2023: Ano do Coelho no Horóscopo Japonês

Fonte: Japão em Foco

Feliz Ano Novo!!!

Vamos começar o primeiro post deste ano, emanando pensamentos positivos!!! Então… nada melhor do que lembrarmos que o horóscopo japonês, ou Juunishi, uma versão adaptada do horóscopo chinês, compreende um ciclo de doze anos, representado por doze animais: Rato, Boi, Tigre, Coelho, Dragão, Serpente, Cavalo, Cabra, Macaco, Galo, Cão e Javali, sendo que cada animal é responsável por reger as características de cada ano. Hoje, 1º de janeiro de 2023 inicia-se, no Japão, o ciclo sob a influência do Coelho, de modo que diplomacia, sensibilidade, indulgência e criatividade para lidar com as situações, segundo Adriana Di Lima, são as principais características que delimitam esse signo.

Assim, na terra do sol nascente, o respectivo animal do ano frequentemente adorna os nengajo” que são cartões postais usados apenas no Ano Novo para enviar saudações por escrito, como forma de expressar gratidão e/ou manter contato com amigos, parentes, colegas e conhecidos, pelo menos, uma vez por ano.

Fonte: Tokyo Weekender

Em se tratando de Ano Novo, como a maioria das empresas permanecem fechadas durante os três primeiros dias deste feriado (Sanganichi), muitos japoneses aproveitam para voltar para suas cidades natais a fim de passar esses poucos dias com seus familiares. Assim, no ganjitsu (primeiro dia do ano), muitos têm o costume de levantar bem cedo para apreciar o Hatsuhinode, o belíssimo espetáculo do primeiro amanhecer do ano.

É costume tradicional as famílias se reunirem no café da manhã para saborear o ozooni, uma vez que o mochi (bolinho de arroz) que é o principal ingrediente desta sopa, por ser mastigado e puxado várias vezes, simboliza a longevidade. O osechi ryori, conforme descrito no post anterior, pode ser consumido em qualquer uma das refeições (café da manhã, almoço e/ou jantar) nos três primeiros dias do ano.

Fonte: Kokoro Media

Outra tradição é o Otoshidama, um envelope com uma certa quantia de dinheiro, destinado especialmente às crianças e adolescentes. Esses envelopes, pequenos e ricamente ilustrados, são entregues pelos pais, avós e/ou parentes no Ano Novo, sendo que a quantia ofertada tende a ser proporcional à idade da criança, mas se houver mais crianças na família, são igualmente rateados.

Coisas do Japão

Hatsumode é o termo designado para a primeira visita do ano a um templo e nessa ocasião é comum ver mulheres e homens em trajes típicos japoneses, como kimono e hakama, fazendo uma prece para que o ano seja repleto de saúde e prosperidade. Nestes locais é possível adquirir plaquinhas de madeira chamadas “ema”, nas quais as pessoas sacramentam para que seus desejos se realizem no decorrer do ano que está iniciando.

Fonte: Kumon Brasil

Além disso, muitos japoneses aproveitam para comprar um oráculo chamado Omikuji que descreve se você terá boa sorte em questões relacionadas à dinheiro, saúde, relacionamentos e assim por diante. Após a leitura, costumam colocar os bilhetinhos em locais previamente estabelecidos do santuário como, por exemplo, galhos de árvores ou estacas de madeira.

Fonte: Kumon Brasil

Outro costume muito interessante é o fukubukuro, sacolas contendo uma variedade aleatória de produtos e vendidos com um desconto substancial durante períodos especiais de vendas no Japão, principalmente no ano novo. Cada “sacola da sorte” contém produtos específicos como alimentos, vestuários ou acessórios de computador. É uma tradição de longa data entre os japoneses e ainda hoje essas sacolas são vistas como ótimas oportunidades para adquirir ótimos produtos com valores bem mais acessíveis e convidativos.

Fonte: Live Japan

Como deu pra perceber, Ano Novo no Japão é uma celebração tranquila, familiar e espiritual. Para a maior parte das famílias japonesas é um momento de reflexão sobre o ano que passou, de renovar as energias para o ano que vai começar, de modo que para eles é muito importante terminar o ano em paz, com aquele gostinho de dever cumprido, pois esse sentimento ajuda a trazer, não só prosperidade econômica, como sorte em todos os aspectos da vida no ano que se inicia.

Embarcando nesta onde de bons fluídos, André Mantovanni reforça que o Ano do Coelho será um ano cheio de emoções positivas e excelentes circunstâncias para qualquer tipo de relação. Como o Coelho simboliza paciência e sorte, tudo indica que ele trará o que faltou no último ano: paz e sucesso! Um ano de diplomacia e graça, em total oposição ao cansativo ano do Tigre (2022). Promete ser um ano de sucesso profissional mas para que isso aconteça, requer esforço e compromisso sério, uma vez que, com seriedade, poderemos realizar tudo que planejarmos fazer. 

Vamos, então, focar para que os novos desafios despertem o nosso melhor nesses 12 meses que virão, pois o Ano do Coelho tem tudo para ser maravilhoso!!! Só depende de nós mesmos acreditar nos sonhos e jamais desistir das nossas metinhas, metas e metazonas, porque só assim, seremos capazes de transformar cada dia deste novo ano em um página memorável do livro de nossas vidas!!!

Feliz Ano Novo!!! Que seja um ano abençoado para todos nós!!!

~ Bia e Dani ~

Preparativos para o Réveillon Japonês

Fonte: Elite Resorts

Como já estamos na contagem regressiva do Ano do Coelho (2023), vamos compartilhar como o povo japonês se despede do ano velho e dá as boas-vindas ao ano novo.

O Ano Novo Japonês – Oshougatsu – é a principal celebração no calendário de festividades do país, comemorado entre os dias 31 de dezembro e 3 de janeiro. Repleta de tradição e costumes, cada prática tem um significado especial, no sentido de buscar a renovação, saúde e prosperidade para o ano que vai chegar.

Assim como no Brasil, no final do ano, os japoneses também têm o costume de enviar presentes para seus amigos, gerentes, clientes e professores, a fim de expressar a gratidão. No entanto, ao invés das tradicionais cestas de Natal e dos panetones, dentre os itens mais populares de presentes, conhecidos por Oseibo, estão alimentos frescos (frutos do mar, embutidos, carne e frutas), condimentos, cerveja, chá, café, alimentos enlatados e alguns tipos de sobremesas.

Fonte: Umamama

Nas duas últimas semanas de dezembro, os japoneses começam a fazer uma verdadeira faxina em suas casas, escritórios e empresas, conhecida por Oosouji, “grande limpeza”, como forma de dar um adeus definitivo ao ano que se encerra, porque só então, depois de tudo muito limpo e organizado, será possível começar o ano com o pé direito. Por outro lado, o Susuharai é um ritual de limpeza executado nos santuários e nos templos, acreditando-se que, ao remover as fuligens e as poeiras acumuladas durante o ano, remove-se também as “sujeiras espirituais”, deixando o ambiente purificado para trazer boas energias às pessoas que ali frequentam. 

Fonte: Nishinomiya Shrine

Mais do que os tradicionais enfeites de Natal, a milenar tradição japonesa incita a enfeitar as casas com as decorações conhecidas como oshogatsu-kazari. O Kagami-mochi é um adorno normalmente colocado sobre a mesa de jantar, composta por dois bolos feitos de arroz (mochi) sobrepostos em um pedestal, com uma laranja, chamada daidai, no topo. O arroz utilizado vem da colheita feita no outono e acredita-se que este ingrediente conserva seu espírito puro, trazendo bênçãos e boa fortuna.

Fonte: Kokoro Media

Outro elemento decorativo é o Shimenawa, uma corda trançada feita de palha de arroz ou cânhamo. Estas cordas podem ser decoradas com serpentinas de papel em formato zigue-zague, laranjas japonesas e até mesmo um tipo de samambaia. Embora sejam mais vistas em santuários xintoístas como forma de demarcar um espaço sagrado, durante o Ano Novo é comum encontrá-las enfeitando a fachada das casas.

Fonte: Muza-chan

O Kadomatsu, por sua vez, é colocado em ambos lados dos portões das casas para receber a entidade do Ano Novo, sendo feito a partir da junção de galhos de pinheiro, talos de bambu e muitas vezes flores de ameixeira, para trazer longevidade, prosperidade e perseverança.

Fonte: Muza-chan

O Réveillon, que aqui é conhecido por Omisoka, é o dia em que os japoneses preparam-se espiritualmente para o ano que vai chegar. Na virada do ano, as famílias saboreiam o Toshikoshi soba, um macarrão feito à base de trigo sarraceno, desejando que suas vidas e as de seus familiares sejam duradouras, como os fios longos deste macarrão. 

Fonte: Savor Japan

Outro ritual muito comum é o Moti Tsuki, no qual são preparados bolinhos de arroz conhecidos como mochis, que serão usados em alguns pratos como o Ozooni, uma sopa com mochi, que deve ser consumida no primeiro dia do ano.

Fonte: Conhecendo o Japão

No entanto, a comida típica do ano novo japonês, que costuma ser encomendada ou preparada na véspera do ano novo, é o Osechi Ryori, um conjunto de pequenos pratos tradicionais servidos em belas caixas de “marmita” decoradas em laca de duas ou três camadas chamadas de jubako. Cada item escolhido para compor a jubako contém um significado especial e a seleção varia muito de acordo com as preferências da família ou de cada região. O camarão, por exemplo, representa a longevidade, pois o seu formato lembra as costas “curvadas” dos anciões. A soja preta (kuromame) destaca o desejo de uma vida saudável e as ovas de arenque (kazunoko), simbolizam a fertilidade e a prosperidade dos descendentes.

Fonte: Nippon

Com relação ao jantar de Réveillon, o cardápio é bem diversificado, incluindo pratos populares como sushi, sashimi e hot pot como sukiyaki, yosenabe e shabu-shabu. Em algumas regiões do Japão, as pessoas até começam a comer osechi ryori na véspera de Ano Novo.

Após o jantar, muitas famílias japonesas aguardam o maior evento musical do Japão, o NHK Kouhaku Utagassen que é um tradicional programa televisivo japonês, realizado anualmente na véspera do ano novo, com apresentações dos artistas que mais se destacaram no decorrer do ano, onde há uma competição entre as equipes masculina (shirogumi) e feminina (akagumi). No final do show, pouco antes da meia-noite, os jurados e o público em geral decidem qual grupo teve melhor desempenho.

E, para fechar com chave de ouro o Réveillon japonês, mais do que brindar a chegada do Ano Novo com os famosos fogos de artifícios, tradicional em vários cantos do planeta, no Japão os templos budistas começam a tocar, pouco antes da meia-noite, gigantescos sinos para anunciar a entrada do novo ano. As 108 badaladas dos sinos conhecidas por  joya no kane  representam a dispersão dos pecados ou desejos mundanos do homem, no intuito de purificar a sua  alma. 

Fonte: Photozou

Assim, nos penúltimos dias que antecedem o novo ano, até o último minuto do dia 31 de dezembro, os japoneses cumprimentam os amigos e familiares através de uma expressão típica dessa data, que nós também vamos usar para nos despedirmos de todos vocês neste último post deste ano: yoi otoshio!, que significa “tenha um bom começo de ano!”.

Fonte: Marley de Lima

A gente se vê em 2023. YOI OTOSHIO!!!

~ Bia e Dani ~

Boas lembranças…

Fonte: Spirit Fanfics

Hoje, 26 de Dezembro, é o Dia da Lembrança. Segundo o calendário.com, não existe uma explicação clara para que essa data tenha sido escolhida, mas na versão de alguns historiadores, por ser instituída um dia após o Natal, data que nos leva a muitas recordações, a ocasião tenha sido oportuna para comemorarmos o ato de lembrar. 

Por que as lembranças são tão importantes na nossa vida?

A partir do momento em que nascemos, começamos a registrar memórias que serão utilizadas para o nosso desenvolvimento cognitivo. Prova disso é que a fala pelos bebês, por exemplo, é resultado de meses de observação, assimilação e recordação do material linguístico acessado por meio da interação diária com os pais.

Embora estudos científicos indiquem que só começamos a guardar memórias de longo prazo a partir dos 3 ou 4 anos de vida, até mesmo os acontecimentos anteriores a esse período são essenciais para moldar quem seremos no futuro. Inclusive, constata-se que muitos transtornos psicológicos derivam de lembranças inconscientes e experiências da primeira infância, de forma que as recordações possam impactar nosso estado de espírito de tal modo que, não raramente, o cérebro bloqueia memórias traumáticas, como um mecanismo de defesa natural. 

Fonte: Sesc-SC

Neste contexto, o filósofo alemão Schopenhauer, aponta que a memória é capaz de moldar experiências e a percepção da realidade, destacando que, assim como recordações ruins podem levar a traumas intensos e definitivos, as lembranças boas conseguem revolucionar o estado de espírito, renovar esperanças e nos proporcionar uma agradável sensação de bem-estar. 

Como somos construídos a partir de lembranças, temos um baú repleto de memórias, tanto boas como ruins, fazendo com que as experiências e os conhecimentos adquiridos ao longo da vida nos levem a ser quem somos. Manter vivas as recordações que nos deixaram felizes no passado é um ótimo exercício para fugir da melancolia, pois quando lembramos de algo bom que aconteceu, podemos sentir a sensação daquela circunstância, apaziguando os momentos tristes pelos quais também estamos fadados a passar neste mundo em que vivemos.

Fonte: IBC

Deste modo, as boas lembranças, sendo o alicerce para a construção de uma vida emocional mais saudável, tendem a funcionar como um porto seguro quando precisamos, por exemplo, enfrentar momentos de luto pela perda de pessoas queridas. Elas permitem que façamos uma “viagem no tempo”, uma vez que reviver as lembranças pode nos dar a sensação de ter, por perto, a pessoa querida que se foi. 

É o que estou fazendo neste exato momento. Viajando no tempo… Com os olhos marejados e sentindo a saudade que já bate forte no meu peito, despeço-me de você, querida Elisa Mieko que, com o seu jeitinho carismático de ser, nos deixou alguns dias atrás. Você foi muito especial para mim pois quando, aos 17 anos, saí de casa para estudar na capital paulista, você estava lá, sempre me recebendo de braços abertos, me abraçando e me acalentando no período mais solitário da minha vida. As lembranças dos bons momentos que passamos juntas, estarão para sempre guardadas no fundo do meu coração!

Assim, compartilhar com amigos e familiares os bons momentos vividos com o ente querido, além de ser uma linda forma de homenageá-lo, pode ajudar a ver a passagem de quem se foi, de uma forma menos dolorosa. Neste sentido, acredito que para preservarmos preciosas lembranças, nada melhor do que vivermos intensamente cada momento, ainda mais quando estivermos ao lado das pessoas que tanto amamos. Como a memória é facilmente resgatada através de recordações, registrar em fotos e vídeos também é uma ótima sugestão para termos um acervo dos bons momentos com nossos amigos e familiares, vocês não concordam?

Fonte: Facilita Seguros 

Sabendo-se que as lembranças são registradas, assimiladas e acessadas em nosso cérebro, não podemos, de forma alguma, negligenciar alguns hábitos que favorecem a saúde mental e evitam o esquecimento. É imprescindível estar com a saúde em dia, alimentando-se bem, bebendo muita água e praticando exercícios físicos regularmente, pois como diz o célebre ditado, “mente sã, corpo são”, quanto melhor cuidarmos da nossa saúde, maior será a fixação das boas lembranças em nossas mentes. 

Fonte: IPASEMAR

Encerro este post, em concordância com frazes.com.br, ao mencionar que as lembranças são registros fotografados pelos nossos olhos e ficam eternamente gravados na nossa memória. Quando nos lembramos desses lindos registros, nossos corações se enchem, não só de saudade, mas também de conforto por ter algo tão bonito guardado na memória. Vamos, então, guardar o que tem que ser guardado: boas e boas lembranças!!!

~ Bia ~

Fazer o bem, não importa a quem, faz bem

Fonte: Observatório do 3° Setor

Coincidência ou não, o Dia Internacional da Solidariedade Humana também é celebrado, todos os anos, no mesmo mês em que a Magia do Natal desperta no coração das pessoas, o espírito da solidariedade

Exatamente hoje, 20 de dezembro, é a data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para destacar a solidariedade como um dos valores humanos fundamentais para o desenvolvimento adequado das relações nacionais e internacionais entre todos os tipos de pessoas. Este dia promove o auxílio às pessoas que têm menos benefícios por aqueles que possuem melhores recursos, principalmente econômicos. A maior ênfase dada à esta celebração é a erradicação da desigualdade e da pobreza. 

Mas… o que é solidariedade? Por que dizemos que a sociedade precisa ser solidária ou que nós precisamos ser solidários uns com os outros? 

O conceito de solidariedade é bastante complexo e aberto a inúmeras interpretações, que dependerão muito das experiências pessoais que cada um de nós vivenciamos no dia a dia. Conforme André Bakker do Instituto Aurora, “solidariedade é tanto um desejo quanto uma atitude. Um desejo ou atitude de uma pessoa ou grupo com o objetivo de ajudar ou apoiar outras pessoas, grupos ou causas. Esse desejo ou atitude é motivada por um sentimento de vínculo com essa pessoa, grupo ou causa”. 

Vocês sabiam que por trás desse conceito, existe uma história de lutas sociais por direitos humanos? Segundo Baker, a fraternidade, que foi um dos ideais da Revolução Francesa (1789) através do famoso lema “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, é o primeiro nome associado à solidariedade. É nesse momento histórico que a versão que conhecemos dos direitos humanos começa a se estruturar, sendo que o princípio da fraternidade era que todas as pessoas fossem tratadas com igual respeito, para que a vida na sociedade fosse possível. Todavia, por conta de diversos conflitos sociais que eclodiram em alguns países da Europa durante a Revolução de 1848, conhecido por Primavera dos Povos, a fraternidade cedeu seu espaço à solidariedade, que passou a fazer parte do cenário político como uma bandeira dos movimentos sociais. 

Assim, em razão das transformações que o mundo vem passando ao longo das décadas, não há hoje um conceito único acerca da solidariedade, podendo ter várias origens e significados, inclusive atribuindo à ela a responsabilidade que todos têm uns para com os outros. E, também, a responsabilidade que as nações têm uma para com as outras. Nesse sentido, ao instituir o Dia Internacional da Solidariedade Humana em 2005, a ONU destaca a importância de valorizar o papel das ações coletivas na superação de questões que ultrapassam as barreiras de cada país, como as doenças, as questões ambientais e climáticas e, em razão da globalização econômica, a pobreza e a miséria que afetam milhões de pessoas ao redor do mundo. 

Diante desse ideal trazido pelas Nações Unidas, assumir a solidariedade como um princípio ou um valor para pensar a sociedade, é compreender que o ser humano não está sozinho. Vivemos em um sistema social que exige a participação de todos, tanto na política como na economia, que nos levam às relações de cooperação e reciprocidade. Nessa perspectiva,  pelo fato de não vivermos isoladamente, desconectados uns dos outros, a solidariedade, conforme Franz Kafka, “é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana”.

Fonte: Internacional da Amazônia

À vista disso, querendo ou não, precisamos uns dos outros para sobreviver e o principal motivo que nos leva, muitas vezes, a não inserir práticas de solidariedade na rotina é a velha desculpa da falta de tempo. No mundo turbulento em que vivemos, parece impossível encaixar no dia a dia, mais uma atividade no meio do trabalho, dos cuidados com a família, filhos e amigos, dos projetos pessoais, da vida social, entre outros.

Mesmo sabendo que não é preciso mais do que algumas horas do fim de semana para visitar um asilo e compartilhar alguns momentos com quem precisa ou visitar um lar de crianças carentes e doar roupas, alimentos ou brinquedos, o que nos conforta é que também podemos praticar a solidariedade dentro dos ambientes em que estamos inseridos, como no trabalho, no condomínio ou no bairro onde moramos, pois em todo lugar existe um jeito de ser solidário.

A grande sacada, entretanto, é encontrarmos uma causa que nos inspire e que nos impulsione a continuar. Podemos começar adotando pequenos gestos que, pode não parecer, mas são extraordinariamente eficazes para transformar as pessoas e as circunstâncias em que elas se encontram. Até nas nossas escolhas diárias, como os alimentos que consumimos e os produtos que utilizamos, é um ato de solidariedade. Talvez, sem perceber, algumas ações solidárias já estão incorporadas no nosso cotidiano, tais como:

  • Ajudar algum familiar em uma questão prática;
  • Recolher o lixo de parques ou outros ambientes que frequenta;
  • Ser doador de órgãos;
  • Visitar doentes e idosos;
  • Adotar um animal;
  • Dedicar seu tempo a alguém que precisa;
  • Juntar-se a grupos voluntários;
  • Ajudar alguém a largar um vício;
  • Doar roupas, alimentos, livros ou qualquer outro item para uma instituição;
  • Ceder o seu lugar em transportes públicos;
  • Consumir mais produtos de vendedores do seu bairro;
  • Oferecer para fazer compras para alguém que não pode sair de casa;
  • Dar aulas gratuitas sobre um assunto que você domina;
  • Rezar e interceder pelo próximo;
  • Ligar para alguém que está passando por dificuldades.

Deu para perceber que fazer o bem sem olhar a quem, não precisa estar relacionado com uma religião ou filosofia? Revigorar esse sentimento de empatia com todas as pessoas, independente se as conhecemos ou não, nos leva a crer que ajudar uns aos outros é condição sine qua non para o nosso bem-estar neste planeta. Afinal, como sabiamente expressa Alvaro Granha Loregian, “ninguém é tão pobre que nada possa dar e ninguém é tão rico que não precise receber”.

Para isso basta simplesmente “arregaçar as mangas” e começar!!! À medida que praticamos atos solidários, somos capazes de perceber o quanto agir pelo outro faz bem pois nos deixa mais alegres e motivados, melhorando a saúde física e mental, promovendo a autoconfiança e impulsionando o movimento do bem pelo bem. 

Fonte: Estudar Na Prática

Face a face com desafios globais sem precedentes, onde nos deparamos com drásticas mudanças climáticas e ecológicas, crises financeiras e econômicas, fome e doenças infecciosas, terrorismo e guerras que nos deixam instáveis e confusos, acreditamos que agora é a melhor hora para mostrarmos o lado bom da natureza humana: o lado do amor e da compaixão. Mesmo sendo impossível fazer tudo por todos, sempre podemos fazer o bem por e para alguém, pois certamente isso também nos fará um grande bem. Que os anjos digam amém!!!

~ Bia e Dani ~

A Magia do Natal está no ar!

Fonte: Bora nessa Trip

Quando a gente menos percebe, o ano está chegando ao fim e as festas de confraternização começam a ser organizadas, assim como os preparativos para as festas em família. Afinal, nada melhor do que comemorar o final do ano rodeado de pessoas queridas, não é mesmo?

Sem dúvida, o Natal é a data comemorativa que mais faz parte do imaginário de todos nós, encantando crianças e fazendo adultos voltarem à infância, pois tudo se transforma num mundo mágico com muitas luzes, enfeites e personagens lendários como o Papai Noel e os duendes. É impressionante como esta data, em que os cristãos comemoram o nascimento de Jesus Cristo, contagia os povos de todos os cantos do planeta, quaisquer que sejam suas crenças, neste período de festas.

Fonte: iStock

Eu, particularmente, adoro esse clima natalino que me leva a resgatar as preciosas lembranças das pessoas mais importantes da minha vida. Além disso, o Natal para mim, como declara Júlio César Cardoso, é a “época mágica de desembrulhar esperanças, de dar de presente, carinho, compreensão e amor, de construir e fortalecer a paz e a fé, de engavetar a saudade. Aquela saudade pequena, que vai ficando maior e que vai doendo um pouquinho mais à medida que o Natal vai chegando. Saudade de almas queridas, inquilinos vitalícios de nossos corações”.

Assim, passar o mês de dezembro decorando a minha casa com enfeites alusivos à essa festividade, resplandece a minha existência. Ouvir as músicas natalinas, ver as ruas e os monumentos iluminados, os shoppings lotados de crianças para tirar fotos com o Papai Noel, apreciar as árvores enfeitadas, assistir o nosso netinho Léo participando do Auto de Natal na escola é tudo muito lindo, é tudo muito mágico, não é mesmo Maria do Carmo?

Participação do Léo no Auto de Natal (Dez/2022)

No entanto, acredito que a essência de um Natal genuinamente mágico acontece quando incluímos toda a família, principalmente as crianças, a participarem dos preparativos, de forma a manter as tradições natalinas ainda mais significativas. Longe da loucura dessa época do ano em que o consumismo exagerado é surreal, fazer enfeites de Natal com o que se tem em casa é uma ótima opção para decorar inserindo toques de personalidade e, ainda, economizar. 

Sendo a solidariedade um dos sentimentos mais exacerbados nessa época do ano, a ocasião é propícia para que as crianças aprendam desde cedo a compartilhar um pouco do que têm com pessoas que pouco ou nada têm para a mesa de Natal. Explicar a importância de dividir aquilo que se tem, ajudando quem mais precisa, é um dos gestos mais nobres da época natalina, sendo uma excelente oportunidade para mostrar aos pequenos que mais gratificante do que receber, é dar. Afinal, isso sim, condiz com o verdadeiro espírito natalino!!!

Uma caixa de presente sendo presenteada - Foto: Syda Productions/ShutterStock.com
Fonte: Guia do Bebê

Outro sentimento que aflora nessa época do ano é desejarmos, de alguma forma, demonstrar nosso carinho e a nossa gratidão, não só aos nossos familiares, mas aos nossos amigos e colegas de trabalho ou de escola que, durante o decorrer do ano, nos apoiaram, proporcionando momentos de muita alegria e satisfação. 

Nesse sentido, fiquei encantada ao saber que a Cláudia, a filha mais velha da minha tia Zélia, e sua filha Mariana, deixando-se envolver pela magia do Natal, tiveram a brilhante ideia de utilizar a técnica do “origami” (arte japonesa que ensina, através da dobradura de papel, muito sobre paciência e a busca pela transformação), para fazer meias natalinas. Por ser uma forma diferente e criativa de presentear, juntamente com a família, despenderam dedicadamente várias horas aos finais de semana, fazendo as lembrancinhas para alegrar o Natal dos amigos e colaboradores do seu ambiente de trabalho.

Origami de meias natalinas

Mas… por que meia? Não sei se vocês sabem, mas a meia de Natal não serve apenas para decorar. Ela também carrega consigo uma simbologia especial: prosperidade, riqueza e boa sorte. Assim, na intenção de transmitir harmonia e vibrações positivas, elas optaram pelas meias de papel, recheando-as com deliciosos chocolates. Uma ótima sugestão, vocês não acham?

Além dos enfeites e das lembrancinhas, o Natal também passa pela cozinha, com pratos típicos saborosos que não podem faltar nesta época do ano. Envolver a família na preparação destas delícias, dando asas à imaginação para criar um cardápio temático é, certamente, uma atividade que vai tornar o Natal ainda mais mágico. Que tal preparar deliciosas receitas de Natal em família? As crianças irão adorar participar desses preparativos!!!

biscotti-di-natale
Fonte: NostroFiglio

Para fechar com chave de ouro um inesquecível Natal mágico, é claro que não poderia faltar um dos maiores símbolos que é a árvore toda decorada. Este é um dos momentos mais especiais que antecedem o Natal e é comovente ver a alegria das crianças separando ou até mesmo ajudando a fazer os enfeites para serem colocados na árvore!

decoracao-natalina-neoenergia-pernambuco.jpg
Fonte: Neoenergia Pernambuco

Criar boas lembranças que ficarão para sempre guardadas no coração dos pequenos, significa alimentar a doçura e ingenuidade que só se tem na infância e que poderão ser resgatados no nosso eu-criança em algum cantinho, na vida adulta. Afinal, qual é a primeira imagem que vem à cabeça quando pensamos no Natal? Independente da lembrança, ela vem acompanhada de muitos elementos: luzes, bolinhas de natal, presentes, presépios e vários outros adereços que tornam tudo mágico! 

Deste modo, envolver a família em todos estes preparativos para a festa de Natal é uma forma de fazer com que as lembranças venham acompanhadas da magia natalina, pois ela não está apenas nos detalhes, mas principalmente nos sentimentos que a data intensifica, criando uma atmosfera diferente que, por vezes, não conseguimos explicar, mas sabemos que é algo único e típico dessa época, que tem o poder mágico de nos deixar encantados diante da beleza das luzes coloridas, das árvores enfeitadas, das músicas temáticas, das confraternizações com amigos e da família toda reunida. 

Simmm… O Natal tem esta capacidade incrível de tocar os nossos corações, despertando princípios como a solidariedade, a inclusão e o respeito pelo próximo e pelo meio ambiente. Princípios que andam “hibernados” pela pressa do mundo contemporâneo e que clamam, cada vez mais, pela necessidade de orações em agradecimento pela vida, pela saúde e pela família.

Fonte: Nei Alberto Pies

Que neste período de festas, a contagiante magia do Natal aqueça nossas almas, espalhando sorrisos e abraços, fazendo com que a luz desta época brilhe cada vez mais forte de esperança e bondade! Como também expressa Charles Dickens, “Natal é um tempo de benevolência, perdão, generosidade e alegria. A única época do ano em que homens e mulheres parecem, de comum acordo, abrir livremente seus corações”. 

FELIZ NATAL MÁGICO PARA TODOS NÓS!!!

~ Bia ~

Uma luz que brilha na escuridão

Fonte: Grito do Livro

Hoje, dia 13 de dezembro, comemoramos o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, conhecido como “Dia do Cego”. A data mudou de nome porque a deficiência visual não se trata apenas de cegueira, mas também de baixa visão, sendo instituída em 1961 com o intuito de sensibilizar a população contra o preconceito e a discriminação, além de mostrar que ainda existem muitos desafios a serem enfrentados na busca pela garantia de direitos e pela inclusão das pessoas com deficiência visual na sociedade.

Porém, antes de mais nada é preciso entendermos que a deficiência visual pode ser definida como a perda total ou apenas parcial da visão. Pode ser congênito ou adquirido, representando para muitos, uma grande limitação. Contudo, diversas técnicas de aprendizagem e de inserção no mercado de trabalho fizeram com que a deficiência visual se tornasse apenas um pequeno detalhe diante da capacidade de seus portadores. Assim, podemos classificar a deficiência visual como:

– Cegueira: quando a pessoa não possui capacidade de enxergar ou possui esse sentido bastante limitado, com percepção mínima de luz. As pessoas cegas não conseguem visualizar nenhum material, sendo necessário, portanto, o uso de outros sentidos. A leitura e a escrita, por exemplo, é feita através do sistema braille, que permite a identificação de códigos pelo tato.

– Baixa visão: quando a pessoa consegue enxergar, por exemplo, com as letras ampliadas ou através de lentes de aumento. Algumas pessoas com baixa visão podem ter dificuldades para verificar objetos distantes, outras podem apresentar campo visual restrito, existindo até mesmo aquelas que possuem dificuldade com a distinção de determinadas cores ou, ainda, aquelas que apresentam sensibilidade exagerada à luz. 

Como podemos verificar, existem diferentes condições visuais, sendo que cada caso deve ser tratado individualmente. Entretanto, é importante ressaltarmos que pessoas que podem ter a visão corrigida por meio do uso de lentes ou cirurgias, tais como, miopia, astigmatismo ou hipermetropia, não são consideradas pessoas com deficiência visual.

Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 6,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência visual, sendo que aproximadamente 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados, pois resultam de causas previsíveis ou tratáveis.

Abril Marrom - prevenção cegueira
Fonte: Freepik

Diante desses dados, é necessário compreendermos que dentre as principais causas de cegueira temos o glaucoma, catarata, diabetes e a degeneração macular relacionada à idade. O oftalmologista Hilton Medeiros destaca que a maioria dos brasileiros não têm o hábito de fazer check-up preventivo no oftalmologista e costumam procurar um especialista para tratar destas doenças quando já está em estágio avançado ou de difícil regressão. A catarata, por exemplo, é a doença que mais causa cegueira no mundo, porém ela é cirurgicamente tratável, podendo recuperar a visão em qualquer estágio, mesmo se a pessoa já estiver ficando cega. O glaucoma, por sua vez, é a segunda maior causa de cegueira no mundo, sendo um dos distúrbios mais traiçoeiros, pois afeta a visão lentamente, sem apresentar sintomas. O oftalmologista alerta que é uma doença que evolui muito rapidamente e pode causar cegueira irreversível, pois o paciente só percebe a perda de visão quando mais de 90% das fibras já estão comprometidas.

No caso da degeneração macular relacionada à idade (DMRI), é uma doença degenerativa da retina que provoca uma perda progressiva da visão central nas pessoas acima de 50 anos. O diabetes causa alterações oftalmológicas em 40% dos portadores da doença e a retinopatia é uma das principais ameaças à visão dessas pessoas, uma vez que a doença afeta o sistema circulatório da retina, onde há células receptoras responsáveis por perceber a luz, enviando as imagens ao cérebro. O comprometimento desses vasos provoca vazamento de fluido ou sangue, causando fibrose e desestruturando a retina. À vista disso, o paciente enxergará imagens distorcidas ou borradas, podendo perder totalmente a visão.

A recomendação é a de que, se nada for detectado, o bebê vá ao oftalmologista aos três e seis meses
Fonte: R7

No que diz respeito à cegueira em crianças, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica afirma que 60% das causas de cegueira ou de grave sequela visual infantil podem ser prevenidas ou tratadas quando detectadas precocemente. Conforme o presidente da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa (ABCCR), Carlos Gabriel de Figueiredo, vários exames no bebê realizados na maternidade ― como o Teste do Olhinho ― são capazes de diagnosticar doenças que exigem tratamento imediato, como o retinoblastoma — tumor na retina — e a catarata congênita, tratados com cirurgia. A recomendação é a de que, se nada for detectado, o bebê vá ao oftalmologista aos três e seis meses para verificar sinais de má formação ocular ou estrabismo. Segundo o especialista, a partir desse momento, as consultas devem ser anuais.

Feita as devidas explicações acerca das causas que comprometem a visão, por outro lado, em algum momento você já parou para pensar como é a vida das pessoas com deficiência visual? Pois é… quando encontrarmos e tivermos que interagir socialmente com pessoas cegas, algumas atitudes devem ser adotadas, tais como:

– Falar com a pessoa de frente para ela, tocando no ombro ou braço para que possa se localizar melhor.

– Falar num tom normal de voz. A cegueira não é igual à perda de audição.

– Quando se aproximar, identificar-se; ao ir embora, avisar que está saindo.

– Ao explicar direções, ser o mais claro e específico possível; de preferência, indicar as distâncias em metros (uns vinte metros à nossa frente, por exemplo).

– Apresentá-la a outras pessoas que estejam no grupo para facilitar a integração.

– Perguntar do que ela precisa antes de tomar alguma atitude.

– Avisar sobre os obstáculos como degraus, pisos escorregadios, buracos e postes.

– Se você for guiar, oferecer o cotovelo dobrado.

– É correto dizer: pessoa com deficiência visual, cego, pessoa cega, pessoa com baixa visão.

– Ficar à vontade para usar palavras como “veja” e “olhe”, pois as pessoas com deficiência visual as empregam com naturalidade.

Fonte: The Vision Braille Centre

Caso você se interesse por mais detalhes, a Fundação Dorina Nowill que trabalha há mais de 75 anos para incluir pessoas cegas e com baixa visão, dispõe em seu site, o post “Como ajudar uma pessoa com deficiência visual sem constrangimento“. Vale muito a pena dar uma “olhadinha” pois eles demonstram como algumas atitudes simples são fundamentais para a construção de ambientes mais inclusivos.

Além disso, se a pessoa estiver acompanhada de um cão-guia, algumas recomendações do Instituto Federal Catarinense, que possui um Centro de Formação de Treinadores e Instrutores de Cães-Guia e pela iniciativa Alesc Inclusiva, da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, são extremamente importantes com relação ao animal:

  • Não brinque.
  • Não toque.
  • Não acaricie.
  • Não ofereça alimentos.
  • Não o distraia ou perturbe.
  • Fale com o dono e não com o cão.
Fonte: Brasil Escola

Dito tudo isso, é fundamental que todos percebam que as pessoas com deficiência visual podem realizar praticamente todas as atividades que uma pessoa “normal” realiza no seu dia a dia. Estudar e trabalhar, por exemplo, não são empecilhos e elas devem ser encorajadas e estimuladas a realizar essas atividades. Muitas são bastante independentes, mas algumas podem precisar de ajuda. 

Nesse caso, vamos estender nossas mãos e sermos solidários, pois como diz Airton José Marchi, “quando aprendermos a “ouvir” como um deficiente visual e a “enxergar” como um deficiente auditivo, provavelmente compreenderemos as sutilezas da natureza humana”. Que possamos refletir sobre esse tema no mesmo dia em que, não por acaso, a Igreja Católica presta homengagem à santa portadora da luz, Santa Luzia, a santa protetora dos olhos!!!

~ Dani ~

Sorriso maroto de uma Criança Especial

Fonte: Federação Médica Brasileira

Pasmem!!! Dá para acreditar que há, pelo menos, 93 milhões de crianças com deficiência no mundo e que os números podem ser muito maiores? No Brasil ainda temos um longo caminho de aprendizagem até, finalmente, aceitarmos, incluirmos e superarmos os tabus que associamos aos deficientes, sejam eles físicos ou mentais. Afinal de contas, em nosso país, segundo o IBGE, há mais de 45,6 milhões de portadores de deficiência – dos quais 3,5 milhões são crianças de 0 a 14 anos.

De acordo com a Biblioteca Virtual da Saúde, infelizmente estão entre os membros mais pobres da população, sendo menos propensas a frequentar a escola, a acessar serviços médicos ou a ter suas vozes ouvidas na sociedade. Suas deficiências também as colocam em maior risco de abuso físico e, muitas vezes, as excluem de receber nutrição adequada ou assistência humanitária em emergências.

Diante dessa triste realidade, o dia 9 de dezembro foi a data instituída para chamar a atenção para as crianças com necessidades especiais e entender o que se pode fazer para melhorar a qualidade de vida delas e garantir os seus direitos como cidadãos. Assim, torna-se necessário buscar informações para que possamos entender melhor sobre o universo delas, diminuindo o preconceito e sabendo como agir com relação às  suas necessidades.

É importante que todos saibam que muitas crianças especiais costumam levar consigo um sentimento de exclusão social, por serem vistas como diferentes. Desse modo, é de suma importância a convivência entre as pessoas, induzindo à reflexão em relação às formas de inclusão, uma vez ser relevante que as pessoas aceitem e entendam a diversidade como algo positivo, para que tenhamos uma sociedade mais inclusiva.

Fazem parte deste grupo, crianças com autismo, deficiência mental, auditiva e visual, Síndrome de Down e outras síndromes menos conhecidas, mas que também interferem no relacionamento com a sociedade. O autismo, por exemplo, é um transtorno de desenvolvimento que aparece nos três primeiros anos de vida e que compromete as habilidades de comunicação e interação social.

No entanto, através de tratamentos que avançam a cada ano, crianças autistas podem conviver sem barreiras na sociedade. Por outro lado, os portadores de Síndrome de Down, que têm 47 cromossomos em suas células, em vez de 46, no que diz respeito ao comportamento e aprendizado, não apresentam limitação, sendo capazes de exercer muitas atividades como qualquer pessoa dita normal faz.

Conforme a Federação  Médica  Brasileira (FMB), “toda família com uma criança especial desenvolve uma dinâmica particular. Em geral, eles são receosos, preocupados e ansiosos, pois temem a discriminação”, sendo este o maior desafio a ser superado, uma vez que ainda existe preconceito quanto ao deficiente, seja qual for o problema ou o grau de deficiência apresentado. Para a pedagoga Maria Fátima Silva, estes rótulos são difíceis de serem rompidos – mas não impossíveis, pois na sua opinião, “quando olhamos para as pessoas em situação de rua, falamos que são pessoas usuárias de drogas e quando olhamos para as pessoas com deficiência, dizemos que todas elas não podem. O rótulo é uma coisa muito complexa no nosso cotidiano e se desvencilhar disso é muito difícil”.

É comum que, em meio ao desconhecido, não saibamos como agir e que o medo e o preconceito falem mais alto do que a necessidade de respeitar. “O respeito à diversidade é fundamental para constituir e promover a inclusão”, completa Maria Fátima. Por isso, é fundamental entender a singularidade de cada criança especial.

Compartilhando na mesma linha de raciocínio, a psicóloga Flávia Parente destaca que a deficiência não é uma característica que minimize as habilidades das crianças especiais: “Não as chamamos de crianças com necessidades especiais, porque todos precisamos de atenção, amor, de um trabalho, de amigos, de escola. Também não falamos deficientes, porque isso confere a elas uma menor valia, como se não fossem capazes de nada. Essas crianças têm a deficiência como uma de suas características e ponto”. 

Ela enfatiza que a associação que fazemos entre a deficiência e a incapacidade de realizar tarefas é um exemplo de barreira atitudinal. Barreiras estas que se mostram como comportamentos e associações que julgam os deficientes como incapazes e dependentes, o que gera exclusão e segregação. Há também barreiras físicas, falta de acessibilidade e carência de uma estrutura que integre corretamente os deficientes à sociedade.

Nesse sentido, a FMB argumenta que felizmente, hoje, tenta-se minimizar os efeitos de tantos anos de exclusão, pois alguma evolução se percebe a partir da compreensão do que é a “deficiência”. Desse modo, substituir “deficiente” por “especial” modifica um pouco a situação da criança, pois altera a nossa atitude quando compreendemos que existem necessidades especiais, fazendo com que essa criança especial tenha a chance de se sentir reconhecida.

De fato, não podemos ignorar que, nos últimos anos, o Brasil vem apresentado diversos projetos de lei que buscam incluir, cada vez mais, as crianças e pessoas com deficiência à sociedade. Veja, a seguir, alguns destes projetos de lei e os direitos da pessoa com deficiência:

– Desde o ano 2000, deficientes, idosos e gestantes têm direito ao atendimento prioritário em serviços públicos e privados. Crianças e pessoas com diagnósticos de autismo, Síndrome de Down, deficiência mental, auditiva e visual também são resguardados pela lei.

– Em 2016 entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), que garante a crianças e pessoas com deficiência o acesso às tecnologias assistivas, à saúde pública, e à educação nas redes públicas e privadas. Desde então, nenhum colégio privado pode negar matricular alguém com deficiência, e ainda menos cobrar taxas extras por conta das necessidades dos seus filhos.

– A Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) garantem o direito ao educador especial em sala de aula. Todas as crianças especiais também têm direito ao AEE (Atendimento Educacional Especializado) para complementar o ensino regular, no turno contrário ao que a criança está matriculada. Exemplo: se a criança estudar de manhã, o AEE será no período da tarde.

– Empresas com 100 empregados ou mais devem fornecer de 2% a 5% de todas as suas vagas destinadas às pessoas com deficiência. Caso a quota não seja cumprida, a empresa pode ser multada!

Posto isso, considero ser de bom-tom termos em mente que não só o dia 9 de dezembro, mas todos os dias sejam dias de reflexão, sensibilização e luta de todos nós na construção de uma sociedade mais inclusiva e igual para todos, onde possa prevalecer o amor e o sorriso maroto de uma criança especial, que merece todo o nosso carinho e a nossa atenção! Vocês não concordam?

~ Dani ~

Cidades pela vida, cidades contra a pena de morte

Fonte: Palmela

Comentei no post anterior que as datas comemorativas têm sido a minha bússola para o planejamento dos diversos temas que venho escrevendo e ao procurar um assunto relevante para postar no final deste mês, acabei me deparando com este tema que, sinceramente, nem sabia que existia. Após algumas pesquisas e reflexões, vamos devanear sobre o Dia Internacional “Cidades pela Vida / Cidades contra a Pena de Morte”, que é comemorado anualmente no dia 30 de novembro. 

Trata-se de um movimento criado em 2002 pela Comunidade de Sant´Egídio, organização não-governamental italiana, com o objetivo de assinalar o aniversário da primeira abolição da pena de morte da História, que ocorreu no Grão-Ducado da Toscana, no norte da Itália, no dia 30 de novembro de 1786. Desde 2007, esta iniciativa tem o apoio da Coligação Mundial contra a pena de morte, da qual a Anistia Internacional faz parte, no intuito de  alertar a população sobre a importância do respeito internacional pelo Direito à Vida e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Segundo a Wikipedia, mais de 2000 cidades espalhadas por todo o mundo já aderiram a este movimento e declararam-se “Cidades pela Vida”, empenhadas na abolição da pena de morte. Deste modo, este dia global, conhecido como Cities for Life Day, tornou-se um importante evento para despertar a consciência e envolver as instituições na procura de um sistema judicial que não incite à morte e respeite a vida.

CitiesForLife_Comunita-di-SantEgidio_pena-di-morte

Acerca dessa grande mobilização mundial contra a pena capital, nos damos conta de que a  cultura do punitivismo tem crescido consideravelmente nos últimos anos, devido ao anseio social por penas mais severas sendo que, em alguns países, aplicam-se a pena de morte, na tentativa de resguardar a segurança e dias melhores para a população.    

De acordo com Dom Roberto Francisco Ferreria Paz, Bispo de Campos (RJ), “conceituar que certas pessoas são inimigas e temos o direito de eliminá-las, equivale acreditar naquele velho adágio latino: si vis pacem para bellum (se queres paz prepara-te para a guerra). Paradoxalmente, o Bispo de Campos (RJ) relembra as palavras do Papa João Paulo II que: “se queres paz prepara-te para paz, pois a paz não é apenas um resultado ou somente uma meta, mas um caminho que só pode ser alcançado pela não violência ou, se preferimos, pela justiça restaurativa”.

Desse modo, isso nos leva à reflexão de que enquanto reagirmos ao mal com o mal, estaremos alimentando incessantemente a espiral da violência. Como nos ensina Gandhi de que se levarmos “a ferro e fogo” o Código de Hamurabi do “olho por olho e dente por dente” ficaremos caolhos e banguelas, Dom Roberto Francisco infere que somente uma cultura de paz e reconciliação pode renovar o pacto civilizatório e humano, pois é na confiança e esperança na pessoa que geramos também uma convivência solidária e responsável, além de inclusiva. 

Assim, ele nos alerta de que “quando o Estado e o poder público mata a um ser humano cumprindo uma sanção penal, reproduz a violência e a multiplica ensinando o triste e perverso meio do extermínio”. O medo e o terror nos aterrorizam e nos tornam muito piores, pois na sua versão, “desumanizar e degradar aqueles que cometeram crimes é, sem dúvida, a falência da democracia, da sociedade e da dignidade humana”.

Diante dessa premissa, precisamos considerar que não faltam relatos do sofrimento físico e desumano causado pelas execuções. À vista disso, o movimento para a erradicação da pena de morte no mundo está a todo vapor, sob o comando da Anistia Internacional, afirmando que “não há justiça sem vida” e que “a pena de morte é a forma mais cruel, desumana e degradante de punição, uma vez que o direito à vida é inalienável e nenhuma autoridade pode decidir tirar a vida de um ser humano”.

A pena de morte é um sintoma de uma cultura de violência, mais do que uma solução para esta, visto não ter provas acerca do seu efeito dissuasor e negando qualquer possibilidade de reabilitação e reconciliação. Os erros judiciais podem acontecer mas a pena de morte é irreversível e pode ser aplicada a um inocente. Embasado nesta divergência, o direito internacional é favorável à abolição universal e encoraja todos os Estados a abolir a pena de morte, destacando que atualmente 58 países retêm esta forma cruel e desumana de punitivismo.

Fonte: Estremoz

Em homenagem à esta data, milhares de cidades em todo o mundo iluminam (muitas vezes com velas) um monumento histórico ou edifício público, em protesto contra a pena de morte. É um ato simbólico, com a luz da vida a vencer a escuridão da morte!!!

~ Bia ~

Segunda Sem Carne?

Fonte: Segredos do Mundo

Isso mesmo!!! Talvez você já saiba que se trata de um movimento que chegou ao Brasil em 2009, a partir de uma campanha da Sociedade Vegetariana Brasileira em parceria com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, com a ideia de que as pessoas deixem de consumir carne pelo menos uma vez por semana. O dia escolhido foi segunda-feira porque é o dia da semana que planejamos colocar em prática mudanças no melhor estilo “agora eu começo”. Então… que tal começarmos a nos alimentar de forma a tornar o mundo melhor? 

Cortar de vez a carne não é uma tarefa fácil para muita gente, mas você sabia que abrir mão dela, pelo menos, uma vez na semana já faz uma enorme diferença na saúde e no impacto ambiental? Prova disso é a criação da campanha Segunda Sem Carne, que começou em 2003 nos Estados Unidos com o propósito inicial de prevenir doenças causadas pelo excesso do consumo de carne. Atualmente a campanha está presente em mais de 40 países, objetivando conscientizar a população sobre os impactos que o consumo de produtos de origem animal têm sobre os animais, nossa saúde e nosso planeta.

Por que aderir a esse movimento?

Pelo planeta

Fonte: Awebic

O impacto socioambiental causado pela pecuária é assustador pois consome grande quantidade de água, grãos, combustíveis fósseis, pesticidas e drogas. Consequentemente, geram grande quantidade de excrementos, contaminam os mananciais, causam a erosão e a poluição atmosférica. Isso sem contar que a pecuária é a principal responsável pela destruição de florestas tropicais e outras áreas naturais. A seguir temos alguns dados encontrados no Awebic que considero importante compartilhar:

– Devido ao uso intensivo de água para produção de carnes, um consumidor médio de carne demanda indiretamente mais de 3800 litros de água por dia (Fonte: Bureau of International Information Programs);

– A produção de 1 quilo de carne bovina no Brasil emite cerca de 335 quilogramas de gás carbônico (CO2), o que equivale a dirigir um carro médio por cerca de 1600 quilômetros;

– A pecuária é responsável por 14,5% das emissões de gases causadores do efeito estufa oriundas das atividades humanas (Fonte: Food and Agricuture Organization);

– O setor pecuário é responsável por mais de 80% de todo desmatamento no Brasil (Fonte: Amazonia.org).

Diante desses dados, Imaginem multiplicar tudo isso pela quantidade de pessoas que comem carne todos os dias! Insustentável para o planeta, não é mesmo?

Pelos animais

Fonte: Awebic

Difícil acreditar mas durante um único ano, são mortos mais de 70 bilhões de animais terrestres em todo o mundo. Isso sem contar os animais marinhos que também são sacrificados para a alimentação. Segundo o último relatório do IBGE, são abatidos aproximadamente 1 boi, 1 porco e 190 frangos POR SEGUNDO no Brasil. Ao reduzir o consumo de carne, pelo menos, uma vez por semana, ajudamos a preservar não apenas a biodiversidade da nossa fauna, como também a vida desses animais. Afinal, se desejamos uma sociedade pacífica, mais justa e sem violência, um ótimo primeiro passo é tirar a violência do nosso prato, não acham?

Pela saúde das pessoas

Fonte: Awebic

Médicos e nutricionistas afirmam que uma alimentação centrada em vegetais diminui o risco de diabetes, de infarto e outras doenças cardiovasculares, além de reduzir o risco de alguns tipos de câncer, como o do intestino grosso. Pode não parecer, mas retirar alimentos de origem animal do prato por, pelo menos um dia, pode trazer muitos benefícios para a saúde. Conforme a Awebic, dietas sem carne são estimuladas pela Associação Dietética Americana e Nutricionistas do Canadá, bem como por renomadas instituições como o American Institute for Cancer Research, American Heart Association, Food and Drug Administration, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e muitas outras.

Através do quadro a seguir, é possível visualizar, de maneira mais sucinta, os impactos acima descritos.

Fonte: Sociedade Vegetariana Brasileira

O que podemos fazer?

Em um planeta com quase um bilhão de pessoas passando fome, as carnes apresentam-se como uma fonte precária de alimentos, demandando, como acabamos de ver, recursos escassos como água e terras que poderiam ser diretamente usados para a alimentação humana. Precisamos mudar padrões de consumo!!! Passar um dia da semana, pelo menos, sem carne é a mudança mais importante que cada um pode fazer, pois atinge com uma só “cajadada”, o cerne dos problemas políticos, éticos, ambientais e sociais. “É uma atitude que influencia não somente na busca por um planeta mais sustentável como também melhora a saúde, provê tratamento mais ético aos animais, combate a fome global e colabora com o ativismo político e comunitário”, como declara o ex-Beatle Paul McCartney, um dos embaixadores da campanha no Reino Unido.

Fonte: Sociedade Vegetariana Brasileira

Pesquisando no YouTube, achei muito interessante o vídeo do Átila Iamarino falando sobre a segurança alimentar e sustentabilidade. Se você tem compaixão, não só com o seu semelhante que está passando fome, mas também com a preservação do meio ambiente, vale a pena prestar atenção nos dados por ele apresentados.

Quando nos tornamos indivíduos responsáveis pelas nossas próprias ações, estaremos pensando coletivamente. Vamos participar e compartilhar desse movimento sustentável diante de tanta insustentabilidade! “Tô dentro”, e você?

~ Bia ~

Dia Internacional da Pessoa com Deficiência: “soluções transformadoras para desafios interligados”

bernadetealves.com

Não sei se vocês já perceberam, mas estamos postando diferentes assuntos tomando como referência as datas comemorativas, pois desta maneira conseguimos nos organizar a fim de executarmos um bom planejamento acerca dos temas que pretendemos abordar neste blog que, pelo menos para nós, está sendo muito prazeroso, uma vez que estamos tendo a oportunidade de expor os nossos pensamentos e transmitir nossa profunda gratidão por todas as pessoas que foram e têm sido importantes na nossa vida. Mas deixando o blá-blá-blá de lado, vamos ao tema de hoje. No início do próximo mês, mais precisamente no dia 03 de dezembro, comemoramos o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, que foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 14 de outubro de 1992 para que, a cada ano, seja estimulada uma reflexão sobre os direitos da pessoa com deficiência, tanto na instância nacional como na municipal.

Como comentamos anteriormente, no dia 21 de setembro comemoramos no Brasil, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência e naquele mês postamos um artigo alusivo ao Setembro Verde, que é uma campanha dedicada à inclusão social de pessoas com deficiência que, assim como este dia especialmente dedicado aos direitos e ao bem-estar das pessoas com deficiência, em todas as esferas da sociedade e do desenvolvimento, tem como objetivo a conscientização sobre a importância de inseri-las em diferentes aspectos políticos e sociais, até os econômicos e culturais.

Mas… o que é ser pessoa com deficiência? 

De acordo com o Decreto Lei nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, a deficiência humana pode ser definida como “toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano”.

As deficiências podem ter origem genética e surgir no período de gestação, em  decorrência do parto ou nos primeiros dias de vida do bebê. Na vida adulta, podem ser consequência de doenças transmissíveis ou crônicas, perturbações psiquiátricas,  desnutrição, abusos de drogas, traumas e lesões. Desta forma, são classificadas em:

– Deficiência física: é aquela que possui alterações que comprometem a realização de determinada atividade física. Essas alterações podem existir desde o nascimento ou serem adquiridas durante a vida. Nesse último caso, a violência e acidentes são fatores bastante relacionados com o aumento do número de deficientes físicos a cada ano.

– Deficiência visual: é aquela que apresenta cegueira ou baixa visão. No primeiro caso, o portador não consegue perceber imagens e nem mesmo a luz. O paciente com baixa visão, entretanto, consegue perceber algumas imagens, porém, necessita da ajuda de alguns instrumentos, como lupas ou então a ampliação de materiais. Pessoas que apresentam problemas como miopia, astigmatismo ou hipermetropia não podem ser consideradas deficientes visuais.

– Deficiência auditiva: é aquela que se caracteriza pela perda bilateral, parcial ou total da audição. Ela pode ser ocasionada por má-formação ou lesões nas estruturas que fazem parte da composição do aparelho auditivo.

Deficiência intelectual: é aquela que afeta o funcionamento intelectual do paciente, que é relativamente menor que o da média dos outros indivíduos. Nesse caso, o problema tende a aparecer antes dos 18 anos de idade.

– Deficiência múltipla: é aquela que afeta mais de uma das deficiências acima mencionadas.

Segundo a ONU, são 1 bilhão de habitantes no mundo com algum tipo de deficiência física ou intelectual, sendo que 80% vivem em países em desenvolvimento. Assim, com base em muitas décadas de trabalho da ONU no campo da deficiência, a cada ano, um tema é escolhido para a campanha de conscientização, sendo que em 2022, o tema do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência é: “Um momento decisivo: soluções transformadoras para desafios interligados” em reconhecimento de que o mundo está em um momento crítico na história das Nações Unidas, sendo que agora é o momento decisivo de agir e encontrar soluções conjuntas na construção de um mundo mais sustentável e resiliente para todos e para as próximas gerações .

Nesse sentido, o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU enfatiza que, “diante das crises complexas e interconectadas que a humanidade enfrenta atualmente, incluindo não só os agravos da pandemia do COVID-19, da guerra na Ucrânia e em outros países, mas a inflexão nas mudanças climáticas que vem apresentando desafios sem precedentes, com ameaças à economia global, as pessoas em situação de vulnerabilidade, como as pessoas com deficiência, são as mais excluídas e deixadas para trás. Em alinhamento com a premissa central da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável de “não deixar ninguém para trás”, é crucial que governos, setores público e privado encontrem soluções inovadoras de forma colaborativa para e com pessoas com deficiência, no intuito de tornar o mundo, um mundo mais acessível e equitativo”. 

Desse modo, a observância anual do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência visa promover a compreensão das questões da deficiência e mobilizar o apoio à dignidade, aos direitos e bem-estar das pessoas com deficiência. Essas atividades acontecem na Conferência dos países que fazem parte da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CRPD), sendo que o Brasil é signatário desde 2009. A comemoração esse ano será em Nova York, no dia 5 de dezembro de 2022  (9h00-12h00), através da Reunião Virtual Zoom e o prazo para se inscrever para o evento é 30 de novembro de 2022 à meia-noite (horário de Nova York).

As Nações Unidas destaca que “a observância global de 2022 para comemorar o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência será em torno do tema abrangente de inovação e soluções transformadoras para o desenvolvimento inclusivo, alicerçado em três diferentes diálogos interativos, dos seguintes tópicos temáticos:

– Inovação para o desenvolvimento inclusivo da deficiência no emprego (ODS8): este diálogo discutirá as ligações entre emprego, conhecimento e habilidades necessárias para acessar o emprego em um cenário tecnológico inovador e em rápida mudança para todos e como as tecnologias assistivas podem aumentar a acessibilidade ao emprego e ser integradas em o local de trabalho.

Inovação para o desenvolvimento inclusivo da deficiência na redução da desigualdade (ODS10): este diálogo discutirá inovações, ferramentas práticas e boas práticas para reduzir as desigualdades nos setores público e privado, que incluem a deficiência e estão interessados ​​em promover a diversidade no local de trabalho.

Inovação para o desenvolvimento inclusivo da deficiência: o esporte como caso exemplar: um setor onde todos esses aspectos se fundem; esporte como um exemplo de boas práticas e um local de inovação, emprego e equidade”.

Logotipo do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência representa duas pessoas que se dão as mãos, numa atitude mútua de solidariedade e de apoio em plano de igualdade, circundadas por uma parte do emblema da ONU

Segundo Romeu Sassaki, consultor e uma das maiores referências na área de inclusão, a iniciativa é um encorajamento para que nenhum de nós desista da construção de um mundo mais acessível e sustentável que inclua todas as pessoas com deficiência, ressaltando que a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiencia (CRPD) adotada pela Assembleia Geral em 13/12/2006 (em seu Artigo 9 – Acessibilidade), visa permitir que as pessoas com deficiência vivam de forma independente e autônoma e participem plenamente em todos os aspectos da sociedade, em igualdade de oportunidades (nos mesmos espaços ocupados pela maioria da população) e em equidade de condições (na medida justa da singularidade e especificidade de cada pessoa), identificando e eliminando os obstáculos e barreiras à acessibilidade.

Posto isto, vamos nos ater que o estatuto da pessoa com deficiência no Brasil foi instituído pela Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, com o objetivo de promover o direito à inclusão de forma igualitária para que o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais sejam realmente assegurados, cabendo ao Estado garantir esse bem-estar, principalmente por meio da formulação e implantação de políticas públicas, formuladas não só pelo poder público, como também pela sociedade civil e por aqueles que enfrentam as adversidades de viver em uma comunidade sem infraestrutura. Apenas assim, por meio do diálogo contínuo com esses indivíduos, nosso país será, de fato, acessível e inclusivo.

“Não basta que todos sejam iguais perante a lei. É preciso que a lei seja igual perante todos.” (Salvador Allende)

~ Bia e Dani ~

Não caia no “conto do vigário”

Fonte: SpaceMoney

A tão aguardada Black Friday, que em português quer dizer sexta-feira negra, é um evento que dá início à temporada de compras natalícias com significativas promoções oferecidas por milhares de empresas, em diversos países do mundo. É um evento tradicional que teve a sua origem nos Estados Unidos e que acontece toda sexta-feira após o Dia de Ação de Graças (quarta quinta-feira do mês de novembro), conhecido como Thanksgiving Day, feriado comemorado não só pelos americanos, mas também celebrado no Canadá e nas ilhas do Caribe, como o dia de gratidão a Deus, com orações e festas, pelos bons acontecimentos ocorridos durante o ano.

A primeira Black Friday do Brasil aconteceu no dia 28 de novembro de 2010 e foi totalmente online. Como o evento não tem regulamentação e nem organização centralizada, qualquer empresa, tanto virtual quanto física, pode fazer promoções com o nome Black Friday. A procura por esse termo levou muitas agências de publicidade a se colocarem como centrais oficiais do evento, de modo que ano após ano, a Black Friday brasileira vem batendo recordes de vendas, contemplando a negociação tanto de bens como imóveis, carros, artigos infantis, utilidades domésticas, quanto de serviços como turismo, festas infantis e comunicação.

No entanto, segundo pesquisa do PROVAR – Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA) – os preços de vários produtos vêm sendo “maquiados” na Black Friday, gerando indignação nos consumidores que começaram a usar a expressão “Black Fraude” para se referir ao evento. Houve até mesmo um movimento nas redes sociais, de posts de print screen dos preços e seu aumento, à medida que o dia da Black Friday Brasil se aproximava, devido ao comportamento de alguns lojistas que tentam iludir o público com ofertas “milagrosas”.

Além dos falsos descontos, tem muita gente mal intencionada querendo dar o golpe nos consumidores, de maneira que, com tantas promoções, torna-se difícil diferenciar a verdade da mentira em meio à euforia das compras. Por exemplo, houve casos em que uma televisão que custa, normalmente, R$ 3.000 era colocada por R$ 5.000 às vésperas da Black Friday. Quando chegava na hora H, era anunciada a R$ 2.500. A loja divulgava o desconto de 50%, mas, na prática, se comparado ao histórico, foi de 16%.

Mas esse não é o único golpe aplicado, sendo que atualmente o consumidor precisa ter muito cuidado ao fazer compras online e até mesmo presenciais. Então, pensando na segurança, o que é preciso saber na hora de comprar? Vamos ver, a seguir, os golpes mais comuns que, segundo o PagSeguro, acabam transformando a Black Friday em Black Fraude:

Mudança de valor no carrinho de compras. Viu um produto super barato no site, mas na hora de adicionar no carrinho o preço aumentou? Esse é um golpe que acaba enganando muita gente! Apresentar o preço de apenas uma parcela ou mostrar só o valor para PIX são formas de enganar o cliente e mascarar o real valor daquele produto.

Frete mais caro do que o produto. Alguns comerciantes “compensam” o desconto na cobrança do frete e o custo de envio encarece demais o valor final. Se você se deparou com esse caso, faça uma pesquisa em outras lojas que também comercializam aquele item para comparar os valores.

Prazo de entrega abusivo. Se você quer comprar uma televisão para assistir aos jogos da Copa (que começa alguns dias antes da Black Friday), não faz sentido demorar 45 dias para receber o produto, concorda? Infelizmente existem lojas que trabalham com prazo de entrega muito longo, algo que pode estar atrelado à falta de estoque do produto vendido. Muitas vezes esse golpe passa despercebido pelo consumidor, que não presta atenção no tempo que vai levar até o produto chegar (e vai ter que lidar com o problema depois que já realizou a compra).

Desconto falso: tudo pela metade do dobro. Esse é o principal e mais encontrado. Aquele em que os comerciantes aumentam o preço algumas semanas antes para no dia oferecer um “super desconto”. Ele pode acontecer tanto no e-commerce quanto nas compras físicas.

Sites falsos. Mais perigoso do que descontos falsos são os sites falsos, que já fizeram muitos clientes sentirem o gosto amargo da Black Fraude! Usando canais de comunicação, como e-mail marketing, WhatsApp e anúncios em redes sociais, os golpistas divulgam promoções muito vantajosas, mas levam o usuário para um site fraudulento. À primeira vista, ele parece idêntico, mas na hora de finalizar a compra, o dinheiro vai para a conta deles e não para a loja! O produto nunca será entregue e o consumidor fica com o prejuízo nas mãos. O segredo é sempre consultar a página oficial da loja associada ao anúncio recebido, para saber se a oferta realmente existe.

Fique também atento a essas atitudes simples para fugir dos golpes da Black Fraude:

Compare preços entre lojas e veja todo o histórico. Se o golpe mais conhecido é aquele que aumenta o preço antes para dar desconto depois, a primeira forma de fugir dele é através de sites como o Buscapé que indica os preços de cada produto nos últimos seis meses. Esse aplicativo pode responder ao consumidor se o produto realmente está no desconto da Black Friday ou se é mais uma pegadinha da “Black Fraude”. O Zoom é uma boa opção para quem quer comparar os preços dos produtos nos últimos meses e ainda receber parte do dinheiro de volta através de cashback. O aplicativo também tem a função de recomendar produtos com os menores preços e com maiores descontos. Também como opção para fugir da “Black Fraude”, o Compare TechTudo também é outro aplicativo atrativo para o monitoramento de preços. Com enfoque nos eletrônicos, a plataforma indica ao consumidor os produtos com os melhores valores.

Faça uma lista do que você pretende comprar na Black Friday 2022 e passe a acompanhar os valores com certa antecedência. Não deixe de analisar o valor do frete também! Assim você consegue encontrar o melhor custo-benefício. Aproveite para anotar ou tirar prints, assim será possível conferir se houve um aumento significativo de valor na véspera. Se esse for o caso, não pense duas vezes: denuncie a loja!

Compre em lojas com boa reputação. Opte por lojas que você já conhece ou que têm boa reputação. Se tiver comentários de outros clientes, melhor ainda! Para conferir se um estabelecimento é confiável, dê uma olhada no Reclame Aqui e na lista do Procon. Confira não só a nota dos antigos clientes como também o tempo de resposta da loja e sua “taxa de sucesso” para solucionar reclamações.

Fuja de links suspeitos. Recebeu uma promoção que parece boa demais para ser verdade por e-mail? Não clique! Se quer conferir a veracidade do desconto, abra uma nova aba, entre no site daquela loja e procure pelo produto. Caso não encontre, há chances de ser um golpe! Isso vale para mensagens SMS, mensagens diretas nas redes sociais e anúncios. Se chegou ao site e está em dúvida, dê uma olhada no cadeado verde que fica ao lado da barra de endereço para saber se ele tem o certificado SSL de segurança. Se tiver, o site é seguro!

Fique atento ao valor final da compra. Para não ter nenhuma surpresa quando chegar a fatura do cartão, revise o valor final da compra antes de finalizar. Assim, você foge dos golpes que mudam o preço quando você adiciona o item no carrinho!

Prefira pagar com cartão virtual. Quer fazer uma compra online? Então use o cartão virtual! Ele é uma versão digital do cartão físico, mas com número e CVV diferentes. A grande vantagem de usar este formato é que os dados mudam! Caso o site seja falso ou os dados sejam roubados, eles não podem ser usados novamente e você não corre o risco de encontrar compras desconhecidas na fatura. Se o pagamento for feito por boleto, é mais seguro que ele seja emitido no site oficial da loja. Evite os boletos enviados através de email ou Whatsapp. Não deixe também de conferir os dados do boleto: valor da compra, nome e CNPJ do beneficiário.

Caí na Black Fraude… e agora?

Mesmo com vários cuidados, é possível cair em fraudes da Black Friday. Por isso, esteja pronto para lidar com esses problemas. Caso aconteça, faça um boletim de ocorrência com prints e documentos que registrem o ocorrido. Porém, para evitar essa dor de cabeça, o ideal é seguir as dicas acima mencionadas e ficar “de olhos bem abertos” para não ser “enganado” por falsas promoções. Afinal de contas, a Black Friday está recheada com ofertas irresistíveis e nada melhor do que aproveitar esse evento para fazermos boas compras, não é mesmo? Mas… como diz o sábio ditado de que todo cuidado é pouco, vamos tomar o máximo de cuidado para não cairmos no “conto do vigário”, ok?

~ Bia ~

Outono é… outono no Japão!!!

Fonte: WeXpats Guide

Ué? Como assim? Outono não é outono em outros países? Claro que sim, mas como as quatro estações são muito bem delineadas no Japão, ao longo deste post, com certeza, você irá compreender porque o outono é literalmente outono nesse país. Então… vamos lá!

À medida que o calor do verão diminui e o frio do inverno começa a se instalar, as densas florestas começam a se transformar em impressionantes tons de laranja, amarelo e vermelho, propiciando um clima perfeito para caminhadas ao ar livre. Jardins e parques tradicionais exibem as cores de outono, atraindo milhares de visitantes ansiosos para se deleitarem com a mudança das folhagens. É esta combinação de clima frio e paisagens surpreendentes que tornam o outono uma das estações preferidas do povo do sol nascente.

O Equinócio de Outono (Shuubun no Hi) celebrado este ano no dia 23 de setembro, marca a entrada oficial do belo outono japonês, estação em que ocorre o fenômeno chamado “kouyou” (Koyo Gari ou Momiji Gari), quando as folhas das árvores ganham lindas tonalidades vermelho-amareladas, deixando a estação com um visual incrivelmente encantador.

Fenômeno kouyou em Hokkaido | Fonte: Japan Guide

O início da “metamorfose” das folhas ocorre em meados de setembro no norte do país, encerrando a mutação no começo de dezembro nas regiões mais ao sul, sendo que o auge do “kouyou” ocorre em novembro, período em que é possível contemplar a árvore que mais se destaca nesse espetacular cenário que é o “momiji”, também conhecida como bordo em português ou maple tree, em inglês.

Yamanaka-ko | Fonte: Caçadores de Lendas

Ao contrário da temporada da flor da cerejeira (sakura), que é bastante curta, podemos apreciar a beleza das folhas com mais tranquilidade, pois o período das folhas de outono é um pouquinho mais longo, sendo uma das melhores estações para passear nesse país. O clima é mais ameno, as comidas sazonais dominam os cardápios e a natureza oferece esplêndidos cenários de deixar qualquer um de “queixo caído”, ainda mais agora que o Japão acabou de reabrir suas fronteiras para o turismo internacional.

A apreciação dessa estação tem um lugar especial no coração dos japoneses, pois assim como a sakura, o outono também enfatiza a efemeridade, ou seja, que tudo é passageiro e precisamos aproveitá-los no momento certo. Desse modo, é interessante saber que existem duas palavras muito usadas nessa época do ano: kouyou (紅葉), que retrata o processo natural da mudança da cor das folhas verdes para o vermelho e o momiji (紅葉), que se refere às folhas avermelhadas, sendo o símbolo definitivo do outono japonês.

No entanto, não podemos omitir que a cor marcante do amarelo dourado de alguns destes cenários, são realçadas pelas folhas da árvore milenar “icho” (Ginkgo biloba), considerada um fóssil vivo, pois já existia no tempo dos dinossauros, há mais de 200 milhões de anos. Essa árvore, também conhecida como nogueira-do-japão, árvore-avenca ou simplesmente ginkgo, possui delicada beleza aliada à força e resistência, sendo o símbolo de paz e longevidade por ter sobrevivido às explosões atômicas no Japão. O dourado dessas exuberantes folhas podem ser apreciadas, em Tokyo, nas alamedas do Icho Namiki (Avenida de Ginkgo), próxima ao Meiji Jingu Gaien Park, considerada uma das avenidas mais populares durante a estação.

Fonte: Caçadores de Lendas

Esse maravilhoso espetáculo também pode ser vislumbrado, inclusive, ao anoitecer, pois assim como na capital japonesa, em diversas localidades como Nikko em Tochigi, Oirase em Aomori, Kyoto, Kamakura, Osaka, entre outras, recebem iluminação noturna em parques, templos e ruas arborizadas, destacando a coloração outonal das folhagens – um deslumbrante show da natureza enaltecido por luzes artificiais.

Kiyomizu-dera em Kyoto | Fonte: Caçadores de Lendas

Além das folhas, não podemos deixar de destacar as incríveis flores desta estação! Elas esbanjam formosura em parques e jardins por todo o país e são atrações imperdíveis para os amantes da natureza. Uma dessas flores é a cosmos, que pode ser vista em várias cores como rosa, amarelo, branco, laranja, entre outras. Crisântemos, jasmim do imperador (osmanthus), lírios-da-aranha-vermelha e arbusto de fogo (kochia), conforme foto a seguir, também ostentam sua beleza nessa época do ano.

Fonte: Wikimedia Commons

Com relação aos produtos típicos, um dos ingredientes mais usados é a batata-doce que aparece em doces, salgados e em praticamente todos os menus e rótulos de produtos por tempo limitado durante esta estação. Outra comida sazonal muito saborosa é o “sanma” grelhado, um peixe longo e esbelto, sendo tão apreciado no Japão que até recebe seu próprio festival, o Meguro Sanma Festival. Neste evento, que ocorre desde 1996, são distribuídos gratuitamente cerca de 7.000 peixes grelhados.

Fonte: Além do Sushi

Desse modo, o outono também é conhecido por ser uma temporada cheia de comidas deliciosas feitas com ingredientes típicos da estação. Além da batata-doce e do peixe sanma, outras frutas e vegetais sazonais que compõem a culinária japonesa são: cogumelo matsutake, abóbora kabocha, castanha (kuri), pera asiática, caqui, uva e maçã.

Fonte: WeXpats Guide

Com uma história rica em simbolismo, as impressionantes árvores multicoloridas representam o equilíbrio e por estarem associadas à paz e à serenidade têm sido, desde tempos antigos, inspiração para os poetas japoneses. Assim, os japoneses vêm preservando suas tradições e são agraciados com quase três meses de clima favorável a passeios e viagens em cenários de tirar o fôlego, não deixando “passar em branco” o belíssimo espetáculo a céu aberto da estação mais colorida do ano, neste fascinante país que também é, como expressa Caetano Veloso na música dedicada à cidade maravilhosa (Rio de Janeiro), cheia de encantos mil!!! Vale a pena planejar uma viagem nessa época do ano porque o outono é, como você acabou de ver, indescritivelmente outonal no Japão!!!

~ Bia ~

Gentileza gera gentileza

Fonte: Cidade Verde

Se tem um povo que, por tradição, se preocupa em promover a gentileza e está sempre tomando o máximo de cuidado para não causar transtornos às pessoas, esse povo, sem dúvida, é o povo japonês. Um aspecto importante da cultura japonesa é que o grupo vem antes do indivíduo, de modo que a harmonia dentro do grupo e da sociedade em geral deve ser mantida tanto quanto possível. Isso leva a práticas agradáveis, como por exemplo, trocar presentes com seus vizinhos, sendo que uma das piores coisas que você pode fazer para quebrar a harmonia é causar “meiwaku”, ou seja causar aborrecimentos, transtornos ou incômodos para outras pessoas. 

Desse modo, é comum observarmos que as mesas das praças de alimentação de um shopping ou até mesmo banheiros de locais públicos estão sempre limpos, pois existe a constante preocupação em não causar transtornos para a próxima pessoa que for usar. Assim, não é de se estranhar que o Dia Mundial da Gentileza (Bondade), comemorado no dia 13 de novembro, tenha surgido durante um congresso em Tóquio, em 1997. O grupo Movimento das Pequenas Gentilezas do Japão reuniu diversos grupos de diferentes países que propagavam a gentileza em suas nações e apresentou a proposta. Em 2000, foi oficializado o Movimento Mundial pela Gentileza (World Kindness Movement – WKM), com o objetivo de inspirar as pessoas a serem mais gentis e, consequentemente, tornar o mundo bem melhor. 

É óbvio que a gentileza deve ser praticada todos os dias, independente de ter ou não um dia especial, pois atitudes simples como cumprimentar, abraçar, sorrir ou proferir uma palavra positiva tem o poder de mudar a energia do ambiente, além de melhorar a convivência e motivar as pessoas. Quando alguém é recebido com um sorriso, naturalmente ele o retribui, gerando uma corrente do bem. Ter empatia e ser gentil engloba vários fatores como compreender os maus entendidos, não julgar, respeitar os variados pontos de vista, escolher as palavras certas para cada momento entre outras diversas atitudes.

Assim, a gentileza é um fator primordial na qualidade de vida, pois tanto quem a recebe, quanto quem a realiza, se sente mais feliz, ou seja, gentileza gera gentileza!!! Mas… você sabia que existe uma história por trás dessa frase?  

Simmm…nesta data tão peculiar, é impossível não trazer à tona um dos maiores expoentes deste tema: José Datrino, o Profeta Gentileza. Criador da frase “gentileza gera gentileza”, construindo a ideia de que atos de bondade podem ser cíclicos e que uma boa ação pode inspirar inúmeras outras, José Datrino passou a ser conhecido como Profeta Gentileza quando, em 17 de dezembro de 1961, um gigantesco incêndio no Gran Circus Norte-Americano, na cidade de Niterói no Rio de Janeiro, ceifou centenas de vidas.

Na antevéspera do Natal, Datrino acordou alegando ter ouvido “vozes astrais”, que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual. Desse modo, pegou um de seus caminhões e foi para o local do incêndio, plantando flores no local que um dia foi palco de tantas alegrias, mas também de muita tristeza. Aquela foi sua morada por quatro anos e lá incutiu nas pessoas o real sentido da palavra Gentileza, confortando os familiares das vítimas da tragédia com suas palavras de bondade. 

Após deixar o local que foi denominado “Paraíso Gentileza”, o Profeta começou a sua jornada como andarilho, fazendo sua pregação e levando palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza, a todos que cruzassem seu caminho. Aos que o chamavam de louco, ele respondia: – “Sou maluco para te amar e louco para te salvar“. A partir de 1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Gasômetro, que vai do Cemitério do Caju até o Terminal Rodoviário do Rio de Janeiro, numa extensão de aproximadamente 1,5 km, enchendo inscrições em verde-amarelo no intuito de incitar as pessoas a aplicarem gentileza em todo o planeta. No entanto, em 1990, a prefeitura do Rio de Janeiro “apagou” por engano as frases do Profeta  e apesar do pedido de desculpas, a restauração do legado de Datrino só ocorreu em 1999, três anos após a sua morte. 

O Profeta Gentileza foi homenageado na música pelo compositor Gonzaguinha e também pela cantora Marisa Monte que, além de incentivar os valores pregados pelo profeta, retrata os danos ocorridos contra os murais, como diz o trecho: “Apagaram tudo / Pintaram tudo de cinza / Só ficou no muro / Tristeza e tinta fresca”.

À vista desta célebre frase, o psicólogo Igor Teo aponta que há uma espécie de contágio saudável quando praticamos atos de gentileza, principalmente em épocas de intolerância como as que estamos vivendo atualmente no Brasil. Desse modo, um olhar mais doce, um sorriso afável e palavras de carinho e atenção, “desarmam” qualquer violência, proliferando um ambiente muito mais agradável. Consequentemente, as pessoas se sentem gratas por nossas ações e tendem a nos tratar da mesma maneira. É um efeito dominó, pois um ato leva a outro e pequenas ações podem fazer grande diferença, aumentando, por exemplo, questões de autoestima e sociabilidade. Segundo o psicólogo, quando as pessoas se sentem agradecidas e felizes, elas querem de alguma forma retribuir as pessoas que lhe fazem sentir assim. 

Acredito que essas pequenas ações devem ser aplicadas principalmente no convívio familiar pois no mundo conturbado em que vivemos atualmente, em muitos lares percebe-se que está faltando “tempo” para se exercer atos de gentileza e bondade com a própria família, vocês não concordam? A falta de carinho e atenção, principalmente do pai que está sempre ausente por conta do trabalho, tende  a causar sérios danos emocionais ao longo da vida de uma criança, de modo que, quando adulto, essa criança não sente a necessidade de retribuir “tudo” que seu pai fez por ele até a sua emancipação. 

Apesar da cultura japonesa se preocupar em não causar transtornos a terceiros e até mesmo ter proposto uma data para celebrar mundialmente a gentileza, é comum encontrarmos nesse país, relatos de crianças e jovens que convivem com o descaso do pai que está sempre tão cheio de afazeres e obrigações, deixando a educação dos filhos sob a total responsabilidade da esposa e, desse modo, não participando ativamente da vida cotidiana de seus filhos. 

Antagonicamente, não posso deixar de falar como meu sogro, Sr. Hiroshi, mesmo sendo japonês, era carinhoso e gentil, não só com os filhos mas com todas as pessoas que o cercavam. Assim como José Datrino representava a gentileza, meu sogro era sinônimo de pura bondade. Muitíssimo dedicado às questões religiosas, era amável, sereno e estava sempre com um belo sorriso estampado em seu rosto. Segundo Milton, meu marido, ele foi um pai extremamente participativo e jamais usou da agressão ou violência para educar os filhos, tratando-os com respeito e cordialidade. Desse modo, era gratificante presenciar o relacionamento entre pai e filho pois como gentileza gera gentileza, Milton também sempre nutriu imenso carinho por aquele que foi um grande exemplo de bondade para todos nós.

Diante de tantos aforismos alusivos à gentileza, chegamos ao veredito de que podemos ser gentis de várias maneiras. Ser gentil não engloba bondade, generosidade, amor e afeto apenas aos nossos semelhantes mas também com todo o meio em que vivemos como, por exemplo, não jogar papel e/ou lixo no chão, separar lixos recicláveis de lixos orgânicos e cuidar das plantas. Sejamos gentis com os animais, com a natureza e o meio ambiente em geral, com as crianças, com os idosos e com o próximo pois, segundo Harold Kushner, “quando você é gentil com os outros, isso não muda apenas você, mas também muda o mundo”, uma vez que retribuir com gentileza até mesmo nos momentos mais difíceis, pode ser a melhor resposta para alcançarmos os melhores resultados.

Afinal, nada melhor do que seguir o exemplo de Shakespeare: “Eu aprendi que ser gentil é mais importante do que estar certo”. Ou até mesmo nos conscientizarmos de que “as palavras gentis são breves e fáceis de dizer, mas o eco delas é eterno”, conforme profetizou Madre Teresa de Calcutá. 

~ Bia ~

A estrela guia de uma escola

Quem mais poderia ser a estrela guia de uma escola senão o profissional responsável pelo bom funcionamento de uma instituição educacional? Isso mesmo!!! O diretor da escola!!! Assim como celebramos no dia 15 de outubro o dia dos professores, os diretores escolares também têm, merecidamente, o seu dia. Em alguns estados brasileiros como em São Paulo, é comemorado no dia 18 de outubro e em outros, como no Paraná, no dia 12 de novembro.

Como a diretora que quero homenagear, representando todos os diretores escolares do Brasil, é de uma escola que está no estado do Paraná, vou aproveitar essa data pra falar sobre a importância desse profissional no contexto educacional. 

Quando se trata de falarmos sobre o diretor escolar, muitas vezes, o que logo vem em nossa mente é a figura daquele profissional super ocupado, com muitos documentos em sua mesa, resolvendo diversos problemas, corrigindo comportamento indisciplinado de alunos, conversando com pais e responsáveis, não é mesmo?  

Não sei se vocês sabem, mas o papel do diretor de escola vai muito além disso. Muitas pessoas não enxergam a verdadeira função deste profissional em uma instituição de ensino, tendo até mesmo uma visão distorcida de que é uma figura distante, que apenas distribui as funções aos colaboradores da escola e “castiga” os alunos que não são obedientes ou estudiosos.

Porém, por trás de todas as transformações educacionais que encontramos nas instituições de ensino, existe a cautelosa articulação, organizada e objetiva, de uma figura igualmente essencial nesse cenário: o diretor escolar. Além de administrar, cabe a ele incentivar, motivar e inspirar tanto a sua equipe quanto os seus alunos.

Desse modo, o diretor exerce um papel importantíssimo na rotina escolar e dentre suas principais obrigações, podemos destacar a gestão do setor administrativo e financeiro, o trabalho em prol do desenvolvimento pedagógico, da coordenação do corpo docente e até mesmo a integração entre família-escola.

Realmente, ser diretor não é uma tarefa fácil. Ele tem que estar preparado para diferentes situações, pois nem sempre tudo sai como planejado, de maneira que  driblar os desafios e os percalços da gestão escolar não é algo tão simples. Ainda mais agora, em tempos tecnológicos e de pandemia, o diretor escolar tem que acompanhar as constantes mudanças e estar sempre atento a tudo que acontece dentro e até fora da escola.

Diante de todas estas responsabilidades inerentes aos diretores de escolas, esse também é o papel que, com muito amor e dedicação, desempenha atualmente a diretora da Escola Bilíngue para Surdos de Maringá, Ana Dalva Arsiê Botion, que tem plena consciência de que, para alcançar um projeto pedagógico de qualidade, professores, coordenadores, alunos e responsáveis devem, antes de tudo, estar em sintonia com a gestão.

A Escola Bilíngue para Surdos de Maringá é fruto da criação, em 1981, de uma entidade assistencial voltada para o atendimento de crianças surdas na cidade, conhecida por ANPACIN (Associação Norte Paranaense de Áudio e Comunicação Infantil). Da data da sua fundação até 2010, a diretora era a Sra. Yara Felipe que trabalhou incansavelmente para proporcionar às crianças surdas um ensino de qualidade, de forma que pudessem crescer e serem capazes de vivenciar as evoluções do mundo. 

Transferiu seu cedro para a vice-diretora Ana Dalva que vem habilmente conduzindo uma equipe de colaboradores a fim de alcançar metas e objetivos que possam impactar positivamente na inclusão dos alunos surdos na organização sócio econômica do país. Assim, por ser diretora de uma escola voltada para a educação especial, são enormes os desafios que envolvem a gestão escolar, mas a Ana Dalva, extremamente comprometida com o seu trabalho, está sempre a postos para enfrentar as adversidades e demonstrando muita competência para atuar em diferentes cenários. 

Sua capacidade de inovação é admirável pois está constantemente buscando meios efetivos para solucionar problemas reais de maneira ágil e em conformidade com as necessidades da instituição de ensino. Por estar há mais de 30 anos se dedicando à essa escola, reconhece e acompanha as transformações sociais pelas quais a instituição tem passado ao longo dos anos, adaptando a rotina da escola às mudanças comportamentais, tanto da equipe de colaboradores como dos alunos, pais e responsáveis.

Nesse sentido, uma das suas prioridades é fortalecer os canais de comunicação com alunos e responsáveis, pois ela que, antes de ser diretora, foi durante muitos e muitos anos professora da escola, sendo a primeira professora da Dani, na antiga ANPACIN, é a maior defensora de que se a família e escola andarem sempre de mãos dadas, melhor será o desempenho dos alunos surdos para que possam ter uma gama maior de possibilidades na vida profissional e pessoal. Como ex-professora, não podemos deixar de ressaltar como era prestativa e gentil, tendo muita paciência com todas as crianças, sendo que até hoje, todos os ex-alunos, já adultos e de bem com a vida, têm muito carinho e orgulho dessa professora que hoje ocupa, incansavelmente, o cargo de diretora da escola.

Ana Dalva e Dani – antes e 28 anos depois

Como foi possível observar, ser diretora de uma escola bilíngue de surdos é um trabalho que demanda um esforço diário e contínuo, não existindo uma fórmula mágica para gerí-la, mas com muita, mas muita garra e disposição, Ana Dalva vem se dedicando à educação de crianças e jovens deficientes auditivos. Ela merece todo o nosso respeito e a nossa admiração pois, sem dúvida alguma, é a estrela guia da escola que é referência nacional de educação bilíngue no Brasil.  

Parabéns a todos os diretores de escola e, em especial a você, Ana Dalva, que continua iluminando a vida de todas as crianças e jovens surdos que são sempre calorosamente acolhidos por você e pela sua equipe de colaboradores! Como dizia Leon Tolstói: “Pode-se viver uma vida magnífica quando se sabe trabalhar e amar. Trabalhar por aquilo que se ama e amar aquilo em que se trabalha.” 

~ Bia e Dani ~

Prevenir é melhor do que remediar

Fonte: IOB

No dia 10 de novembro comemoramos o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez que foi instituído com o propósito de educar, conscientizar e prevenir a população brasileira para os problemas advindos da surdez que afeta, em algum grau, de acordo com o IBGE, mais de 10 milhões de pessoas, sendo que no mundo todo, a estimativa é de que 900 milhões de pessoas podem desenvolver a surdez até 2050, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Como vimos anteriormente, a surdez é o nome dado à impossibilidade ou à dificuldade de ouvir. Dependendo da causa, uma pessoa pode nascer ou se tornar surda e por existir vários graus de perda auditiva, ela pode impedir ou dificultar a percepção dos sons pelo indivíduo. A audição não tem relação apenas com o ouvido: na verdade ela é constituída por um sistema auditivo que capta as ondas sonoras acústicas e as transforma em códigos neurais, que serão interpretados pelo cérebro.

Quando ocorre um dano em qualquer uma das partes pelas quais o som atravessa, a capacidade auditiva pode ficar seriamente comprometida. Desse modo, a surdez pode ser congênita ou adquirida e afetar pessoas de qualquer idade sob diferentes maneiras, provocando alterações na comunicação com grande impacto na saúde e na qualidade de vida, no desenvolvimento acadêmico e nas relações de trabalho.

Principais causas e tipos de perda auditiva

1. Surdez de condução ou transmissão: ocorre quando a passagem de som para o ouvido interno é bloqueada. Em geral, ela tem causas curáveis, podendo ocorrer rompimento do tímpano, excesso de cera que se acumula no canal auditivo e até mesmo infecção do ouvido. Esse tipo de surdez pode ser tratada com medicamento ou cirurgia.

2. Surdez de cóclea ou do nervo auditivo (neurossensorial): ocorre quando o som não é processado ou transmitido ao cérebro. É desencadeada por viroses, meningites, uso de certos medicamentos ou drogas, propensão genética, exposição ao ruído de alta intensidade, presbiacusia (perda da audição provocada pela idade), traumas na cabeça, defeitos congênitos, alergias, problemas metabólicos, tumores, entre outros. Na maioria dos casos, o tratamento ocorre por meio de medicamentos, cirurgias e uso de próteses auditivas.

Esses são os dois principais tipos da surdez. Em alguns casos podem ocorrer tanto os sintomas da surdez de condução como da surdez neurossensorial. Nesse caso, chamamos de surdez mista.

Além disso, podem ocorrer outros fatores que se relacionam à perda de audição, como nascimento prematuro, baixo peso ao nascer, uso de antibióticos tóxicos e infecções, como sífilis e rubéola, que podem levar à surdez congênita (quando a surdez ocorre desde o nascimento).

Segundo o otorrinolaringologista Luiz Fernando Lourençone, do Instituto de Olhos e Otorrino de Bauru (IOB), a causa da surdez pode estar relacionada a diversos fatores, entre eles, o genético, os ambientais ou os decorrentes do envelhecimento. Nas crianças, as doenças infectocontagiosas, a exemplo da meningite e da rubéola, são potenciais desencadeadores da perda auditiva, de forma que a criança com dificuldade auditiva pode perder estímulos importantes para o seu desenvolvimento, que envolvem o aprendizado, a comunicação e a socialização. O médico aponta que quando a perda auditiva é congênita, é possível ser detectada e diagnosticada nos primeiros meses de vida, razão pela qual o Teste da Orelhinha, um exame rápido e indolor, é tão importante e não pode ser negligenciado. Ele também comenta que na terceira idade, devido ao envelhecimento natural dos órgãos, o problema aparece com certa frequência, sendo mais perceptível após os 65 anos e comprovado cientificamente que a perda auditiva no idoso é um dos fatores mais expressivos de desagregação social. 

Atualmente, com os elevados níveis de poluição sonora, a cultura da prevenção e a redução de exposição do ouvido a riscos desnecessários são essenciais para manter uma audição saudável, de maneira que devemos sempre buscar a prevenção da surdez. Podemos evitar a perda de audição, tomando algumas precauções como:

– No caso das gestantes, por exemplo, uma orientação médica pré-natal é essencial para evitar doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose, que podem provocar a surdez. Sem esse acompanhamento, as mulheres podem se tornar suscetíveis às doenças durante a gestação.

– Em bebês e recém nascidos, o teste da orelhinha é o exame mais indicado para identificar anormalidades na audição logo nos primeiros meses de vida. Com base nesse exame, o pediatra pode solicitar o auxílio de um otorrinolaringologista, por exemplo, para evitar maiores prejuízos.

– Também são recomendadas técnicas simples, mas muito eficazes, como o cuidado redobrado com objetos pontiagudos. Nunca insira canetas ou grampos, por exemplo, no ouvido, porque esses objetos podem causar sérias lesões. É por esse motivo que eles também devem ser mantidos longe do alcance dos pequenos. 

– Para trabalhadores expostos a ruídos por tempo prolongado ao longo dos anos, em setores como a indústria, construção civil, metalurgia e mineração, é imprescindível o uso de protetores auriculares, para atenuar o ruído e tornar o barulho confortável ao ouvido. Segundo a legislação brasileira, a distribuição do EPI é uma obrigação do empregador quando os níveis de ruído aceitáveis são ultrapassados. 

– Evite tomar remédios sem prescrição médica e tome cuidado especial com os fones de ouvido, porque o seu uso prolongado, com som acima do recomendado, também pode causar a perda auditiva. 

Deu para entender que a precaução é o melhor remédio para quem tem receio de comprometer a audição?

No entanto, se você  percebeu que tem algum grau de perda auditiva, tomar essas medidas não vai resolver o seu problema. É necessário buscar atendimento especializado para entender a dimensão da perda auditiva, realizar um diagnóstico personalizado e, aí sim, iniciar o tratamento. Contudo, antes de avaliar os tratamentos existentes, vale lembrar que a surdez não é um “bicho de sete cabeças”, sendo que uma pessoa com deficiência auditiva é plenamente capaz de realizar todas as funções de uma pessoa ouvinte, desde que respeitada a sua acessibilidade.

Encontrar uma forma de lidar com a perda auditiva pode ser um desafio, mas no momento em que há suspeita ou diagnóstico de deficiência auditiva, inicia-se um novo mundo de conceitos e informações. Quanto mais cedo reagirmos aos sinais da perda auditiva, ainda que seja leve, melhor será a qualidade de vida no longo prazo, não existindo, porém,  um tratamento único para a surdez. A escolha do método terapêutico depende de vários fatores como: idade, duração, tipo e grau de perda auditiva.

Pessoas com perdas condutivas podem ser tratadas através de medicamentos ou cirurgias. Já os casos de deficiências neurossensoriais quase sempre serão tratados com auxílio de dispositivos tecnológicos desenvolvidos para a reabilitação auditiva, sendo os mais comuns:

  • Aparelhos Auditivos
  • Implantes Cocleares
  • Implantes de orelha média
  • Próteses Auditivas Ancoradas ao Osso (surdez unilateral)

A boa notícia é que para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência auditiva, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a reabilitação com o auxílio do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) e implantes cocleares. Ainda no SUS, o paciente também tem acesso ao atendimento integral: diagnóstico, indicação do implante, preparação para cirurgia (consultas e exames), acompanhamento feitos por profissionais especializados e terapias após procedimento cirúrgico. Para mais informações, acesse o site: www.saude.mg.gov.br/deficiencia

Diante do exposto, o velho e bom ditado “prevenir é melhor do que remediar”, adequado a incontáveis situações no cotidiano das pessoas, aplica-se igualmente à manutenção de uma audição saudável. Deparamos diariamente com várias surpresas e a melhor coisa que existe é colocar a saúde em primeiro lugar. Só assim conseguiremos relaxar e desfrutar os prazeres da vida, não é mesmo?

~ Bia ~

Dona Akiko e o jogo do contente

Fonte: CEO do Futuro

Será que vocês já ouviram falar do jogo do contente? Quando eu tinha 13 anos, “caiu em minhas mãos”, uma obra clássica da escritora americana Eleanor H. Porter, intitulada Poliana. Publicado pela primeira vez em 1913, o livro narra a história da protagonista que consegue ver o lado bom em tudo que acontece… até que um obstáculo desafie seu Jogo do Contente que foi inventado por seu falecido pai, para que ela encontrasse diariamente motivos para sorrir. Com esse pensamento, ela enfrenta as dificuldades da vida e provoca os adultos a seguir pelo mesmo caminho, sem nutrir mágoas ou tristezas profundas.

Não sei dizer se Dona Akiko, minha mãe, chegou a ler esse livro mas depois que terminei a leitura dessa obra literária, cuja mensagem nos faz refletir sobre a importância de ser otimista e ver sempre o lado positivo de todas as situações, com exceção do funeral, já que “não há nada em um funeral que possa deixar alguém contente” segundo Poliana, o que mais me impressionou foi perceber como minha mãe jogava tão bem esse jogo no seu dia a dia.

Como comentei anteriormente, sou descendente de japoneses e reza os antigos costumes de meus ancestrais, o sistema patriarcal em que cada membro tem seu lugar definido na estrutura e na organização doméstica, assim como o compromisso com quem o comanda. Na hierarquia, cuja autonomia máxima era do pai, o primogênito (sexo masculino) tinha a responsabilidade de perpetuar o legado cultural e social da família, cabendo a sucessão do honrado nome da família. Digamos que, de certa forma, não deixava de ser um resquício de feudalismo que a tradição japonesa respeitava com muito orgulho.

Em outras palavras, meus avós imigraram para o Brasil e o meu pai, por ser filho único, era também o primogênito da família. Fortemente enraizado em seus costumes e tradições, meu avô paterno era o patriarca da família, de modo que quando meus pais casaram, minha mãe foi morar com meus avós, assumindo seus deveres previamente estabelecidos. Assim, eu e meus irmãos nascemos e passamos a nossa infância e adolescência convivendo não só com meus pais, mas principalmente com meus avós que estavam sempre presentes, transmitindo profundas lições de vida para todos nós. 

Onde entra a Dona Akiko nessa história toda? Meu avô, apesar de ser extremamente generoso, era o “senhor feudal do nosso clã” e, além de autoritário, era implacável em suas decisões, ou seja, quando ele falava, todos (meus pais e minha tia Zélia que é a única irmã de meu pai e era uma jovem adolescente quando eu nasci) tinham que “baixar as orelhas”, mesmo não concordando com as suas ações. 

Meu pai teve muitas dificuldades em “digerir” essas imposições, mas como era obrigação do primogênito zelar pelos familiares e respeitar os pais, mesmo contrariado acatava as ordens do meu avô. Minha mãe, por sua vez, não esquentava a cabeça e levava a vida numa boa, mesmo com 5 filhos, sendo corresponsável pelo preparo das refeições da família e ainda por cima, frequentando um curso superior por determinação do meu avô que considerava importante ela ser “letrada” para que tivesse o mesmo nível de conhecimento de meu pai, que era muito estudioso. Naquela época, mais de 50 anos atrás, pouquíssimas mulheres tinham acesso a um curso superior e, se não me engano, minha mãe foi uma das primeiras descendentes de japoneses na nossa cidade a concluir uma “faculdade” e se tornar, posteriormente, professora de geografia no ensino fundamental.               

Assim, minha mãe foi se dedicando à sua atarefada rotina, colocando em prática o seu jogo do contente, sem nutrir mágoas ou tristezas diante da autoridade do patriarca da família. Se por um lado meu avô era muito rígido, ela teve uma sorte incrível pois minha avó era muito, mas muito amável e compreensiva (acho que também conhecia o jogo do contente) e posso falar de “boca cheia” que nunca presenciei uma discussão entre essas duas mulheres que conviveram pacificamente por 45 anos. 

Somente após a partida de meu pai, meu avô e de minha avó, há 17 anos, Dona Akiko conseguiu se sentir livre como um passarinho e decidiu viver para ela mesma. Até então, sempre com o seu joguinho do contente a postos, tinha dedicado toda a sua vida em prol do bem estar da família. Para se ter uma ideia de como ela levava esse jogo tão a sério, eu dificilmente a vi reclamar e na minha “aborrescência”, quando eu ficava revoltada contra tudo e todos e ela, na tentativa de me acalmar, me dizia que tínhamos que “dançar conforme a música”, tenho que confessar que ficava irritada com o seu comportamento que, na época, eu entendia como “conformismo” e não como “resiliência”. 

Continuando… nesse período em que a minha mãe estava começando a sentir o gostinho da liberdade, teve que colocar novamente em prática seu velho jogo do contente para vencer uma dura batalha contra um câncer que veio incomodá-la. Após se libertar da doença, sentindo-se mais leve e solta, desta vez como uma borboleta que acaba de sair do casulo, resolveu seguir o conselho que Poliana dá para Tia Polly durante a reprimenda de um jogo do contente: Respirar apenas não é viver!”. 

Restabelecida após um período de debilitação, porém carregada de energia, coragem e entusiasmo, Dona Akiko decidiu não só respirar mas viver intensamente, participando de vários grupos sociais e religiosos e realizar o maior desejo de sua vida que era viajar e explorar, ao vivo e a cores, tudo que ensinara a seus alunos nas aulas de geografia. Totalmente descompromissada, resolveu se aventurar conhecendo vários lugares de norte a sul do Brasil e alguns países da Europa, além de visitar, eventualmente, a família de sua filha Célia, minha irmã, que mora no México e a família de seu irmão caçula Mário, que mora em Toronto, no Canadá.

Quando estava de malas prontas para passear no Japão, país que ela já tinha ido várias vezes, veio a pandemia e teve que cancelar a passagem pois a entrada de turistas não estava mais sendo permitida naquele país. Graças a Deus, tomando os devidos cuidados, não foi atacada pelo terrível vírus da COVID 19, mas no início do ano passado teve um súbito acidente vascular cerebral (AVC), ficando com os membros superiores e inferiores totalmente imobilizados.  Felizmente, o cérebro e os órgãos sensoriais não foram afetados e, mais uma vez, mentalizando o seu joguinho do contente, fazendo fisioterapia e acupuntura, está cada dia melhor. Apesar do seu braço esquerdo continuar imobilizado, consegue se locomover e já está fazendo a maior festa quando a turminha das cartas de baralho vai semanalmente visitá-la.

Hoje, dia 3 de novembro, Dona Akiko está completando 82 anos e agora que não está mais em condições de viajar mundo afora vai, enfim, curtir a partir deste mês, uma casa “novinha em folha” que foi construída especialmente para ela. Depois de passar mais de 60 anos na velha (mas bem conservada) casa onde morou desde que se casou, vai sentir, pela primeira vez, o gostinho de ter o seu lar, doce lar. 

Desse modo, nesta data tão especial, desejo profundamente que a Poliana que existe dentro dela continue firme e forte pois, melhor que ninguém, ela sabe que viver é fazer aquilo que se gosta, é ter um bom dia, é ler bons livros, dar boas gargalhadas e se divertir jogando “buraco” com seus bons e velhos amigos. Ainda mais agora na sua recém construída casa própria!!!

E como nem todos os dias o sol brilha em nossas vidas, tenho certeza que vai “tirar de letra” qualquer obstáculo, pois não conheço quem jogue tão bem esse jogo do contente como ela joga. Razão pela qual digo constantemente para meus familiares que ela é o exemplo de uma pessoa que está sempre, mas sempre mesmo, de bem com a vida. Parabéns, Dona Akiko, por mais um “aninho” de vida e que o seu jogo do contente continue nos inspirando (filhos, netos e bisnetos), a encarar os desafios e extrair o que há de melhor no dia a dia. 

Comemoração de 80 anos da Dona Akiko em 2020

Encerro este post com uma bela frase de Cora Coralina que, assim como minha mãe, era “expert” no jogo do contente: “Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos valores humanos e ser otimista.

~ Bia ~

Livros, livros e mais livros

Dia 29 de outubro é o Dia Nacional do Livro e vou aproveitar a data para falar sobre a minha intrínseca relação com os livros.

Assim como Jesus nasceu numa manjedoura, eu literalmente nasci (em casa) numa biblioteca. Meus pais eram professores e o que mais tinha na minha casa eram livros, livros e mais livros. Assim como comentei que minha tia Zélia é apaixonada por flores, os livros eram a “vida” de meu pai e seu enorme prazer era “investir” suas economias em verdadeiras obras do saber. Mas que tipos de livros? 

De tudo, um pouco! Como era professor de matemática, acho que tinha todos os livros de matemática que eram vendidos na livraria. Para se ter uma ideia, em casa também tinha várias enciclopédias, tais como Barsa, Mérito, Delta Larousse, Conhecer, Medicina e Saúde, Trópico, Os bichos evoluem e outras que não me vem à memória neste momento. Desse modo, quando tínhamos que fazer trabalhos escolares, não era necessário irmos (eu, meus irmãos e posteriormente minhas filhas), à biblioteca escolar ou municipal para fazermos as nossas pesquisas. Tinha também obras completas de vários escritores de literatura brasileira e quando as professoras de português nos orientavam para lermos um livro sobre determinado escritor, “tava” lá na prateleira pronto para ser consumido. 

Além desses livros, como minha mãe era professora de geografia, tinha um “monte” de mapas e livros dessa matéria e afins como, livros de história e educação moral e cívica (nem existe mais essa disciplina). Isso sem contar os livros voltados para crianças como a coleção Mundo Infantil, as obras completas de Monteiro Lobato, uma coletânea de livros sobre as lendas e o folclore brasileiro, livros de artesanato como a coleção Mãos de Ouro, livros de culinária, dicionários de vários idiomas e diversos outros livros.

Para que a gente não se sentisse perdido no meio de tanta “cultura”, estavam organizados nas estantes que meu pai pediu para o marceneiro fazer nas paredes do seu cantinho da sabedoria. Assim, cresci me sentindo “Tio Patinhas”, só que ao invés de mergulhar nas moedas de seu caixa forte, eu mergulhava na imensidão de letrinhas de livros e mais livros. E o que foi que aconteceu? Acabei me tornando bibliófila e os livros passaram a ser meus inseparáveis companheiros.

TioPatinhas

Oh! que saudades que tenho, da aurora de minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais” como expressava Casimiro de Abreu, não tínhamos na nossa infância tantos brinquedos e jogos eletrônicos como temos hoje e a nossa maior alegria era brincar ao ar livre de pega pega, esconde esconde, amarelinha, queimada, cabo de guerra e até mesmo de soltar pipas, sendo que, com exceção do Natal onde minha mãe nos provia com roupas e sapatos novos, os “presentes” que sempre ganhamos de meu pai eram “gibis”, que ele fazia questão de comprar semanalmente na banca de jornais que tinha na esquina de casa. 

Tenho certeza que foi a estratégia que ele usou para incentivar o nosso gosto pela leitura. As revistas em quadrinhos foram, sem sombra de dúvida, a porta de entrada para aguçar a minha curiosidade acerca dos livros que ‘’enfeitavam” as estantes lá de casa. À medida que fui crescendo, a leitura tornou-se um hábito e acabei pegando a mania de meu pai, “torrando” a mesada com livros e “engordando” cada vez mais as prateleiras, já sobrecarregadas de tanto peso.

Até a conclusão do Colegial (Ensino Médio), selecionei minhas leituras para que me levasse, ao prestar o vestibular, à aprovação do curso superior que eu pretendia fazer. Assim, aproveitei esse período para ler os livros dos principais autores da literatura brasileira da era nacional, começando pelos livros do Romantismo e perpassando pelos livros do Realismo até os do Pós-modernismo.

Somente após ingressar no curso superior, me dei ao luxo de “degustar” livros clássicos de escritores estrangeiros como Grandes Esperanças e Oliver Twist (Charles Dickens), O Velho e o Mar (Ernest Hemingway), Dom Quixote de La Mancha (Miguel de Cervantes), Os Irmãos Karamazov (Fiódor Dostoiévski), Os Três Mosqueteiros e o Conde de Monte Cristo (Alexandre Dumas), Orgulho e Preconceito (Jane Austen), O Corcunda de Notre Dame (Victor Hugo), Madame Bovary (Gustave Flaubert), O Morro dos Ventos Uivantes (Emily Brontë), Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley), O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry) e tantos outros, até mesmo mais modernos que, após suas valiosas publicações, alguns se tornaram campeões de bilheteria de todos os tempos.

Com o advento da internet, estamos no auge dos livros digitais, mas como eu adoro uma boa história, passando horas e horas lendo um livro, faço parte do time que ainda dá preferência pelos livros físicos, pois consigo me concentrar melhor e meus olhos, ah… eles agradecem! No entanto, tenho que “dar mão à palmatória”, pois os livros digitais têm as suas enormes vantagens: não ocupam espaço, são sustentáveis, são mais baratos e, principalmente, possibilitam a leitura em qualquer hora e em qualquer lugar. À vista disso, venho aderindo ao Kindle e “viajando” cada vez mais no mundo da cultura através desse dispositivo eletrônico.

Encerro este artigo fazendo uma reflexão sobre a paixão do meu pai por livros. Como eu disse no início deste post, ele era professor de matemática, mais especificamente de matemática financeira e o mais recomendável (talvez) seria que, ao invés de “gastar” tanto dinheiro com livros, tivesse investido seu “suado” dinheirinho em algumas aplicações financeiras que desse um “up” nas suas economias por conta dos juros compostos, que ele notoriamente ensinava para seus alunos universitários e que vem sendo muito exposto pelos “gurus” das finanças, nas redes sociais, de como se tornar milionário. No entanto, meu pai, na qualidade de educador, tinha plena convicção de que o maior legado que se poderia deixar não só para nós, seus filhos, mas para a humanidade era a educação. Esse foi o principal motivo pelo qual fez questão de investir em livros e mais livros, pois certamente compartilhava o mesmo pensamento de José Saramago: “Não existe vida sem livros.”

E… como dizia Walt Disney: “Há mais tesouros nos livros do que em todos os saques dos piratas na Ilha do Tesouro. Quem sabe até mais do que na caixa forte do Tio Patinhas, não é mesmo?

~ Bia ~

Dia do Saci ou Dia das Bruxas?

Fonte: Toda Matéria

Como comentei no post anterior, o Dia do Saci surgiu como uma alternativa ao Halloween, uma celebração baseada na cultura norte-americana que nada tem a ver com a cultura brasileira. 

Com o objetivo de resgatar, valorizar e conscientizar a população sobre a variedade cultural do folclore nacional, a Comissão de Educação e Cultura oficializou o Projeto de Lei Federal nº 2.479, de 2013, que institui o dia 31 de Outubro como sendo o Dia do Saci.

Assim, a comemoração passou a ser realizada no mesmo dia do Halloween e isso não é coincidência. Ao perceber que o Halloween no Brasil estava atraindo cada vez mais jovens e crianças, a criação do Dia do Saci no mesmo dia foi uma forma de oportunizar aos brasileiros a possibilidade de festejar as manifestações da própria cultura. Dessa forma, em contraposição a esse evento tradicionalmente americano que se espalhou mundo afora, o Dia do Saci acontece no dia 31 de outubro para celebrarmos a rica cultura brasileira.

Posto isso, a data homenageia o Saci Pererê e muitas instituições educacionais do país propõem atividades relacionadas a essa emblemática figura folclórica, visto que muitos não conhecem as lendas que envolvem o imaginário do nosso país. E você? Conhece a lenda do Saci Pererê? Se já conhece, que tal relembrarmos juntos a história desse intrigante ser mítico que habita as florestas e é conhecido por suas travessuras? 

Segundo alguns estudos, a lenda do Saci-Pererê surgiu na região Sul do Brasil. Lá havia histórias populares que narravam as travessuras de um pequeno índio de rabo, que assustava os animais e destruía plantações. A princípio, ele era conhecido no idioma tupi guarani como “çaa cy perereg”, mas a repercussão foi tão grande que se espalhou por todo o território brasileiro, incorporando elementos de lendas regionais que apresentam seres com características brasileiras.

Desse modo, quando a lenda chegou no Norte e no Nordeste do país, as características do personagem mudaram. Passou a ser negro, de pequena estatura e a fumar um cachimbo (por influência da cultura indígena e africana na região), tendo apenas uma perna e saltitando velozmente para se locomover. Porém, não podemos deixar de destacar que sua principal característica é, sem dúvida alguma, a carapuça vermelha.

De acordo com a lenda, o Saci-Pererê é um menino muito astuto e ágil que adora fazer travessuras tais como entrançar as crinas dos cavalos, desaparecer com objetos, assustar os animais, assobiar a noite para anunciar a sua presença, apagar lamparinas, trocar os recipientes de sal pelos de açúcar nas cozinhas, causar redemoinhos para levar sujeira às casas, dentre outras traquinagens. Há quem diga que o Saci é do mal, assim como tem muita gente que acredita que ele seja do bem. Nesse sentido, o historiador e antropólogo Câmara Cascudo (1898-1986) apresenta o Saci Pererê como uma “entidade maléfica em muitas, graciosa e zombeteira noutras oportunidades”. 

Achei super interessante ver a lenda do Saci Pererê em Libras. Se você também quiser ver, é só clicar no vídeo abaixo, ok?

Embora a cultura brasileira seja rica em contos com muita magia e fantasia, está cada vez mais forte o mês de outubro ser lembrado pelo Dia das Bruxas, cujo crescimento evidencia-se principalmente nos centros urbanos brasileiros. Diante desse impasse frente a essas duas comemorações, de acordo com a BBC News, não há um consenso de posicionamento entre os “saciólogos” pois o jornalista e geógrafo Mouzar Benedito, um dos criadores da Sociedade de Observadores de Saci (Sosaci), instituição fundada em 2003 para não deixar morrer a cultura do personagem, alega que “o Halloween foi imposto como uma coisa ideológica de propaganda, como marca do domínio da cultura dos Estados Unidos sobre nós” e prega que “arteiro que só ele, o saci quer dar um jeito de se apropriar das abóboras do Halloween. E, como propagam os “saciólogos” Brasil afora, devorá-las feito escondidinho de carne-seca, numa receita nacional”. 

Por outro lado, o fundador da Associação Nacional dos Criadores de Saci (ANCS), o tecnólogo José Oswaldo Guimarães diz não querer acabar com o Halloween e que “a ideia é reforçar a cultura do saci e não diminuir outras culturas”, sendo que o Dia do Saci não deveria ser na mesma data que o Dia das Bruxas pois na sua versão à BBC News, “justificar uma data matando outra é inócuo e acaba realçando ainda mais o Halloween.”

A jornalista, poeta e gestora de projetos educativos e culturais Tatiana Fraga, uma das curadoras da exposição #OcupaSacy compartilha da mesma opinião, argumentando à reportagem que não luta contra o Halloween pois ele chegou ao Brasil da mesma maneira como muito da cultura americana chega ao país, alegando ter um movimento antropofágico em relação à essa questão. Ela sugere comemorar o Halloween e também o Saci, pois toda brincadeira fantasiosa é muito legal e os “mitos podem conviver” pacificamente. Prossegue, inclusive, afirmando que faz mais sentido para nós a brincadeira do saci por ter uma verdadeira relação com o folclore do nosso país e que se depender “do saci, por ser uma figura anti-imperialista, vai mesmo comer a abóbora”.

Na visão do professor Pereira, especialista em Cultura Brasileira do Mackenzie, os grupos que se esforçam para resgatar figuras do folclore fazem um trabalho “fundamental e imprescindível”. Ele também deu o seu parecer à BBC News de que não acha que festas como o Dia das Bruxas precisam ser combatidas, declarando não ser refratário à introdução de outros elementos em nossa cultura e que o Brasil sempre foi uma “mistureba” mas que a sua preocupação se resume no fato de que “um elemento puramente comercial supere manifestações folclóricas, nascidas do imaginário popular e de tradições”, ressaltando que “pais e professores têm um papel fundamental na preservação de nossos valores culturais e de nossas tradições. Não que o novo seja proibido, mas não podemos esquecer o antigo”.

Após todas essas divergências, chegamos à conclusão que comemorar o Dia do Saci é realmente enaltecer os costumes de nosso país e mesmo diante de tantas controvérsias, ficou perceptível a importância de se legitimar essa lendária figura que é um dos ícones do nosso inestimável folclore brasileiro. Mas… nem por isso precisamos “queimar” as bruxas na fogueira, não é mesmo? 

Eu, particularmente, aprecio a decoração do Halloween e a minha casa fica toda enfeitada no mês de outubro com adereços alusivos à essa festividade. Como também valorizo a rica cultura de nosso país, acho propício destacar a figura do Saci Pererê no dia 22 de agosto, ocasião em que celebramos oficialmente o Dia do Folclore Brasileiro. No entanto, como gosto é gosto e todos nós temos o direito ao livre arbítrio, uma vez que o saci tem o dia especialmente dedicado a ele, quem não gosta de bruxas, tem a opção de fazer as travessuras com o menino serelepe de uma perna só, não é mesmo? Neste frágil momento em que vivenciamos conflitos armados, que os sacis não tenham que se confrontar com as bruxas pois, mais do que nunca, precisamos celebrar a união e nutrir a paz no coração de toda a humanidade, vocês não concordam?

~ Bia ~

Socorro… A bruxa está solta!!!

Fonte: Freepik

O Dia das Bruxas, ou Halloween, está chegando… É comemorado no dia 31 de outubro, principalmente nos Estados Unidos e também em diversos outros países, inclusive no Brasil. Crianças e adolescentes saírem fantasiados de porta em porta pedindo doces, ou espalhando pela casa enfeites e adereços assustadores como abóboras esculpidas e iluminadas, ou ainda participando de festas à fantasia, são hábitos cada vez mais populares. No entanto, sua origem não tem muito a ver com o significado moderno que essa festa foi adquirindo ao longo dos tempos.

O Halloween tem suas raízes no Reino Unido e seu nome deriva de “All Hallows Eve”. O termo “Hallow” é um termo antigo para “santo”, e “eve” é o mesmo que “véspera” porque designava a noite anterior ao Dia de Todos os Santos, celebrado no dia 1º de novembro, véspera de Finados no Brasil.

Pressupõe-se que as primeiras comemorações do Halloween teriam origem há mais de 2,5 mil anos com o povo celta (múltiplas tribos indo-europeias que se espalharam pela maior parte do Oeste da Europa a partir do II milênio a.C), por conta de um festival chamado “Samhain”, cuja festa durava 3 dias (com início no dia 31 de outubro), em agradecimento a abundância das colheitas e também porque era a véspera de um novo ano no calendário celta.

Eles acreditavam que nessa data os mortos e os espíritos malignos saíam de suas tumbas para atormentar os vivos. Para tentar se proteger dos “mortos-vivos”, os celtas acendiam fogueiras, utilizavam máscaras para não serem reconhecidos, decoravam as suas casas com objetos macabros, como ossos e caveiras, acreditando que com isso poderiam afugentar o “mau espírito”.

Porém, a relação entre essa data e as bruxas ocorreu na Idade Média quando havia a perseguição a homens e mulheres que eram considerados curandeiros. Os que fossem suspeitos dessa prática eram chamados de bruxos e como punição eram levados a julgamento e, consequentemente, à fogueira. Quando essa cultura foi levada aos Estados Unidos pelos emigrantes irlandeses, antigo povo celta, ficou conhecida como “Dia das Bruxas”.

Hoje, o que prevalece em relação ao Dia das Bruxas é a referência aos mortos, mas com características bem mais distintas. Desse modo, os símbolos usados nesta festividade são sempre assustadores: bruxas, vampiros, morcegos, aranhas, fantasmas, caveiras, gatos pretos, zumbis e as cores laranja, preto e roxo se destacam como símbolos alusivos à comemoração.

Uma lenda sobre um ferreiro chamado Jack que conseguiu ser mais esperto que o diabo e vagava como um morto-vivo, deu origem às luminárias feitas com abóboras que se tornaram a “marca registrada” do Halloween americano. A tradição moderna de sair às ruas da vizinhança perguntando de porta em porta “Trick or Treat?” (Gostosura ou travessura?) também é americana e se as crianças não ganham doces nesse dia, têm permissão para fazer travessuras na casa dos vizinhos, como se fossem “anjinhos do mal”. Assim, jogar papel higiênico nas árvores costuma ser a “traquinagem” mais comum durante essa comemoração.

Esse é o maior feriado não cristão dos Estados Unidos, sendo que nesse dia há festas temáticas para adultos e crianças e além das fantasias, as pessoas costumam se maquiar, no intuito de ficarem com o aspecto mais assustador possível. Atualmente esse evento tem diferentes finalidades, celebrando os mortos ou até mesmo a época de colheita e o fim do verão, e também o início do outono no hemisfério norte. O Halloween abre uma brecha para que adultos brinquem com seus medos e fantasias, permitindo subverter normas sociais como evitar contato com estranhos ou explorar o lado sombrio do comportamento humano. Talvez seja esse o principal motivo de sua crescente popularidade por todo o planeta.

Fonte: Brasil Escola

No Brasil esta comemoração é mais recente e acontece devido à grande influência americana presente em filmes e séries de TV e por meio dos cursos de inglês, que exercem significativa importância desse festival no país, no sentido de propagar a vivência da cultura estrangeira pelos alunos. Entretanto, há uma certa resistência em algumas regiões brasileiras sobre a comemoração desta data pois algumas pessoas argumentam que o nosso país tem uma cultura popular muito rica que precisa ser valorizada e que não devemos ignorar a nossa própria história e identidade. Em função dessa polêmica, também se comemora na mesma data o Dia do Saci, um menino travesso de uma perna só, fruto de um projeto de lei que busca resgatar figuras do folclore brasileiro em contraposição à cultura americanizada do Dia das Bruxas.

Em razão desse impasse, no próximo post vou falar sobre a controvérsia entre o Dia das Bruxas e a emblemática figura do folclore brasileiro, o Saci Pererê. Aguardem!!!

~ Bia –