“Não sois máquinas, homens é que sois…”

Fonte: Pulsar

É com essa indelével frase de Charles Chaplin que vou começar a discorrer sobre o Dia Mundial de Combate às Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort). Hoje, 28 de fevereiro, é a data escolhida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT),  agência multilateral da Organização das Nações Unidas (ONU), especializada nas questões do trabalho, para chamar a atenção para esses distúrbios que têm relação direta com o trabalho e que atingem milhões de trabalhadores.

Mas, você sabe o que é LER/Dort?

Para entendermos melhor, é preciso esclarecer que em relação ao trabalho propriamente dito, quando algumas precauções não são tomadas, alguns distúrbios podem aparecer, como a LER (Lesões por Esforços Repetitivos), que está inclusa em um grupo de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort). Apesar de ser menos conhecido do que a LER, o termo Dort foi introduzido para substituí-la, pois existem outros tipos de sobrecarga no trabalho que podem ser prejudiciais, como excesso de força, vibração constante de algum objeto de trabalho e as posturas inadequadas para a execução das tarefas, que também são nocivas ao trabalhador.

Fonte: Suzanclin

Dentre alguns distúrbios mais frequentes estão as tendinites (principalmente na região do ombro, cotovelo e punho), as lombalgias (dores na região lombar) e as mialgias (dores musculares em vários locais do corpo), podendo afetar pessoas de diferentes idades e passíveis de acometê-las em qualquer tipo de trabalho que seja executado de forma inadequada ou que não respeite os limites do corpo. A constituição física também é um fator de risco, precisando ser investigados cuidadosamente, uma vez que podem ser resultado de condições relacionadas ao trabalho somadas às condições extra laborais.

Apesar dos sinais de LER serem identificados desde a Antiguidade, foi a partir da Segunda Revolução Industrial, em 1850, ocasião em que os trabalhadores começaram a adquirir importância socioeconômica, que seu “adoecimento” começou a ser objeto de estudo por parte da ciência, proliferando-se assim, descrições de trabalhadores com casos de LER/Dort.

Neste contexto, o filme Tempos Modernos (1936) retrata extraordinariamente a condição do homem naquele período, como uma peça dentro de um mecanismo industrial, em que Carlitos, o personagem de Charles Chaplin, passa longas horas desempenhando uma mesma tarefa na linha de produção e mostrando que a não adaptabilidade ao ritmo da esteira, simboliza a submissão do homem ao ritmo imposto pela máquina. Ao mesmo tempo, no momento em que ele sai do ambiente de trabalho, reproduzindo o mesmo movimento realizado na esteira fabril, mostra como a especialização do trabalho impõe uma repetição que anula completamente o significado do trabalho em sua vida. Em outros termos, o homem se transforma em uma mera extensão da máquina.

Fonte: Viewpoint Magazine

Mesmo sendo bastante cômicas as situações encenadas no filme, podemos ver que a sátira está atrelada a uma forte e consciente mensagem que desafiou a lógica do trabalho industrial, expondo que, dentre diversos problemas que o desenvolvimento capitalista e seu processo de industrialização trouxeram à classe trabalhadora, evidenciou-se a prevalência cada vez maior das LER/Dort, acometendo trabalhadores de diversos setores em todo o mundo onde, segundo o Ministério Público do Trabalho, registros de epidemias foram constatados na Inglaterra, países escandinavos, Japão, Estados Unidos, Austrália e Brasil. Conscientizar trabalhadores sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento é o remédio mais eficiente para minimizar essa “doença” profissional, de forma que, desde 2000, o último dia do mês de fevereiro é lembrado em vários países como o Dia Internacional de Conscientização sobre as LER/Dort.

Considerando que esses distúrbios pode atingir qualquer pessoa que execute determinado movimento repetidamente, como limpar a casa, carregar peso, tricotar, jogar videogame e, em voga, a digitação intensa que vem, atualmente, contribuindo para o aumento do número de casos de doenças ocupacionais, é interessante sabermos que dentre os principais sintomas de LER/Dort estão:

  • Dor localizada, especialmente nos membros superiores e dedos;
  • Dificuldade de movimentação;
  • Fraqueza, cansaço, peso, dormência, formigamento, sensação de diminuição, perda ou aumento de temperatura e sensibilidade;
  • Redução na amplitude do movimento;
  • Dificuldades para o uso dos membros, particularmente das mãos e, mais raramente, sinais flogísticos e áreas de hipotrofia ou atrofia.

De acordo com a Escola Paulista de Medicina, esses sintomas podem ser exacerbados ao realizar determinados movimentos, mas também é importante observar quanto tempo duram, quais atividades o agravam, qual a sua intensidade e se há sinais de melhora com o repouso, nos feriados, fins de semana, férias, ou não. Normalmente os sintomas iniciam de forma leve e pioram apenas nos momentos de pico de produção, no final do dia, ou no final da semana, mas se o tratamento não for iniciado e se não forem tomadas medidas de prevenção, existe uma piora do quadro e os sintomas se tornam mais intensos e a atividade profissional fica prejudicada.

Fonte: Freepik

Vale ressaltar que a demora em tratar do problema pode trazer um problema ainda maior, exigindo, em alguns casos, fisioterapia, intervenção cirúrgica ou, até mesmo, a troca do posto de trabalho pode ser uma opção para que a cura seja alcançada. Na fisioterapia, algumas orientações para o dia a dia envolvem opções de alongamentos, movimentos que devem ser evitados e o que se pode fazer em casa para se sentir melhor. Inclusive, uma boa estratégia caseira é colocar uma compressa de gelo sobre a articulação dolorida, deixando atuar por 15 a 20 minutos.

O tratamento em caso de LER/Dort é demorado, havendo períodos de grande melhora ou de estagnação, e por isso é preciso ter paciência e cuidar da saúde mental durante esse período para evitar o quadro depressivo, de modo que atividades ao ar livre como caminhada e corrida, exercícios como Pilates e hidroginástica são as opções mais recomendadas. Entretanto, o combate à LER/Dort é uma via de mão dupla, pois além dos ajustes no ambiente e da adoção de medidas preventivas como equipamentos adequados ergonomicamente por parte da empresa, as ações individuais também fazem a diferença. Como exemplo de cuidados, a fisioterapeuta Ana Fraga, professora do curso de Fisioterapia da Estácio, sugere boas práticas como:

  • Pausar as tarefas e fazer alongamentos nos períodos que não prejudiquem sua produção;
  • Trocar de tarefas ao longo do dia, evitando assim os esforços repetitivos;
  • Fazer pausas de 15 a 20 minutos a cada três horas, a fim de poupar os músculos e tendões;
  • Ingerir líquidos para que todas as estruturas corporais sejam bem hidratadas, o que diminui o risco de lesões.

Além desses cuidados, a Escola Paulista de Medicina recomenda manter sempre uma postura apropriada durante o horário de trabalho, com as costas eretas e bem apoiadas no encosto da cadeira, respeitar os limites do corpo, utilizar apoios ergonômicos para os punhos e pés durante a utilização do computador, manter o monitor na altura dos olhos para não ter que forçar o pescoço para baixo, utilizar cintas e outros acessórios de proteção fornecidos pela empresa ao executar tarefas que exigem força física, praticar exercícios físicos regularmente e manter um estilo de vida saudável.

Fonte: CIEE/PR

Assim, como forma de prevenção e contribuição para a qualidade de vida no ambiente de trabalho, a instituição aponta que a ginástica laboral também deve (ou deveria) ser executada no próprio local de trabalho, tendo como principais objetivos a prevenção das LER/Dort, a diminuição do estresse, dores musculares, fadiga, tensão muscular, aumento da consciência corporal, melhora do condicionamento físico, flexibilidade, coordenação e resistência, atuando de forma preventiva e terapêutica.

Diante do exposto, a falta de informação, tanto do empregador como do trabalhador, ainda é um forte obstáculo contra a prevenção das LER/Dort. Se de um lado, temos a falta de investimento em melhores condições de trabalho e do outro, o medo de perder o emprego, muitas vezes ocultando a dor até chegar à incapacidade laboral, precisamos ter em mente que, acima de tudo, não somos máquinas, mas pessoas “de carne e osso”. Como vivemos numa sociedade que busca evoluir de modo mais eficiente e produtivo, é fundamental “blindar” o nosso corpo e a nossa mente acerca dos processos mecânicos e repetitivos onde, vira e mexe, acabamos trabalhando como complemento de uma máquina. Vale a pena refletirmos sobre essa questão pois, como já comentei anteriormente, prevenir ainda é melhor do que remediar!!!

~ Bia ~

Você já ouviu falar sobre a Síndrome de Asperger?

Fonte: CNN Brasil

Estava procurando um tema sobre inclusão para postar este mês e, ao consultar o calendário das datas comemorativas, deparei-me com o Dia Internacional da Síndrome de Asperger, que é comemorado no dia 18 de fevereiro. Como sou portadora da Síndrome de Usher (Dani), fiquei curiosa pois, leiga no assunto, não tinha conhecimento sobre essa síndrome e resolvi, então, pesquisar para ver do que se tratava. 

De acordo com a nova versão da Classificação Internacional de Doenças (CID), houve uma alteração no que, até então, é conhecido por Síndrome de Asperger, sendo agora incluso no chamado Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) que, segundo o site Drauzio Varella, “engloba diferentes condições marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo”.

Assim, compreendendo o autismo na condição de espectro, é interessante sabermos que ele recebe esse nome (spectrum) porque envolve situações e apresentações muito diferentes umas das outras, que vai numa gradação da mais leve à mais grave. Todas, porém, relacionadas, em menor ou maior grau, com as dificuldades de comunicação e relacionamento social.

Segundo a Associação dos Amigos do Autista (AMA), estima-se que 1 em cada 160 crianças tenha um TEA, sendo essa estimativa um valor médio, uma vez que a prevalência observada varia consideravelmente entre os diferentes estudos, como demonstra, por exemplo, o levantamento mais recente do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos, onde números significativamente maiores foram registrados, indicando a prevalência de 1 caso para cada 44 crianças. A AMA também informa que, segundo estudos epidemiológicos realizados nos últimos 50 anos, a prevalência global desses transtornos parece estar aumentando e dentre as explicações possíveis para este aparente aumento da prevalência, inclui maior conscientização, expansão de critérios diagnósticos, melhores ferramentas de diagnóstico e melhor comunicação.

Como a Síndrome de Asperger varia muito de pessoa para pessoa, algumas dificuldades podem não ser reconhecidas e diagnosticadas até a idade adulta. As causas ainda não são totalmente compreendidas, existindo apenas algumas informações que levam a pensar que seja provocada por um conjunto de fatores neurobiológicos que afetam o desenvolvimento cerebral. Diferente do autismo clássico, as pessoas com Síndrome de Asperger não apresentam comprometimento intelectual e atraso cognitivo. Por isso, os primeiros sintomas e sinais podem aparecer nos primeiros anos de vida da criança, mas raramente são percebidos pelos pais como algo negativo, especialmente se as manifestações forem leves. A grande maioria dos diagnósticos é feita na fase escolar, quando a dificuldade de socialização, considerada a característica mais significativa do distúrbio, manifesta-se com maior intensidade, juntamente com o desinteresse por tudo que não se relacione com o hiperfoco de atenção.

Porém, é preciso entendermos que os autistas, incluindo aqueles com Síndrome de Asperger, têm dificuldade em interpretar a linguagem verbal e as sutilezas da linguagem não verbal como gestos ou tom de voz, não conseguindo compreender quando as pessoas utilizam uma determinada palavra com segunda interpretação. Por exemplo, quando alguém utiliza a expressão “aquela mulher é uma gata”, para eles é muito difícil compreender que gata, nesse contexto, significa beleza e não o animal. 

Desse modo, apesar de terem boas habilidades linguísticas, os portadores da Síndrome de Asperger podem ter muitas dificuldades para entender metáforas, piadas, ironias, expressões faciais e conceitos abstratos, sendo essencial comunicarmos de forma clara e consistente, dando-lhes o tempo necessário para processar o que foi dito. Podem repetir o que a outra pessoa acabou de dizer (ecolalia) ou conversar extensamente sobre seus próprios interesses.

Eles também têm dificuldade em reconhecer ou entender os sentimentos e intenções de outras pessoas e, até mesmo, em expressar suas próprias emoções, de forma que para eles é difícil a interação no mundo social. Eles podem parecer insensíveis, podem buscar o  isolamento quando sobrecarregados por outras pessoas e se comportar  “estranhamente” ou de uma maneira considerada, por outros, como socialmente inapropriada. Alguns podem desejar interagir e fazer amigos, mas podem não ter certeza de como realizar isso, de forma que o mundo pode parecer um lugar imprevisível e confuso para pessoas com Síndrome de Asperger. 

Muitos preferem ter uma rotina diária pré-estabelecida, como por exemplo, seguir o mesmo trajeto para a escola ou trabalho e comer os mesmos alimentos todos os dias. Nesse sentido,  pode ser difícil aceitar algo diferente, uma vez que eles tenham aprendido a maneira “certa” de fazê-lo. Podem não se sentir confortáveis ​​com a ideia de mudança, mas podem lidar melhor com uma abordagem, desde que avisados com antecedência, não apresentando, como dito anteriormente, dificuldades de aprendizagem que muitos autistas têm. 

Possuem inteligência média ou acima da média e costumam ter interesses muito específicos e intensos ainda na infância, que podem mudar ao longo do tempo ou manter-se inalterados ao longo da vida, como por exemplo, o interesse por artes, música, astronomia, insetos, carros, computadores, entre tantos outros. Muitos aprofundam seu interesse a tal ponto que esse hiperfoco se transforme em uma habilidade fundamental para seu bem-estar.

Pessoas com Síndrome de Asperger também podem experimentar maior ou menor sensibilidade a sons, toques, gostos, cheiros, luz, cores, temperaturas ou dores. Por exemplo, eles podem identificar certos tipos de sons que outras pessoas ignoram ou sentir dores físicas com sons que, para eles, possam parecer insuportavelmente altos. Da mesma forma, luzes ou objetos giratórios podem deixá-los fascinados.

Como podemos observar, é mais difícil para quem tem a Síndrome de Asperger, se relacionar com outras pessoas, participar da vida familiar, escolar, social e corporativa. Pessoas “normais” parecem saber, intuitivamente, como comunicar e interagir uns com os outros, mas as pessoas com essa síndrome se questionam porque são “diferentes” e percebem que suas diferenças sociais significam que as pessoas não as entendem.

É o que relata a escritora Kenya Diehl, à CNN Brasil. Autora de três livros sobre o assunto, ela também atua como digital influencer ao falar abertamente sobre a vivência com autismo no Instagram. Na obra “Autismo é vida – Por dentro do meu cérebro autista”, ela narra a sua história de vida, as dificuldades e abusos sofridos, afirmando que as experiências negativas transformaram a forma como ela busca se inserir na sociedade: “eu entendi que eu podia me adaptar ao mundo e que eu não iria ser igual às outras pessoas. Passei a me preservar, sabendo que determinados locais não são ideais pra mim. A função sensorial pode ser prejudicada por muito barulho, por exemplo. Antes eu ia para ser igual aos outros, não faço mais coisas que me machuquem e me coloquem em risco”.

Diante do exposto, não temos como negar que o diagnóstico de TEA pode trazer angústia, não só para a família mas principalmente para o portador desse transtorno. Por isso é imprescindível que as pessoas envolvidas – pais, irmãos, parentes e amigos – conheçam as características do espectro e aprendam as técnicas que facilitem a autossuficiência e a comunicação da criança e até mesmo do adulto autista, além do relacionamento entre todos que com eles convivem. Embora as famílias possam encontrar fontes de apoio como a AMA (Associação dos Amigos dos Autistas) e a AAMPARA (Associação de Atendimento e Apoio ao Autista), a psicopedagoga Márcia Queiroz aconselha os pais a enfrentar as dificuldades e as limitações de seu filho, sem jamais desistir, orientando para que compreendam que mesmo longe daquilo que sonharam para seus filho, a vida pode ser linda e cheia de aprendizado. Ela ressalta que as pessoas autistas que alcançaram êxito tiveram, na maioria das vezes, apoio incondicional de suas familias.

A nível de curiosidade, dentre os famosos com Síndrome de Asperger, a Vittude cita: Bill Gates, Vincent Van Gogh, Albert Einstein, Isaac Newton, Nikola Tesla, Steven Spielberg, Tim Burton, Woody Allen, Keanu Reeves, Lionel Messi, Michael Phelps e Ludwig Van Beethoven. Por ser menos severo que grande parte dos casos de autismo, como podemos verificar, o Asperger permite que muitos portadores levem uma vida normal e, em muitos casos, até com certas habilidades acentuadas.

Posto isto, uma vez que também sou portadora de uma síndrome, posso autenticar que para nós, pessoas com deficiência, quaisquer que elas sejam, a vida se torna mais leve e mais fácil de ser “conquistada”, quando temos o apoio e o incentivo da nossa família e dos nossos amigos, que buscam conosco, um lugar ao sol. 

~ Dani ~

“Tem maior presente que o amor de um gato?”

Fonte: Freepik

Talvez sim, talvez não! Mas é com essa pergunta proferida pelo famoso romancista inglês Charles Dickens (1812-1870), que abro o post de hoje. Não é à toa que ele era apaixonado por esse “bichano” pois, com sua postura aristocrática, os gatos são conhecidos pela delicadeza, olhar profundo, espírito cúmplice e brincalhão. De natureza independente, são excelentes companheiros, com a vantagem de não exigirem muita atenção, pois adaptam-se facilmente ao estilo de vida moderno, mantendo-se sempre limpos e asseados. 

Fonte: Petz

Como tudo no gato é exclusivo, existindo até mesmo o mito de que possui sete vidas, muito provavelmente é um dos poucos animais no mundo que tem o privilégio de ser homenageado mais de uma vez por ano. Desse modo, segundo o Calendarr, o Dia Mundial do Gato é comemorado anualmente em 17 de fevereiro, com o objetivo de ajudar a promover uma campanha contra os maus tratos. Nos Estados Unidos, comemora-se no dia 29 de outubro e por lá também tem o Dia Nacional do Gato Preto, celebrado no dia 17 de novembro, além de ser o protagonista do Dia de Abraçar Seu Gato, em 4 de junho. Internacionalmente, é comemorado em 8 de agosto, criado em 2002, por iniciativa da International Fund for Animal Welfare (IFAW), objetivando debater e conscientizar sobre a importância e o papel desse animal de estimação em todo o planeta.

Fonte: Meus Animais

Qualquer que seja a data a ser comemorada, vale ressaltar que ao longo da história, os gatos eram considerados animais de proteção, tornando os ambientes mais seguros. Suas habilidades em caçar roedores e outros insetos capazes de transmitir doenças, sempre gerou confiança naqueles que os escolhiam como animais de estimação. Até mesmo nos dias atuais, eles continuam “conquistando” os ambientes familiares, graças à sua autonomia, independência e beleza, dignas de admiração.

Fonte: Petlove

Assim, adotar um gato é um lindo gesto de amor e carinho, sendo que muitos tutores dizem que não foram eles que o escolheram, mas que foi o gato que o adotou. Por terem comportamentos muito peculiares, será que ele tem mesmo o “poder” de escolher seu tutor? Apesar de muitas pessoas acharem que gatos são menos apegados a seus donos por serem independentes, uma pesquisa (Vínculo de apego entre gatos domésticos e humanos) concluiu que 64% dos gatos se sentem seguros com seus donos, taxa semelhante ao nível de segurança de cachorros e bebês recém-nascidos. Desse modo, como os gatos são sociáveis, buscam alguém para conviver, escolhendo seus donos por se sentirem confortáveis e por receberem boas condições de vida. Vocês já devem ter percebido como é comum os gatos de rua se aproximarem ou ficarem na porta da casa de alguém esperando comida. Isso acontece porque eles sentem segurança nessa pessoa e acham que ela vai ajudá-los.

Fonte: Sonhos da Alma

Porém, se o ambiente for desconfortável ou não se sentir à vontade, o gato simplesmente vai embora, pois sabe muito bem se virar sozinho. Se um deles decide continuar na sua casa, pode ter certeza que é porque confia em você e se sente amado. No meu caso, foi a Dolly, uma linda gata frajola, que me adotou e me ajudou a superar uma fase difícil da minha vida. Na época, estava morando na casa da minha mãe e até a gata se aproximar, ficou durante vários dias me observando, em cima do muro. Na medida que fui deixando água e ração no quintal, ela foi sorrateiramente se aproximando e logo me encantei com seu jeitinho meigo e delicado. Da mesma forma, a gatinha malhada Tika apareceu, de mansinho, na casa da minha tia Zélia, tentando confortá-la num momento em que ela estava muito triste, sentindo enorme saudade da sua, até então, inseparável e dócil boxer Lilica, que lhe fizera companhia durante tantos e tantos anos.

Léo brincando com a Tika na casa da tia Zélia (Dez/2022)

Posto isso, não é de se estranhar que a presença dos gatos seja repleta de espiritualidade e existem muitas crenças associadas a esses animais. Acredita-se que eles são capazes de perceber boas energias e que se aproximam de pessoas que emanam vibrações positivas. Diz-se também que são dotados de um sexto sentido e não só sentem as energias negativas, mas absorvem-nas e as eliminam de dentro de casa.

Fonte: Pet Pillow

Entretanto, seja pelo significado místico ou pelo amor que sentimos por esse adorável bichano, sua presença é sempre benéfica. De acordo com pesquisas da Universidade de Minnesota, em Minneapolis, nos Estados Unidos, a presença de gatos é relaxante, reduz o estresse, atenua a depressão, tem efeito terapêutico em pessoas com problemas de comunicação ou socialização e diminui o risco de problemas cardiovasculares, sem contar que a interação das crianças com os gatos, contribui para o seu desenvolvimento cognitivo, motor, emocional e social, diminuindo a insegurança e ansiedade. A boa notícia é que todos esses benefícios estão comprovados em um estudo publicado no periódico Frontiers in Veterinary Science que descobriu, inclusive, que crianças com autismo que crescem interagindo com gatinhos apresentam comportamentos bem mais sociáveis, pois os felinos têm a capacidade de  propiciar um valioso apoio emocional. 

Fonte: Vet Quality

Além disso, a médica veterinária comportamentalista Carolina Rocha, adiciona que crianças em contato, não só com gatos mas também com outros animais de estimação, têm menos riscos de tosse e questões respiratórias, como a asma infantil, explicando que “crianças em constante interação com animais possuem menos chance de ter problemas de saúde, se comparadas àquelas que não convivem com pets”. Bom saber, né? Afinal, meus netinhos Yan e Lia convivem, desde o nascimento, com os lhasas Billy e Bobby e o Léo adora brincar e correr atrás do gatinho preto Neguinho e das gatinhas Babí e Nina, quando vai visitar a vovó Carmo e o vovô José Roberto.

Léo correndo atrás do Neguinho na casa dos avós Carmo e José Roberto (Dez/2022)

Depois de tantas apologias a essas incríveis criaturas, quem foi “adotado” por um, dois ou mais gatinhos, compreende que tê-los por perto é tudo de bom! Com seu jeitinho carinhoso, fofo e divertido, os bichanos sempre levam alegria por onde passam e quem realmente é “um gateiro de carteirinha” concorda com Charles Dickens de que não há presente melhor do que o amor de um gato por nós!!!

Fonte: National Geographic

Encerro o post exaltando Fernando Pessoa ao nos levar à seguinte reflexão: Feliz quem não exige da vida mais do que ela espontaneamente lhe dá, guiando-se pelo instinto dos gatos, que buscam o sol quando há sol“. 

~ Bia ~

Valentine’s Day e White Day no Japão

Fonte: Arakaki Sensei

Não faz parte da cultura japonesa celebrar a Páscoa, de modo que muitos japoneses nem fazem ideia que nós, brasileiros, apreciamos os chocolates que enfeitam os tradicionais corredores de ovos de Páscoa nos mercados e as chocolaterias, no período alusivo à essa comemoração. 

Entretanto, no final de janeiro até meados de fevereiro, temos a sensação de que a Páscoa chegou mais cedo neste país, pois uma grande variedade de chocolates com diferentes sabores e designs, embelezam as gôndolas das lojas de departamentos e afins, onde podemos encontrar chocolates de tudo quanto é tipo, preço e formato, com exceção, é claro, dos ovos de Páscoa que por aqui só encontramos nas lojas de produtos brasileiros, no período em que esta data é comemorada no Brasil. 

Mas, vocês sabem o motivo de tantos chocolates serem vendidos nesta época do ano?    

Ledo engano se vocês acham que é por causa do Dia do Chocolate!!! Se no Brasil o Dia dos Namorados é comemorado no dia 12 de junho, no Japão, seguindo a tradição européia e americana, comemora-se o Dia dos Namorados (Valentine’s Day), no dia 14 de fevereiro. Porém, inusitadamente neste país, essa data é comemorada em dose dupla, sendo que em fevereiro somente as mulheres oferecem chocolates aos homens (Valentine’s Day) e em março, mais precisamente no dia 14, conhecido por White Day (Dia Branco), é a vez dos homens retribuírem chocolates para as mulheres.

Fonte: JR Tower

Essa “mania” dos chocolates é meramente comercial e foi introduzida pela confeitaria Morozoff, na cidade de Kobe, no ano de 1936, sendo posteriormente popularizada por meio de boas estratégias de marketing, de modo que, atualmente, as empresas de chocolates vendem mais da metade de seus estoques anuais durante as semanas que antecedem essas duas datas comemorativas.

Fonte: Gourmet Watch

O que chama a atenção é que, diferente do nosso costume, onde só os casais se presenteiam, por aqui é comum as mulheres oferecerem chocolates no Valentine’s Day, não só para os namorados, mas para os amigos, colegas do trabalho e/ou da escola e também para os familiares, existindo até mesmo uma classificação de qual chocolate comprar, dependendo do grau de relação com a pessoa a ser presenteada.

Fonte: Dia a Dia

Assim, o “honmei-choco” é o chocolate oferecido à pessoa “especial”, por quem a mulher está apaixonada, e se ainda não estão juntos ou o amor é “platônico”, é uma forma de declarar seu sentimento. Muitas mulheres optam, inclusive, por fazer o chocolate artesanalmente, pois através desse gesto, esperam demonstrar o quanto a pessoa é importante para ela. 

Já o “giri-choco” é o chocolate da convivência social e é oferecido aos chefes, professores, clientes e colegas no trabalho, como demonstração de amizade ou gratidão. Nas vésperas desta data comemorativa, é comum ver as mulheres comprando dezenas de caixas de chocolates, tomando o cuidado em escrever a palavra “giri” na embalagem, para não dar margem às interpretações equivocadas.

De uns tempos para cá, para alavancar ainda mais a venda de chocolates neste período, as empresas de chocolates criaram, estrategicamente,  o “family-choco” para as mulheres presentearem os homens da família (marido, filho, pai, irmão, tio, primo e avôs) e o “tomo-choco” que é chocolate oferecido para os amigos e para as amigas, como demonstração de carinho e também pra ninguém ficar de fora no dia que mais parece dia do chocolate do que dia dos namorados, não é mesmo? Mais recentemente, criaram o “gyaku-choco” como uma opção para os casais apaixonados trocarem chocolates no mesmo dia, ou seja, no Valentine’s Day. 

Independente desta classificação, a data é bastante aguardada pelas mulheres japonesas, especialmente pelas mais jovens e solteiras, que aproveitam a ocasião para se declarar à pessoa amada, oferecendo-lhe o “honmei-choco”.

Desse modo, envoltos neste clima romântico ou de gratidão, um mês após o Valentine’s Day, no dia 14 de março, conhecido por White Day, é a vez dos homens “devolverem” os presentes.  Por que White Day?

 

Fonte: Binus University

Tudo começou em 1978, quando uma confeitaria japonesa lançou o “Dia do Marshmallow” como forma de promover seus marshmallows, especificamente para os homens, incentivando-os a retribuir os presentes recebidos no Valentine’s Day. Essa iniciativa inspirou a Associação Nacional da Indústria de Confeitaria do Japão a implementar, em 1980, o “White Day” (Dia Branco) como resposta ao Dia dos Namorados. O nome “White Day” foi escolhido, tanto pela cor do marshmallow que é branco, como também por ser o símbolo da pureza, estando intimamente associada à inocência do amor adolescente na cultura japonesa. Bela sacada, vocês não acham? 

Fonte: Moshi Moshi Nippon

Embora os marshmallows tenham sido o presente original do White Day, outros doces como biscoitos, “macarons” e chocolates brancos são atualmente mais populares, sendo que, no final do mês de fevereiro, as lojas de departamentos e afins, intensificam suas campanhas publicitárias oferecendo uma enorme variedade de doces, apresentados em lindas embalagens, incluindo até mesmo itens de luxo, como perfumes, jóias e bolsas. 

Fonte: Live Japan

O interessante nesta história toda é que, no caso do homem ter recebido uma declaração de amor, a mulher que lhe ofereceu o “honmei choco” só saberá se é correspondida, no White Day. Se ele oferecer um presente superior a três vezes o valor do presente recebido (“sanbai gaeshi”), a resposta é óbvia, né? No entanto, como é considerado uma desfeita o homem não retribuir, ao “devolver” com um “presentinho” proporcional ao valor recebido, é sinal de que não está interessado num relacionamento mais sério. 

Como acabamos de ver, o hábito de presentear chocolates no Valentine’s Day e White Day está enraizado na cultura japonesa sendo, muitas vezes, vista como uma obrigação social. Não participar da troca de chocolates pode ser interpretado como deselegância, mas muitas mulheres japonesas vêm, recentemente, se opondo ao que consideram uma prática estressante de “doação obrigatória”.

A contrariedade é direcionada ao “giri-choco”, pois muitas delas sentem-se pressionadas a gastar milhares de ienes em chocolates, para evitar ofender chefes e colegas de trabalho. No intuito de minimizar essa percepção de assédio trabalhista, muitas empresas estão, atualmente, proibindo tal prática no ambiente de trabalho. Desse modo, ao invés de dar “giri-choco”, muitas japonesas aderiram ao “jibun-choco”, ou seja, estão mais propensas a se auto-presentear com sofisticados chocolates. Nada mau, heim? 

Fonte: Nippon.com

Aproveitando-se deste comportamento, um número crescente de homens japoneses vêm optando cada vez mais pelo “gyaku-choco”, preferindo dar chocolates e/ou presentes para suas esposas, namoradas ou  “crushes” no Valentine’s Day e não mais no White Day. E aí, o que vocês acham? 

Apesar desses dois eventos serem atípicos aos nossos olhos, os japoneses levam muito a sério esse festival de chocolates. Eu, particularmente, acho que o dia dos namorados, qualquer que seja a data, deve ser comemorada apenas entre casais, pois é uma data especial em que podemos celebrar a união, a cumplicidade, o respeito e a dedicação entre ambos, durante o decorrer do ano.

Fonte: Divvino

Depois de tanta conversa, encerro este post  parabenizando a Dani e o meu genro Murilo pois, coincidentemente, casaram no Dia de São Valentim e hoje, 14 de fevereiro, estão comemorando as bodas de marfim (14 anos). Aproveitem para celebrar, curtindo um jantar especial, de preferência à luz de velas, num bom restaurante da cidade. Que romântico, heim? Como estou no Japão, pra não deixar a data passar em branco, vou já já degustar o meu “jibun-choco”, ou seja, o delicioso chocolate da Godiva que eu, merecidamente, comprei para mim mesma, rs. 

~ Bia ~

Feijão é tudo de “bão”?

Fonte: Sou Mamãe

Não!!! A expressão correta é: feijão é tudo de bom e aí, sim, podemos concordar que, informalmente falando, essa leguminosa é tudo de bão!

Aforismo à parte, por que falar sobre o feijão? 

Muitos brasileiros comem feijão todos os dias e talvez não saibam que esta e outras leguminosas fazem um bem danado para a nossa saúde. Razão pela qual a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu, em 2018, o Dia Mundial das Leguminosas, que é celebrado no dia 10 de fevereiro e tem como principal objetivo incentivar o consumo dos grãos e alertar a população sobre a sua importância em uma alimentação saudável.

Além de compor uma dieta rica em proteínas, fibras e minerais, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, FAO, as leguminosas são essenciais para enfrentar os desafios da pobreza, segurança alimentar, saúde humana, qualidade do solo e meio ambiente, contribuindo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Mas o que são leguminosas? 

São as sementes comestíveis que se desenvolvem em vagens (grãos) e que costumam ser usadas como acompanhamento do nosso prato favorito. Em muitos países fazem parte do patrimônio cultural e são consumidos de forma regular ou mesmo diária. Em outras partes do mundo, são pouco utilizadas, sendo consumidas em sopas, nos gélidos dias de inverno. Como exemplos, temos todos os tipos de feijões, grão-de-bico, soja, amendoim, lentilha, fava, ervilha, tremoço, entre outros.

Fonte: Unimed

Por que elas são importantes na nossa alimentação?

Segundo uma pesquisa realizada pelo Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), o consumo de leguminosas pode diminuir em 22% o risco de doença arterial coronária, melhorando o perfil lipídico e, consequentemente, reduzindo a pressão arterial, dentre outros benefícios. Os resultados da pesquisa também indicam que a quantidade mínima de 100 gramas de determinados grãos podem suprir até 30% da ingestão diária recomendada de fibras, 19% de proteínas e no caso da soja, até 30% da ingestão em zinco, magnésio e fósforo, reduzindo os níveis de colesterol e auxiliando, inclusive, no tratamento de doenças como diabetes. Caso você tenha interesse em saber, com mais detalhes, porque as leguminosas têm sido consideradas um dos alimentos mais nutritivos da natureza, vale muito a pena ler o artigo da FAO, listando as 10 razões para escolher estas sementes nutritivas.

O Brasil é, indiscutivelmente, referência na produção de diferentes leguminosas, como a soja, o feijão, o grão-de-bico e tantos outros grãos consumidos diariamente em diversos países. A clássica mistura de feijão com arroz é um dos pratos mais populares e presentes na alimentação dos brasileiros, sendo uma excelente fonte de proteína vegetal. O consumo do feijão varia de acordo com a região do país, sendo que o feijão carioca – Phaseolus vulgaris – é o mais comum e conta com ampla aceitação nacional. O feijão preto, por sua vez, está mais presente nas refeições dos cariocas e sulistas, enquanto o feijão de corda faz parte do dia a dia dos nordestinos.

Fonte: Business Insider

Muito presente na alimentação de veganos e vegetarianos, a soja é a leguminosa mais produzida no mundo, sendo utilizada tanto para consumo humano, quanto para o consumo animal. Assim como o feijão, é uma das principais fontes de proteína, além de ser rica em fósforo, manganês e cobre, auxiliando na prevenção de doenças cardíacas, reduzindo as inflamações nos vasos sanguíneos e aumentando sua elasticidade

Apesar do consumo de lentilha pelos brasileiros se limitar às ocasiões especiais como o Ano Novo, introduzi-la na alimentação diária apresenta uma melhora significativa no funcionamento do intestino, no fortalecimento dos ossos, na imunidade e na prevenção de doenças cardíacas. O amendoim, por sua vez, é rico em proteínas e gorduras monoinsaturadas, diminui as inflamações no corpo, é uma fonte saudável de energia, auxilia no aumento do colesterol bom, combate o envelhecimento precoce e previne doenças como a anemia e diabetes.

Como podemos observar, o consumo dessas e demais leguminosas ajudam na prevenção de várias doenças, mas você sabia que elas contêm compostos naturais chamados de antinutrientes?

Isso mesmo! Se você faz parte do time que consome grãos no dia a dia, precisa saber que as leguminosas contêm antinutrientes que prejudicam a digestão e a absorção de nutrientes, podendo também provocar gases e desconforto intestinal. O fitato (ácido fítico) atua como “sequestrador” de nutrientes, dificultando a absorção de minerais como cálcio, ferro, magnésio e zinco pelo organismo. 

Como reduzir os antinutrientes no feijão?

Como as panelas de pressão aceleram o processo de cozimento do feijão e demais grãos, muitas pessoas abandonaram o hábito de colocar os grãos de molho. Porém, diversas pesquisas revelam que o simples cozimento não elimina os antinutrientes, percebendo-se maior redução de fitatos nos casos em que foi feito o remolho, seguido do descarte da água. Apesar desse procedimento provocar a perda de parte dos minerais, pesquisadores avaliam que os minerais restantes apresentam maior biodisponibilidade, ou seja, estes serão mais facilmente absorvidos e aproveitados pelo organismo.

Fonte:  CyberCook

Então, como fazer o remolho?

Após lavar e escorrer os grãos, deixá-los totalmente submersos em um recipiente. A água deve ficar no dobro da altura dos grãos, pois eles incham durante a hidratação. Devem ser deixados de molho pelo tempo médio de 8 a 12 horas, com uma ou duas trocas de água, antes do cozimento. Apesar de não ser uma boa recomendação, se esquecer de deixar o feijão, por exemplo, de molho, a dica é fazer o remolho em água quente por, pelo menos, uma hora.

Dá um trabalhinho, né? Mas… é a maneira mais saudável de dizer que, aí sim, os grãos, principalmente o feijão nosso de cada dia, é tudo de “bão”. Depois é só cozinhá-los até que fiquem macios, abusar da criatividade elaborando receitas deliciosas, dando o retoque final com temperos naturais como a pimenta-do-reino, orégano, cebolinha, salsa, louro, alecrim, entre outros, que são excelentes opções para aromatizar os pratos que agradam o nosso paladar.

Fonte: Marie Claire

Hummm…como está muito frio aqui no Japão, fiquei com vontade de comer a tradicional feijoada que muitos de nós, brasileiros, gostamos de apreciar no almoço de sábado. Vou já deixar o feijão preto de molho porque hoje é sexta feira e nada melhor do que aquecer o corpo, saboreando esse delicioso prato (pra quem não é vegetariano, é claro!), no almoço de amanhã, vendo a neve que cai, suavemente, lá fora. 

Que tal aproveitarmos o Dia Mundial das Leguminosas, mantendo o impulso positivo em torno desses alimentos tão saudáveis, nutritivos e ricos em proteínas? Afinal, eles também são nossos grandes aliados para alcançar a segurança alimentar, reduzir a má nutrição e acabar com a fome no nosso planeta!!!

~ Bia ~

Juntos por uma internet melhor

Fonte: CryptoID

O Dia Internacional da Internet Segura, também conhecido como Safer Internet Day, é comemorado no dia 7 de fevereiro em mais de 200 países, com o tema “Juntos por uma internet melhor”. Criado na União Europeia, em fevereiro de 2004, através da Rede Insafe, tem como objetivo promover atividades que conscientizem as pessoas sobre os riscos de segurança que podem ser encontrados ao utilizarmos a internet e ajudar no combate aos crimes cibernéticos.

A internet, sem sombra de dúvida, passou a ser ainda mais importante com a pandemia, pois trabalhar em casa (home office) tornou-se uma necessidade para muitos profissionais de diversas áreas, além daqueles que já lidam com a tecnologia em geral. As mudanças de comportamento das pessoas e o contínuo desenvolvimento tecnológico ampliaram o uso da internet, fazendo com que o computador e o celular passassem a ser as ferramentas mais utilizadas no dia a dia. 

Com o aumento de pessoas conectadas, os ciberataques se tornaram um problema recorrente em todo o planeta. Para se ter uma ideia, de acordo com o relatório de segurança da Symantec, mais de 44 milhões de brasileiros já foram vítimas de ataques cibernéticos e só no ano de 2021, o Brasil foi o quinto país que mais sofreu ataques de hackers, com um total de 9,1 milhões de ocorrências.

Como podemos observar, esse crescimento exponencial de comunicação trouxe uma preocupação com a segurança da informação que circula na rede. O cartão de crédito, por exemplo, tornou-se moeda virtual e muitas vezes, quando utilizado, a senha não é solicitada, sendo um chamariz para os hackers que criam sites e e-mails, para roubarem nossos dados. 

Fonte: TI do Brasil

Por conta dessa insegurança, para nos protegermos e diminuir os riscos de ataques, algumas orientações básicas são essenciais para navegarmos, de forma segura, na internet:

1. A primeira recomendação é manter o antivírus e o sistema operacional do computador atualizados, protegendo a rede sem fios com senha segura, tendo um tamanho ideal de 14 caracteres com letras maiúsculas, minúsculas, símbolos e números. 

2. Ao realizar compras online, é imprescindível verificar se eles possuem o famoso cadeado verde, pois é uma forma segura de saber a integridade do e-commerce. Isso significa que sua comunicação com ele é realizada de forma segura. Entretanto, vale ressaltar que até mesmo endereços maliciosos podem utilizar essa verificação. Para diminuir os riscos é aconselhável, sempre que possível,  navegar em sites com domínio seguro (https).

3. Falando em compras online, quando preenchemos o cadastro num site de comércio eletrônico, normalmente pulamos a leitura do texto descritivo em letras pequenas e automaticamente marcamos a opção “Concordo com os termos e condições de uso”, né? Embora essa prática seja comum entre os usuários da internet, é prejudicial à segurança, porque esse documento funciona como um contrato entre o comprador e a loja virtual, sendo essencial para a segurança do empreendimento. Na “Política de Privacidade”, a empresa demonstra como tratar as informações privadas cadastradas pelos clientes em seu banco de dados, sendo de suma importância não concordar com os termos de uso antes de saber do que se trata tais condições. Essa regra também se aplica a download de aplicativos ou registros de jogos ou redes sociais, nunca dando “aceite” antes de ler o material apresentando. A pressa e a falta de atenção para acessar alguns conteúdos podem trazer muita dor de cabeça.

4. Não é difícil recebermos em uma conversa ou e-mail, links que nos levam para outras páginas, não é mesmo? Precisamos ficar atentos com o recebimento de e-mails com conteúdo governamental, atualização de dados bancários ou cadastros pela internet. Pelo fato de termos, atualmente, encurtadores de URLs, que facilitam na diminuição na nomenclatura dos links, os hackers se aproveitam dessas ferramentas para redirecionar usuários a sites maliciosos, uma vez que, ao diminuir, fica mais difícil identificar para onde somos direcionados. Para verificar a precisão do e-mail, se a comunicação contém um anexo com a extensão “.exe.”, é provável que esses arquivos contenham vírus ou spyware. Não devemos abrir e a mensagem deve ser excluída o mais rapidamente possível, ok?

5. Não se conectar a redes Wi-Fi desconhecidas ou sem senha pois os cibercriminosos podem criar redes falsas de WiFi que parecem ser legítimas, usando a palavra “grátis” para que as pessoas tentem se conectar. Uma vez conectados, eles podem analisar o nosso tráfego (incluindo a captura de nomes de usuário, senhas, informações de cartão de crédito, entre outros).

6. Salvar as senhas no navegador é muito prático, vocês não acham? Porém, é importante sabermos que os criminosos podem ter acesso aos nossos dados e extrair as senhas salvas facilmente. Uma boa prática é utilizar um cofre de senhas (preferencialmente de forma offline). Assim, diferentes senhas ficam salvas em um local centralizado, bastando apenas se lembrar da senha mestre.

7. Na internet, é fundamental respeitar a privacidade, sendo necessário a autorização das pessoas para a publicação de fotos ou vídeos. Se o cadastro envolver crianças ou jovens, deve-se obter autorização do responsável, mas é prudente evitar a superexposição, tanto nossa como de nossos filhos, uma vez que, inadvertidamente, postamos fotos, vídeos e até locais de forma excessiva, dando margem a muitas informações pessoais.

8. A senha de segurança tem que ter, preferencialmente, mais de oito caracteres e combinar números e caracteres especiais. A dica é criar uma senha forte usando números aleatórios e caracteres especiais, evitando palavras muito comuns, “strings” numéricas, data de nascimento, nome de familiares ou números sequenciais. Também é importante adotar senhas diferentes para cada conta de e-mail, e-commerce e rede social que  visitamos regularmente. Se o site ou aplicativo oferecer opções, devemos incluir a verificação em duas etapas no registro, pois esse recurso foi desenvolvido para dificultar o indevido acesso, ou seja, quando um usuário digita uma senha, o serviço relacionado automaticamente envia um PIN ou algum outro código para confirmar a identidade.

9. Não deixar as crianças usarem computadores sem controle dos pais é, de longe, a melhor garantia de uma navegação segura. Embora a atual geração de crianças e jovens sejam denominados de  “nativos digitais”, a supervisão dos pais é essencial e nesse sentido, as ferramentas de controle dos pais podem ajudar os responsáveis ​​a proteger a privacidade das crianças.

Fonte: Pumpkin

Essas são apenas algumas dicas das boas práticas que podem ajudar a garantir uma navegação mais segura na internet. Levando-se em consideração que nos próximos anos, principalmente com o advento do 5G, haverá o aumento do volume de dados e informações sensíveis que estarão circulando no mundo digital, precisamos priorizar o uso seguro, ético e responsável da internet em nosso cotidiano.

Para finalizar, acho legal reforçar que não devemos, de maneira alguma, facilitar a tarefa para os hackers: com o acesso a uma senha simples ou a falta de alguns procedimentos de segurança como, por exemplo, fornecer informações confidenciais, milhões de e-mails já foram enviados para enganar pessoas, informações foram sequestradas e milhões foram roubados. 

Diante de tudo isso, todo cuidado é pouco na hora de navegar na internet, pois os hackers estão sempre sofisticando seus golpes e criando novas estratégias de ataques.

~ Bia ~

Somos todos irmãos

Fonte: Insustentável Leveza

A que ponto chegamos? No mês de dezembro, no post Fazer o bem, não importa a quem, faz bem, comentei que, por causa de diversos conflitos sociais que eclodiram em alguns países da Europa durante a Revolução de 1848, a fraternidade cedeu seu espaço à solidariedade, fazendo parte do cenário político como uma bandeira dos movimentos sociais. Entretanto, diante dos desafios que vivenciamos atualmente nas sociedades ditas “desenvolvidas”, em que os tempos são de contradição, de mudanças muito aceleradas e de crescentes desigualdades socioeconômicas, em que tudo parece estar se reduzindo ao materialismo e que nada tem valor, se não houver alguma contrapartida, nunca foi tão urgente refletir e aprofundar novamente esta ideia de Fraternidade e o seu papel na construção de uma sociedade melhor.

Além disso, discursos de ódio que minam o espírito da tolerância e do respeito pela diversidade, agravadas num momento em que o mundo continua respondendo à pandemia, fez com que a Organização das Nações Unidas (ONU) adotasse em 2020, o Dia Internacional da Fraternidade Humana. A data escolhida foi o dia 4 de fevereiro porque foi exatamente nesta data, em 2019, que o Papa Francisco e o Grão-Imã Ahmed Al-Tayeb, assinaram em Abu Dhabi, o documento “Fraternidade Humana para a Paz Mundial e para a Coexistência”, que busca primordialmente sublinhar a importância de compreensão de diferentes culturas, religiões, credos e da promoção da tolerância, que inclui a aceitação social do que é diferente.   

De acordo com o Vatican News, “o caminho para construir uma autêntica fraternidade entre povos de diferentes religiões tem suas raízes na Gaudium et spes, onde o trabalho das instituições internacionais é apreciado como um instrumento de desenvolvimento e reconciliação e se expressa ajuda, tanto aos que acreditam em Deus quanto aos que explicitamente não o reconhecem, para que possam tornar o mundo mais conforme à dignidade eminente do homem, aspirar a uma fraternidade universal apoiada em bases mais profundas, e responder, sob o impulso do amor, com um esforço generoso e unido aos apelos mais urgentes de nosso tempo”. 

O portal também destaca que “enquanto as experiências desumanas de pobreza e guerra – geradas por um terreno fértil para a degradação social, ética e política onde se alastra o terrorismo – assolam o tempo presente, através do Documento da Fraternidade assinado em Abu Dhabi, os dois líderes convidam todos os fiéis a trabalharem juntos em prol de uma cultura do respeito”.

Infelizmente, é uma questão bastante preocupante porque não se trata de uma vaga expressão literária de tragédia. É a dura e cruel realidade do que está diante de nossos olhos: as pequenas guerras, nesta fragmentada terceira guerra mundial, os povos sendo dizimados na pandemia, milhares de pessoas não tendo o que comer, toda essa desumanidade que nos deixa cada dia mais assustados, pois somos todos irmãos!!! 

Somos, sim, diferentes uns dos outros, mas iguais em dignidade e, onde quer que a gente more, da cor da pele, da religião, da classe social, do sexo, da idade, das condições sócioeconômicas, querendo ou não, estamos vivendo “debaixo do mesmo céu”, sendo a fraternidade o alicerce das relações entre os povos deste planeta.

Assim, o Papa Francisco reforça que o percurso da fraternidade é longo e difícil, mas é a âncora de salvação para a humanidade, convidando todas as pessoas a caminharem lado a lado, “fratelli tutti”, para serem artesãos de paz e de justiça, na harmonia das diferenças e no respeito da identidade de cada um. 

Mas como “fraternizar” em um mundo tão polarizado, que prega o individualismo acima do bem comum?

Antes de mais nada é preciso lembrarmos que fraternidade é um termo oriundo do  latim, “frater”, que significa irmão. Sermos irmãos implica em termos algo em comum. Podem ser os mesmos pais biológicos, a mesma comunidade, a mesma nacionalidade, o mesmo movimento ideológico mas, acima de tudo, a boa relação entre os seres humanos, em que se desenvolvem sentimentos positivos e de afeto, que são próprios dos irmãos de sangue.

Desse modo, para compreendermos o verdadeiro sentimento da fraternidade, precisamos primeiramente nos ater a esse algo em comum, porque ao reconhecermos nosso semelhante como irmão, isso nos leva a ter mais paciência, tolerância e resiliência em reatar os laços, alicerçados no sentimento de confiança e respeito mútuo. 

Como podemos observar, é uma questão de posicionamento mental diante da vida e para a socióloga Lúcia Helena Galvão, viabilizar a fraternidade pode ser possível quando formos capazes de deixar o coração carimbado em tudo que fizermos, mentalizar a vivência de um dia nobre e inspirador, caminhar na velocidade que  permita lembrar quem somos e a quem servimos, sem pressa e sem pausa, cultivando uma predisposição positiva que não nos incomode ao depararmos com pessoas estressadas ou mal educadas, visto sermos todos duais, ou seja, temos qualidades e defeitos, cabendo a cada um de nós compreendermos as pessoas que, direta ou indiretamente, estão presentes no nosso dia a dia.

A socióloga nos incita, inclusive, a pensar nas palavras de José Saramago, ao afirmar que o egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, as pequenas covardias do cotidiano, “contribui para essa perniciosa forma de cegueira mental, que consiste em estar no mundo e não ver o mundo. Ou só ver dele o que, em cada momento, for suscetível de servir aos nossos interesses”. Assim, ela esclarece que ao limparmos o vidro de uma janela, por exemplo, percebemos maior transparência que permite enxergar melhor a beleza do outro lado e que isso também acontece conosco: fazendo a limpeza espiritual, tendo a humildade de tratar nossos semelhantes como irmãos, poderemos enxergar a beleza exterior. 

Diante desta premissa, a  ideia de bem-comum só é possível com o reconhecimento da existência do outro e não devemos, de maneira alguma, forçar a fraternidade. Podemos, sim,  assumi-la por meio de uma educação voltada para uma cidadania mais empática, fraterna e solidária, conscientes da interdependência entre as pessoas, numa atitude mais aberta, cooperativa, menos desconfiada e sem preconceito, em conformidade com o pensamento de Paula Serpa de que “não há Eu sem um Tu. Eu e Tu formamos um Nós, por mais diferente que esse Tu seja de um Eu que o estranha,  porque não há existência possível sem encontro e sem diálogo”.

Neste sentido, vale ressaltar que diversas pesquisas no campo da neurociência têm revelado que nenhuma sociedade sobrevive sem a coesão social, demonstrando que a preservação e evolução da espécie humana depende sobretudo da reciprocidade e da solidariedade.  E é justamente através deste parâmetro, nos colocando no lugar do outro, no respeito pela dignidade humana, na igualdade e liberdade, tão “proclamada” na Revolução Francesa, que devemos refletir acerca da mensagem do Papa Francisco, no evento alusivo ao II Dia Internacional da Fraternidade Humana, realizado no ano passado (2022), ocasião em que ele propagou que a fraternidade é o único caminho possível para a humanidade ferida por guerras, alertando e pedindo uma mudança de rota: “Ou somos irmãos ou tudo desaba”!!!

~ Bia ~