Rir é o melhor remédio e é de graça

Fonte: Freepik

Você já percebeu como nos sentimos bem mais leves quando damos boas gargalhadas? Justamente pelo fato de nos proporcionar essa agradável sensação de alegria, o riso deveria estar presente diariamente em nossas vidas, mas como estamos sempre atarefados, as atividades que promovem as deliciosas risadas acabam sendo deixadas para trás, não é mesmo? 

O sorriso, como sabemos, é a primeira linguagem não-verbal que aprendemos, sendo muito eficaz, não só para melhorar o estado de espírito das pessoas que nos rodeiam, como também por ser uma forma segura de nos relacionarmos com desconhecidos, tendo o poder “mágico” de nos conectar com todos os nossos semelhantes. 

Não por acaso, o riso também ganhou uma data para ser lembrada. Isso mesmo! Hoje, 18 de janeiro, é o Dia Internacional do Riso, que foi instituído em 1995 pelo médico indiano Madan Kataria, fundador do movimento Yoga do Riso, cujo objetivo principal é promover laços entre as pessoas sem que existam quaisquer julgamentos. 

Partindo do princípio de que a mente é muito complexa, mas o corpo é bem mais fácil de compreender, ao observar o comportamento das pessoas tristes e deprimidas, Dr. Kataria percebeu que a linguagem corporal era semelhante ao estado de espírito, ou seja, menos efusiva e mais arrastada. Ao verificar que forçar o corpo a alterar a postura, seria possível obter um efeito positivo para a mente, fundou o movimento Yoga do Riso, que cria um estado mental positivo, promovendo uma atitude de esperança e de otimismo, uma vez que, ao sorrir, o organismo libera os chamados hormônios da felicidade (endorfina e serotonina), que geram no corpo os efeitos de alívio da dor e na mente, a sensação de bem-estar.

Esse movimento terapêutico, capaz de curar a depressão sem precisar de remédios, consiste na combinação de pranayama (respiração de ioga) e incontroláveis risadas fictícias. Isso porque, segundo estudos científicos, o cérebro não consegue diferenciar o riso verdadeiro do falso, proporcionando os mesmos benefícios.

Fonte: Notícias ao Minuto

Desse modo, nada melhor do que sorrirmos sem moderação, pois ele não tem contra-indicação!!! Além de ajudar a manter o equilíbrio emocional, aumentando, consequentemente, a autoestima e o alto astral, o sorriso diminui a intensidade de emoções negativas como assegura a psicóloga Silvia Cury Ismael, ao concordar com o médico indiano que “rir é importante para a saúde mental, pois diminui o risco de doenças psicossomáticas, como a depressão, ansiedade e estresse”.

Sem contar que, segundo Dr. Abrão Cury, cardiologista do HCor, rir faz um bem “danado” para o coração, ajudando no bom funcionamento do sistema cardíaco pois “quando você sorri, seu fluxo sanguíneo aumenta, auxiliando no controle da pressão arterial e protegendo contra ataques cardíacos e outros problemas cardiovasculares”.

Fonte: Holmes Place

Assim, dar risadas ou apenas sorrir é, sem dúvida, um ótimo método preventivo e terapêutico, pois ao fortalecer o sistema imunológico e reduzir o risco de desenvolvimento de doenças relacionadas ao estresse, ajuda na diminuição de prescrições médicas. Para se ter uma ideia, para que possamos sorrir, o corpo humano precisa movimentar aproximadamente 80 músculos. O riso “mexe” com o cérebro, garganta, coração, tórax, pernas, pés, além do rosto, é claro! 

Essa maravilhosa forma de expressar alegria, além de trazer inúmeros benefícios acima mencionados, promove a queima de calorias, melhora a qualidade de sono, fortalece o abdômen, melhora a respiração e a digestão, atua na prevenção de doenças como diabetes, artrites e enxaquecas, estimula a criatividade, induz ao fortalecimento de laços com outras pessoas e o melhor de tudo é que retarda o aparecimento das indesejadas rugas durante o processo de envelhecimento.

Infelizmente, à medida que nos tornamos adultos, vamos “desaprendendo” a dar risadas, impondo, às vezes, condições que limitam o riso. Imagine se todos nós continuássemos sorrindo, na mesma proporção que as crianças soltam gargalhadas, sem nenhum motivo aparente, só de caminhar ao lado uma das outras? Com o tempo, vamos perdendo o hábito do riso espontâneo, do riso que vem do compartilhamento de momentos felizes, de compreender que tudo acontece em seu tempo, momentâneo, breve, passageiro…

Fonte: Acorda Cidade

Mas, como sorriso é de graça e está sempre disponível para utilizarmos a qualquer momento, os especialistas afirmam que é possível “reaprender” a dar risadas através do condicionamento neurológico, apontando que se exercitarmos os músculos do riso, estes irão responder de modo mais natural, sempre que nos depararmos com algo divertido. Afinal, rir todos os dias é um truque em deixar de procurar a felicidade e aprender a cultivar a alegria.  

Inclusive, alguns médicos utilizam a terapia do riso para melhorar o humor dos pacientes, sendo que um dos grupos mais conhecidos atualmente são os Doutores da Alegria, uma organização sem fins lucrativos que introduziu a arte do palhaço no universo da saúde, intervindo junto a crianças, adolescentes e outros públicos em situação de vulnerabilidade e risco social em hospitais públicos.

Fonte: Direção Cultura Produções

Uma dose diária de sorriso é contagiante e quem está sempre bem humorado, consegue olhar para as situações de risco de modo mais realista e menos ameaçador. Assim, nada melhor do que estarmos sempre criando oportunidades para rir como, por exemplo, assistindo filmes de comédia, cercando-se de pessoas felizes e participando de entretenimentos engraçados. 

Diversas pesquisas também comprovam que, ao sorrir, você automaticamente gera mais empatia e confiança nas pessoas à sua volta, visto ser muito mais fácil se identificar com alguém que está sempre com um sorriso no rosto, não importando ser um desconhecido ou alguém muito próximo. Seja no trabalho, na escola ou no ambiente familiar, a característica solta e transitória do sorriso também nos ajuda a olhar para a vida com menos peso pois, ao sorrirmos, ficamos mais resilientes, tal qual dizia William Shakespeare que “é mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada”.

Fonte: Eu sem Fronteiras

Sorrir tende a atrair pessoas para perto de nós, pois ficamos mais atraentes quando sorrimos. Prova disso é sair um dia na rua sem mostrar os dentes para ninguém e, no outro, sorrir para todas as pessoas que encontrarmos. Muito provavelmente nosso sorriso vai contagiar e gerar experiências inusitadas pois “sorrir um para o outro, sorrir para a sua esposa, sorrir para o seu marido, sorrir para os seus filhos, sorrir um para o outro – não importa quem seja – ajudará a crescer um amor maior de um pelo outro”, como orientava Madre Teresa de Calcutá.

Então, que tal buscarmos tudo aquilo que nos faz sorrir e usar esses recursos sempre que for possível? Como expressava nosso grande humorista Chico Anísio: “Sorrir é e sempre será o melhor remédio”!!! Sorria… mesmo que você não esteja sendo filmado, hehe…

~ Bia ~

Sorriso maroto de uma Criança Especial

Fonte: Federação Médica Brasileira

Pasmem!!! Dá para acreditar que há, pelo menos, 93 milhões de crianças com deficiência no mundo e que os números podem ser muito maiores? No Brasil ainda temos um longo caminho de aprendizagem até, finalmente, aceitarmos, incluirmos e superarmos os tabus que associamos aos deficientes, sejam eles físicos ou mentais. Afinal de contas, em nosso país, segundo o IBGE, há mais de 45,6 milhões de portadores de deficiência – dos quais 3,5 milhões são crianças de 0 a 14 anos.

De acordo com a Biblioteca Virtual da Saúde, infelizmente estão entre os membros mais pobres da população, sendo menos propensas a frequentar a escola, a acessar serviços médicos ou a ter suas vozes ouvidas na sociedade. Suas deficiências também as colocam em maior risco de abuso físico e, muitas vezes, as excluem de receber nutrição adequada ou assistência humanitária em emergências.

Diante dessa triste realidade, o dia 9 de dezembro foi a data instituída para chamar a atenção para as crianças com necessidades especiais e entender o que se pode fazer para melhorar a qualidade de vida delas e garantir os seus direitos como cidadãos. Assim, torna-se necessário buscar informações para que possamos entender melhor sobre o universo delas, diminuindo o preconceito e sabendo como agir com relação às  suas necessidades.

É importante que todos saibam que muitas crianças especiais costumam levar consigo um sentimento de exclusão social, por serem vistas como diferentes. Desse modo, é de suma importância a convivência entre as pessoas, induzindo à reflexão em relação às formas de inclusão, uma vez ser relevante que as pessoas aceitem e entendam a diversidade como algo positivo, para que tenhamos uma sociedade mais inclusiva.

Fazem parte deste grupo, crianças com autismo, deficiência mental, auditiva e visual, Síndrome de Down e outras síndromes menos conhecidas, mas que também interferem no relacionamento com a sociedade. O autismo, por exemplo, é um transtorno de desenvolvimento que aparece nos três primeiros anos de vida e que compromete as habilidades de comunicação e interação social.

No entanto, através de tratamentos que avançam a cada ano, crianças autistas podem conviver sem barreiras na sociedade. Por outro lado, os portadores de Síndrome de Down, que têm 47 cromossomos em suas células, em vez de 46, no que diz respeito ao comportamento e aprendizado, não apresentam limitação, sendo capazes de exercer muitas atividades como qualquer pessoa dita normal faz.

Conforme a Federação  Médica  Brasileira (FMB), “toda família com uma criança especial desenvolve uma dinâmica particular. Em geral, eles são receosos, preocupados e ansiosos, pois temem a discriminação”, sendo este o maior desafio a ser superado, uma vez que ainda existe preconceito quanto ao deficiente, seja qual for o problema ou o grau de deficiência apresentado. Para a pedagoga Maria Fátima Silva, estes rótulos são difíceis de serem rompidos – mas não impossíveis, pois na sua opinião, “quando olhamos para as pessoas em situação de rua, falamos que são pessoas usuárias de drogas e quando olhamos para as pessoas com deficiência, dizemos que todas elas não podem. O rótulo é uma coisa muito complexa no nosso cotidiano e se desvencilhar disso é muito difícil”.

É comum que, em meio ao desconhecido, não saibamos como agir e que o medo e o preconceito falem mais alto do que a necessidade de respeitar. “O respeito à diversidade é fundamental para constituir e promover a inclusão”, completa Maria Fátima. Por isso, é fundamental entender a singularidade de cada criança especial.

Compartilhando na mesma linha de raciocínio, a psicóloga Flávia Parente destaca que a deficiência não é uma característica que minimize as habilidades das crianças especiais: “Não as chamamos de crianças com necessidades especiais, porque todos precisamos de atenção, amor, de um trabalho, de amigos, de escola. Também não falamos deficientes, porque isso confere a elas uma menor valia, como se não fossem capazes de nada. Essas crianças têm a deficiência como uma de suas características e ponto”. 

Ela enfatiza que a associação que fazemos entre a deficiência e a incapacidade de realizar tarefas é um exemplo de barreira atitudinal. Barreiras estas que se mostram como comportamentos e associações que julgam os deficientes como incapazes e dependentes, o que gera exclusão e segregação. Há também barreiras físicas, falta de acessibilidade e carência de uma estrutura que integre corretamente os deficientes à sociedade.

Nesse sentido, a FMB argumenta que felizmente, hoje, tenta-se minimizar os efeitos de tantos anos de exclusão, pois alguma evolução se percebe a partir da compreensão do que é a “deficiência”. Desse modo, substituir “deficiente” por “especial” modifica um pouco a situação da criança, pois altera a nossa atitude quando compreendemos que existem necessidades especiais, fazendo com que essa criança especial tenha a chance de se sentir reconhecida.

De fato, não podemos ignorar que, nos últimos anos, o Brasil vem apresentado diversos projetos de lei que buscam incluir, cada vez mais, as crianças e pessoas com deficiência à sociedade. Veja, a seguir, alguns destes projetos de lei e os direitos da pessoa com deficiência:

– Desde o ano 2000, deficientes, idosos e gestantes têm direito ao atendimento prioritário em serviços públicos e privados. Crianças e pessoas com diagnósticos de autismo, Síndrome de Down, deficiência mental, auditiva e visual também são resguardados pela lei.

– Em 2016 entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), que garante a crianças e pessoas com deficiência o acesso às tecnologias assistivas, à saúde pública, e à educação nas redes públicas e privadas. Desde então, nenhum colégio privado pode negar matricular alguém com deficiência, e ainda menos cobrar taxas extras por conta das necessidades dos seus filhos.

– A Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) garantem o direito ao educador especial em sala de aula. Todas as crianças especiais também têm direito ao AEE (Atendimento Educacional Especializado) para complementar o ensino regular, no turno contrário ao que a criança está matriculada. Exemplo: se a criança estudar de manhã, o AEE será no período da tarde.

– Empresas com 100 empregados ou mais devem fornecer de 2% a 5% de todas as suas vagas destinadas às pessoas com deficiência. Caso a quota não seja cumprida, a empresa pode ser multada!

Posto isso, considero ser de bom-tom termos em mente que não só o dia 9 de dezembro, mas todos os dias sejam dias de reflexão, sensibilização e luta de todos nós na construção de uma sociedade mais inclusiva e igual para todos, onde possa prevalecer o amor e o sorriso maroto de uma criança especial, que merece todo o nosso carinho e a nossa atenção! Vocês não concordam?

~ Dani ~