encorajadas e estimuladas a realizar essas atividades. Muitas são bastante independentes, mas algumas podem precisar de ajuda. 

Nesse caso, vamos estender nossas mãos e sermos solidários, pois como diz Airton José Marchi, “quando aprendermos a “ouvir” como um deficiente visual e a “enxergar” como um deficiente auditivo, provavelmente compreenderemos as sutilezas da natureza humana”. Que possamos refletir sobre esse tema no mesmo dia em que, não por acaso, a Igreja Católica presta homengagem à santa portadora da luz, Santa Luzia, a santa protetora dos olhos!!!

~ Dani ~

Sorriso maroto de uma Criança Especial

Fonte: Federação Médica Brasileira

Pasmem!!! Dá para acreditar que há, pelo menos, 93 milhões de crianças com deficiência no mundo e que os números podem ser muito maiores? No Brasil ainda temos um longo caminho de aprendizagem até, finalmente, aceitarmos, incluirmos e superarmos os tabus que associamos aos deficientes, sejam eles físicos ou mentais. Afinal de contas, em nosso país, segundo o IBGE, há mais de 45,6 milhões de portadores de deficiência – dos quais 3,5 milhões são crianças de 0 a 14 anos.

De acordo com a Biblioteca Virtual da Saúde, infelizmente estão entre os membros mais pobres da população, sendo menos propensas a frequentar a escola, a acessar serviços médicos ou a ter suas vozes ouvidas na sociedade. Suas deficiências também as colocam em maior risco de abuso físico e, muitas vezes, as excluem de receber nutrição adequada ou assistência humanitária em emergências.

Diante dessa triste realidade, o dia 9 de dezembro foi a data instituída para chamar a atenção para as crianças com necessidades especiais e entender o que se pode fazer para melhorar a qualidade de vida delas e garantir os seus direitos como cidadãos. Assim, torna-se necessário buscar informações para que possamos entender melhor sobre o universo delas, diminuindo o preconceito e sabendo como agir com relação às  suas necessidades.

É importante que todos saibam que muitas crianças especiais costumam levar consigo um sentimento de exclusão social, por serem vistas como diferentes. Desse modo, é de suma importância a convivência entre as pessoas, induzindo à reflexão em relação às formas de inclusão, uma vez ser relevante que as pessoas aceitem e entendam a diversidade como algo positivo, para que tenhamos uma sociedade mais inclusiva.

Fazem parte deste grupo, crianças com autismo, deficiência mental, auditiva e visual, Síndrome de Down e outras síndromes menos conhecidas, mas que também interferem no relacionamento com a sociedade. O autismo, por exemplo, é um transtorno de desenvolvimento que aparece nos três primeiros anos de vida e que compromete as habilidades de comunicação e interação social.

No entanto, através de tratamentos que avançam a cada ano, crianças autistas podem conviver sem barreiras na sociedade. Por outro lado, os portadores de Síndrome de Down, que têm 47 cromossomos em suas células, em vez de 46, no que diz respeito ao comportamento e aprendizado, não apresentam limitação, sendo capazes de exercer muitas atividades como qualquer pessoa dita normal faz.

Conforme a Federação  Médica  Brasileira (FMB), “toda família com uma criança especial desenvolve uma dinâmica particular. Em geral, eles são receosos, preocupados e ansiosos, pois temem a discriminação”, sendo este o maior desafio a ser superado, uma vez que ainda existe preconceito quanto ao deficiente, seja qual for o problema ou o grau de deficiência apresentado. Para a pedagoga Maria Fátima Silva, estes rótulos são difíceis de serem rompidos – mas não impossíveis, pois na sua opinião, “quando olhamos para as pessoas em situação de rua, falamos que são pessoas usuárias de drogas e quando olhamos para as pessoas com deficiência, dizemos que todas elas não podem. O rótulo é uma coisa muito complexa no nosso cotidiano e se desvencilhar disso é muito difícil”.

É comum que, em meio ao desconhecido, não saibamos como agir e que o medo e o preconceito falem mais alto do que a necessidade de respeitar. “O respeito à diversidade é fundamental para constituir e promover a inclusão”, completa Maria Fátima. Por isso, é fundamental entender a singularidade de cada criança especial.

Compartilhando na mesma linha de raciocínio, a psicóloga Flávia Parente destaca que a deficiência não é uma característica que minimize as habilidades das crianças especiais: “Não as chamamos de crianças com necessidades especiais, porque todos precisamos de atenção, amor, de um trabalho, de amigos, de escola. Também não falamos deficientes, porque isso confere a elas uma menor valia, como se não fossem capazes de nada. Essas crianças têm a deficiência como uma de suas características e ponto”. 

Ela enfatiza que a associação que fazemos entre a deficiência e a incapacidade de realizar tarefas é um exemplo de barreira atitudinal. Barreiras estas que se mostram como comportamentos e associações que julgam os deficientes como incapazes e dependentes, o que gera exclusão e segregação. Há também barreiras físicas, falta de acessibilidade e carência de uma estrutura que integre corretamente os deficientes à sociedade.

Nesse sentido, a FMB argumenta que felizmente, hoje, tenta-se minimizar os efeitos de tantos anos de exclusão, pois alguma evolução se percebe a partir da compreensão do que é a “deficiência”. Desse modo, substituir “deficiente” por “especial” modifica um pouco a situação da criança, pois altera a nossa atitude quando compreendemos que existem necessidades especiais, fazendo com que essa criança especial tenha a chance de se sentir reconhecida.

De fato, não podemos ignorar que, nos últimos anos, o Brasil vem apresentado diversos projetos de lei que buscam incluir, cada vez mais, as crianças e pessoas com deficiência à sociedade. Veja, a seguir, alguns destes projetos de lei e os direitos da pessoa com deficiência:

– Desde o ano 2000, deficientes, idosos e gestantes têm direito ao atendimento prioritário em serviços públicos e privados. Crianças e pessoas com diagnósticos de autismo, Síndrome de Down, deficiência mental, auditiva e visual também são resguardados pela lei.

– Em 2016 entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), que garante a crianças e pessoas com deficiência o acesso às tecnologias assistivas, à saúde pública, e à educação nas redes públicas e privadas. Desde então, nenhum colégio privado pode negar matricular alguém com deficiência, e ainda menos cobrar taxas extras por conta das necessidades dos seus filhos.

– A Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) garantem o direito ao educador especial em sala de aula. Todas as crianças especiais também têm direito ao AEE (Atendimento Educacional Especializado) para complementar o ensino regular, no turno contrário ao que a criança está matriculada. Exemplo: se a criança estudar de manhã, o AEE será no período da tarde.

– Empresas com 100 empregados ou mais devem fornecer de 2% a 5% de todas as suas vagas destinadas às pessoas com deficiência. Caso a quota não seja cumprida, a empresa pode ser multada!

Posto isso, considero ser de bom-tom termos em mente que não só o dia 9 de dezembro, mas todos os dias sejam dias de reflexão, sensibilização e luta de todos nós na construção de uma sociedade mais inclusiva e igual para todos, onde possa prevalecer o amor e o sorriso maroto de uma criança especial, que merece todo o nosso carinho e a nossa atenção! Vocês não concordam?

~ Dani ~