Dia Mundial da Alimentação – “Não deixe ninguém para trás”

Fonte: FAO

O Dia Mundial da Alimentação é comemorado no dia 16 de outubro e foi criado com o objetivo de desenvolver uma reflexão a respeito do atual cenário da alimentação mundial e sobre a fome no planeta. A data marca a fundação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 1945, mas a cerimônia oficial só foi estabelecida em novembro de 1979 pelos países membros na 20ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.

Esta celebração, que ocorre em cerca de 150 países, traz temas que nos levam a refletir sobre a população carente, sua segurança alimentar e nutrição. A cada ano um tema é escolhido, sendo que diversas campanhas educativas, palestras e ações são realizadas ao redor do mundo com relação ao tema proposto. A primeira comemoração da data ocorreu no ano de 1981, quando o tema abordado foi “A comida vem primeiro”.

Neste ano, o tema é “Não deixar ninguém para trás”, estando ancorada em quatro pilares: melhor nutrição, melhor produção, melhor ambiente e melhor qualidade de vida. A partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Dia Mundial da Alimentação de 2022 traz o desafio da redução das desigualdades, incluindo a segurança alimentar e nutricional no mundo, sobretudo no período pós pandemia agravado pela guerra entre Ucrânia e Rússia.

De acordo com o site oficial da FAO, embora tenhamos progredido na construção de um mundo melhor, muitas pessoas foram deixadas para trás. Pessoas que não podem se beneficiar do desenvolvimento humano, inovação ou crescimento econômico. E se formos analisar, é aterrador que milhares e milhares de pessoas em todo mundo não tenham uma dieta saudável, conduzindo-as em alto risco de insegurança alimentar e desnutrição. No entanto, ironicamente, são produzidos alimentos suficientes para alimentar todos no planeta, de modo que acabar com a fome não é uma questão de oferta. Então, vem a pergunta: – Por que tanta fome no mundo?

O grande dilema é o acesso e a disponibilidade de alimentos nutritivos, cada vez mais agravados por diversos desafios globais, incluindo a pandemia de COVID-19, desigualdade, mudanças climáticas, conflitos, aumento de preços e tensões internacionais que estão afetando drasticamente a segurança alimentar de todos os povos deste planeta. Como resultado, o que nos permeia é a triste realidade de nos confrontarmos diariamente com milhares e milhares de pessoas sendo afetadas por esse efeito dominó de desafios que não conhecem fronteiras.

Segundo o relatório “O Estado de Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo” da Organização das Nações Unidas (ONU), o número global de pessoas afetadas pela fome subiu para 828 milhões em 2021, um aumento de 150 milhões desde 2019, sendo que cerca de 3,1 bilhões de pessoas não podem ter uma alimentação saudável.

Assim, diante dos dados acima mencionados, é importante lembrarmos que um dos objetivos globais para o desenvolvimento sustentável (ODS), é acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e a melhoria da nutrição e, não menos importante, promover a agricultura sustentável. Infelizmente, os números atuais demonstram que o mundo está se afastando cada vez mais desse objetivo pois muitas pessoas padecem sem ter o que comer. 

De acordo com o Diário do Comércio, a fome sempre foi um problema grave no Brasil, mas com a Covid-19, a situação piorou muito. São quase 117 milhões de pessoas nessa situação, sem acesso pleno e permanente a alimentos. Além deles, há ainda 19,1 milhões de brasileiros que efetivamente passam fome, em um quadro de insegurança alimentar grave. Antes da pandemia, havia 57 milhões de pessoas vivendo em insegurança alimentar no País, sem acesso pleno e permanente a alimentos. Os dados fazem parte do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN).

Se por um lado, não só o Brasil mas o mundo enfrenta o aumento da fome, vivemos ainda um alto desperdício de alimentos, sendo esta uma das contradições mais preocupantes da vida moderna. Relatórios da FAO apontam que anualmente 1,3 bilhão de toneladas de comida são desperdiçadas. E com um quarto desses números, é possível alimentar 842 milhões de pessoas em todo o mundo. 

Posto isso, acredito ser de bom senso aproveitar essa data para refletirmos sobre nossos hábitos alimentares, o desperdício e como podemos ajudar diante desse deplorável cenário. Assim, nada melhor do que começarmos com pequenas atitudes individuais que podem fazer uma enorme diferença e tornar o mundo bem mais justo. Vamos, então, ver algumas dicas de Gina Marini, gerente de segurança e saúde no trabalho do Serviço Social da Indústria (SESI) de como evitar o desperdício de alimentos em nossa casa:

  1. Planeje as refeições. O desperdício acontece quando se perde o alimento por guardá-lo de forma errada ou, ainda, quando se faz mais comida do que o necessário no dia a dia.
  2. Faça uma lista para ir ao supermercado conforme o cardápio ou o consumo habitual da família, considerando os alimentos que já estão disponíveis na despensa.
  3. Utilize o alimento de forma integral. Cascas, talos e folhas são ricos em nutrientes e podem ser utilizados em preparações como caldos, sopas e ensopados.
  4. Arrume a sua despensa, colocando na frente alimentos que estão com a validade mais próxima do vencimento para evitar perda.
  5. Congele as sobras de alimento. O arroz que sobrou hoje pode ser utilizado em uma refeição futura.

Evitando o desperdício estaremos participando de um mundo sustentável em que todos (governos, setor privado, sociedade civil e indivíduos) possam trabalhar juntos, em solidariedade, para priorizar o direito de todas as pessoas à alimentação, nutrição, paz e igualdade. Diante de crises globais, a FAO enfatiza que “soluções globais são necessárias mais do que nunca e que ao almejarmos melhor produção, melhor nutrição, um ambiente melhor e uma vida melhor, podemos transformar os sistemas agroalimentares e avançar progressivamente através da implementação de soluções sustentáveis ​​e holísticas que considerem o desenvolvimento a longo prazo, crescimento econômico inclusivo e maior resiliência.”

De fato, todos nós podemos trabalhar para um futuro inclusivo e sustentável, mostrando maior empatia e bondade em nossas ações em prol daqueles que sofrem com a fome, garantindo uma alimentação saudável para todos e não deixando ninguém para trás.  Está mais do que na hora de sermos a mudança e criarmos um futuro melhor e mais sustentável onde todos, em todos os lugares, tenham acesso regular a alimentos nutritivos . Afinal, o Dia Mundial da Alimentação (#World Food Day 2022) é o meu, o seu e o nosso dia e não queremos que ninguém seja deixado para trás, não é mesmo? Acredito ser uma boa reflexão para todos nós!!!

~ Bia ~

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