É o fim das tartarugas marinhas num mar de lixo sem fim?

Fonte: Blog do Pedlowski

Estava aguardando o final deste mês para falar de 3 eventos comemorativos que se destacaram em junho e que acredito estarem intimamente interligados: o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no dia 5, o Dia Mundial dos Oceanos no dia 8 e o Dia Mundial da Tartaruga Marinha no dia 16. Mas… por que estas datas estão correlacionadas?  Porque, assustadoramente, milhares de tartarugas marinhas estão sendo massacradas nos oceanos que se tornaram verdadeiros depósitos de lixos!!! 

Difícil acreditar, mas as tartarugas marinhas que são animais pré-históricos e que estão entre nós há, pelo menos, 120 milhões de anos, convivendo até mesmo com os dinossauros e que vieram resistindo bravamente a todas as mudanças que levaram muitas espécies à extinção, estão na iminência de desaparecer deste planeta. 

A fim de conhecê-las melhor é interessante saber que existem apenas sete espécies de tartarugas marinhas no mundo. São répteis que passam a vida inteira no mar, exceto quando as fêmeas vão às praias para desovar. Por serem migratórias, atravessam oceanos de um continente a outro para se reproduzirem e cada fêmea bota, em média, 130 ovos por ano. O curioso é que, pasmem, de cada 1000 filhotes, somente uma ou duas tartarugas chegarão à idade adulta, enquanto as demais irão servir de alimento para uma vasta cadeia ecológica.Infelizmente, o efeito cascata da atividade humana causou um rápido declínio das tartarugas marinhas e seis das sete espécies estão ameaçadas de extinção. O lixo é, de longe, a maior ameaça à sua sobrevivência. No mar, o plástico vira uma armadilha para as tartarugas marinhas, aprisionando-as em pedaços de redes e outros apetrechos, que se enroscam em seus corpos, levando-as à morte. Caso ocorrido, por exemplo, em julho do ano passado em que 30 a 50 tartarugas marinhas foram encontradas mortas em uma praia na ilha de Kumejima, a 1.600 quilômetros a sudoeste de Tóquio, no Japão, deixando a população local estarrecida diante da lamentável cena dantesca. 

Casos semelhantes vêm sendo constatados em outros locais pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) destacando que, pelo menos, 43 países já registraram tartarugas marinhas envoltas em cordas de plástico, embalagens, cordas de balões e tiras de bebidas enlatadas, alertando que cerca de 1000 tartarugas morrem a cada ano como resultado desse tipo de lixo. Um estudo publicado na Scientific Reports aponta que as tartarugas marinhas que ingerem apenas 14 pedaços de plástico têm um risco aumentado de morte, sendo que as mais jovens estão especialmente em risco porque não são tão seletivas quanto as mais velhas sobre o que comem. Como um dos alimentos favoritos das tartarugas é a água-viva, cujo movimento na água se assemelha ao saco plástico flutuando na superfície do mar, é comum confundirem suas presas e ingerirem esses detritos espalhados pela poluição humana. Algumas passam fome depois de fazer isso, acreditando erroneamente que já comeram o suficiente porque seus estômagos estão cheios e, desnutridas, acabam morrendo!!! 

Para que possamos ter uma noção da extensão do problema dos plásticos oceânicos, a The Ocean Cleanup, uma organização sem fins lucrativos que desenvolve e amplia tecnologias para livrar os oceanos do plástico, ilustra a foto dos detritos que estavam no estômago de uma tartaruga marinha encontrada morta no Oceano Pacifico:

Fonte: Pew Charitable Trusts

E não são só as tartarugas que estão morrendo não! De acordo com o Pew Charitable Trust, “nosso oceano e a variedade de espécies que o chamam de lar estão sucumbindo ao veneno do plástico. Exemplos não faltam, desde a baleia cinzenta que morreu depois de encalhar perto de Seattle em 2010 com mais de 20 sacolas plásticas, uma bola de golfe e outros detritos em seu estômago até o filhote de foca encontrado morto na ilha escocesa de Skye, com os intestinos contaminados por um pequeno pedaço de invólucro de plástico”. Conforme as Nações Unidas, pelo menos 800 espécies em todo o mundo são afetadas por detritos marinhos, e até 80% desse lixo é plástico, estimando-se que até 13 milhões de toneladas métricas de plástico acabam no oceano a cada ano – o equivalente a uma carga de lixo ou caminhão de lixo por minuto. Consequentemente, nós também não estamos imunes a essa ameaça pois como também fazemos parte da cadeia alimentar, o plástico que contamina a água e afeta a biodiversidade marinha chega também à nossa alimentação.

Inclusive, no artigo de Jennifer Ann Thomas, para Um Só Planeta, o oceanógrafo Alexander Turra, responsável pela Cátedra Unesco para Sustentabilidade dos Oceanos atenta que “a poluição prejudica a biodiversidade e os processos da natureza, o que também gera impacto nos benefícios que os oceanos garantem para a humanidade. A sujeira extrapola a superfície dos oceanos, comprometendo o funcionamento e a saúde do mar. Faz com que a espécie humana coloque em risco a própria vida no planeta, pois dependemos do oceano”. 

Desse modo, a menos que sejam tomadas medidas urgentes para resolver esse problema, os cientistas preveem que o peso dos plásticos oceânicos excederá o peso combinado de todos os peixes nos mares até 2050. E certamente será o fim das tartarugas marinhas num mar de lixo sem fim!!! O que fazer?

~ Bia ~

“Podemos fazer tudo que quisermos se formos perseverantes”

Helen Keller lendo um livro em braille (1960) | Fonte: Escola Perkins para Cegos

Foi com essa frase que iniciei e transcrevi em escrita de língua de sinais (SignWriting), as primeiras páginas da minha tese de doutorado. Sabe por que? Porque a autora desta frase é a minha maior inspiração de que tudo é possível se eu não desistir e… persistir!!! 

Hoje, 27 de junho, é o aniversário de Helen Keller (1880-1968) e o mundo comemora, em sua homenagem, o Dia Internacional da Pessoa Surdocega.  A data foi escolhida porque ela foi a primeira pessoa surdocega a entrar para o ensino superior, tornando-se um exemplo de superação e coragem, bem como defensora dos direitos das pessoas com deficiência, escritora, ativista política e oradora pública. Estadunidense, ela perdeu a visão e a audição devido a uma doença ainda bebê (19 meses) e foi somente após Anne Sullivan, uma determinada professora de 20 anos da Escola Perkins para Cegos, colocar a sua mão sob uma fonte e soletrar a palavra “água” com a palma da mão, que ela começou a interagir com o mundo que a cercava. Até então, era uma menina de 7 anos temperamental e hostil, mas como ela conta em sua autobiografia, “A História da Minha Vida”, Anne Sullivan resgatou-a de um “silêncio sombrio e sem som”. A partir desse encontro em que Helen Keller descreve que nem mesmo sua mãe conseguia se comunicar com ela e que com uma pequena palavra dos dedos da mão de uma mulher, uma luz de outra alma tocou sua vida, ela encontrou um propósito para viver e durante o período em que trabalhou para a Fundação Americana para Cegos, de 1924 a 1968, viajou mundo afora dando palestras, promovendo a causa e defendendo a educação e o bem-estar das pessoas com deficiência, enquanto inspirava com sua história pessoal, demonstrando resiliência para superar desafios. 

Segundo o escritor Patrick Parr, o maior impacto social de Keller pode ser encontrado no Japão. Em 1934, o fundador do Nippon Lighthouse, Takeo Iwahashi, viajou para Nova York, no intuito de convidar Helen Keller a visitar o Japão. Naquela época, Anne Sullivan implorou que ela aceitasse o convite e ajudasse os cerca de 160.000 cegos e 100.000 cidadãos surdos do país, pois apenas 4.000 deles (de acordo com Iwahashi) estavam recebendo uma educação precária. Sullivan faleceu em 1936, deixando Keller com o coração partido e com um desejo imenso de atender ao pedido de sua melhor amiga. Em 15 de abril de 1937, Helen Keller e Polly Thomson (seus “olhos e ouvidos”) desembarcaram na Baía de Yokohama após uma longa viagem de duas semanas pelo Pacífico a bordo do Asama Maru (o avião não era um meio de transporte disponível naquela época) e ela passou 10 semanas visitando 33 cidades, enquanto transmitia sua mensagem de luz e esperança para mais de 1 milhão de pessoas, dando início a um legado que permanece até hoje. Em novembro de 1937, os jornais japoneses noticiaram que o país começaria a fazer planos para novos “lares” para cegos, contendo clínicas oftalmológicas, instalações para orientação vocacional e biblioteca em braile. Keller voltaria ao Japão mais duas vezes e, a cada visita, novas associações de apoio para deficientes eram criadas graças a um aumento na arrecadação de fundos, sendo que um desses programas tornou-se a Tokyo Helen Keller Association, estabelecida em 1950 e que, ainda hoje, permanece ativa no bairro de Shinjuku, na capital japonesa. Após sua morte em 1º de junho de 1968, o governo japonês concedeu-lhe a Ordem do Tesouro Sagrado. Em 1971, a diretoria do Lions International designou o dia 1º de junho para incentivar os Leões de todo o mundo a oferecer serviços relacionados à visão, levando a Chiba Eye Bank Association, fundada em 1985 pelo Lions Club 333-C District em Chiba, a perpetuar o legado e as conexões de Helen Keller com o Japão, dedicando em 1º de junho de 2011, uma estátua de bronze em sua homenagem.

Estátua de Helen Keller​ no Japão | Fonte: Wander Women Project

A vida de Helen Keller continua a inspirar muitas pessoas ao redor do mundo, motivo pelo qual a homenagem que prestamos no dia de seu nascimento é propícia para falarmos sobre a surdocegueira, que ainda hoje não recebe tanta visibilidade. Imagine viver no silêncio e no escuro. Imagine viver sem saber ou poder se comunicar. Imagine viver sem ter o acesso aos direitos básicos que todo o ser humano deveria ter. Infelizmente essa é a realidade de muitos brasileiros acometidos pela surdocegueira, conforme mencionei anteriormente nos posts Perda de visão após a surdez, Surdocegueira: surdo e cego ao mesmo tempo e Afinal de contas, o que é Síndrome de Usher? 

São inúmeros os desafios enfrentados por nós, surdocegos e mais do que ninguém, sabemos o quão essencial é a nossa inclusão na sociedade. Certamente a comunicação é a maior barreira a ser superada, variando de acordo com o grau de comprometimento da visão e audição, associado aos estímulos que cada pessoa surdocega vai receber ao longo da vida. No entanto, Helen Keller nos incentiva que, com perseverança, temos a capacidade de vencer os obstáculos e as limitações.

Mas para chegar a essa condição, sabemos que um importante avanço ainda é necessário na área educacional, uma vez que há carência de profissionais especializados e de recursos de tecnologia assistiva. Obviamente, muitas e muitas ações ainda precisam ser colocadas em prática para que possamos participar ativamente de todos os processos que nos cercam. Sem contar que o ingresso no mercado de trabalho é outro grande desafio enfrentado pela comunidade surdocega, que raramente encontra portas abertas para mostrar suas potencialidades profissionais.

Apesar do longo percurso que ainda temos que desbravar, enquanto preparava este artigo, recebi uma boa notícia! A lei que cria o Dia Nacional da Pessoa com Surdocegueira, celebrado em 12 de novembro, foi publicada no Diário Oficial na quarta-feira da semana passada (21/06). A data, que agora passa a ser oficialmente comemorada, é uma vitória pois essa conquista ajuda a conscientizar a população brasileira sobre as necessidades específicas de organização e de políticas públicas para a inclusão social, combate ao preconceito e discriminação dos surdocegos que, com base no Censo de 2010, leva a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) a estimar que o país tenha cerca de 40 mil pessoas com diferentes graus de surdocegueira, que pode ser congênita, desde o nascimento; ou adquirida, quando os sentidos da visão e da audição são afetados ao longo da vida.

Segundo Laís Drumond, coordenadora social da Feneis, a nova lei traz o ponto de vista da população surdocega que sofre com a luta e as barreiras para ter acesso aos seus direitos, que são únicos e diferentes da população cega e da população surda, uma vez que os surdocegos tem uma identidade única e precisam de maior inclusão social. Ela destaca que os brasileiros não acessam informações sobre a comunidade surdocega, uma população pequena e quase invisibilizada, sendo imprescindível aumentar o acesso às informações sobre os direitos desse segmento, doenças que podem causar surdocegueira, orientações sobre saúde e acesso aos serviços. Para Laís, a garantia do direito do surdocego também perpassa pelo desenvolvimento de comunicações táteis, que é como muitos surdocegos acessam o mundo, além de uma boa capacitação de profissionais de apoio, como guias, cuidadores e familiares.

Dito tudo isso, ​​embora tenhamos que enfrentar “trocentos” obstáculos no tocante à comunicação e mobilidade, a promoção da inclusão, conforme tão intensamente propagou Helen Keller, é fundamental para que, não apenas os surdocegos, mas todas as pessoas com qualquer outra deficiência possam demonstrar suas potencialidades, conquistarem autonomia e terem participação efetiva na sociedade. E, especialmente para nós, surdocegos, a inclusão nos ajuda a sairmos do isolamento, fazendo com que tenhamos acesso à informação e conhecimento, interagindo com o mundo e demais pessoas à nossa volta. Como minha mãe sempre diz que, nem tudo são flores, mas superando com otimismo e determinação as adversidades da vida, é possível alcançar a luz que brilha no final do túnel, estamos o tempo todo lidando com incertezas, porém, com persistência, fé em Deus e acreditando em dias melhores, tudo dá certo no final das contas. Afinal, Helen Keller nos ensina que “a sutileza da nossa visão não depende do quanto somos capazes de ver, mas do quanto somos capazes de sentir”. Sábias palavras…

~ Dani ~

Aperto de mão…

Fonte: Site de Curiosidades

Como diz um velho ditado que “depois da tempestade vem a bonança”, podemos comemorar a data de hoje apertando a mão. Simmm… até o aperto de mão tem o seu dia especial e hoje, 21 de junho, é o Dia Internacional do Aperto de Mão! Felizmente hoje podemos apertar a mão!!! Durante quase 3 anos a pandemia da covid-19 impôs novas formas de cumprimentar as pessoas e o tão utilizado aperto de mão precisou ser deixado de lado, tornando-se um risco de contaminação e fazendo com que grande parte da população mundial passasse a adotar o “soquinho” ou apenas o aceno em substituição ao caloroso aperto de mão.

Este gesto, que pode valer mais do que mil palavras, é um dos cumprimentos mais antigos da humanidade. A evidência mais antiga está em uma imagem gravada em um trono do antigo Império Assírio, do século 9 a.C., que mostra dois homens apertando as mãos. Naquela época, presume-se que só se apertaria a mão de alguém se fosse para resolver um conflito ou selar um acordo. Assim, por ser um gesto milenar, a origem exata é incerta, mas historiadores acreditam que o aperto de mão seria um gesto de boa vontade, onde o homem primitivo, que andava sempre armado, estendia a mão vazia, para mostrar a alguém que não portava armas e desejava a paz, razão pela qual as mulheres, que não carregavam armas, tampouco tinham o hábito de apertar a mão. Alguns dos primeiros registros do aperto de mão como cumprimento datam do século XVII, mas acredita-se que ele tenha sido popularizado na Europa e Estados Unidos no século XVIII pelos quakers, um movimento religioso que prezava pela igualdade entre seus membros. Com o enfraquecimento das monarquias, o aperto de mão se tornou cada vez mais comum, passando a entrar até em manuais de etiqueta no século XIX.

Hoje em dia o aperto de mão é um gesto social que expressa respeito e cordialidade, sendo uma forma de cumprimento usada no fortalecimento das transações comerciais na maioria dos países europeus e ocidentais. Além disso, o aperto de mão tem sido amplamente difundido e adotado como cumprimento e despedida nas mais variadas ocasiões sociais, utilizado até mesmo como um ritual para demonstrar paz ou selar um acordo, conforme podemos observar antes de uma partida esportiva ou de um debate entre políticos rivais. Sem contar que com a crescente participação de mulheres no mundo corporativo, está cada vez mais evidente que elas passaram a substituir o beijo por um cordial aperto de mão. Afinal, o aperto de mão é uma das melhores formas de cumprimentar as pessoas que não têm tanta intimidade para se abraçarem, não é mesmo?

Como o nosso corpo expressa sinais que estão além das palavras, você sabia que a forma como cumprimentamos ao apertar a mão pode revelar a nossa personalidade e as emoções que estamos sentindo no momento? Isso mesmo! Esse gesto, aparentemente tão corriqueiro, está repleto de significados. De acordo com José Roberto Marques, um dos pioneiros em Coaching no Brasil, os tipos mais comuns de aperto de mão são: 

1. Palma das mão suada:

O suor pode ocorrer por diversos motivos, incluindo um descontrole das glândulas sudoríparas, como em um dia quente. Entretanto, em muitos casos, o indivíduo com as mãos suadas está tenso ou preocupado com determinada situação, sendo bastante comum que esse tipo de aperto de mão aconteça com pessoas que estão sendo entrevistadas em um processo seletivo.

2. Frouxo

Trata-se de um tipo de aperto de mão sem firmeza, em que o toque quase não é sentido pelo outro. Pode ser sinônimo de baixa autoestima e insegurança. Também pode ser entendido como antipatia ou falta de interesse em entrar em contato com a outra pessoa.

3. Excessivamente forte

Pessoas que apertam as mãos do outro com excesso de vigor e, em seguida, soltam de forma rápida, querem demonstrar que estão tentando controlar a situação. Elas podem estar nervosas ou ter um temperamento naturalmente controlador. É importante ficar cauteloso para não machucar o outro nesse tipo de cumprimento.

4. Com as duas mãos

Esse tipo de cumprimento, em que a mão esquerda também é utilizada, significa que se quer passar a sensação de aconchego, simpatia e confiança. Entretanto, existe um detalhe que deve ser observado: se a mão esquerda ficar sobre as outras mãos, trata-se de um aperto de mão sincero. No entanto, se a mão vai até o seu pulso, braços ou cotovelo, essa pessoa está tentando obter algo de você.

5. Com puxão

Nesse caso, você sente a sua mão sendo puxada ou fortemente guiada, o que pode ser em direção a uma cadeira ou outra área do local em que os envolvidos estiverem. As pessoas que fazem isso são controladoras e estão tentando dominar você. Esse puxão pode ser visto também como falta de respeito e excesso de emoção.

6. Com movimento horizontal

O aperto de mão em que a pessoa faz movimentos na horizontal, balançando as mãos, demonstra um grande entusiasmo ao encontrar a outra pessoa. Trata-se de um indivíduo amigável e que deseja compartilhar a sua energia positiva.

7. Nos dedos

Quando alguém segura apenas os seus dedos e não a sua mão inteira ao cumprimentá-lo, é sinal de que deseja mantê-lo distante, talvez por insegurança. Se essa pessoa apertar os seus dedos, pode ser um sinal de demonstração de poder, mas também com o objetivo de manter certa distância. Já aquele que oferece as pontas dos dedos para que você aperte demonstra que é um indivíduo despreocupado e que não gosta de estar no controle das situações.

8. “Esmagador de ossos”

Essa é uma forma de cumprimento utilizada para intimidar e demonstrar que se tem controle sobre a situação. Vai muito além de um aperto de mão firme tradicional e pode causar até mesmo dor com a força empregada. Entre amigos, pode ser uma brincadeira, mas, fora desse contexto, indica intimidação.

9. Rápido

Trata-se de um cumprimento que não dura mais do que alguns segundos. Quem age dessa forma demonstra que está apressado e que gosta de conversar objetivas e de ir direto ao ponto. Esse comportamento se estende à sua forma de ser, sempre com foco na ação.

10. Na horizontal

Nesse caso, ao invés de manter a mão em uma posição vertical, a pessoa segura a sua na horizontal, mantendo a dela por cima. Isso significa que ela se sente superior a você. Nos casos em que a mão é posicionada embaixo, pode ser um sinal de submissão.

11. Com o braço estendido

Enquanto essa pessoa aperta a sua mão, ela estende o braço para que você não chegue perto dela. Essa é uma demonstração de que ela precisa de espaço e prefere que você não se aproxime. Se quiser uma aproximação, dê o espaço físico e emocional que ela está pedindo. Pode indicar medo ou insegurança.

12. “Soquinho”

Por fim, essa é uma versão mais recente do aperto de mão, em que as duas pessoas fecham os punhos e dão um leve “soquinho”. Trata-se de uma saudação informal, que demonstra amizade e informalidade. Assim, ela é indicada apenas para ambientes descontraídos, quando se está entre amigos.

Desse modo, José Roberto Marques aconselha que para transmitirmos uma boa impressão, existe uma forma ideal de cumprimentar que consiste, basicamente, em estender o braço a uma distância razoável do corpo e apertar a mão da outra pessoa com firmeza, sem exagerar, durante cerca de, pelo menos, dois segundos. Enquanto isso, é importante sorrir, olhar no olho e verbalizar um cumprimento, pois agindo dessa forma, poderemos passar uma imagem positiva e educada. Outra dica legal é que devemos, imprescindivelmente, levantar se estivermos sentados. 

Quem diria que um simples aperto de mão pode nos passar informações sobre a outra pessoa como também expor o nosso momento e o que pensamos dela, hein? Muito proveitoso essas dicas que podem nos ajudar a cumprimentar as pessoas de forma mais adequada, vocês não acham? 

~ Bia ~

Violetas contra a violência

Fonte: Prefeitura de Telêmaco Borba

Você já percebeu que no calendário de datas comemorativas existem diversas campanhas de conscientização que são representadas por meses coloridos? Essas campanhas são feitas ao longo do ano para conscientizar o máximo de pessoas possível sobre os temas abordados como, por exemplo, o Abril Azul (mês de conscientização do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Setembro Amarelo (mês de prevenção ao suicídio). Desse modo, não é de se estranhar que no mês de junho tenhamos 3 campanhas coloridas que merecem destaque: Junho Vermelho que incentiva a população sobre a importância da doação de sangue, Junho Verde voltado para as reflexões em relação às questões e desafios socioambientais e Junho Violeta, tema deste post, que incita contra a violência da pessoa idosa.

Isso mesmo! Dia 15 de junho marca o Dia Mundial da Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. A data foi instituída em 2006 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência Contra à Pessoa Idosa, visando sensibilizar a sociedade em prol do combate à violência contra idosos e a disseminação do entendimento da violência como violação aos direitos humanos. Para tanto, o Estatuto do Idoso, que regula os direitos das pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, estabeleceu no Artigo 4 (quarto) que “nenhum idoso/idosa será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido, na forma da Lei”. 

Não há como negar que o Brasil está envelhecendo. Para se ter uma ideia, segundo os dados da PNAD Contínua – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tinha, em 2022, mais de 31 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, perfazendo 14,7% da população total do país. Projeções apontam que em 2030 o número de pessoas idosas ultrapassará o número de crianças e adolescentes até 14 anos e em 2050, haverá duas vezes mais idosos do que crianças em terras brasileiras. Diante destes dados, é preciso promover ações para prevenir a discriminação e a violência contra idosos, uma vez que, de acordo com informações divulgadas pela Agência Brasil no início deste mês, “só nos primeiros cinco meses de 2023, o Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), recebeu mais de 47 mil denúncias de violência cometida contra pessoas idosas, que apontam para cerca de 282 mil violações de direitos como violência física, psicológica, negligência e exploração financeira ou material”. 

Frente a esta crueldade, a campanha Junho Violeta tem como objetivo despertar a população, os governantes, as instituições públicas e também as instituições não governamentais, inclusive religiosas, para esta gravíssima questão que é a violência contra as pessoas idosas, que são e estão quase sempre fragilizadas física, mental, material e emocionalmente. Mas… Você sabe por que a violeta foi escolhida para ser o símbolo da luta contra a Violência ao Idoso? Porque o tema, deveras chamativo, sugere que, ao invés de se violentar um idoso, dê a ele uma violeta em sinal de gratidão por tudo que representa nesta existência. Afinal, a delicada violeta, além da sua singela beleza, é uma flor que carrega uma série de simbolismos e, dentre os muitos significados à ela associados, é considerada símbolo de sabedoria e conhecimento na mitologia indiana. Por isso, presentear nossos queridos “velhinhos” com um lindo vasinho de violetas é perfeito para expressar afeto e carinho, não é mesmo?

Desse modo, essa campanha nos leva à reflexão sobre a realidade que nos cerca, seja no ambiente familiar, na comunidade, nas igrejas, nas escolas, nos locais de trabalho, no transporte público, nos instigando a “botar a mão na consciência” se estamos ou não tratando nossos idosos e idosas com dignidade e com o devido respeito. Assim, é interessante saber que dentre os principais tipos de violência contra as pessoas idosas, a Secretaria de Educação do Governo  de Santa Catarina aponta que a mais comum é a negligência, quando os responsáveis pelo idoso deixam de oferecer cuidados básicos, como higiene, saúde, medicamentos, proteção contra frio ou calor. O abandono vem em seguida e é considerado uma forma extrema de negligência. Acontece quando há ausência ou omissão dos familiares, ou responsáveis, governamentais ou institucionais, de prestarem socorro a um idoso que precisa de proteção. Outro tipo de violência é a violência física, quando a agressão física é usada para obrigar os idosos a fazerem o que não desejam, provocando ferimentos, dores, incapacidade ou até a morte. A psicológica ou emocional é a mais sutil das violências. Inclui comportamentos que prejudicam a autoestima ou o bem-estar do idoso, entre eles, humilhação, constrangimento, destruição de propriedade ou impedimento de que vejam amigos e familiares. Por último, a violência financeira ou material consiste na exploração imprópria ou ilegal dos idosos ou o uso não consentido de seus recursos financeiros e patrimoniais”.

Posto isto, para que possamos compreender tais atrocidades, muitas vezes marcada pela tristeza e solidão que afetam principalmente os idosos que envelhecem na pobreza, na miséria e no abandono, é essencial abordar essa questão da violência contra essas pessoas em um contexto socioeconômico, político e institucional, não apenas combatendo a forma desumana em que vivem milhões de pessoas em sua fase final da existência, mas também resgatando a dignidade e qualidade de vida que eles merecem.

Precisamos e devemos, sim, ir além deste simples despertar de nossas consciências individuais. É necessário, de fato, lutar para que os direitos e garantias voltados à proteção das pessoas idosas sejam plenamente respeitados, cumpridos integralmente e não apenas objeto de estudos, seminários, discursos, orações e boas intenções, conforme enfatiza o sociólogo Juacy da Silva, uma vez que a violência contra a pessoa idosa é um problema que se agrava e se estende, gradativamente, nos dias atuais, prejudicando sua integridade física e emocional e impedindo, por vezes, o seu desempenho social.

Neste sentido, para lembrar a data, alguns órgãos governamentais como, por exemplo, a Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, está iluminada pela cor violeta durante a segunda quinzena do mês de junho. Segundo o deputado Cobra Reporter, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Assembleia, a campanha Junho Violeta faz parte de um trabalho de conscientização da população para mostrar a importância de denunciar todo e qualquer tipo de violação dos direitos da pessoa idosa. Essa dura realidade de maus-tratos contra os idosos deve ser combatida. Para isso, ele destaca que informação e denúncia são fundamentais, alertando que o site http://www.defesadosidosos.org é uma importante ferramenta para queixas, reforçando que são prontamente encaminhadas para as autoridades competentes.

Portanto, como o Brasil caminha para ser um país de pessoas idosas, precisamos nos ater às políticas públicas e ações que protejam estas pessoas que tanto fizeram e continuam fazendo por todos nós. Afinal, respeitar é aceitar, acolher, amar e quando demonstramos, com afeição, o nosso querer bem aos idosos, mostramos o quanto valorizamos a nossa própria história pois, mais cedo ou mais tarde, também chegaremos na melhor idade. Assim, nada melhor do que subestimar o idadismo (atitude preconceituosa e discriminatória com base na idade, sobretudo em relação a pessoas idosas) que persiste nas relações sociais, familiares, no trabalho, em toda a parte. É preciso quebrar estigmas para que se possa garantir o pleno cumprimento dos direitos dessa parcela populacional que deveria ter, ao contrário do que acontece, cada vez mais visibilidade diante das incontáveis violações e aos absurdos abusos enfrentados dia após dia.

Enfim, devemos clamar pelo NÃO à violência pois respeitar o idoso é, acima de tudo, tratar o próprio futuro com respeito!

~ Dani ~

115 anos de Japão no Brasil

Fonte: Editora Unesp

No próximo domingo, 18 de junho, enaltecemos o Dia Nacional da Imigração Japonesa. Sabe por que? Porque foi justamente nesta data, há 115 anos, que o navio Kasato Maru, vinda do porto de Kobe, em uma viagem de mais de 50 dias, aportou no porto de Santos com os 781 primeiros imigrantes japoneses para trabalharem nas lavouras de café, no estado de São Paulo.

Mas… por que os japoneses imigraram para o Brasil?

No final do século XIX, com o fim do feudalismo e o início da mecanização da agricultura, o Japão teve que enfrentar uma grave crise demográfica, levando a população rural a migrar para as cidades, a fim de fugir da pobreza. Desse modo, as oportunidades de emprego tornaram-se escassas, fazendo com que muitos trabalhadores rurais tivessem uma vida extremamente miserável.

O Brasil, por sua vez, apresentava falta de mão-de-obra na agricultura pois a Itália proibiu, em 1092, a imigração subsidiada de italianos para São Paulo (a maior corrente imigratória para o Brasil), deixando as fazendas de café, principal produto exportado na época, sem o número necessário de trabalhadores. A partir das necessidades recíprocas, firmou-se, então, um acordo imigratório entre o Brasil e o Japão.

A grande imigração nipônica se deu a partir de 1908 e na primeira década chegaram ao Brasil aproximadamente 15 mil japoneses. Esse fluxo de imigrantes aumentou drasticamente após a Primeira Guerra Mundial, sendo que algumas estimativas revelam que entre 1918 e 1940 cerca de 160 mil japoneses chegaram ao país, dos quais 75% instalaram-se no estado de São Paulo por causa das colônias e bairros típicos que já se encontravam estabelecidos, cujo foco deixou de ser apenas as plantações de café. Eles também diversificaram o cultivo de hortifrutigranjeiros, chá, soja e arroz.

No entanto, vale ressaltar que a maioria dos imigrantes japoneses tinha a pretensão de enriquecer e voltar ao Japão em, no máximo, três anos. A ilusão de enriquecimento rápido em terras brasileiras, porém, mostrou-se um sonho quase impossível pois tinham estabelecido contratos de trabalho inoperantes a serem cumpridos. Além dos baixos salários, a passagem e tudo que precisavam consumir eram descontados do pagamento, de modo que estavam sempre endividados. Também tiveram que superar uma série de dificuldades como idioma, alimentação, vestuário, religião, clima, péssimas condições de trabalho e até mesmo o preconceito, que se tornaram fortes barreiras à integração dos nipônicos no  país verde amarelo.

Como pretendiam voltar ao Japão, não se interessavam pelos hábitos e costumes da população local e muitos deles não aprenderam a falar o português. Até mesmo os nisseis (filhos de imigrantes japoneses) não eram muito diferentes dos seus pais. Ainda dominados pelo desejo de regresso ao Japão, muitos imigrantes educavam seus filhos dentro de uma sólida cultura oriental. As crianças frequentavam escolas japonesas fundadas pela comunidade e a predominância do meio rural facilitou esse isolamento, fazendo com que cerca de 90% dos filhos de japoneses falassem apenas o idioma japonês em casa.

Porém, no decorrer da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os japoneses que viviam no Brasil tiveram sérios problemas, pois o Brasil apoiou o grupo dos aliados, enquanto o Japão fazia parte do grupo do eixo, de modo que no desenrolar do conflito, a entrada de japoneses ficou expressamente proibida no país. Além disso, o governo era ofensivo em relação aos imigrantes japoneses, evidenciando-se quando o presidente Getúlio Vargas impediu o uso do idioma japonês e toda e qualquer forma de manifestação cultural, cujos atos passaram a ser considerados criminosos. Após o término da Segunda Guerra, as leis de repressão foram extintas e o fluxo imigratório voltou ao seu crescimento normal, fazendo com que até mesmo os sanseis (netos dos imigrantes japoneses) se abrissem definitivamente à sociedade brasileira. Com o passar do tempo muitos japoneses prosperaram, resultando na permanência definitiva da maioria deles no Brasil.

Deste modo, cientes de que não seria mais viável regressar à terra natal, trabalharam duro no campo para que seus filhos e netos tivessem um futuro promissor no Brasil. Na década de 1960, muitos nisseis e sanseis foram para os centros urbanos a fim de concluir os estudos, ingressando posteriormente na indústria, comércio e prestação de serviços. Consequentemente, a partir da década de 70, a miscigenação passou a integrar a comunidade japonesa no Brasil e, atualmente, observa-se que cerca de 61% dos bisnetos de japoneses possuem traços mestiços com outras etnias. 

Para se ter uma ideia, de acordo com o Consulado Geral do Japão em São Paulo, o Brasil abriga atualmente a maior comunidade de descendentes no exterior: aproximadamente 1,5 milhões de japoneses e descendentes vivem no país e por conta disso, a influência nipônica se perpetuou e está presente nos sabores e saberes do Brasil. Das artes marciais à religião, dos chás e dos sushis aos mangás (as famosas histórias em quadrinhos japonesas), o Brasil incorpora essa cultura que, aliado a um riquíssimo painel multicultural de povos como portugueses, índios, africanos, italianos, espanhóis, árabes, chineses, alemães, entre outros, que também fincaram suas raízes em solo brasileiro, vem contribuindo substancialmente para o desenvolvimento econômico  do país.

Posto isso, após “trancos e barrancos”, o cenário atual mostra que os imigrantes japoneses e seus descendentes estão totalmente integrados à cultura brasileira, subdivididos em:

– Isseis (japoneses de primeira geração, nascidos no Japão);
– Nisseis (filhos de japoneses);
– Sanseis (netos de japoneses);
– Yonseis (bisnetos de japoneses)

Se você, assim como eu, é descendente de japoneses e queira mais informações sobre a imigração dos seus familiares como, por exemplo, o navio em que vieram, data de partida e chegada no porto de Santos e a fazenda em que foram trabalhar, uma boa dica é entrar no site do Museu Histórico da Imigração Japonesa e acessar o banner “Navios de Imigração”, que fornece um relatório completo de todos os imigrantes que vieram ao Brasil. Sem dúvida, esses dados são fundamentais para manter viva a história da Imigração Japonesa no Brasil, especialmente para as novas gerações com raízes nipônicas.

Aproveitando que estamos nas vésperas de uma comemoração tão significativa, que tal compartilhar o site com seus parentes e amigos descendentes de japoneses? Afinal, é muito legal saber de onde viemos e que fazemos parte desse enlaçamento que está prestes a completar 115 anos, não é mesmo?

~ Bia ~